terça-feira, 30 de abril de 2013

Finning - Apreensão de barbatanas na Costa Rica


O “assassínio” de pelo menos 54 tubarões para extração das barbatanas vai levar as autoridades da Costa Rica a processar três pescadores locais. É o resultado de uma operação policial em que foram apreendidas 108 barbatanas que teriam como destino o mercado asiático.

As autoridades da Costa Rica vão avançar com um processo judicial sobre três pescadores locais, depois de uma operação policial ter apreendido 108 barbatanas. Os pescadores vão ser acusados da prática da caça de barbatana de tubarão incorrendo em penas de entre seis meses a dois anos de prisão, perda das licenças de pesca e do subsídio estatal de combustível, para além de multa.

A apreensão teve lugar na quinta-feira, num barco tripulado pelos três pescadores. O vice-ministro da Água e Oceanos da Costa Rica esclareceu, em comunicado, que as barbatanas apreendidas correspondem a pelo menos 54 tubarões, “que foram assassinados e lançados ao mar apenas para extrair as barbatanas, pois nenhum dos corpos dos animais estava a bordo”.

Fonte:  PTJornal

segunda-feira, 29 de abril de 2013

RS - Situação da pesca de emalhe é debatida no Ibama em Brasília

Uma comitiva das cidades do Rio Grande e São José do Norte foi recebida nesta quarta, em Brasília, pela presidência do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) para discutir a retomada da pesca de anchova e camarão pelos pescadores do emalhe, no Rio Grande do Sul. O objetivo é fazer com que 1.500 trabalhadores da região não percam a possibilidade de exercer esse tipo de pesca praticada há vários anos.

O grupo liderado pelo deputado Henrique Fontana e pelo prefeito do Rio Grande, Alexandre Lindenmeyer, foi recebido pelo presidente do Ibama, Volney Zanardi, que se mostrou sensível ao tema, prometendo encaminhar o assunto ao Ministério da Pesca. Atualmente, apenas grandes embarcações possuem licença do órgão ambiental para realizar esse tipo de pesca na região. Para o presidente do Sindicato dos Armadores da Pesca do Rio Grande (Sindarpes), Daniel de Oliveira Mello, a reunião foi produtiva. Ele alertou que a safra da anchova começa já em junho e caso a pesca não seja autorizada, poderia acarretar em sérios problemas financeiros para centenas de pescadores da região. “Não tem como pescar com esta restrição. Caso isso não se reverta, o prejuízo será total”, disse.

Revisão de normativas

Considerando a importância da cadeia produtiva da pesca para o município do Rio Grande, o prefeito Alexandre Lindenmeyer e o secretário de município da pesca, Ederson Silva, reforçaram a necessidade de providências com o pedido de criação de um Grupo de Trabalho para discutir a sustentabilidade da pesca de emalhe na região sul.

Os gestores também protocolaram alguns pedidos no Ministério do Meio Ambiente (MMA), como a revisão das instruções normativas 05/2004 e 10/2011, solicitando, respectivamente, a implantação dos planos de recuperação e gestão previstas no documento e que a captura da anchova, atualmente fauna acompanhante, passe a ser considerada espécie-alvo.

Fonte: Jornal Agora

sábado, 27 de abril de 2013

Pará - Investigação de fraudes no defeso


Representantes do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) vieram a Belém nesta quinta-feira (25) acompanhar as investigações das operações "Tétis" e "Proteu", iniciadas há mais de um ano para investigar fraudes no seguro-defeso, benefício concedido aos pescadores artesanais no período em que há proibição da pesca.

De acordo com o coordenador geral do seguro-defeso no Brasil, Márcio Borges, o Pará concentra 44% dos benefícios concedidos em todo o país e grande parte é fraudulento. A Polícia Federal já apurava mais de 300 indícios da fraude.

“Nós observamos alguns municípios com volume maior de requerimentos do benefício do que de pessoas. É o caso de Salvaterra, que 170 % da população economicamente ativa estava requerendo benefício. Isso é um forte indicativo que existem pessoas sendo agenciadas, vindo de outros locais pedindo o benefício de forma indevida”, disse o coordenador geral do seguro-defeso.

