sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

RJ - Novo píer para pescadores


O bairro de Gradim, em São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio, ganhou nesta quinta-feira um pier, antiga reivindicação da comunidade pesqueira do bairro. O pier foi todo reconstruído e ganhou o nome de Cícero Gueiros, homenagem ao falecido líder dos pescadores do local. A obra foi orçada em aproximadamente R$ 2, 5 milhões.

O vice-governador do Estado do Rio, Luiz Fernando Pezão, acompanhado do secretário de Desenvolvimento Regional, Felipe Peixoto, participou da solenidade de inauguração do espaço.

- Esta iniciativa mostra o compromisso que a gente tem que ter com esta atividade. Este setor é muito importante e continuaremos dando apoio – explicou, Pezão.

Na ocasião, também foi realizada a entrega de uma câmara frigorífica para Associação de Pescadores Livres do Gradim e Adjacências (Apelga). O aparelho é uma concessão do Governo do Estado para armazenamento da produção pesqueira diária, conferindo maior durabilidade e redução do desperdício do pescado.

Felipe Peixoto comentou que o Gradim é o principal ponto de desembarque pesqueiro e artesanal do Rio de Janeiro e por isso a sua importância.

- São 800 pescadores que utilizam este píer diariamente para desembarcar o pescado que é produzido no Rio. Hoje, esta parceria do Governo do Estado nos permite oferecer a estes trabalhadores mais qualidade e condições de trabalho – falou.
Fonte: Correio do Brasil
Mais:  O São Gonçalo

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

EUA - Salmão transgênico começará a ser vendido


Após passar 23 anos em testes, uma espécie de salmão transgênico - que teve seus genes modificados em laboratório - está prestes a ser liberado para consumo nos EUA, informou o El País. A agência que regula os alimentos nos EUA afirmou que a espécie modificada, que cresce duas vezes mais rápido que o selvagem, não afeta o meio ambiente. Em 2010, a agência já havia informado que o novo salmão era seguro para o consumo.


De acordo com a publicação, o peixe leva apenas 18 meses para atingir 100 gramas, enquanto a espécia selvagem leva cerca de 30 meses. O novo salmão só foi aprovado por praticamente não conseguir sobreviver na natureza sozinhos e, por isso, não criaria um desequilibro ecológico, mesmo tendo apenas três fêmeas sendo esterelizadas dentro da empresa.

Texto: Jornal do Brasil
Imagem: The Independent 

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Navio oceanográfico Alpha Crucis é inaugurado em Santos


O navio oceanográfico Alpha Crucis foi inaugurado nesta quarta-feira (30/05), em cerimônia realizada no porto de Santos (SP). A embarcação, adquirida pela FAPESP para o Instituto Oceanográfico (IO) da Universidade de São Paulo (USP), substituirá o Professor W. Besnard.

O antigo navio foi utilizado entre 1967 e 2008, quando sofreu um incêndio e ficou sem condições operacionais de pesquisa, limitando drasticamente os estudos oceanográficos no Estado de São Paulo. A aquisição do Alpha Crucis faz parte de um projeto de incremento da capacidade de pesquisa submetido à FAPESP pelo IO-USP, no âmbito do Programa Equipamentos Multiusuários (EMU).

O presidente da FAPESP, Celso Lafer destacou que o navio, cuja manutenção e gestão serão de responsabilidade do IO-USP, poderá ser utilizado por cientistas de outras instituições, dentro das diretrizes do programa EMU. A expectativa é que o navio proporcione um grande salto qualitativo na pesquisa oceanográfica do país.

“Este é um grande dia para a oceanografia brasileira. O navio permitirá que o IO-USP dê continuidade à sua missão, enquanto toda a comunidade científica e toda a sociedade paulista serão beneficiadas por esse importante desdobramento do Programa Equipamentos Multiusuários da FAPESP”, disse Lafer.

Rodas lembrou que o navio dará uma nova dimensão à pesquisa oceanográfica feita pelo Estado de São Paulo. “Pesquisadores das universidades estaduais paulistas e de outras instituições brasileiras que tiverem projetos de pesquisa importantes serão beneficiados. Na luta para adquirir o novo navio, todos nós saímos vencedores”, declarou Rodas.

“O professor Mahiques foi o responsável por colocar no papel essa demanda da comunidade científica, na forma de um projeto muito bem elaborado para desenvolver a oceanografia no Estado de São Paulo. Esse esforço foi decisivo para que a aquisição do navio se tornasse uma realidade”, disse Brito Cruz.

Segundo Mahiques, a USP agora possui o navio oceanográfico mais moderno do Brasil, que, além de impulsionar a pesquisa oceanográfica propriamente dita, deverá incrementar grandes programas de pesquisa da FAPESP como o Programa FAPESP de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais (PFPMCG) e o programa BIOTA-FAPESP.

“Este é o passo mais importante da ciência oceanográfica no país desde 1967, quando o Professor Besnard foi adquirido. Agora temos um navio muito mais moderno, que permitirá pesquisas mais avançadas e com maior duração. O Alpha Crucis terá papel fundamental na formação de graduandos e pós-graduandos e produzirá conhecimento que poderá ser aplicado em políticas públicas, beneficiando toda a sociedade”, disse Mahiques.

