segunda-feira, 30 de janeiro de 2012
Lagoa dos Patos - Grande expectativa
Chegamos ao final de janeiro e, com ele, a grande expectativa dos pescadores artesanais da região para a abertura da temporada de captura do camarão que, por lei, terá início no dia 1º de fevereiro.
As safras anteriores deixaram muito a desejar quanto à quantidade de camarões na Lagoa, frustrando uma grande maioria dos pescadores, muito embora a Universidade Federal do Rio Grande (Furg) tivesse jogado nas águas alguns milhares de camarões criados em seus laboratórios, na busca de auxiliar as comunidades pesqueiras.
Para este ano, no entanto, além do clima que vem ajudando, pela falta de chuvas nas cabeceiras dos rios que desaguam na Lagoa, também e justamente pelo clima seco, o Mar de Dentro vem recebendo grande quantidade de água oceânica (salgada), o que está colaborando decisivamente para o desenvolvimento da larva que, em alguns locais, considerados como criadouros, já se mostra em condições de captura há vários dias.
Dentro desse clima é que esperamos a chegada de fevereiro, com a promessa de uma excelente safra, que oferecerá aos pescadores condições de buscar nas águas o produto que representa o ponto alto do setor pesqueiro para as comunidades que vivem do que a Lagoa pode lhes oferecer.
A promessa de boa safra agita, também, o próprio comércio do Rio Grande e de São José do Norte - especialmente do vizinho município, que tem como pontos principais na sua economia a agricultura, a pesca e a madeira. Boa safra representa injeção de dinheiro no comércio, o que, por sua vez, abre condições de mais oferta de empregos, mesmo que temporários.
É o que acontece, também, com a temporada balneária, quando ambos municípios recebem milhares de turistas para conhecer as belezas naturais e, principalmente, as praias oceânicas do Cassino e do Mar Grosso, sem contar que São José do Norte possui, ainda, uma série de belas praias junto à Lagoa dos Patos.
Considerando que a temporada de mar começa a chegar ao seu final, posto que já estamos às vésperas do Carnaval que, por sua vez, é a antessala do início do período escolar, fazendo com que os veranistas regressem aos seus locais de origem, sobra, então, como força de movimentação financeira, a época de captura do camarão.
Resta torcer para que, realmente, tenhamos um excelente ano para a pesca na Lagoa, pois lembramos que, ano passado, tudo mostrava, em janeiro, que a temporada seria promissora, mas, infelizmente, a realidade não chegou a ser o que se esperava.
Fonte: Jornal Agora
Por Moacir Rodrigues
moacir@jornalagora.com.br
domingo, 29 de janeiro de 2012
quarta-feira, 25 de janeiro de 2012
Rj - Família de pescadores desaparecidos no norte do Estado pede retomada das buscas
A família de dois dos cinco pescadores desaparecidos no litoral norte do Rio, desde o último dia 15, está revoltada com a suspensão das buscas da Marinha.
Dalva de Oliveira Ventura, mãe de Clayton de Oliveira Ventura, de 28 anos, e irmã de Dídimo de Oliveira, de 49 anos, está desesperada.
- Eles podem ainda estar vivos! Aqui em Barra do Itabapoana [no norte do Estado do Rio, onde fica a colônia de pesca de onde os pescadores saíram] dois pescadores que ficaram desaparecidos quase três meses, voltaram vivos para casa.
Além de Ventura e o tio, o pesqueiro Marimanda levava os pescadores Ivan Lins Guimarães Curitiba, de 22 anos, Rondinele Mota de Conceição, de 32 anos e Claudenir Ferreira Mota, 41 anos.
De acordo com a Capitania dos Portos as buscas foram suspensas na última segunda-feira (23), depois de oito dias. As normas da Marinha determinam que em casos de desaparecimento as buscas sejam feitas por 72 horas, ou seja, três dias. Foram usadas aeronaves da FAB (Força Aérea Brasileira), mergulhadores e embarcações da Marinha.
Os pescadores saíram de Barra do Itabapoana, em São Francisco do Itabapoana, no norte do Estado do Rio, no último 12. Na madrugada do dia 15, eles fizeram contato com a colônia de pesca do município avisando que o barco estava afundando. Cinco embarcações da colônia e o navio Guripi, da Marinha, começaram as buscas no mesmo dia.
O Marimanda foi encontrado no final da tarde do dia 15, a cerca de 120 km de Arraial do Cabo, na região dos Lagos, perto do navio plataforma SS-82, que presta serviço à Petrobras. O pesqueiro estava sem a tripulação.
