sábado, 30 de outubro de 2010

RJ - Óleo derramado no Paraíba do Sul não é tóxico diz INEA

BARRA MANSA - O analista ambiental do Inea (Instituto Estadual do Ambiente), José Mauro, disse que o produto derramado no Rio Paraíba do Sul, após umacidente entre uma carreta e um caminhão , por volta das 4h30m desta sexta-feira, na Rodovia Presidente Dutra, foi identificado como uma mistura de óleo mineral e vegetal. A subtância foi utilizada na laminação à quente da Usina Presidente Vargas, em Volta Redonda, e estava apenas sendo transportado. Segundo o Inea, o óleo não é tóxico e já está sendo retirado pela empresa Transfuturo, responsável pelo transporte do material.

O motorista da carreta, Lenine da Silva, de 48 anos, disse que transportava os 26 mil litros de resíduo óleo lubrificante para Magé, na Região dos Lagos, por volta das 4h30m, quando um caminhão bateu na traseira do seu veículo. A grande mancha de óleo atingiu o rio através das canaletas que servem para o escoamento das águas pluviais na rodovia.

- Estava dirigindo e senti apenas o impacto, quando o caminhão bateu na traseira do meu veículo, danificando parte do tanque e provocando o vazamento - disse Lenine.

Já o motorista do caminhão, Cristiano de Oliveira Tenório, de 24 anos, foi socorrido na santa casa de Barra Mansa, com ferimentos leves. Toda a carga vazou do tanque do caminhão. O Inea estima que pelo menos 20 mil litros chegaram ao Rio Paraíba do Sul. A mancha de óleo atingiu primeiro o Córrego Cotiara, e chegou ao rio pelo bairro Roberto Silveira, em Barra Mansa.

O presidente da Associação dos Canoeiros, Sérgio Coelho dos Santos, disse que o óleo atingiu o rio por volta das 7h. O superintendente do Inea do Sul Fluminense, Miguel Arcanjo, avisou todas as estações de tratamento de água das cidades banhadas pelo Rio Paraíba sobre o acidente. Ele informou que cerca de 20 toneladas de óleo resíduo vazaram no rio Paraíba do Sul e que pela manhã, a mancha já tinha se espalhado pelas cidades de Barra Mansa, Volta Redonda, Pinheiral, à tarde ela, chegou em Barra do Piraí.

- A sorte é que o rio está cheio e o óleo está escoando rápido. Mas, ainda assim, a previsão é de que leve pelo menos dois meses para escoar totalmente - disse Miguel, acrescentando que o óleo pode contaminar a vegetação às margem do rio.

O Inea também estima que o Paraíba do Sul levará dois meses para escoar todo o óleo. Os agentes do órgão estiveram avaliando a mancha e seguiram para a Dutra, no local do acidente.

A vistoria também foi feita por avião, que sobrevoou as áreas atingidas. O presidente do Inea, Luiz Firmino, disse que equipes de coleta e de atendimento de emergência do órgão permanecerão no local, onde estão desde que o órgão foi comunicado do vazamento às 7h30m. De acordo com Firmino, se houver necessidade, barreiras de contenção poderão ser colocadas para conter o avanço do óleo.

No entanto, Firmino disse que ainda não é possível o órgão prever o impacto ambiental causado pelo vazamento de óleo:

- Ainda não conseguimos precisar quantos litros chagaram ao Rio Paraíba do Sul. Sabemos que vazaram cerca de 20 mil litros. Sabemos que parte chegou ao rio e outra foi contida ainda no córrego Coatiara. É um óleo que tende a sobrenadar e diluir. Uma parte vai evaporar naturalmente e a outra vai se instalar nas margens. Essa parte que irá fazer o maior estrago. E afeta qualquer tipo de fauna e aí vamos ver o tamanho do estrago.

O diretor executivo do Saae (Serviço Autônomo de Água e Esgoto) de Volta Redonda, Paulo César de Souza, disse que os procedimentos de segurança na ETA (Estação de Tratamento de Água) foram rigorosamente adotados pelo órgão e pediu que a população economize água.

- Suspendemos a captação de água e só vamos retomá-la após a liberação do Inea. Portanto é importante que a população economize água, já que não temos previsão - disse Paulo César.

Em Pinheiral, o supervisor da Cedae, Antônio Carlos Linhares, informou que a captação de água no município foi suspensa por volta das 9h20m desta sexta, quando a companhia recebeu o comunicado do Inea sobre o acidente.

- A orientação que recebemos é que a captação devia ser suspensa. Estamos aguardando agora uma nova posição do Inea. Mas, estamos otimistas em função do trabalho rápido que o Inea está realizando e da quantidade pequena de óleo que atingiu o rio. Esperamos que a captação seja autorizada o quanto antes - disse Linhares.

Em Barra do Piraí, segundo o secretário de Obras, Água e Esgoto, Adalberto de Oliveira, a captação de água seria suspensa a partir das 13h, previsão de chegada da mancha de óleo na cidade e na Elevatória de Santa Cecília, que bombeia água para o Rio Guandu, que abastece a região Metropolitana do Rio. O rio vem sendo monitorado desde cedo por funcionários do Inea, que também usou um avião para sobrevoar as áreas atingidas.

- As equipes da Secretária de Obras de Barra do Piraí já estavam de plantão às margens do rio, antes mesmo do óleo chegar no trecho do rio que corta a cidade. A captação foi suspensa. O monitoramento vai continuar e vamos voltar a captar após a mancha passar - previu o secretário.

Já em Barra Mansa, a captação de Água na ETA (Estação de Tratamento de Água), que fica no Centro, não foi interrompida. Segundo o gerente da Saae do município, Reginaldo de Paiva Alves, o vazamento de óleo não afetou a área da estação de tratamento da cidade.

- A ETA está em um nível acima do trecho do Rio onde ocorreu o vazamento - informou o gerente.

Fonte: O GLOBO

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