Originalmente, o navio pertencia à Universidade do Havaí e tinha o nome Moana Wave. Depois da aquisição pela FAPESP, a embarcação passou por reformas e modificações durante dez meses, em Seattle, nos Estados Unidos.

Rigor na manutenção

Com 64 metros de comprimento por 11 metros de largura, o navio tem capacidade para levar 20 pesquisadores – além de cerca de 20 tripulantes – e pode deslocar 972 toneladas. O custo total da embarcação, incluindo a reforma, foi de US$ 11 milhões.

“O Alpha Crucis possui equipamentos modernos como um sistema de posicionamento dinâmico – que permite manter a posição em estações oceanográficas –, perfilador de subfundo, dois perfilhadores de corrente, ecointegrador, guinchos e guindastes apropriados para diversas tarefas e mais de 100 metros quadrados de laboratórios”, contou Mahiques.

De acordo com o pesquisador-chefe do navio, Luiz Vianna Nonnato, o navio é equipado com um sonar multifeixe. “É um equipamento fantástico, que permite produzir um mapa tridimensional do fundo do oceano. Conforme a navegação avança, o aparelho lê o relevo do fundo, em tempo real, em uma faixa ao redor do navio”, explicou.

A manutenção do navio terá uma atenção especial. “Um dos problemas do Professor Besnard é que ele não teve manutenção adequada. Um dos pressupostos da FAPESP para a aquisição do navio foi que nos comprometêssemos a cuidar do Alpha Crucis com todo o rigor. A manutenção de um navio é algo muito dispendioso. Temos a expectativa de que vamos trabalhar com ele por muitos anos”, disse.

Nonnato afirmou que o custo de operação do navio varia entre US$ 20 mil e US$ 30 mil por dia. O seguro e o combustível – cerca de 10 mil litros por dia em média quando em navegação – estão entre os itens mais dispendiosos. “Mesmo quando está docado, isto é, colocado em dique seco, os custos são altos”, disse.

Uma das vantagens do Alpha Crucis, segundo Nonnato, é que se trata de um navio de uso geral projetado especialmente para o uso em pesquisa oceanográfica. “Podemos trabalhar com pesca, com petróleo ou com meio ambiente, por exemplo. Os laboratórios permitem que várias equipes trabalhem simultaneamente em diferentes projetos, otimizando o uso do navio. Outro ponto positivo é que o navio já foi amplamente testado na pesquisa oceanográfica. O projeto do Alpha Crucis é excepcionalmente bom. Além disso, o navio foi muito bem mantido e muito bem reformado”, afirmou.

Fonte: FAPESP

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Estudo diz que Porto do Açu salgou região

A construção do porto do Açu, da empresa LLX, de Eike Batista, provocou a salinização da água doce usada no trabalho de agricultores e de pescadores de São João da Barra (RJ), de acordo com estudo da Uenf (Universidade Estadual do Norte Fluminense).



A principal suspeita é de que a areia dragada do mar e depositada às margens da lagoa de Iquiparí tenha provocado o aumento da salinização das águas.

Segundo pesquisadores da universidade, se nada for feito, um processo de desertificação da região poderá ser iniciado.

Essa é a primeira consequência ambiental direta detectada após o início das obras no empreendimento. Os Ministérios Públicos federal e estadual instauraram inquérito para apurar o caso.

A dragagem é feita para aumentar a profundidade do mar e do canal aberto pela empresa, a fim de permitir o acesso de grandes navios. A licença ambiental emitida permite a retirada de 65,2 bilhões de litros de areia do mar -31 bilhões de litros já foram depositados em solo.

O problema, apontam pesquisadores da Uenf, é que o material retirado traz consigo grande volume de água do mar. Depositado próximo à água doce usada por agricultores, a salinização foi a consequência.


"A areia vem misturada com água. E ela escorre para algum lugar. A gravidade faz com que ela encontre outras regiões", disse o biólogo Carlos Rezende.

A LLX afirma que tem um sistema de drenagem que faz com que a água salgada retorne para o mar e não se misture à água da lagoa. Mas afirmou estar aberta a analisar os dados da Uenf. O Inea (Instituto Estadual do Ambiente) não se posicionou até a conclusão desta edição.

SINAIS

Os primeiros sinais do problema foram identificados no fim de outubro, quando o agricultor João Roberto de Almeida, 50, o Pinduca, viu parte de sua plantação de abacaxi nascer queimada.

"Sempre usei essa água e nunca tive problemas. Não sou contra o desenvolvimento. Mas o que está acontecendo é desrespeito."

Parte dos abacaxis de Pinduca está com as folhagem torrada. Na região é possível ver também pastos queimados inundados de água com uma espuma branca. Onde está seco, um pó branco, como sal, brilha.

A principal fonte de abastecimento dos agricultores é o canal Quitingute. Caracterizado como de água doce pelo estudo de impacto ambiental, tem atualmente 2,1 de salinidade -o adequado para irrigação é, no máximo, 0,14.

"A própria LLX descreve o canal como de água doce. Mas, com esse índice, ele não é mais", afirmou a pesquisadora Marina Suzuki.