Fonte R7
domingo, 22 de janeiro de 2012
sexta-feira, 20 de janeiro de 2012
ES - Pescadores denunciam despejo de veneno no rio Riacho
Os pescadores artesanais da Barra do Riacho estão solicitando maior fiscalização do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (IEMA) na região. Segundo eles, desde a instalação da empresa Evonik Degussa, nota-se na região a diminuição de peixes, siris e até caranguejo no manguezal da região. A empresa é produtora de uma substância tóxica chamada peróxido de hidrogênio.
Neste contexto, os pescadores cobram que o esgoto não seja mais despejado no rio para evitar a degradação que já vem ocorrendo na região.
A informação é que a empresa tem licença do Iema para despejar seus efluentes líquidos no rio, porém, isso vem sendo feito indiscriminadamente.
“A atividade da empresa exterminou por completo a fauna e hoje não se encontram mais peixes e siris. O manguezal está sem caranguejo e até um um caranguejinho de puã grande e muito abundante às margens dos rios e os aratus sumiram totalmente. Em outra época os pescadores e moradores tinham este rio como fonte complementar de alimentos e lazer para a sua família”, diz o documento protocolado no Iema pela Associação de Pescadores Artesanais da Barra do Riacho (ASPEBR).
Eles alertaram que um rio sem poluição é local de desova de peixes nobres como robalo. Camarões, siris e mariscos, segundo os pescadores, são uma fonte inesgotável de nutrientes que servem de alimentos para os filhotes de peixes do mar.
“Não admitiremos que em pleno século XXI seja autorizado pelas autoridades responsáveis jogar esgoto em um rio, inclusive, por se tratar de uma fabrica de peróxido de hidrogênio, que é tóxico”, disse Sebastião Vicente Buteri, presidente da ASPEBR.
Os pescadores cobram que a empresa também seja responsável pela despoluição do rio e o repovoamento da fauna prejudicada com a poluição.
No Brasil, a Evonik atua desde 1953 na área química, possui sede administrativa na capital paulista e duas fábricas: peróxido de hidrogênio, em Barra do Riacho, em Aracruz (ES) e catalisadores químicos, em Americana (SP).
Mantém ainda o centro técnico de poliuretanos e o laboratório de colorantes, em Americana, e o laboratório de nutrição animal em Guarulhos. Além disso, conta com três centros de distribuição situados em Cascavel (PR), Guarulhos (SP) e Itajaí (SC).
Fonte: Século Diário
quinta-feira, 19 de janeiro de 2012
RJ - Capitania dos Portos continua a busca aos pescadores de Itabapoana
Vídeo:
ttp://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2012/01/capitania-dos-portos-busca-cinco-pescadores-em-itabapoana-no-rj.html
A Capitania dos Portos procura cinco pescadores de São Francisco do Itabapoana, no Norte do Rio, que estão desaparecidos desde sábado (14). Cerca de 80 homens participam das buscas. O barco foi encontrado com o casco para cima a 120 km de Arraial do Cabo, na Região dos Lagos. A Capitania dos Portos acredita que os pescadores estejam vivos.
Na colônia de pescadores da cidade o clima de tristeza e esperança se mistura com a falta de informação. “Nesse momento temos que rezar mesmo. E pedir que encontre as pessoas que estavam no barco”, disse José Soares, presidente da colônia dos pescadores.
ttp://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2012/01/capitania-dos-portos-busca-cinco-pescadores-em-itabapoana-no-rj.html
A Capitania dos Portos procura cinco pescadores de São Francisco do Itabapoana, no Norte do Rio, que estão desaparecidos desde sábado (14). Cerca de 80 homens participam das buscas. O barco foi encontrado com o casco para cima a 120 km de Arraial do Cabo, na Região dos Lagos. A Capitania dos Portos acredita que os pescadores estejam vivos.
Na colônia de pescadores da cidade o clima de tristeza e esperança se mistura com a falta de informação. “Nesse momento temos que rezar mesmo. E pedir que encontre as pessoas que estavam no barco”, disse José Soares, presidente da colônia dos pescadores.
Fonte: G1
AL - Federação dos Pescadores pede apoio para fiscalizar a atividade de pesca de arrastão
Pescadores reclamam da pesca de arrastão feita por veranistas
O secretário adjunto de Estado da Pesca e Aquicultura, Juca Carvalho e a superintendente de Pesca, Nadja Baía foram nesta quarta-feira (18) à Colônia de Pescadores Z-14, na Barra de Santo Antônio para atender às solicitações feitas pela Federação dos Pescadores de Alagoas (Fepeal). As demandas também envolvem as cidades de Coruripe, Pontal do Peba, Barra de Camaragibe, Japaratinga, Maragogi, São Miguel dos Milagres e Porto de Pedras.
