sábado, 4 de junho de 2011

RN - Profissionalização da pesca de atum


Uso de tecnologia japonesa tornará RN apto para alcançar meta de produção e elevar participação do país
Alex Costa // Especial para o Diário de Natal.

A s perspectivas de expansão da pesca oceânica do Brasil apresentam-se cada vez mais fortes diante do investimento realizado pela empresa pesqueira potiguar Atlântico Tuna, em parceria exclusiva com a maior empresa de pesca japonesa, a Japan Tuna. O início ontem (30/05) da chegada de 11 barcos com atum pescado no oceano Atlântico ao Porto de Natal marcam o início da trajetória que promete elevar a participação do país na pesca da espécie passando dos atuais 1,5% para 25% da produção mundial. Nesta semana aportarão os barcos Shoei Maru, Tawa Maru 88 e Kinei Maru 85, o que representará um desembarque superior a 500 toneladas de pescado.

A parceria com os japoneses travada a partir de um acordo entre o Ministério de Pesca e Aquicultura e o governo japonês busca transformar a atividade no país, deixando o perfil predominante de uma pesca costeira para dar grandes avanços em águas profundas. Segundo dados da Comissão Internacional do Atum Atlântico, em 2008, das 272.900 toneladas de atum das espécies albacora branca, albacora lage e albacora bandolim, possível de serem capturadas sustentavelmente no Atlântico, a frota nacional capturou apenas 4.194 toneladas, representando só 2% das capturas.



Técnica japonesa de resfriamento do atum é diferencial para ganhar mercado. Foto: Fábio Cortez/DN/D.A Press

"O uso da tecnologia japonesa, que congela o atum a 60 graus negativos, diminui a competitividade com outros países como a Espanha e EUA, desprovidos dessa vantagem e nos aproxima do grande líder mundial", garantiu o presidente da Atlântico Tuna, Gabriel Calzavara. O Brasil tem outorga para capturar cerca de 12 mil toneladas/ano de atum. Com a vinda dos japoneses, o Rio Grande do Norte estará apto a alcançar essa meta.

Segundo o empresário, esta é a primeira vez que esse tipo de método de congelamento e pesca são praticados no Brasil. "O RN passará a ter uma perspectiva econômica distinta da que existe hoje. A exportação irá dobrar, os investimentos em mão de obra local serão cada vez mais necessários, visando a ampliação do negócio, afim de atingirmos os objetivos esperados".

"Temos que gerir tudo em tempo hábil para conseguir atender a demanda de pescado aqui no Porto de Natal, visto como um ponto estratégico em termos de local de aportamento no Atlântico, dada a localização central e privilegiada do RN", afirmou o secretário estadual Betinho Rosado. Ele estimou que as obras do Terminal Pesqueiro ficarão prontas no prazo de 150 dias, num investimento de R$ 40 milhões. "Será possível fazer o transbordo o novo terminal já na próxima pescaria. Todo esse avanço afeta diretamente as empresas locais, em termos de exportação, bem como a indústria hoteleira, gerando empregos e novos serviços".

Capacitação

Após 62 profissionais terem sidos qualificados intensivamente por especialistas japoneses para atuarem nas embarcações atuneiras, a expectativa da Federação das Indústrias (Fiern) é de formar pelo menos 400 trabalhadores nos próximos dois anos, segundo o presidente eleito da entidade, Amaro Sales.

"Para atender a essa demanda, o Senai vai instalar em Santa Cruz um centro de referência para a pesca de atum, que terá, inclusive, um simulador de operação de barcos de ponta cedido pelo governo japonês", relatou Sales.

Além da sede em Santa Cruz, os japoneses também vão montar um centro de treinamento para pescadores em Natal. Em médio prazo, a iniciativa vai criar 2.200 novas vagas de trabalho, entre empregos diretos e indiretos.


Um comentário:

  1. É bom os orgãos de proteção ambiental ficarem alertas pois os japoneses já pescam ha anos na nossa costa de forma ilegal(pirata) e agora legalmente então... Coitados dos atuns vão ser dizimados.

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