SALINIDADE É HISTÓRICA NA REGIÃO, DIZ LLX

O diretor de sustentabilidade da LLX, Paulo Monteiro, afirmou que a salinização das águas da região próxima ao porto do Açu, em São João da Barra, antecede as obras no local.

Mas afirmou estar aberto a receber informações sobre eventuais problemas causados pela intervenção.

Segundo ele, a construção do porto tem sistema de drenagem que impede o vazamento de água do mar para o exterior do empreendimento.

Pesquisadores apontaram que a obra causou a salinização de pontos de água doce de um distrito da cidade, prejudicando produtores rurais.

"A água com areia retorna ao mar por canais de drenagem. Não vai para o lado do [canal do] Quitingute. Tudo foi calculado para jogar a água para o canal interligado com o mar", diz Monteiro.

O diretor da LLX disse que um dos indícios de que a salinidade da água do local sempre foi alta é o número de pessoas hipertensas na região, que é "muito forte". "A água superficial sempre foi salobra. Tem que ir mais fundo para buscar água potável."

Os pesquisadores da Uenf apontam que já havia salinidade em alguns pontos, mas que ela subiu consideravelmente após as obras. Afirmam ainda que a região contava também com água doce, como o canal do Quitingute.

Monteiro diz que qualquer agricultor pode procurar a LLX para receber assistência técnica ou ser ressarcido, caso seja esse o caso. Ele negou que haja a possibilidade de desertificação na região.

Fonte: Folha de São Paulo


quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

CE - Pescadores recebem barcos feitos com garrafas PET


Comunidade pesqueiras de Paracuru, município localizado a 87 quilômetros de Fortaleza, no litoral leste do Ceará, receberam nesta terça-feira (18) cinco barcos fabricados com garrafas PET. A embarcação é do tipo cataramã, feita com dois cascos esguios, paralelos, fixados lado a lado, regulamentado pela Marinha do Brasil, que serão ser usadas no apoio à pesca, transporte de mariscos, atividades turísticas e ambientais. Os barcos foram produzidos pelas próprias comunidades que participaram de um curso do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e financiado pela Petrobras, como medida compensatória pelo licenciamento ambiental de instalações marítimas. Uma das comunidades beneficiadas é a Associação de Pescadores da Barra do Curu que atua diretamente na Área de Proteção Ambiental (APA) do Estuário do Rio Curu.

Fonte: G1

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Pescadores russos praticam canibalismo para sobreviver na Sibéria

 
Dois pescadores russos que ficaram vários meses perdidos na taiga, em Yakutia (nordeste da Sibéria), um dos lugares mais inóspitos do mundo, comeram carne de outro pescador, informou uma fonte ligada à investigação.

"Não foi assassinato. O homem foi comido depois que ele morreu por causa das condições climáticas", declarou essa fonte ao jornal Komsomolskaia Pravda.

Os dois homens foram pescar em Yakutia em agosto, junto com outros dois pescadores, e desapareceram pouco depois.

No final de novembro, eles foram encontrados perto de um rio, a 250 km da cidade mais próximas, sem seus dois companheiros.

Posteriormente, foram descobertos os restos de um corpo humano com vestígios de morte violenta.

Depois de aberta uma investigação por homicídio, os meios de comunicação locais confirmaram que havia suspeitas de canibalismo.

Segundo um dos pescadores, eles se alimentaram durante uma semana com a carne de um de seus companheiros que morreu por causa do frio, indicou o portal de notícias local NVPress.ru.
 

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Pesca do muçum é alternativa para suprir carência do peixe tradicional


Com a safra totalmente perdida, a prioridade de agricultores na zona rural é salvar os animais que restam

Ibaretama. Sem água, o peixe tradicional morre. A última espécime a sobreviver é o muçum, que serve de alimento para muitos agricultores. Um deles é Francisco Mendes do Nascimento. Diariamente, ele pega o seu anzol improvisado e se dirige para o açude do Cavalcante, próximo ao hospital municipal da cidade.

A pesca incomum vem amenizando as dificuldades Fotos: Waleska Santiago

Diante da presença da reportagem, Chico Nascimento, como é conhecido, tenta negar que esteja fisgando muçum para alimentar a família - dois filhos e a esposa. "Na verdade, estava apenas de passagem, para pegar a filha no colégio e parei aqui no açude para pescar por esporte", conta, por volta das 14 horas.

O agricultor revela que, no ano passado, nesse mesmo período, chegou a pescar cará de três quilos. Apontando para uma distância de aproximadamente cem metros, mostra onde a água estava. "É muito triste ver a situação atual. Esse é um local que é usado como área de lazer, principalmente nos feriados e no Carnaval. Hoje está assim, quase seco. O que resta é alguma água e muita lama. Daí resistir apenas o muçum", diz, já admitindo que "eventualmente" costuma pescá-lo para "quebrar um galho".

Chico frisa, ainda: "apesar do aperto por causa da seca, recebemos o Bolsa Família. O que praticamente desapareceu foi a oportunidade de conseguir uma ocupação para substituir a agricultura, pois perdemos todo o milho e o feijão que foram plantados no início do ano".