Responder às questões dos pescadores locais, quanto a construções de cercas feitas por moradores veranistas, atrapalhando a atividade pesqueira e prejudicando a utilização do espaço das embarcações e apetrechos, foi um dos pleitos. O outro se refere à ajuda no pedido de fiscalização, por meio dos órgãos competentes, da pesca de arrastão de camarão em jangadas e balsas não motorizadas, no sentido de reconhecê-las como atividade de arrasto, já que esta é regulamentada para receber o seguro-defeso.
Quanto à construção de cercas, atrapalhando a atividade pesqueira na Barra de Santo Antônio, Nadja Baía esclareceu que a Secretaria de Estado da Pesca e Aquicultura (Sepaq), já entrou com documentação para acionar o Ministério Público Federal e o Patrimônio da União, já que são os órgãos competentes para fiscalizar essa demanda.
Para esclarecer o outro pleito, a superintendente Nadja Baía, citou a Lei da Pesca de 2009. Segundo a lei é permitido a qualquer pessoa que tenha envolvimento com a pesca, de receber o seguro-defeso. “Viemos aqui na Barra de Santo Antônio, que é um dos lugares que vem solicitando ajuda, para identificar o que está acontecendo. Entendo que se existe uma lei, ela deve ser cumprida. Não devemos penalizar ninguém sem critério. O que está faltando é fiscalização. E nós, enquanto Estado, ainda não temos esse competência”, explicou a superintendente.
O presidente da Colônia dos Pescadores Z-14, Biu Capela, falou que a situação da fiscalização da pesca de arrastão, precisa se organizar. “Nós não temos condições e nem obrigação de fiscalizar quem realiza a pesca de arrasto e quem não. Se isso não acontecer, in loco, esse tipo de pesca, que também chamamos de pesca artesanal, vai se acabar. E não teremos como sobreviver, muito menos complementar nossa renda, que já é pouca”, disse ele.
Ainda segundo Capela, esse fato vem acontecendo porque envolve repasse de dinheiro. “Tem gente colocando o nome de um lado da embarcação, e outro nome, no outro lado, para dessa forma receber duas vezes o seguro-defeso. Já que a forma de fiscalizar atual é pela identificação do nome, por foto. Porém, quem faz a pesca de arrasto corretamente fica sem receber”, lamenta.
Biu Capela explicou também que em contrapartida a esse e outros tipos de ações indevidas, o Ministério da Pesca e do Trabalho vêm tomando medidas restritivas para controlar o repasse impróprio do seguro-defeso.
Por meio de ofício, a presidente da Fepeal, Maria Eliane Morais, notificou que esse tipo de pesca de arrasto – de camarão – deve ser reconhecido como tal, pois direta e indiretamente gera renda para cerca de cinco mil pessoas, entre homens e mulheres.
Fonte: Primeira Edição
quarta-feira, 18 de janeiro de 2012
SE - Educação profissional - Projeto de capacitação pretende melhorar a vida de pescadores
Para desenvolver a ação foram realizadas oficinas com os moradores e fóruns com as lideranças locais, com o intuito de diagnosticar as necessidades de capacitação nos povoados e na sede do município. A partir daí tiveram início cursos para promover a melhoria do processo de produção e a organização dos trabalhadores.
Uma primeira turma de 50 alunos termina ainda este mês o curso de informática básica. Ainda estão previstos, de acordo com o diagnóstico das comunidades, formações em projetos de pesca e em agroecologia. De acordo com a coordenadora do projeto, Mary Nadja Santos, a ação se estrutura em uma nova abordagem de planejamento pesqueiro e visa a autogestão das economias locais. “Nossa meta é o aumento da eficiência dos fatores de produção e promoção de soluções tecnológicas diferenciadas”, explica.
Com previsão de se estender até, pelo menos, meados de 2013, ele é realizado em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Participam da iniciativa 19 pessoas, dentre pesquisadores, bolsistas do CNPq e voluntários.
Fonte: Planeta Universitário
De Assessoria de Imprensa da Setec, com informações da Assessoria de Imprensa do Instituto Federal de Sergipe
terça-feira, 17 de janeiro de 2012
RJ - Pescadores do Barco Marimanda desaparecidos desde sábado 14/02
A Capitania dos Portos continua com as buscas pelos cinco pescadores que estão desaparecidos desde o último sábado (14).