O MTE vai pedir mais segurança no sistema de cadastro do benefício. “Já existe a possibilidade de um comando da própria Casa Civil, da Presidência da República de que seja feito um grupo interministerial, do Ministério da Pesca e do Trabalho, e outros órgãos de controle, para aprimorar cada vez mais esse sistema e evitar as possíveis fraudes”, disse Rafael Oliveira, representante do MTE.

Estima-se que o prejuízo à união seja de mais de R$ 18 milhões.

A Polícia Federal prendeu 38 suspeitos de terem fraudado concessões de seguro desemprego para pescadores artesanais no Pará e Amapá. Segundo a polícia, o golpe resultou em um prejuízo para os cofres da União de R$ 18 milhões desde o ano de 2010. As prisões aconteceram durante as operações "Tétis" e "Proteu", realizadas nesta quinta-feira (25) com o apoio da Polícia Civil e do Ministério do Trabalho e Emprego em vários municípios do arquipélago do Marajó, em Belém e no nordeste do Pará, além do Oiapoque e Laranjal do Jari, no Amapá.

Dentre os 38 presos estão 13 servidores públicos da Caixa Econômica Federal, Ministério do Trabalho e Emprego e SINE (Sistema Nacional de Emprego), além de presidentes de colônias de pescadores e vigilantes de agências bancárias. Além das prisões, também foram cumpridos 41 mandados de busca e apreensão, bloqueios de 44 contas bancárias e cancelamentos de 19 Registros Gerais de Pesca.

De acordo com a Polícia Federal, os criminosos atuavam providenciando a documentação necessária para que moradores dos muncipios conseguissem a documentação necessária para o seguro, o que caracteriza os crimes de formação de quadrilha, falsidade ideológica e estelionato qualificado.

Fonte: G1

quinta-feira, 25 de abril de 2013

SC - Em manifestação, pescadores artesanais fecham BR-101


Uma manifestação está marcada para as 10 horas dessa quinta-feira no trevo de acesso ao município de Laguna. O trânsito vai ser interrompido por uma hora naquela região. Barcos, bonecos, faixas, cartazes e redes destruídas serão colocados nos dois sentidos da BR-101 para impedir o tráfego na rodovia. Conforme o secretário da Federação das Associações dos Pescadores Artesanais de Santa Catarina, Pedro Guerreiro, a manifestação é para chamar atenção do Ministério da Pesca e do Ibama para normativas que prejudicam os pescadores artesanais.

“Normativas como o tamanho dos barcos dos pescadores e as datas estabelecidas para pesca de certos tipos de peixes prejudicam os pescadores. Queremos que essas questões sejam revistas”, explica. Além disso, segundo Guerreio, os barcos industriais também limitam a pesca artesanal. “Nosso objetivo é tornar essa manifestação pública, portanto, queremos que toda sociedade saiba dos problemas que os pescadores artesanais enfrentam diariamente”, conclui.

Fonte: Engeplus

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Maricultores de Florianópolis aceitam proposta de indenização

Os maricultores afetados pelo embargo desde janeiro deste ano no Ribeirão da Ilha, em Florianópolis, aceitaram nesta quarta-feira, dia 17, a proposta para o ressarcimento dos equipamentos para produção de ostras, feita pela Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca. O pagamento da indenização terá base nas declarações de produção de cada maricultor e estabelece o preço de R$ 0,88 a dúzia de ostras e R$ 0,21 o quilo de mexilhão.

Para o secretário João Rodrigues, a comercialização e o consumo de ostra, marisco e berbigão deve normalizar nas próximas semanas. "O desembargo é a prova de que os produtos cultivados na Baía Sul estão aptos para o consumo. Além disso, as outras áreas de produção do litoral de Santa Catarina continuam comercializando e mantendo a excelência da maricultura catarinense", afirma. Somente em Florianópolis, há 88 maricultores e na área embargada atuavam 27 deles.

A reunião, realizada na sede da Secretaria da Agricultura e da Pesca, ocorreu após o anúncio feito pela Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina (Fatma), que desembargou a área da Praia da Mutuca, no bairro da Tapera e Ribeirão da Ilha, na última segunda-feira, dia 15. A previsão é de que o pagamento ocorra em no máximo 15 dias.