Embora não pareça, o Muçum é um peixe. Bem peculiar, mais se assemelha a uma cobra por seu formato - sem nadadeiras, peitorais e ventrais, desprovido de escamas e bem liso, o que motivou o adágio popular: "mais liso que muçum". Além disso, se adapta às águas pouco oxigenadas, daí sua facilidade em viver na lama, no caso do açude Cavalcante, resultante do que um dia foi um manancial hídrico.

José Roberto da Silva, vigia de uma escola pública localizada ao lado do açude particular, garante que Chico costuma pegar muçum ali todos os dias. "Ele não é o único. As pessoas têm um pouco de vergonha, pensam que é humilhante tirar o bicho da lama para levar para casa. Não tem nada a ver. Trata-se de uma comida deliciosa. Quem já provou torrado com cachaça não esquece nunca".

Prioridade

No retorno à propriedade do médio produtor Júlio Alves de Lima, 77 anos, localizada na zona rural de Ibaretama, o otimismo que ainda perdurava em abril foi trocado pelo pragmatismo da sobrevivência. Seu Júlio, na companhia dos três filhos, após três tentativas de emplacar uma boa safra de milho e feijão, desistiu.

"Foi tudo perdido. Só me resta fazer o que for possível para salvar os animais e evitar que eles sofram". Das 70 cabeças de gado que criava na propriedade de 120 hectares, trinta foram negociadas por um preço aquém do que seria conseguido em condições normais.

"Nos desfizemos de quase a metade para poder alimentar o restante. Mesmo assim, estou temeroso, pois não é possível suportar sem chuva por mais um ou dois meses", alerta seu Júlio.

Todos os dias, Nélio, filho mais velho, queima dez baldes de mandacaru para dar aos animais. Depois de triturado, o cactáceo é misturado à palha de arroz que foi adquirida em Morada Nova. "Compramos em outubro último 19 rolos de palha de arroz. Isso representa cerca de 12 mil quilos. Pela nossa estimativa, isso vai garantir comida para os bichos até o fim do ano".

Mesmo destacando que a estiagem é semelhante à registrada em 1958, Júlio Alves ressalta que a diferença fica por conta de medidas mitigadoras adotadas desde então, como os mecanismos sociais criados pelo governo ao longo do tempo, complementados por ações emergenciais. "Antes, tínhamos as frentes de serviços, que pagavam uma miséria aos agricultores. Hoje, os seguros dão um suporte muito bom às famílias. O problema é a falta d´água para os animais. Isso é que é preocupante", afirma.

Durante a nossa segunda visita à propriedade de seu Júlio, ao chegarmos, nos deparamos com uma cena insólita para os dias de hoje no sertão nordestino: ele manuseava um punhado de milho. Sobre o fato, foi logo desfazendo a nossa expectativa de que tivesse salvado alguma coisa da lavoura.

"Não é o que parece. Esse milho foi guardado em um tambor da safra de 2010. Estou fazendo a seleção para o plantio. Desisti de 2012, mas a vida não para e o próximo ano está em cima. É só ter um bom sinal de que vai chover com certa regularidade que corremos para a enxada para começar tudo novamente".

Josenias Cândido de Lima, sobrinho de seu Júlio, reclama da dificuldade e dos encargos para conseguir o milho da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). "Pagamos três fretes, de Mato Grosso para Fortaleza, R$ 2; de Fortaleza para Ibaretama, R$ 3 e da sede do nosso município até a zona rural, mais R$ 2. Assim, a saca do milho que é entregue por R$ 18 chega até nós por R$ 25. É bem verdade que ainda vale à pena, pois a saca custa R$ 50 em locais como Ibicuitinga e Quixadá. Além disso, há muita dificuldade de encontrar o produto".

Lamento

A esposa de seu Júlio, dona Maria Eduarda de Lima, 75 anos, relata que a aparente tranquilidade do marido não condiz com a realidade. "Ele passa noites sem dormir contrariado com a situação dos animais. É muito dolorido vê-los passando fome e sede. Quem não cria, não se desespera tanto. Mas a gente observando de perto sente uma agonia enorme, um grande aperto no coração. Rezo todos os dias pedindo para que esse sofrimento tenha fim e a água da chuva volte a molhar o nosso chão".

Fonte: Diário do Nordeste.

Matéria completa em: http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1212345

sábado, 15 de dezembro de 2012

Futuro da pesca depende da biodiversidade marinha


O preço do pescado no supermercado é apenas uma das pontas da crise mundial da pesca

O professor Mauro Maida, do Departamento de Oceanografia da Universidade Federal de Pernambuco (UFRJ) alertou, a um grupo perplexo de jornalistas do Nordeste, sobre os prejuízos advindos da nossa visão bidimensional do mar, na semana passada, na Praia do Forte, na Oficina de Jornalismo Ambiental realizada pela Rede de Projetos de Biodiversidade Marinha (Biomar), patrocinados pelo Programa Petrobras Ambiental (PPA) e que tem por objetivo a conservação da biodiversidade marinha no Brasil: Projeto Tamar, Instituto Baleia Jubarte, Projeto Golfinho Rotador, Projeto Coral Vivo e Projeto Albatroz.