Um avião vai substituir os helicópteros da FAB (Força Aérea Brasileira) durante a ação. Um navio da Marinha continua em operação. De acordo com o delegado da Capitania dos Portos em Macaé, capitão de Fragata Robson Galhardo, o avião vai fazer sobrevoos mais longos, que permitirão analisar melhor a área.
- O tanque dos helicópteros é menor e os sobrevoos precisam ser mais rápidos, o que reduz a área de ação.
O avião, que saiu de Salvador, na Bahia, no final da manhã desta terça-feira (17), começa a operar assim que chegar a região do acidente. Segundo a Marinha, o pesqueiro Marimanda naufragou na bacia de Campos, a 145 km do farol de Cabo Frio, na região dos Lagos.
A embarcação foi localizada no domingo (15) pela equipe da plataforma de petróleo SS-82. Mergulhadores entraram no pesqueiro, que estava parcialmente submerso. Eles não encontram sinais da tripulação. Segundo Capitão Galhardo, isso pode indicar que os pescadores estão vivos.
- É uma área muito grande para busca, eles podem estar vivos em um bote, uma ilha, ou até já terem sido resgatados.
Ainda não se sabe as causas do acidente.
De acordo com a Capitania dos Portos, os cinco pescadores saíram da Colônia de Pesca de São Francisco do Itabapoana, no litoral norte do Estado, na última quinta-feira (12). Na madrugada de domingo (15), os pescadores fizeram contato com a colônia, dizendo que o barco estava afundando. Á tarde um barco da Marinha foi enviado para participar das buscas, com outras cinco embarcações da colônia de pesca do município.
A Capitania dos Portos emitiu um aviso aos navegantes, às plataformas e navios da área sobre o desaparecimento dos tripulantes. Até às 13h desta terça-feira, nenhum pescador tinha sido encontrado.
Fonte: R7
Mais notícias: http://noticias.r7.com/rio-de-janeiro/noticias/pescadores-desaparecidos-no-litoral-norte-do-rio-pediram-socorro-20120116.html
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segunda-feira, 16 de janeiro de 2012
EUA - Sushigate! O atum que era tilápia
Cientista dos Estados
Unidos promove aulas para analisar o DNA de alimentos com estudantes do
ensino médio. Trabalho já revelou que restaurantes enganam os clientes
servindo produtos adulterados.
Uma das vantagens de ser cientista é que, às vezes, calha saber a resposta para uma daquelas perguntas-chave que crianças e adolescentes fazem sobre os mistérios da vida.
Foi mais ou menos o que aconteceu com o médico infectologista estadunidense Mark Stoeckle, que ouviu de sua filha a seguinte dúvida existencial: seria possível descobrir se o peixe do qual é feito o sushi é mesmo o indicado pelos restaurantes?
Stoeckle achou que sim, que era possível, embora não tivesse certeza se alguém já havia tentado desbravar o DNA dos peixes de Nova Iorque. Que se faça justiça: a pergunta da filha não foi assim tão disparatada, já que ela tinha conhecimento de que o pai trabalhava, há anos, com barcoding DNA na Universidade Rockefeller.
O barcoding DNA – ou código de barras de DNA – é uma técnica
desenvolvida há cerca de dez anos que identifica de modo rápido e
relativamente fácil uma espécie por meio da análise de um trecho
específico do DNA.
A técnica é promissora, e alguns cientistas já a chamam de “assinatura molecular”, porque, tal qual uma impressão digital ou um código de barras, o fragmento do ácido desoxirribonucleico teria característica específica que apontaria a singularidade da espécie.
Pois bem. Fato é que, apesar da complexidade inerente a todo experimento de genética de ponta, a filha de Stoeckle compreendeu o procedimento e com supervisão do pai empreendeu uma visita a vários restaurantes de Nova Iorque. O resultado da investigação revelou que 25% dos restaurantes, se não vendiam gato por lebre, serviam tilápia no lugar de atum.
A descoberta valeu matéria no New York Times, o projeto familiar ficou famoso e a empreitada ganhou até apelido: a sugestiva alcunha de sushi-gate.
O sucesso da iniciativa animou Stoeckle, que decidiu levar o projeto com o código de barras de DNA aos alunos do ensino médio de escolas de Nova Iorque. O apartamento do cientista virou um laboratório improvisado, mas com material adequado o suficiente para dar prosseguimento à pesquisa iniciada pela filha.
Por lá, alimentos continuam passando pelo crivo dos adolescentes, que já analisaram a procedência de mozarelas de búfala e ervas para chás.
