quinta-feira, 7 de outubro de 2010

IBAMA apreende 47 mil metros de redes de emalhe

Na operação denominada "Rebojo", iniciada no último dia 27 e concluída ontem (05/10), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) apreendeu quatro embarcações e 47 mil metros de redes de emalhe. Além disso, aplicou aos proprietários e mestres multas que, somadas, totalizam R$ 1.360.640,00. As multas foram referentes a uso de petrecho proibido, falta de licença ambiental de pesca e captura de espécies ameaçadas de extinção, como cação, anjo e até uma toninha. Os barcos apreendidos foram Izadora, Dom Orlando II, Vitória Filha II e Diogo F. Os proprietários destes têm 20 dias para apresentar defesa.

Foto: Fábio Dutra

A operação fiscalizou embarcações de pesca industrial de emalhe no Rio Grande do Sul e foi desenvolvida pelo Ibama com apoio da Polícia Federal e do Comando do 5º Distrito Naval. Conforme o Ibama, o objetivo foi diminuir a mortalidade da Toninha (Pontoporia blainvillei), pequeno mamífero marinho ameaçado de extinção que vive nas águas costeiras do sul e sudeste do Brasil e amplamente capturado pelas redes de emalhe da pesca industrial. "Estima-se que até 2.300 toninhas morrem anualmente nas redes de pesca de emalhe do Rio Grande do Sul ao Rio de Janeiro, sendo que 70% desse total ocorre no litoral gaúcho", ressaltam Luiz Louzada, chefe do Escritório Regional do Ibama, com sede em Rio Grande, e Sandro Klippel, agente de fiscalização do Ibama de Brasília.

Louzada e Klippel observam que o comprimento das redes de emalhe é limitado a 2.500 metros pela Portaria Ibama nº 121/1998. "Mas é comum as embarcações pesqueiras utilizarem de cinco a até dez vezes o comprimento permitido, o que aumenta muito a probabilidade de captura acidental desse pequeno cetáceo, levando-o ao risco de extinção". A abordagem das embarcações ocorreu na Barra do Rio Grande e até a 40/50 milhas da Barra, no intuito de encontrá-las vindo da pesca.

Participaram da operação agentes ambientais federais das Superintendências do Ibama em Santa Catarina e Rio Grande do Sul e da Coordenação de Fiscalização e Operações do instituto em Brasília. Louzada explica que Rebojo, nome dado à operação, é a mudança repentina do vento para sudoeste, piorando as condições no mar e muitas vezes determinando o fim de muitas das atividades de pesca.

A Polícia Federal apoiou a ação por meio da Delegacia Especial de Polícia Marítima rio-grandina. Já o Comando do 5º Distrito Naval disponibilizou local no cais da Estação Naval do Rio Grande (ENRG) para atracação das embarcações apreendidas e contribuiu com pessoal e viaturas da ENRG para retirada do material irregular e transporte até o Escritório Regional do Ibama.

Fonte: Jornal Agora
Por Carmem Ziebell

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