Ele destaca que, apesar da nossa imensa faixa litorânea, não temos uma cultura costeira e não nos importamos porque não vemos o que acontece debaixo d´água. Seu raciocínio parte dos relatos de viajantes do século XVI ao século XX, que contam a formação das diversas regiões de Pernambuco no livro "A Paisagem Pernambucana", de Mario Souto Maior e Leonardo Dantas da Silva, que destacam a importância social da imensa abundância de peixes para chegar ao desalentador quadro atual.

Para dar a dimensão do que não vemos, o professor fala sobre a área de produção pré-captura, mais especificamente dos corais, que formam a base dos ecossistemas recifais, alimentados pela luz e que vivem em condições ambientais altamente definidas, o que os torna frágeis diante de ações externas. "Pequenas alterações podem causar mortes maciças", alerta.

Grosso modo, temos as florestas tropicais; as florestas de transição, que são os manguezais; e as florestas marinhas tropicais, com espécies correspondentes entre si por passarem pelos mesmos processos ecológicos. Desta forma, ele estabelece um paralelo entre a teoria da Síndrome da Floresta vazia, estabelecida por Kent Redford, a partir da exportação legal de 1.626.751 animais ou pele de animais, entre 1962 e 1967, em um porto fluvial da amazônia peruana: "Da mesma forma, nossos manguezais têm árvores, mas não têm caranguejos. A biosfera é como uma máquina, onde todas as peças são importantes para garantir o funcionamento".

Na equação da degradação dos recifes, Mauro destaca a sobrepesca, somada ao desenvolvimento, ao impacto terrestre e, por fim, ao clima, o que favorece, também, a erosão costeira. A situação extrema da sobrepesca é resultado, segundo ele, de um somatório de dezenas de artes de pesca legais e ilegais, exercidas por milhares de pessoas, com pouco controle, incluindo redes de cerco, de espera e de arrasto, que utilizadas de uma forma maciça, nos últimos anos, levaram à destruição da topografia recifal e perda de conectividade biogeográfica entre os recifes nordestinos.

Ele enfatiza que, seguindo o ponto de vista bidimensional, ao contrário do que observamos aqui na superfície, "derrubamos florestas marinhas com incentivos governamentais, por dezenas de anos, e não nos indignamos", alerta. Como aprendemos nas aulas de Biologia, um ecossistema só funciona se for mantido o seu equilíbrio e, do mesmo jeito que acontece muita coisa fora da água, também acontece dentro, só que temos muito mais dificuldades de enxergar. "Quando alguém pergunta por que não tem mais peixe, respondo que é porque não tem respeito ecossistêmico", resume.

A queda na biodiversidade marinha ocasiona, entre outros problemas, falta de alimento para as espécies-topo de cadeia alimentar, como é o caso do tubarão-cabeça-chata, cujo alimento era farto nos idos de 1618, segundo os registros de Mario Souto Maior e Leonardo Dantas da Silva. Com a escassez de hoje, a espécie tem buscado alimentos nas praias de Recife. "Só que, no lugar de prevenir, a solução buscada é remediar, por meio da liberação de pesca da espécie. Eu defendo um Programa Fome Zero para os tubarões", brinca. Brincadeiras à parte, os Recifes de Tamandaré, em Pernambuco, têm sido impactados por décadas de sobrepesca, desenvolvimento urbano, impactos de origem terrestre e também pela mudança climática.

Proteção

O professor Mauro fala também sobre as discrepâncias entre as estratégias de conservação da biosfera na porção terrestre e na marinha, já que, em terra, temos proteção por Unidades de Conservação (UCs), leis de flora e fauna e áreas de treinamento militar, "enquanto somente 0,05% do mar é protegido do uso dos recursos e destruição de habitats, em poucas e minúsculas UCs de Proteção Integral".

Como agravante, a exploração é fomentada por incentivos fiscais, subsídios de combustíveis, embarcações e equipamentos de pesca e falta de controle e fiscalização. "Porque não investir em Reservas Legais Marinhas e Áreas de Preservação Permanente Marinhas?", questiona, afirmando que a criação de Ucs marinhas é a forma mais eficiente de garantir a produção pré-captura. O professor lembra que, enquanto lembramos da biodiversidade terrestre por meio da beleza da sua fauna, a fauna marinha só é lembrada na forma de pratos à nossa mesa.

"A abundância de espécies é localizada em épocas e áreas e a pesca é realizada nessas agregações, geralmente em períodos reprodutivos", afirma Mônica Brick Peres, gerente de Biodiversidade Aquática e Recursos Pesqueiros da Secretaria de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente (MMA). As suas recomendações para reversão do quadro são: manter a diversidade de espécies e ecossistemas, cuidar das espécies e ecossistemas frágeis, recuperar espécies ameaçadas e habitats degradados, criar áreas marinhas protegidas e pesquisar e implementar medidas de conservação.

Fonte: Diário do Nordeste

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

AM - Ex-deputado fica inelegível por 8 anos


O ex-deputado estadual Walzenir Falcão está inelegível por 8 anos. A decisão foi tomada na sessão da noite desta segunda-feira pelo Pleno do Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas, que julgou procedente a Ação de Investigação Judicial Eleitoral interposta pelo Ministério Público.