O Alô, Professor conversou com Stoeckle por e-mail. Leia, a seguir, a entrevista com o cientista, que falou com entusiasmo sobre a sua empreitada com estudantes – um dos destaques no site da revista The Scientist no mês passado. O médico também mostrou empolgação com dois novos projetos que envolvem código de barras de DNA e adolescentes nos Estados Unidos.
CH On-line: Quando você decidiu que seria interessante ensinar genética de alto nível para adolescentes?
Mark Stoeckle: Sempre tive interesse em deixar as pessoas empolgadas sobre assuntos que envolvem ciência e natureza, particularmente as pessoas que não são especializadas nessas áreas. Em 2008, minha filha fez uma pergunta simples: se era possível identificar o DNA de peixes de sushi vendidos em restaurantes. Eu já trabalhava com o código de barras de DNA há vários anos, então ela sabia que cientistas já identificavam espécies pelo DNA. Disse a ela que achava possível, mas que ninguém havia tentado testar o DNA do sushi.
E como foi o primeiro teste?
Minha filha e uma amiga recolheram peixes e outros produtos à base de peixe vendidos em restaurantes e lojas no nosso bairro, em Nova Iorque. Enviei essas amostras para a Universidade de Guelph (Canadá) para testes com código de barras. Eles descobriram que 1/4 dos peixes era ‘falso’. Esses peixes foram vendidos sempre como uma espécie mais cara e desejada.
Minha filha acabou na capa do New York Times com a história do sushi-gate, que chamou a atenção em muitos países. Ajudá-las nesse projeto foi muito divertido, então decidi continuar trabalhando com pequenos grupos de alunos do ensino médio.
E é fácil ensinar a técnica do código de barras aos alunos?
A ideia de código de barras de DNA é simples e há muitas coisas no ambiente cotidiano que são interessantes de testar. Desde o seu início em 2003, um dos objetivos do projeto de código de barras em que trabalho é tornar fácil para qualquer pessoa, e não apenas para um especialista, a identificação de uma espécie.
Mas como transportar esse tipo de experiência para uma realidade menos favorecida educacional e economicamente?
Em 2012, várias empresas começarão a fazer kits de código de barras de DNA que tornarão mais fáceis as análises de amostras. Por outro lado, ainda é necessário um supervisor experiente e alguns equipamentos especializados, por isso o uso da técnica ainda é restrito.
E quanto você gastou para construir o seu laboratório caseiro?
Ano passado, construímos um laboratório caseiro para trabalhar com código de barras de DNA por 5 mil dólares. Foi o necessário para encomendar equipamentos de segunda mão à venda na internet. Os alunos usaram o laboratório para analisar amostras de chá, que custaram, cada uma, 15 dólares. Espero que com o tempo esses valores caiam substancialmente.
Quais outros projetos com adolescentes e código de barras de DNA você apontaria como promissores?
O interesse que as pessoas tiveram pelo nosso projeto estimulou um laboratório a abrir uma competição que incentiva grupos de alunos do ensino médio de Nova Iorque a explorar a biodiversidade da cidade. O grupo vencedor será premiado com 10 mil dólares. No biolaboratório da marinha costeira, na Califórnia, pesquisadores estão trabalhando com alunos de ensino médio e coletando o código de barras de DNA de espécimes marinhos.
Eles estão ajudando, de fato, a aumentar a biblioteca de referência de
código de barras da vida. Estou bastante animado com esses dois
projetos.
E qual avaliação você faz da sua experiência com os alunos?
A ciência feita com o coração é uma viagem de descoberta que torna tudo muito interessante. O código de barras de DNA é uma maneira de manter os alunos interessados em ciência, fazendo realmente uma investigação. Em cada um dos projetos, os alunos descobriram coisas que ninguém sabia. Os alunos que fizeram os experimentos com chá são coautores de um artigo na seção de relatórios científicos da Nature. Esse tipo de conquista deixa qualquer um muito animado.
Ciência Hoje On-line
Uma das vantagens de ser cientista é que, às vezes, calha saber a resposta para uma daquelas perguntas-chave que crianças e adolescentes fazem sobre os mistérios da vida.
Foi mais ou menos o que aconteceu com o médico infectologista estadunidense Mark Stoeckle, que ouviu de sua filha a seguinte dúvida existencial: seria possível descobrir se o peixe do qual é feito o sushi é mesmo o indicado pelos restaurantes?
Stoeckle achou que sim, que era possível, embora não tivesse certeza se alguém já havia tentado desbravar o DNA dos peixes de Nova Iorque. Que se faça justiça: a pergunta da filha não foi assim tão disparatada, já que ela tinha conhecimento de que o pai trabalhava, há anos, com barcoding DNA na Universidade Rockefeller.