Na próxima semana será pago pela Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc) aos maricultores o valor proporcional dos 60 dias de atraso na produção. Quanto a indenização referente aos materiais aos produtores de berbigão, foi acertado que ela ocorrerá dentro de um programa social envolvendo a Celesc e a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) que contempla todos os envolvidos. "O pessoal do berbigão aceitou esperar um pouco mais para receber. O levantamento do material está sendo feito, assim como se planeja fazer uma socialização do espaço", destacou o chefe de gabinete da Secretaria da Agricultura e da Pesca, Leonardo Silvano. Ainda nesta semana os produtores de berbigão vão receber a segunda indenização de ajuda de custo referente ao período de 60 dias.

Fonte: Economia SC

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Seminário traça paralelo entre a Constituição Federal e a Proteção dos Ecossistemas Costeiros e Marinhos


A Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – CMADS, com o apoio da Frente Parlamentar Ambientalista e Fundação SOS Mata Atlântica realizam no dia 11 de abril, o Seminário: 25 anos da Constituição Federal e a Proteção dos Ecossistemas Costeiros e Marinhos.

O objetivo do debate é apresentar os desafios e lacunas nas políticas públicas para a conservação e proteção dos ecossistemas marinhos e também propor uma agenda de trabalho entre os atores envolvidos.

Segundo o Deputado Sarney Filho (PV/MA), autor do requerimento Nº 181/2013 que solicita a realização do evento, apesar da relevância ecológica e socioeconômica, os ambientes marinhos e costeiros estão entre os mais ameaçados do País e menos protegidos por acordos, normas, leis e políticas públicas.

“Os ecossistemas marinhos brasileiros prestam enormes serviços ambientais que favorecem o bem-estar humano, o equilíbrio climático, a produção de pescados e a proteção da linha de costa”, alertou Sarney Filho.

Em 2013 a Constituição Federal completa 25 anos, momento considerado oportuno pelos ambientalistas para avaliar de que forma a conservação marinha está amparada na legislação brasileira. De acordo com a Constituição Federal Brasileira, de 1988, em seu artigo 225, a Zona Costeira, região habitada por quase a metade de população do País, foi definida como um Patrimônio Nacional e sua utilização se dará na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente e dos recursos naturais.

O Seminário será realizado no Plenário 8, do Anexo II, da Câmara dos Deputados, em Brasília.

Confira abaixo a programação do evento:


9h30 às 10h10 – Abertura

· Deputado PENNA, Presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável;

· Deputado SARNEY FILHO, Primeiro-Vice-Presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e Coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista;

· Deputado ARNALDO JORDY, Segundo-Vice-Presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável;

· Deputado MÁRCIO MACÊDO, Coordenador do GT Mar da Frente Parlamentar Ambientalista e

· Senhor ROBERTO KLABIN, Presidente da Fundação SOS Mata Atlântica


10h10 às 11h10 – Apresentações Técnicas

· Coordenadora: LEANDRA GONÇALVES, Consultora da Fundação SOS Mata Atlântica.

Tema: Ecossistemas costeiros e marinhos: ameaças e legislação nacional aplicável.
Palestrante: Senhora ILÍDIA JURAS, Consultora Legislativa da Câmara dos Deputados.


Tema: Análise comparada sobre legislação internacional para zona costeira.
Palestrante: Senhor ANDRÉ LIMA, Consultor Ambiental.


Tema: Estudo da arte dos 25 anos de gerenciamento costeiro integrado.
Palestrante: Senhor MAURO FIGUEIREDO DE FIGUEIREDO, Assessor do Departamento de Áreas Protegidas do Ministério do Meio Ambiente.

11h10 às 12h30 - Painel Governamental

· Coordenador: GUILHERME DUTRA, Diretor do Programa Marinho da CI - Conservação Internacional.

Palestrantes:

· Representante do Ministério do Meio Ambiente

· Senhora CLÁUDIA ALVES DE MAGALHÃES, representante do Comitê-Executivo do GI-Gerco - Grupo de Integração do Programa Nacional de Gerenciamento Costeiro

· Senhor AMÉRICO TUNES, Secretário de Monitoramento e Controle da Pesca e Aquicultura do Ministério da Pesca e Aquicultura

· Capitão-de-Mar-e-Guerra MARISE SILVA CARNEIRO, Subsecretária para o PSRN - Plano Setorial para os Recursos do Mar da Marinha do Brasil

12h30 às 14h – Almoço

14h às 15h – Painel Ciência

· Coordenadora: LEANDRA GONÇALVES, Consultora da Fundação SOS Mata Atlântica.