A Corte, em unanimidade, acompanhou o voto da relatora, a desembargadora Maria do Perpétuo Socorro Guedes Moura, Corregedora, que julgou procedente a ação de abuso de poder econômico e político, inscrição irregular de filiados em colônia de pescadores e garantia de recebimento de seguro-defesa em troca de voto.

Em seu voto, Socorro Guedes diz que as práticas ilícitas do requerido configuram o abuso de poder econômico e político, graves o suficiente a desequilibrar a igualdade de condições dos candidatos à disputa naquele pleito.

Denúncia do MP
De acordo com o Ministério Público Eleitoral, Walzenir Falcão foi reeleito em 2006, e em setembro de 2008 foi reeleito presidente da Federação de Pescadores do Amazonas e Roraima (Fepesca), para o exercício de mandato no triênio 2008/2011.

O MP diz ainda que no termo de declaração da ex-presidente da Colônia de Pescadores de Iranduba, Valdenira Vieira Carvalho, encontra-se substanciosos indícios que apontam para a captação de votos utilizando o seguro-defesa como moeda de troca.

Fonte: Portal do Holanda

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Colônia de pescadores em Vitória vira ponto de drogas, diz associação


No lugar de peixes e mariscos, pedras de crack e outras drogas. Uma colônia de pescadores construída na Praia do Canto, bairro nobre de Vitória, tornou-se dormitório de viciados em entorpecentes, inclusive adolescentes. A Associação de Pescadores do bairro já está recorrendo à Justiça para modificar essa situação. A prefeitura disse que a responsabilidade pelo mercado de peixes é da Associação e que foi a antiga diretoria que abandonou o local, mas uma nova está se unindo aos órgãos competentes para tentar reverter o caso.

O problema se arrasta há três anos, de acordo com os pescadores. Uma câmara frigorífica, por exemplo, adquirida para o armazenamento do pescado, já teve o motor roubado e agora serve de esconderijo para as drogas.

Um adolescente, de 15 anos, que vive no local, contou que rouba para manter o vício. "De tudo. Televisão, som de carro, banco, loja", disse o menor, que confessou fumar cerca de 200 pedras de crack por dia. "Não acho minha vida ruim. Não tenho medo de ser preso", afirma.

O comerciante Luiz Carlos Aquino, que trabalha com a venda de peixes, disse que a situação está complicada na região, já que os clientes ficam com medo dos usuários. "O pessoal está muito assombrado com isso, fumam pedra no meio do pessoal que chega aqui", disse.

O advogado da Associação de Pescadores, Marcelo Alves, afirmou que o poder público abandonou essa área da Praia do Canto. "O abandono do poder público abriu espaço para o tráfico de drogas. Pela manhã, tem um mutirão para começar a reforma disso. Nós conversamos com os usuários, e eles vão trabalhar também. Gostaria de cobrar a presença do município, para arranjar um local, porque aqui eles não vão poder ficar", explicou.

Colônia de pescadores na Praia do Canto vira ponto de uso de drogas (Foto: Reprodução/TV Gazeta)

 Fonte: TV GAZETAl

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

ATENÇÃO: Conheça o Projeto de Lei que poderá ser votado HOJE pela ALERJ alterando as regras do EIA


O Governador do Estado do Rio de Janeiro encaminhou à Assembleia do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ) o Projeto de Lei n. 1.860/2012, que altera normas referentes ao Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), exigidos para o licenciamento de obras ou atividades potencialmente causadoras de significativa degradação ambiental.

O texto do PL 1.860/2012 ora excepciona, ora acresce hipóteses condicionadas à elaboração do EIA-RIMA e altera normas sobre publicidade, participação pública e aplicação de recursos provenientes da compensação ambiental no Estado.

Avaliando a inovação legislativa proposta, os órgãos de apoio técnico e operacional do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro observam o seu caráter controvertido e merecedor de amplo debate junto à sociedade civil, academia e profissionais interessados na gestão ambiental. Destacam-se, desde a primeira análise, as seguintes mudanças: (i) previsão de hipóteses de dispensa de EIA-RIMA em possível afronta à legislação federal e à jurisprudência do Supremo Tribunal Federal; (ii) dispensa de apresentação e comparação de alternativas tecnológicas e locacionais aos projetos; (iii) desconsideração de impactos cumulativos e sinérgicos de empreendimentos e dispensa de identificação de áreas de preservação permanente previstas na Constituição do Estado do Rio de Janeiro; (iv) retira caráter de independência da equipe responsável pela elaboração do EIA-RIMA; (v) restringe a publicidade e oportunidade de participação pública; (vi) torna não obrigatória a realização de audiência pública e restringe o objeto de discussão na audiência pública; e (vii) dispõe sobre o regime de aplicação de recursos de compensação específica de impactos ambientais.

A Coordenação do Núcleo de Meio Ambiente do MPRJ entende que os pontos acima identificados apenas de caráter exemplificativo já são suficientes a demandar uma análise detida e debate amplo e cuidadoso do PL 1.860/2012, observando ainda que, oportunidades podem estar sendo perdidas para a promoção de um verdadeiro aperfeiçoamento dos sistemas de avaliação de impactos e de proteção ambiental no Estado do Rio de Janeiro.