A pesquisa revelou que 25% dos restaurantes vendiam falsos pratos
A técnica é promissora, e alguns cientistas já a chamam de “assinatura molecular”, porque, tal qual uma impressão digital ou um código de barras, o fragmento do ácido desoxirribonucleico teria característica específica que apontaria a singularidade da espécie.
Pois bem. Fato é que, apesar da complexidade inerente a todo experimento de genética de ponta, a filha de Stoeckle compreendeu o procedimento e com supervisão do pai empreendeu uma visita a vários restaurantes de Nova Iorque. O resultado da investigação revelou que 25% dos restaurantes, se não vendiam gato por lebre, serviam tilápia no lugar de atum.
A descoberta valeu matéria no New York Times, o projeto familiar ficou famoso e a empreitada ganhou até apelido: a sugestiva alcunha de sushi-gate.
O sucesso da iniciativa animou Stoeckle, que decidiu levar o projeto com o código de barras de DNA aos alunos do ensino médio de escolas de Nova Iorque. O apartamento do cientista virou um laboratório improvisado, mas com material adequado o suficiente para dar prosseguimento à pesquisa iniciada pela filha.
Por lá, alimentos continuam passando pelo crivo dos adolescentes, que já analisaram a procedência de mozarelas de búfala e ervas para chás.
O Alô, Professor conversou com Stoeckle por e-mail. Leia, a seguir, a entrevista com o cientista, que falou com entusiasmo sobre a sua empreitada com estudantes – um dos destaques no site da revista The Scientist no mês passado. O médico também mostrou empolgação com dois novos projetos que envolvem código de barras de DNA e adolescentes nos Estados Unidos.
CH On-line: Quando você decidiu que seria interessante ensinar genética de alto nível para adolescentes?
Mark Stoeckle: Sempre tive interesse em deixar as pessoas empolgadas sobre assuntos que envolvem ciência e natureza, particularmente as pessoas que não são especializadas nessas áreas. Em 2008, minha filha fez uma pergunta simples: se era possível identificar o DNA de peixes de sushi vendidos em restaurantes. Eu já trabalhava com o código de barras de DNA há vários anos, então ela sabia que cientistas já identificavam espécies pelo DNA. Disse a ela que achava possível, mas que ninguém havia tentado testar o DNA do sushi.
E como foi o primeiro teste?
Minha filha e uma amiga recolheram peixes e outros produtos à base de peixe vendidos em restaurantes e lojas no nosso bairro, em Nova Iorque. Enviei essas amostras para a Universidade de Guelph (Canadá) para testes com código de barras. Eles descobriram que 1/4 dos peixes era ‘falso’. Esses peixes foram vendidos sempre como uma espécie mais cara e desejada.
Minha filha acabou na capa do New York Times com a história do sushi-gate, que chamou a atenção em muitos países. Ajudá-las nesse projeto foi muito divertido, então decidi continuar trabalhando com pequenos grupos de alunos do ensino médio.
E é fácil ensinar a técnica do código de barras aos alunos?
A ideia de código de barras de DNA é simples e há muitas coisas no ambiente cotidiano que são interessantes de testar. Desde o seu início em 2003, um dos objetivos do projeto de código de barras em que trabalho é tornar fácil para qualquer pessoa, e não apenas para um especialista, a identificação de uma espécie.
Mas como transportar esse tipo de experiência para uma realidade menos favorecida educacional e economicamente?
Em 2012, várias empresas começarão a fazer kits de código de barras de DNA que tornarão mais fáceis as análises de amostras. Por outro lado, ainda é necessário um supervisor experiente e alguns equipamentos especializados, por isso o uso da técnica ainda é restrito.
E quanto você gastou para construir o seu laboratório caseiro?
Ano passado, construímos um laboratório caseiro para trabalhar com código de barras de DNA por 5 mil dólares. Foi o necessário para encomendar equipamentos de segunda mão à venda na internet. Os alunos usaram o laboratório para analisar amostras de chá, que custaram, cada uma, 15 dólares. Espero que com o tempo esses valores caiam substancialmente.
Quais outros projetos com adolescentes e código de barras de DNA você apontaria como promissores?
E qual avaliação você faz da sua experiência com os alunos?
A ciência feita com o coração é uma viagem de descoberta que torna tudo muito interessante. O código de barras de DNA é uma maneira de manter os alunos interessados em ciência, fazendo realmente uma investigação. Em cada um dos projetos, os alunos descobriram coisas que ninguém sabia. Os alunos que fizeram os experimentos com chá são coautores de um artigo na seção de relatórios científicos da Nature. Esse tipo de conquista deixa qualquer um muito animado.
