quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

PA - São Caetano evoca a tradição dos bois no carnaval da cidade



O Boi Tinga está entre os bois de maior tradição cultural do município de São Caetano de Odivelas, nordeste do Estado. São mais de 70 anos de existência passados de pai para filho, na terceira geração da família Zeferino. Segundo Lucival Zeferino, neto de Laudelino Zeferino, que deu início à tradição, uma cabeça de boi trazida da ilha do Marajó compôs o primeiro boi. Dessa cabeça original só os chifres se mantiveram.

Ele conta que tudo começou quando um grupo de pescadores aproveitava os domingos para lavar os barcos de pesca. Desse momento de quase descontração entre eles surgiu a ideia de criar o Boi Tinga, que desfilou no período de carnaval pela segunda vez este ano, nas ruas da cidade, no último sábado, puxado pelos músicos das duas bandas centenárias da cidade: Milícia Odivelense e Rodrigues dos Santos.

Lucival acrescenta que o forte das apresentações dos bois de São Caetano se dá durante a quadra junina, mas o período do carnaval tornou-se mais uma opção de preservação da cultura local, incentivado pelo poder público municipal, contando com a animação dos turistas que chegam à cidade para curtir os três dias de folia momesca.

A concentração do bloco acontece no bairro Umarizal, e acredita-se que cerca de cinco mil pessoas participaram do arrastão do boi no último sábado, que levou para as ruas os famosos cabeções e pierrôs, contando ainda com os participantes de outro bloco, o Cantinão.

Resgate – Outra tradição, o Boi Faceiro surgiu em 1937 e brincou durante dez anos, desaparecendo quando seu idealizador, o comerciante Epaminondas, foi embora do município. Em 1998 houve o resgate do boi pelo mestre Bené, já falecido. O Faceiro integra o cenário cultural de São Caetano por meio do trabalho da Associação Mestre Bené, entidade que luta para preservar e valorizar as atividades culturais do município.

Com seus pierrôs, cabeçudos e buchudos arrasta brincantes e foliões que circularam nesta terça-feira (21) pelas ruas, encerrando a festa na orla do município, embalado por marchinhas, sambas e marchas de boi. Há sete anos o Faceiro participa do carnaval de São Caetano de Odivelas, “com o objetivo de introduzir na festa momesca os elementos da cultura popular”, disse um dos seus coordenadores, Rondi Palha, responsável pela mistura, para adicionar a cultura do boi como atrativo turístico e tornar o carnaval de São Caetano algo singular.

O Arrastão do Boi Faceiro consagra o carnaval odivelense e abre alas para a quadra junina, quando todos os bois de máscaras do município entram inteiramente em cena.

 

Diversidade

Walney diz que quando o grupo surgiu, em 2000, o funk “Vai Lacráia”, estava no auge do sucesso e que a característica do bloco é justamente essa: homens vestidos de mulher, já que a dançarina era gay. “Esse é o único bloco da cidade com essa característica”, afirma, lembrando que o bloco foi campeão do carnaval nos anos de 2007 e 2008.

Hoje o bloco de arrastão chega a mobilizar cinco mil brincantes no carnaval de São Caetano de Odivelas. E seu samba-enredo, além de citar a dançarina Lacráia, também destaca as dificuldades que os pescadores enfrentam em alto mar, como ação de piratas, tema de outra ala do bloco. Waldinaldo Miranda, o Orelha, é pescador e compositor do samba-enredo, e diz que a temática tenta destacar o dia a dia daqueles que trabalham com a pesca. Uma terceira ala composta de pescadores complementa a temática do bloco.

Último bloco do desfile oficial desta terça-feira de carnaval, o bloco Pescada Amarela é uma das novidades do carnaval de São Caetano deste ano e conseguiu arrastar cerca de três mil brincantes do bairro da Cachoeira. Esse é o seu segundo ano que o bloco desfila tendo como destaques um carro alegórico e a famosa pescada amarela, que deu origem ao grupo.

“A ideia de criar o bloco surgiu a partir de uma brincadeira quando assamos um peixe”, relata Sebastião Lagóia, um de seus organizadores. Ele acrescenta que o grupo recebe diversos apoios. Um deles vem do vice-prefeito, Fortunato Pereira, que propicia um show pirotécnico durante o desfile. Sete pessoas da família Lagóia, além de agregados se dividem nas tarefas em preparação ao desfile.

O tema do samba enredo é sempre o mesmo, a pescada amarela, mas Manoel Lúcio, o Fanzinho, puxador oficial do bloco, diz que outros componentes da comunidade integram a letra como o carangueijo, o mangueizal, o turu, o mexilhão e o camarão.

Fonte: Governo do Pará

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