quarta-feira, 13 de março de 2013

Mortandade de peixes na Lagoa alerta para desequilíbrio ambiental

A Lagoa Rodrigo de Freitas, na Zona Sul do Rio, amanheceu coberta de peixes mortos. A mortandade, que já resultou no recolhimento de aproximadamente doze toneladas de peixes em dois dias, se agravou nesta quarta-feira. O espelho d’água da lagoa está tomado por peixes mortos de várias espécies. Crustáceos como caranguejos e camarões também foram encontrados mortos. Pescadores contam que os animais ainda vivos estão concentrados bem próximos à superfície da lagoa.


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Segundo o biólogo Mário Moscatelli, três fatores podem ser as causas da mortandade de peixes. Ele percorreu a Lagoa Rodrigo de Freitas num barco e afirmou que a situação é preocupante. O comportamento dos animais ainda vivos, que estão na superfície e sendo facilmente capturados, indica falta de oxigênio.

Nesta quarta-feira, todos os animais que dependem do oxigênio estão morrendo, peixes nobres e menos nobres, além de caranguejos, camarões. Três causas prováveis são o lançamento de esgoto em grande quantidade por problema em alguma elevatória da Cedae, aporte de matéria orgânica trazida por fortes chuvas ou um fenômeno climático que divide o espelho d’água em dois, um sem oxigênio mais no fundo e outro com oxigênio mais próximo da superfície. Pode ser a conjunção de mais de um desses fatores explicou o biólogo, afirmando que o monitoramento da permanente da Lagoa é fundamental para prevenir a mortandade.

De acordo com informações do jornal O Globo, a lagoa não é mais monitorada 24 horas por dia, como acontecia. Antes, era possível acompanhar on-line as condições da lagoa. Isso preocupa. Caso não passemos a monitorar e gerenciar de forma moderna, com tecnologia, a Lagoa Rodrigo de Freitas, uma das arenas das Olimpíadas de 2016, poderá estar tomada por peixes mortos durante os jogos.

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente(SMAC), no entanto, garantiu que a Lagoa Rodrigo de Freitas é monitorada 24 horas por dia. Segundo o órgão, a cada hora, a boia que fica no meio da lagoa emite boletins que são analisados em tempo real. De acordo com a secretaria, a população tem acesso às informações diariamente, no site do órgão e na própria lagoa, onde bandeiras de cores verde, amarela e vermelha, indicativas de qualidade, são hasteadas.

Segundo a secretaria, as fortes chuvas causaram o problema. O temporal provocou o desague de águas pluviais que levaram matéria orgânica para a Lagoa. Esta matéria orgânica, para se decompor, usa o oxigênio dissolvido, levando a zero e causando mortandade. A secretaria de Meio Ambiente informa que ainda estamos com zero de oxigênio neste momento. O secretário municipal de Meio Ambiente, Carlos Alberto Muniz descartou que o lançamento de esgoto tenha provocado a mortandade. Ele atribuiu o problema às duas grandes chuvas num espaçamento de tempo curto e o período reprodutivo de algumas espécies de peixes no mês de fevereiro, criando uma superpopulação e fazendo com que aumente o consumo de oxigênio na lagoa.

- A central de monitoramento da Lagoa faz acompanhamento permanente das condições. Não detectamos nenhuma entrada excepcional de esgoto. Tivemos duas fortes chuvas que trazem material orgânico para a Lagoa. O mês de fevereiro é o de reprodução de espécies como a Savelha. Isso criou uma superpopulação abaixando o nível de oxigênio na água – explicou Muniz. Segundo o secretário, a perspectiva é que o nível de oxigenação da Lagoa só aumente no meio da tarde desta quarta-feira, quando a maré encher e renovar a água da lagoa.

Ainda de acordo com o jornal O Globo Carlos Alberto Muniz afirmou que pretende estimular a pesca na lagoa no período anterior ao fim do verão de 2014 para equilibrar a população de peixes e evitar novas mortandades. A pesca na Lagoa Rodrigo de Freitas é de 300 a 400 quilos de pescado por dia. Vamos estimular o aumento da pesca e em 2014 evitar essa superpopulação de peixes nesta época do ano. Queremos estimular inclusive a pesca esportiva na lagoa. O recolhimento de peixes mortos está sendo feito por 90 funcionários da Comlurb, além de técnicos da secretaria de Meio Ambiente com o apoio de três catamarãs.

Fonte: Correio do Brasil

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