Ciência Hoje On-line
domingo, 15 de janeiro de 2012
sexta-feira, 13 de janeiro de 2012
Sexta-feira 13 e superstição
Em dia de sexta-feira 13 vale lembrar a origem da palavra superstição.
A palavra "superstição" vem do latim "super", que significa "acima" e "stare", que significa "acima de". Assim eram chamadas as pessoas que tinham sobrevivido a uma batalha ao invés de seus pares e, portanto, estavam acima dos que não tiveram a mesma sorte.
Somos portanto todos vencedores e sortudos por estarmos vivos e na batalha, seja sexta-feira 13 ou não.
Abaixo uma lenda que fala da superstição de não se poder pescar no dia de finados.
O endiabrado Mandim
Ademar Vidal
No mundo marítimo existe um personagem endiabrado nas suas atitudes de reação. Quando ele quer uma coisa tem de se fazer o que ele quer, sob pena das hostilidades não demorarem muito. Mandim tem um domínio insuperável. As águas obedecem às suas ordens e os peixes se conduzem conforme os seus desejos de chefe. O pescador precisa andar muito direito porque do contrário sofrerá as conseqüências. Também o duende pede pouco. Não exige muita coisa, não. Ele mantém um luxo que não há meio de relaxar. Em todos os outros costuma ceder, mas num deles faz finca-pé, segura-se e não há meio de afrouxar. De modo que não permite a pescaria no dia dos mortos. E o jangadeiro que se der ao gosto de contrariar essa vontade, pode ficar certo de que sofrerá as conseqüências de um fracasso completo, nada conseguindo, voltando do mar com as mãos vazias, abanando. No samburá nem uma agulha quanto mais cavala.
Mandim considera-se proprietário único do oceano. Pelo menos do trecho que fica entre o Bessa e a Praia Formosa. A guarda que faz do dia de finados vem de um fato de significação bem humana. Teria naufragado um navio depois dos arrecifes que procedia das bandas da África carregado de negros para a lavoura paraibana. Vinha cheio, entupido mesmo, de coculo. Era tanta gente, que se deu uma catástrofe completa — e o único que poderia ter-se salvado foi exatamente o preto maioral, de nome Mandim. Mas renunciou ao propósito de defender a vida quando viu que os seus companheiros haviam sucumbido nos embates com as ondas traiçoeiras. E deixou-se morrer.
Por uma coincidência, teria acontecido a tragédia exatamente no dia de finados. A autoridade do comandante se passou para outro plano: ficou dirigindo o fiel respeito a certas praxes num campo assinalado pelo sacrifício de tantas existências. Quem pescar naquele dia, se arrepende. Quando muito poderá contar a história.
Sabe-se de um mulato falastrão que teimou em ganhar o oceano contra as ordens do mito que são conhecidas através da tradição. Saiu com o tempo bom, soprando nordeste suave. Largou-se para o alto na esperança de pescar muita garajuba e muita cióba. Depressa a noite chegou, pegando o marinheiro quase de repente — foi coisa mesmo de supetão. Com pouco ele principiou a ver umas luzes ao longe. E as luzes aumentando de volume. Só podia ser um navio iluminado feericamente. E o negócio se aproximando, se aproximando, se aproximando. Era de uma extensão formidável,:mais que um transatlântico, parecia antes um mundo que corria veloz na direção do pescador. E que, sem dúvida, iria esmagar a sua jangada, como um inseto miserável de tão insignificante.
Não eram luzes de eletricidade. Tinham parentesco próximo com fogo-fátuo. O ruído que fazia aquilo que vinha vindo rapidamente era um ruído infernal. Gritos se confundindo com exclamações pavorosas; gemidos lancinantes que se tornavam medonhos dentro da noite. E os peixes saltando desadoradamente como se estivessem muito contentes. Se era o vento, soprava forte e grosso, mais parecendo querer levar tudo de cambalhota. Não havia outro recurso senão fazer o impossível para regressar à praia.
O pescador, então, não quis mais conversa, danou-se para trás, aproveitando a correnteza para mudar de situação. Descobriu a estrela-guia e no seu rumo segurou o leme. A carreira era vertiginosa e de vez em quando olhava a visão se aproximando nos seus lumes de todas as cores. Chegou um momento que sentiu a situação quase perdida. Na confusão ouvia vozes mansas cantando o seu mal-assombrado.
