sábado, 23 de abril de 2011

Dois Brasileiros no Everglades: Parte 03 - North West Cape x Graveyard Creek



Dia 2: http://cardumebrasil.blogspot.com/2011/04/dois-brasileiros-no-everglades-parte-02.html


LEMBRANÇAS DO DIA 03 - 15/02/11 - NW Cape x Graveyard Creek


Nos arrumamos mais rápido (2h), preparamos um super café da manhã com auxílio da fogueira (Café, Pão de Alho) e uma salada de frutas com granola e leite e fomos logo para a canoa buscando aproveitar a aparente calmaria. Grande ilusão!

Foto: Calmaria só até a curva


A remada já começo com vento contra, além da corrente e ondulação contrários a nosso time. Se poder parar para não ir para trás, levamos 40 minutos com o remo pesado até Little Sable Creek, onde a única parada foi para recolher o peixe fisgado, mas que se soltou a isca artificial, que estamos pela primeira vez corricando, antes de ser embarcado.


Foto: Pela primeira vez colocamos a linha de corso na água.


Deste ponto até Big Sable Creek, mais um hora de remada dura, mas bem acompanhados por uma dupla de golfinhos. Neste trecho conseguimos embarcar um "Jack" (Xaréu, Caranx hippos).


A fome e a vontade de descansar já vinha para bordo, mas as condições e a tripulação decidiu em não pararmos pois seríamos arrastados de volta a NW Cape e na costa não tínhamos onde aportar pois a boreste (à nossa esquerda) a costa era um mar sem fim de madeiras caídas numa floresta incrível desenhada pela temporada de furacões que não consigo nem imaginar como deve ficar este mar, que para uma canoa com dois e um monte de bagagem, como 70kg de água potável, estaas ondinhas de meio metro e este vento insistente já atrapalham, quiça um furacão...


Bom, estamos em fevereiro, faltam mais de 6 meses para os furacões chegarem voltemos a nossa realidade pois até Shark River Island ainda são 1 hora e 10 minutos o que totalizou 2 horas e cinquenta de uma remada forte e sem escalas, apenas para capturar e devolver ao mar  uma pequena cavala (Scomberomorus spp). 


Foto: Shark River Island a vista!


Em Shark River Island havia, enfim, uma sombra de vento e ondulação e aqui paramos para almoçar e descansar um pouco pois ainda faltava o último trecho do dia: A baía de Ponce de
Leon, baía que nos surpreendeu pelo seu tamanho (no mapa que temos há em cima da ba;ia um quadro e avisos que escondeu a baía de nós até chegarmos a este ponto e a baía é tão grande que a sua boca é 4 vezes mais larga que a boca da baía de Guanabara). 



Foto: Descansa canoa, Ponce de Leon vem aí.


Somado a isso, o vento, corrente e ondulação não teremos como cruzar direto, teremos que adentrar a baía, junto com o vento e as ondas até um ponto em que pudessemos cruzá-la em segurança, desenhando um "V" imaginário em nossa rota.


http://cardumebrasil.blogspot.com/2011/04/dois-brasileiros-no-everglades-dia-3.html


Em Shark Island comemos Tortilha com atum e vegetais e na sequencia uma merecida siesta no lugar mais perfeito encontrado. Renovando as energias para o desafio que teríamos a frente.


Foto: Siesta


Depois de 1 hora e meia na ilha dos tubarões, com aves, ostras e troncos caídos fomos encarar nosso último desafio do dia.


Em Ponce de Leon Bay foram 1:50 de remada contínua tentando não se distanciar muito da costa nem deixar as ondas de meio metro de través, o que parecia ser pouco mas com a nossa canoa, larga, baixa e cheia de mantimentos, não nos deixou muito seguros e temerosos de uma virada de canoa onde o resgatre poderia demorar alguns dias, e era final de tarde!





Foi assim, uma remada firme e atenta que nos fez chegar cansados mas proporcionalmente felizes,  tendo nas costas 4 horas e 4 minutos de remada dura entre NW Cape e Graveyard Creek no maior desafio que tivemos até agora.




Em Graveyard, a maré estava baixa e fomos ajudados pelo Michael  que junto a sua esposa Penny lá estavam acampados e nos mostraram o canal até chegarmos em segurança a nosso terceiro local de dormida.


Foto: Graveyard


Assim que desembarcamos fomos logo recepcionados por um racoon que não fez cerimonia e vasculhou todos os nossos pertences levando um zip lock usado com restos do pão de alho do dia anterior. Não satisfeito, o oportunista retornou e desta vez levou um zip lock abarrotado de chocolates e outras laricas.


Foto: Confere do racoon


Depois de mais um inesquecível por do sol, e uma recepção do Michael e Penny nos oferecendo uma cerveja gelada, arrumamos nosso acampamento e preparamos um risoto com beringela, linguiça da brasa de ontem, cebola, tomate, pimentão, cenoura e ervilhas!


Foto: Depois de 3 dias remando ser recepcionado com uma cerveja gelada


Jantamos na mesma e única mesa do local com nosso casal anfitrião e trocamos comidas, eles nos oferecendo o tradicional prato americano Mac and Cheese, Pulled Pork e uma salada de repolho, tudo devidamente industrializado e prático. O nosso, além do risoto feito na hora e no escuro, que eles adoraram oferecemos o nosso  xaréu frito com alho e cebola e caldo de azeite e limão, tirando do casal a má impressão, pois por aqui o "jack" e sua carne escura não são apreciados pelos pescadores locais e normalmente são devolvidos a água quando capturados.


Foto: Sunset number 3


Bom jantar, corpo exausto, fomos dormir cedo. Na madrugada fui acordado por uma cafungada do racoon em minha cara! Cada qual em seu lado da lona da barraca. Realmente não foi uma forma agradavel de despertar, mas valeu por com isso ter visto a lua se pondo mais uma vez no outro lado da baía de Ponce de Leon.


Foto: Lua se pondo em Ponce de Leon Bay


http://cardumebrasil.blogspot.com/2011/04/dois-brasileiros-no-everglades-parte-04.html

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