Apresentado no último dia 05 de dezembro, o PL 1.860/2012 já foi colocado em pauta para votação na próxima terça-feira, dia 11 de dezembro de 2012, sendo acolhido o pedido de urgência formulado. Em sua Mensagem n. 52/2012, o Exmo. Sr. Gover-nador do Estado deixa de apresentar justificativa para a urgência da medida.

Diante disto, o MPRJ encaminha à Presidência da ALERJ o documento de avaliação crítica do PL 1.860/2012, postulando seja aquele juntado aos autos do Projeto de Lei em questão, manifestando pelo indeferimento do regime de urgência e que seja aberta consulta e audiência pública sobre o tema, com amplas oportunidades para consideração de tantas propostas substitutivas quantos forem os interessados. O Núcleo de Meio Ambiente do Ministério Público tem certeza que o tema é muito caro à Sociedade fluminense. O Núcleo de Meio Ambiente, com vistas a fomentar o debate, elaborou proposta de emenda mínima ao Projeto Lei, de forma a superar os aparentes pontos de retrocesso e possíveis ilegalidades e inconstitucionalidades.

Fonte: RAP

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

SC - Sobre o Cultivo de Ostras


Abaixo matéria convocando para o Festival de Ostras em Ribeirão da Ilha em Florianópolis que ocorreu na semana passada mas que narra de forma interessante o dia dia no cultivo de ostras e as dificuldades de quem ganha a vida nestes cultivos.



A maricultura surgiu para ser mais uma opção para os pescadores ganharem dinheiro, mas acabou virando a principal fonte de renda da região do Ribeirão da Ilha, na Capital. O cultivo no local teve início nos anos 90. A iguaria será a atração principal do Festival de Ostras neste fim de semana.

Fonte: RIC Mais

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Opinião: Pangas e mangas


Abaixo posto a íntegra da Coluna de Cora Ronai no jornal O Globo do dia 29/11/12, abrs MD.

E não é que o panga deu panos para as mangas? O peixe vietnamita tem admiradores e detratores em quase igual número. Os admiradores apreciam o gosto e o preço; já a principal bronca dos detratores é a distância que o panga, criado e processado no Vietnã, viaja até vir parar nas nossas mesas. Recebi emails de donos de restaurante que o servem com grande sucesso, de leitoras que me deram ótimas receitas (pelo visto, ele funciona muito bem assado) e de ecologistas preocupados com o custo ambiental da longa viagem do peixe; recebi também um email de Thiago De Luca, diretor comercial de uma empresa chamada Frescatto:

“Como você mesma disse, o boato alarmista que se espalhou na internet foi enorme”, escreveu o Thiago. “Mesmo com uma forte campanha da nossa equipe em pontos de vendas, site e SAC, ir contra um hoax não é tarefa fácil. Mesmo informando a real situação do pescado, mesmo mostrando que temos todos os documentos da Anvisa, de controle de qualidade e informações técnicas sobre o panga, não é fácil ir contra a onda dos boatos da internet. Eu mesmo já fui ao Vietnã quatro vezes para conhecer a produção, atestar a qualidade e procedência e fechar contratos com fornecedores. Para você ter uma idéia, na época em que o boato surgiu as vendas caíram mais de 50 %, e estamos falando de mais ou menos 50 toneladas mensais de filé. Hoje, as vendas já estão em recuperação, mas ainda não chegaram ao patamar anterior.”

O email do Thiago me lembrou o email do Guilherme Giorgi, diretor do Sal Cisne, que teve tanta repercussão aqui e no blog no ano passado. Gosto quando representantes da indústria mostram que estão atentos aos consumidores. E gosto, sobretudo, quando essa atenção vem da indústria de alimentos. Comida é coisa séria, que tem que ser tratada com o máximo respeito.

O engenheiro de pesca Maurício Duppré, que mantém o blog Cardume também escreveu.

“Por trabalhar no setor, vez por outra me perguntam se este email bomba procede. Ano passado recebi tanto esta pergunta que postei em meu blog duas matérias sobre o panga, uma esclarecendo esta inverdade com um documento do governo brasileiro atestando a sua boa procedência, e outra apresentando seu processo produtivo lá no Vietnã, com um vídeo de uma empresa local mostrando do cultivo ao filé. Elas estão em bit.ly/V17Hjy e bit.ly/QoXf8N.”

Assisti ao video indicado pelo Maurício, que é um produto estranho na categoria cinema. Ele não tem narração nem legendas. Apenas acompanha a “fabricação” dos peixes, da alimentação dos bichinhos à lavagem das roupas dos funcionários ao final de um dia de trabalho. A trilha sonora é esquisitíssima para o tema: canções pop ocidentais, como ”The rhythm of the rain” e “El condor pasa”, tocadas numa porrinhola eletrônica. Depois de três minutos insuportáveis, cliquei no mute e assisti ao resto dos nove minutos em silêncio.