Mandim, mandão, mandá,
Todos morreram no mar,
Longe da terra, bá,
M arabá, má, marabá,
Morrer quis Mandim, mandá
O acompanhamento era num tom fúnebre de cortar coração. Mas que história triste? Para que fora se meter nesse embrulho? Duvidar para quê? Nunca mais haveria de contrariar nada.
Acreditaria em tudo que viesse com a marca do invisível. De em diante seria assim. E o estribilho sem cessar na voz do vento da tempestade.
A terra ficou atrás,
Mandim,
Nunca mais, nunca mais
A lição teria servido ao mulato que havia já viajado por outras terras. Ficou sabendo de uma vez por todas que o fantasma tem força. Tem querer. E quando determina, não admite providência em contrário. Pescar no dia de finados que outro fosse e não ele, que ficara ensinado para sempre. Sentia-se feliz em haver saído são e salvo do embrulho.
Mandim era realmente uma potência que não podia, como não pode, ser contrariado nos seus luxos de mando. Veio de longe, trouxe sua gente, naufragou, morreram todos. Quis sacrificar-se voluntariamente na companhia de sua gente. Em compensação requeria respeito e que se guardasse o dia do ano, ou da semana, a sexta-feira. Não admitia pesca. Os peixes que folgassem. E quem quisesse mexer consigo que se metesse com muita coragem para suportar o repuxo e perder.
(Vidal, Ademar. Lendas e superstições; contos populares brasileiros. Rio de Janeiro, Empresa Gráfica O Cruzeiro, 1950, p.39-41)
Fonte: Jangada Brasil
quarta-feira, 11 de janeiro de 2012
Japão - Atum de 269 quilos é vendido por US$ 739 mil em Tóquio
O mercado de peixes de Tsukiji, em Tóquio, vendeu nesta quinta-feira pelo valor recorde de 56,49 milhões de ienes (US$ 739 mil) um Atum vermelho de 269 quilos durante o tradicional primeiro leilão do ano.O exemplar, que foi capturado em águas de Oma, na província de Aomori, superou o antigo preço máximo, registrado neste mesmo mercado no ano passado, quando um Atum vermelho pescado na ilha de Hokkaido foi vendido por 32,49 milhões de ienes (US$ 425 mil).
O quilo do Atum vendido nesta quinta-feira saiu por 210 mil ienes (US$ 2.750), muito acima dos 95 mil ienes o quilo (US$ 1.235) do exemplar que ostentava o recorde.
O comprador do Atum foi o distribuidor de pescados para a cadeia de restaurantes de sushi Kiyomura, informou a agência de notícias Kyodo .
O proprietário da empresa, Kiyoshi Kimura, de 59 anos, assegurou que sua intenção com a compra foi a de apoiar o Japão , que sofre as consequências dos devastadores terremoto e tsunami que em março do ano passado causaram a crise nuclear de Fukushima, além da estagnação econômica que o país atravessa. EFE
Fonte: Agência Efe
segunda-feira, 9 de janeiro de 2012
MPA mantém suspensão de emissão de carteiras de pescadores até março de 2012
O Ministério da Pesca e Aquicultura publicou no último dia 28 a Instrução Normativa Nº 12 de 2011 que altera o texto da IN nº 2, de 25 de janeiro. A nova IN prorroga até 31 de março de 2012 a medida que suspende a emissão de novas carteiras de pescador. Também permanece suspensa a concessão da Licença Inicial para Pescadores Profissionais na Pesca Artesanal. O objetivo é manter a suspensão até que seja finalizado o trabalho do grupo interministerial criado para aperfeiçoar o sistema.
A regra não se aplica a dois casos. O primeiro deles se dá quando o requerente tenha alcançado a maioridade durante o ano de 2011, ou venha a completá-la até março ano de 2012, independentemente de já possuir, ou não, Licença de Aprendiz de Pesca em vigor. O segundo caso é o dos portadores de Carteiras de Pescador Profissional emitidas pela Autoridade Marítima, SUDEPE, IBAMA ou MAPA que não tenham sido registrados no MPA. Os pescadores que se enquadrarem nesses dois perfis já estão aptos, desde 1º de janeiro, a requerer sua inscrição no Registro Geral da Pesca.
Clique aqui para ter acesso à íntegra do texto da IN
Fonte: MPA
domingo, 8 de janeiro de 2012
sábado, 7 de janeiro de 2012
domingo, 1 de janeiro de 2012
FELIZ 2012 !!!!!!!!
Saúde, paz e felicidades!
Harmonia, união e igualdade!
Saúde ambiental e justiça social!
Paz e força a todos os camaradas!
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