Palestrantes:

· Senhor MARCUS POLETTE, Professor-Pesquisador da Univale - Universidade Vale do Itajaí;

· Senhor ALEXANDER TURRA, Professor-Pesquisador do Instituto Oceanográfico da USP - Universidade de São Paulo e

· Senhora BEATRICE PADOVANI, Professora-Pesquisadora da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco.



15h às 16h – Painel Sociedade Civil

· Coordenador: ANDRÉ LIMA, Consultor Ambiental
Palestrantes:

· Senhora LEANDRA GONÇALVES, Consultora da Fundação SOS Mata Atlântica;

· Senhor GUILHERME DUTRA, Diretor do Programa Marinho da CI - Conservação Internacional e

· Senhora HELOÍSA DIAS, Coordenadora do Colegiado Mar da Reserva Biosfera.

16h às 17h - Conclusões Finais e Encaminhamentos

Composição da Mesa:

· Deputado ARNALDO JORDY, Segundo-Vice-Presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e

· Senhor ROBERTO KLABIN, Presidente da Fundação SOS Mata Atlântica.

Serviço:
O que: Seminário: 25 anos da Constituição Federal e a Proteção dos Ecossistemas Costeiros e Marinhos.
Data: 11 de abril
Horário: 9h30 às 17h
Local: Plenário 8, do Anexo II, da Câmara dos Deputados.


Fonte: Câmara dos Deputados
Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
Câmara dos Deputados
Telefone: 61-3216-6527
E-mail: meioambiente@camara.leg.br

terça-feira, 2 de abril de 2013

Tem boi na linha e no anzol


ARTIGO - Gil Castello Branco

A Bíblia conta sobre a multiplicação dos pães e dos peixes. Na Galileia, Jesus pregava para uma multidão quando anoiteceu e se aproximou o horário do jantar. Diante da preocupação dos seus discípulos, Jesus chamou um menino que tinha à mão um cesto com cinco pães e dois peixes e orientou seus apóstolos a distribuir esses alimentos. O milagre permitiu que mais de 5 mil pessoas fossem alimentadas.
No Brasil, a multiplicação das últimas décadas não foi a dos pães ou a dos peixes, mas, sim, a dos pescadores, por meio do seguro-defeso, existente desde 1991. Para preservar espécies, o governo paga um salário mínimo aos pescadores artesanais por tantos meses quanto dure a reprodução, em áreas definidas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Normalmente, o benefício é pago por quatro meses. Aos interessados basta comprovar o exercício profissional da pesca, a inscrição no INSS e que não tenham outro emprego, bem como qualquer outra fonte de renda.

Seja pela consciência ambiental, seja pela renda fixa e fácil, o número de beneficiados cresceu exponencialmente. Em 2002, eram 91.744 os favorecidos. Em 2011 já eram mais de meio milhão. Há dois anos, exatamente 647.670 pessoas já afirmavam viver tão somente da pesca, individual ou em regime de economia familiar, fato que lhes assegurava o direito de receber o valor de um salário mínimo mensal, durante o período de defeso.

Os gastos do governo, obviamente, cresceram na mesma proporção. Em 2002, o Ministério do Trabalho pagou R$ 60,2 milhões a título de seguro-desemprego aos pequenos pescadores. Em 2012, os pagamentos chegaram a R$ 1,9 bilhão. Neste ano, a dotação do Orçamento-Geral da União é de aproximadamente R$ 2 bilhões. O montante corresponde ao triplo dos R$ 630 milhões orçados em 2013 para o Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA). O valor bilionário pago com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador é também quatro vezes maior do que as exportações brasileiras de pescado em 2012, que geraram cerca de R$ 500 milhões. Os números são tão estranhos que parecem "história de pescador".

Nos dois últimos anos, os Estados do Pará, Maranhão e Bahia lideraram os recebimentos do seguro-defeso, tendo São Paulo ficado em 15.º lugar, pouco à frente do Rio de Janeiro, na 17.ª colocação. Enquanto no Pará os pagamentos atingiram R$ 905 milhões, em São Paulo somaram R$ 63,8 milhões. O município paulista campeão foi Iguape, onde os pescadores receberam R$ 7,3 milhões, mais do que o dobro dos R$ 2,6 milhões desembolsados por cidade em favor dos que vivem da pesca em Panorama e Presidente Epitácio. No Guarujá, o 4.º colocado, foram pagos R$ 2,5 milhões.

