terça-feira, 5 de abril de 2011

MPA - Aquicultura produz 33,5% do pescado consumido no Brasil


Páscoa é tempo de pescado na mesa. Esse é o período do ano em que o brasileiro mais consome peixe. De acordo com a ministra da Pesca e Aquicultura, Ideli Salvatti, a comercialização e consumo triplicam, gerando renda para pescadores artesanais e piscicultores nas regiões produtoras do país. Para compreender mais essa temporada especial para os negócios da piscicultura e aqüicultura, a Agência Sebrae entrevistou a ministra, que está a frente do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) há pouco mais de cem dias. Ela revelou os caminhos que pretende seguir para desenvolver e aprimorar a produção desse setor, assim como para aumentar o consumo da proteína de pescado, tão saudável para pessoas de todas as idades.

ASN: A aqüicultura está crescendo no país. Qual é a participação atual dos produtos desse segmento na mesa do brasileiro?

Ministra Ideli Salvatti: Atualmente a aquicultura representa cerca de 33,5% da produção de pescado produzido no país, com destaque para os estados produtores do Ceará, o maior produtor aquícola do Brasil, destacando-se as tilápias e camarão marinho. Santa Catarina é o maior produtor de mexilhões e ostras, e Rio Grande do Sul ocupa o primeiro lugar na produção de peixes de água doce. A aquicultura é um grande negócio, crescente no Brasil, a exemplo do que ocorre no cenário internacional. O nosso modelo é motivo de estudo em outros países que já têm tradição pesqueira, como a Noruega. O desenvolvimento dessa atividade em complexos hidrelétricos no país também é destaque. Temos, hoje, exemplos de criadouros em tanques-rede, que aliam a economia sustentável com a geração de emprego e renda, de maneira ordenada.

ASN: E a pesca artesanal ? Quantos pescadores extrativistas há no país e qual é a produção deles?

Ministra Ideli Salvatti: O Cadastro Nacional de Pescadores conta com o registro de cerca de um milhão de pescadores artesanais. Entre a produção artesanal e industrial, o segmento responde por 825 mil e 164 mil toneladas/ano, respectivamente, conforme últimos levantamentos estatísticos, de 2009. O setor está buscando a modernização para aliar a produção sustentável à maior geração de emprego e renda.

ASN: Como pretende estimular o aumento da produção, comercialização e consumo de pescado no país?

Ministra Ideli Salvatti: Em recente estudo, o BNDES sinalizou para o mercado que está aberto para receber projetos, que envolvam a organização do setor, desde a instalação de fábricas de ração, criadouros de alevinos, até a fabricação de tanques-rede, passando pelas fábricas de gelo. São organizações empresariais necessárias para comportar todo o processo, desde a captura, criação, acondicionamento e processamento dos pescados. O Sebrae, nosso parceiro em ações de fomento e capacitação, está atento a esse processo.É fundamental incrementar a interiorização do desenvolvimento, com geração de emprego e renda.

ASN: A Páscoa é realmente a ocasião que concentra o maior volume de comercialização e consumo de pescado do país?

Ministra Ideli Salvatti: Nessa época, o consumo de peixes se intensifica a partir de fevereiro, atingindo seu pico em março, quando as vendas do produto crescem cerca de 15% frente a um mês comum. O consumo de peixes e frutos do mar, no mês de abril, representa um volume expressivo de receitas e volumes de venda para o setor pesqueiro e aquícola. Em geral, se comercializa, nesse período, três vezes mais do que o volume de um mês habitual. A demanda crescente também alavanca a nossa produção: subiu mais de 25% nos últimos sete meses. Em 2003, a produção era de 990 mil toneladas/ano e, em 2009, fechamos com mais de 1,2 milhão toneladas/ano. O momento é de atenção e ordenação dessa cadeia produtiva para que possamos sinalizar, em breve, nossa autosuficiência produtiva e ganhar espaço no cenário internacional, exportando e gerando divisas.

ASN: Qual é a expectativa de aumento do consumo de peixes na Páscoa 2011?

Ministra Ideli Salvatti: Seguindo a tendência de aumento, embora o consumo tenda a variar constantemente de acordo com aspectos socioeconômicos, projeta-se um aumento de 30% nas vendas com relação ao mesmo período em 2010.

ASN: Esse é o mês mais produtivo dessa cadeia produtiva?

Ministra Ideli Salvatti: Sim, o mês da Páscoa é um momento de maior trabalho para o setor e para àqueles que estão atentos a essa importante fonte de. Nessa época, a equipe do Ministério da Pesca e Aquicultura, em parceria com o Ministério da Saúde, por meio da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, se empenha em levar aos consumidores um alimento, saudável e saboroso.

ASN: É, também, temporada de mais fiscalização?

Ministra Ideli Salvatti: Nesse período, também se intensifica a fiscalização na comercialização e acondicionamento dos pescados. Por parte do MPA, é constante o trabalho em relação ao manejo e condições de acondicionamento dos produtos oferecidos ao mercado consumidor.

ASN: Qual a quantidade de pescado que será importada na Páscoa ?

Ministra Ideli Salvatti: O primeiro bimestre de 2011 acumulou US$ 207 milhões em importação de pescado, registrando crescimento de 33% em comparação ao mesmo período de 2010, quando o total foi de US$ 148 milhões. Houve aumento, portanto, mas no momento não é possível mensurar o quantitativo exato que será importado para abastecer o mercado na Páscoa. Destaca-se, em comparação a 2010, os filés congelados e os salmões do Pacífico, que tiveram aumentado o valor de suas importações em 18% e 49%, respectivamente em 2011.

ASN: Existe alguma estratégia ou meta em relação ao público infanto-juvenil?

Ministra Ideli Salvatti: O pescado está se tornando mais presente na alimentação escolar. E mesmo com as nossas peculiaridades, já estamos, com freqüência, em mais de 10% dos municípios do país. E já lancei o desafio: nossa meta é ganhar o gosto dos consumidores desde cedo, além da Páscoa. Quero, em 2012, poder celebrar, o ano do peixe na mesa dos brasileirinhos, ao conquistar mais escolas no ranking dos pescados. Minha meta é possível. Aí estaremos presentes na alimentação escolar e, com freqüência, em mais de 20% das dos municípios.

Fonte: Agência Sebrae

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