Ao contrário do que afirma o hoax, os pangas não são criados debaixo de palafitas. Ou, por outra: nem todos os pangas. Os do vídeo — que, imagino, sejam parentes dos que chegam ao Brasil — vêm de fazendas gigantescas. Logo depois de uma externa da fábrica, a camera mostra alguns trabalhadores percorrendo um trecho de rio numa balsa e distribuindo pás de ração pela água. Na próxima cena, os pangas capturados por uma rede são transportados em tonéis para um barco que os leva, vivos, até a fábrica; lá são recolhidos mais uma vez, agora em baldes, e despejados na esteira que os leva até uma linha de processamento, onde são decapitados, limpos e transformados em filés.

Tudo é muito limpo e eficiente. O vídeo mostra os operários que estão pegando no serviço lavando e desinfetando as mãos. A limpeza das esteiras e das bancadas, por sinal, é constantemente enfatizada. Nas últimas cenas, os filés são congelados, empacotados e embarcados em caminhões frigoríficos.

o O o

O mundo é um lugar esquisito e me incomoda muito saber que seres humanos como eu passam a vida tirando a vida de outros seres vivos só para que eu possa me alimentar sem ter que matar a minha própria comida. Não consigo fazer ideia do que vai pela cabeça de alguém que leva oito horas por dia degolando peixes, seja aqui ou no Vietnã, e tenho pena dos meus semelhantes que dependem de empregos tão cruéis para sobreviver; para não falar nos bichos, é claro, que num universo ideal morreriam todos de velhice. Apesar disso, adoro peixe e não dispenso um filézinho bem preparado.

Para mim, aliás, um dos grandes erros do nosso projeto básico é sermos ao mesmo tempo onívoros e capazes de empatia. Leões não parecem se preocupar muito com os sentimentos das zebras que abatem, assim como os meus gatos, sempre tão carinhosos e gentis, pouco se importam com o sofrimento dos insetos que eventualmente capturam. Mas isso já é outra história… e mais pano ainda para as mangas.

Fonte: (O Globo, Segundo Caderno, 29.11.2012)

sábado, 1 de dezembro de 2012

Austrália cria maior conjunto de reservas marinhas do planeta


A Austrália anunciou a criação do maior conjunto de reservas marinhas do planeta. No total, os novos parques nacionais cobrem uma área de mais de 2,3 milhões de quilômetros quadrados no oceano, incluindo o Mar de Corais.

Foram colocadas restrições sobre a pesca e a exploração de petróleo e gás na área delimitada, que abrange mais de um terço dos territórios marítimos da Austrália.

A notícia de que o conjunto de reservas seria criado havia sido anunciada em junho, antecipando a participação da Austrália na conferência ambiental Rio+20 , mas somente nesta quinta-feira o projeto foi aprovado e incorporado à legislação australiana.

Segundo o ministro do Meio Ambiente da Austrália, Tony Burke, a criação das reservas é um momento histórico para a conservação dos oceanos no país e no mundo. "A Austrália abriga ambientes marinhos incríveis, incluindo o Cânion de Perth, no Sudoeste do país, e os deslumbrantes recifes do Mar de Corais. Esse anúncio consolida a posição da Austrália como líder mundial em proteção ambiental", disse Burke.

Oposição

Grupos que defendem os interesses da indústria da pesca na Austrália se opuseram ferozmente ao projeto, argumentando que ele representará perdas milionárias para os negócios. Para compensar as empresas afetadas, Burke anunciou que serão liberados subsídios de 100 milhões de dólares australianos (R$ 213 milhões).

Leia também: Austrália admite negligência na proteção da Grande Barreira de Corais

Segundo o ministro, as reservas terão um impacto total de menos de 1% do valor da produção das empresas de pesca. Os grupos pesqueiros, porém, dizem que o impacto será maior e que diversos pescadores podem ser arruinados.

Segundo a organização Australian Marine Alliance, consultada pela agência de notícias AFP, 36 mil postos de trabalho podem ser fechados e a Austrália provavelmente terá de importar peixes e frutos do mar para atender a sua demanda interna.

O líder da oposição, Tony Abbott, apoiou o projeto, mas disse estar preocupado por não terem sido feitas consultas suficientes à sociedade e à comunidade científica antes da sua aprovação.

Riquezas submersas

O Mar de Corais tem uma fauna diversificada que inclui tubarões e atuns, além de recifes tropicais e cânions de águas profundas. Localizado próximo à costa de Queensland, no nordeste australiano, também abriga os destroços de três navios americanos, que naufragaram em 1942.

O conjunto de reservas ecológicas marinhas também incluirá a Grande Barreira de Corais, classificada como patrimônio da humanidade pela Unesco. Até a criação desse gigantesco parque de conservação marítima na Austrália, a maior reserva marinha do planeta era a das Ilhas Chagos, no Oceano Índico, criada pela Grã-Bretanha em 2010 e que tem 545 mil quilômetros quadrados.

Ambientalistas elogiaram a criação das reservas, mas disseram que outras medidas são necessárias para proteger os oceanos da Austrália. Alguns grupos, por exemplo, pedem uma proibição total da pesca comercial no Mar de Corais. Outros, criticam o fato de a exploração de petróleo e gás ainda ser permitida perto de áreas protegidas.





Fonte: BBC Brasil


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