Conforme cadastro da Controladoria-Geral da União (CGU), até em Brasília existem cinco pessoas que receberam juntas R$ 11.784,00 em razão do bolsa-pesca.

Alguns fatos explicam o crescimento vertiginoso das despesas. O benefício estar atrelado ao salário mínimo - com evolução real significativa - é uma delas. Merecem também destaque as disposições legais que reduziram o tempo exigido de registro como pescador artesanal para a obtenção do benefício e dispensaram a obrigatoriedade da inscrição em colônias de pescadores. Paralelamente, o número de inscritos no Registro Geral da Atividade Pesqueira cresceu de forma alucinante. Em 2003, o cadastro tinha pouco mais de 85 mil inscritos e, em 2012, o número superou 1 milhão de inscrições. Em menos de dez anos, a variação da quantidade de registros atingiu 1.125%. É claro que tem boi na linha e no anzol.

As fraudes surgem como um tsunami. Em 2011, a própria CGU já havia constatado 60,7 mil pagamentos irregulares, cuja soma alcançava R$ 91,8 milhões. Em 2012, a Advocacia-Geral da União no Ceará apurou que existiam pescadores cadastrados em colônias que nem sequer residiam nas respectivas cidades e não tinham a pesca como atividade principal. Em Santa Catarina, no município de Tubarão, espertalhões que atuavam em outras atividades e nunca viram um peixe na vida se inscreviam nas associações de classe, pagavam anuidades, contavam tempo de serviço e se aposentavam. O procurador da República Celso Três processou mais de 300 pessoas por fraudes, e ainda assim disse: "É como secar um oceano".

Aliás, o Ministério Público (MP) já abriu ações penais no Amazonas, Maranhão e em vários outros Estados. No mês passado, investigações da Polícia Federal (PF) em Minas Gerais identificaram que fazendeiros, políticos, comerciantes e até um pastor dono de clínica de reabilitação em Belo Horizonte recebiam a bolsa. Os inquéritos devem se transformar em processos por estelionato.
Como o que está ruim sempre pode piorar, há vários projetos de lei no Congresso Nacional que pretendem ampliar o benefício. Dentre eles, por exemplo, os que tratam de estender o seguro-defeso aos pesqueiros impedidos de exercer a atividade por causa das condições climáticas e, ainda, a toda a cadeia da pesca, incluindo os que transportam, comercializam, reparam embarcações e costuram redes. Outras propostas cogitam beneficiar os catadores de mariscos, caranguejos, siris e guaiamuns. A ideia mais curiosa é a que concede a bolsa-pesca mesmo àqueles já contemplados pelo auxílio-doença.

Há cerca de 20 dias, o Tribunal de Contas da União divulgou acórdão analisando os fatores que contribuíram para o incremento das despesas e anunciou auditoria no MPA para avaliar a eficácia dos controles internos referentes à concessão do benefício.

Ao contrário da passagem bíblica, fato que a religiosidade explica, é extremamente necessário que os órgãos de controle, a PF, o MP e a própria Justiça investiguem, de forma sistêmica, as fraudes generalizadas relacionadas à multiplicação dos pescadores, que exalam politicagem e má-fé.

Fonte: Senado Federal

Noruega - Indústria de processamento do bacalhau rejeita uso de aditivos


"Eu concordo com a proibição do uso de fosfatos. Se nós não usamos nos nossos filetes, não faz sentido usarmos aditivos na produção", afirmou Paul Hauan, diretor na unidade da Norway Seafoods em naquela localidade.

As ilhas Lofoten são uma das regiões com maior tradição de pesca do bacalhau, do qual Portugal é o segundo maior importador, atrás do Brasil.

Nesta unidade, o peixe é recebido diariamente fresco das traineiras de pequena dimensão, cujos pescadores não estão a par da polémica, e processado para vários tipos de produtos.

Atualmente interditado, o uso de aditivos no processo de salga úmida do pescado está em discussão na Comissão Europeia devido a uma proposta apresentada em conjunto pela Dinamarca, Islândia e uma associação de armadores da Noruega.

O objetivo é,  dizem, impedir que o peixe amarele e que mantenha uma cor branca, mas os industriais portugueses do setor afirmam que os polifosfatos resultam na retenção de água e perda de qualidade do bacalhau salgado seco.

Um estudo científico de 2010 pelo instituto islandês Matis concluiu que os fosfatos podem ser às vezes uma ajuda ao processamento e não são detetados no produto final de consumo.

Porém, admite que também podem ser usados como aditivos alimentares, contrariando diretivas existentes, pelo que sugere a limitação de quantidades e a discussão entre produtores, compradores e autoridades reguladoras da alimentação.

Oslo tem vincado a disponibilidade para conceder uma exceção para proteger o processo de secagem tradicional usado em Portugal, mas o impasse forçou o adiamento de uma decisão em Bruxelas.

Terje Engø, jornalista da revista especializada Norther Seafood, recorda-se do debate na Noruega há alguns anos atrás e dos rumores de uso ilegal de aditivos no bacalhau.

As multas elevadas definidas para os infratores terão sido suficientes para desencorajar a prática, mas admite que poderá haver interessados no uso de polifosfatos na indústria de processamento, sobretudo porque é feito por outros países, nomeadamente asiáticos.

"Suponho que a discussão regressará", previu.

Fonte: Diário Digital com Lusa

segunda-feira, 1 de abril de 2013

PE - Programa Água Doce (PAD)

Dois milhões e meio de moradores do semiárido brasileiro devem ser beneficiados com o acesso à água potável até 2019. Essa é a meta do Programa Água Doce (PAD), ação do governo federal, coordenada pelo Ministério do Meio Ambiente, que visa a implantação de sistemas de dessalinização em municípios que sofrem com a desertificação. Na próxima quarta-feira (03/04), será a vez de Pernambuco inaugurar a Unidade Demonstrativa do Programa Água Doce na Comunidade da Agrovila VIII, no município de Ibimirim, localizado a 339 quilômetros da capital.

Situado na região do Moxotó, Ibimirim, está entre os municípios de menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do estado. “É uma área muito carente e se enquadra na nossa meta de atender primeiramente aos municípios que mais precisam”, destaca o coordenador do Programa Água Doce, Renato Saraiva Ferreira. A unidade começou a ser construída em agosto de 2012. Os 305 moradores da Agrovila VIII, que antes recebiam água salobra, sem tratamento, por meio de carros-pipa, já se beneficiam da água de boa qualidade oferecida pelo sistema de dessalinização implantado pelo PAD.

Desde 2003, o PAD beneficiou mais de 100 mil pessoas, em 152 comunidades distribuídas pela região do Semiárido e já capacitou mais de 600 pessoas. A meta é aplicar essa metodologia na recuperação, implantação e gestão de 1.200 sistemas de dessalinização nos dez estados da região até o próximo ano. Para isso, estão sendo investidos R$ 186 milhões, beneficiando 480 mil pessoas. Isso significa média de 400 pessoas por sistema.



Sistema de Produção Integrado do Programa Água Doce desenvolvido pela Embrapa

Semiárido

Uma Unidade Demonstrativa é um sistema de produção integrado de forma sustentável por três subsistemas interdependentes. No primeiro momento a água é captada por meio de poço profundo, enviada à um dessalinizador e em seguida armazenada em um reservatório para distribuição. No segundo momento, o efluente do dessalinizador (concentrado), água muito salina, é então utilizado para o cultivo da tilápia. No terceiro momento, o concentrado dessa criação, rico em matéria orgânica, é aproveitado para a irrigação da erva-sal (Atriplex nummularia), que por sua vez é utilizada na produção de feno para a alimentação de ovinos e caprinos da região, fechando assim o sistema de produção ambientalmente sustentável.

É uma combinação de ações integradas, de forte impacto social, que, além de produzir água potável para as comunidades atendidas, proporciona o aproveitamento econômico dos efluentes resultantes do processo de dessalinização. Como resultado, há melhoria da qualidade de vida da população e redução do impacto ambiental, o que não ocorreria caso não houvesse aproveitamento dos efluentes gerados no processo de dessalinização.

Fonte: MMA

Mais informações clique aqui

As postagens mais populares da última semana: