quarta-feira, 24 de julho de 2013

Povos tradicionais têm papel crucial na conservação da biodiversidade


Na região do alto e do médio Rio Negro, no Amazonas, existem mais de 100 variedades de mandioca, cultivadas há gerações por mulheres das comunidades indígenas, que costumam fazer e compartilhar experiências de plantio, chegando a experimentar dezenas de variedades em seus pequenos roçados ao mesmo tempo.

Exemplo de conservação da agrobiodiversidade por populações tradicionais, o sistema agrícola do Rio Negro foi registrado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 2010 como patrimônio imaterial do Brasil.

A partir da constatação de que essas práticas culturais geram uma diversidade de grande importância para a segurança alimentar, elaborou-se um projeto-piloto de colaboração entre a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e as organizações indígenas do médio e alto Rio Negro.

O projeto integrará uma iniciativa criada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) por meio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), com o objetivo de chegar a um programa que estimule a colaboração entre cientistas e detentores de conhecimentos tradicionais e locais.

A iniciativa foi anunciada por Maria Manuela Ligeti Carneiro da Cunha, professora emérita do Departamento de Antropologia da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, e professora aposentada da Universidade de São Paulo (USP), na abertura da Reunião Regional da América Latina e Caribe da Plataforma Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços de Ecossistemas (IPBES, na sigla em inglês), ocorrida no dia 11 de julho na sede da FAPESP, em São Paulo.

“O projeto-piloto será um bom exemplo de como é possível a colaboração entre a ciência e os conhecimentos tradicionais e locais, capazes de dar grandes contribuições para a conservação da diversidade genética de plantas – um problema extremamente importante”, disse Carneiro da Cunha, coordenadora do projeto.

“A conservação in situ de variedades de plantas, por excelência, pode e deve ser feita pelas populações tradicionais. O Brasil, ao promulgar o tratado da FAO [Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura] sobre recursos fitogenéticos, se obrigou a estimular essa opção”, afirmou.

Carneiro da Cunha ressalvou que, diferentemente do que costuma se entender, os conhecimentos tradicionais não são um “tesouro”. Não são apenas dados que devem ser armazenados e disponibilizados para uso quando se desejar, como foi feito com a medicina ayurvédica, na Índia. De acordo com a antropóloga, a sabedoria tradicional é um processo vivo e em andamento, composto por formas de conhecer a natureza, além de métodos, modelos e “protocolos de pesquisa” que continuamente geram novos conhecimentos.

IPCC da biodiversidade

Criado oficialmente em abril de 2012, após quase dez anos de negociações internacionais, o IPBES tem por objetivo organizar o conhecimento sobre a biodiversidade no planeta para subsidiar decisões políticas em âmbito mundial, a exemplo do trabalho realizado nos últimos 25 anos pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) em relação ao clima do planeta.

Para isso, o organismo intergovernamental independente realizará uma série de reuniões com pesquisadores da América Latina e Caribe, África, Ásia e Europa nos próximos dois meses, produzindo diagnósticos regionais que comporão um relatório sobre a biodiversidade do planeta.

Os documentos conterão as particularidades dos países de cada região e deverão levar em conta, além do conhecimento científico, a contribuição do conhecimento acumulado durante séculos pelas populações tradicionais e povos indígenas dessas regiões para auxiliar nas ações de conservação de biodiversidade.

“Uma das ações mais importantes do IPBES deverá ser o envolvimento de populações locais e indígenas desde o início do programa, chamando-as para participar do planejamento dos estudos, da identificação de temas de interesse comuns a serem estudados e do compartilhamento dos resultados”, disse Carneiro da Cunha.

“O IPCC, que iniciou suas atividades em 1988, só começou a pedir a contribuição do conhecimento dos povos tradicionais e indígenas para o desenvolvimento de ações para diminuir os impactos das mudanças climáticas globais depois da publicação de seu quarto relatório, em 2007”, contou.

Importância do conhecimento tradicional
De acordo com Carneiro da Cunha, os povos tradicionais e indígenas são muito bem informados sobre o clima e a diversidade biológica locais – e, por isso, podem ajudar os cientistas a compreender melhor as mudanças climáticas e o problema da perda da biodiversidade.

Esses povos costumam habitar áreas mais vulneráveis a mudanças climáticas e ambientais e são muito dependentes dos recursos naturais encontrados nessas regiões. Acompanham com minúcia cada detalhe que constitui e afeta diretamente sua vida e são capazes de perceber com maior acurácia mudanças no clima, na produtividade agrícola ou na diminuição de número de espécies de plantas e animais, por exemplo, apontou a antropóloga.

“Esse conhecimento minucioso é de fundamental importância. Até porque uma das limitações que esses painéis como o IPCC e, agora, o IPBES enfrentam é identificar problemas e soluções para lidar com as mudanças climáticas globais em nível local. Isso é algo que só quem mora há muitas gerações nessas regiões é capaz de perceber”, disse.

Segundo dados apresentados por Carneiro da Cunha e por Zakri Abdul Hamid, presidente do IBPES na abertura da reunião na FAPESP, há aproximadamente 30 mil espécies de plantas cultivadas no mundo, mas apenas 30 culturas são responsáveis por fornecer 95% dos alimentos consumidos pelos seres humanos; arroz, trigo, milho, milheto e sorgo respondem por 60%.

Isso porque, com a chamada “Revolução Verde”, ocorrida logo depois da Segunda Guerra Mundial, houve uma seleção das variedades mais produtivas e geneticamente uniformes, em detrimento de plantas mais adaptadas às especificidades de diferentes regiões do mundo. Diferenças de solo e clima foram corrigidas por insumos e defensivos agrícolas. Com isso, se espalhou uma grande homogeneidade de cultivares no mundo – levando à perda de muitas variedades locais.

“Houve um processo de erosão da diversidade genética das plantas cultivadas no mundo. Isso representa um enorme risco para a segurança alimentar porque as plantas são vulneráveis a ataques de pragas agrícolas, por exemplo, e cada uma das variedades locais de cultivares perdidas tinha desenvolvido defesas especiais para o tipo de ambiente em que eram cultivadas”, contou Carneiro da Cunha.

Um dos exemplos mais célebres dos impactos causados pela perda de diversidade agrícola, segundo a pesquisadora, foi a fome na Irlanda, que matou 1 milhão de pessoas no século XIX e causou o êxodo de milhares de irlandeses para os Estados Unidos.

Apenas duas das mais de mil variedades de batatas existentes na América do Sul haviam sido levadas para a Irlanda, no século XVI. Uma praga agrícola acabou com as plantações, levando à fome, uma vez que a batata já era o alimento básico na Irlanda e em outros países da Europa.

A partir daí, para evitar a ocorrência de problemas do mesmo tipo, vários países criaram bancos de germoplasma (unidades de conservação de material genético de plantas de uso imediato ou com potencial uso futuro). A medida por si só, no entanto, não basta, uma vez que as plantas coevoluem com os ambientes, que também mudam ao longo dos anos. Assim, é necessário complementar os bancos de germoplasma com ações de conservação in situ, ressaltou Carneiro da Cunha.

“É importante que se entenda que o conhecimento tradicional não é algo que simplesmente se transmitiu de geração para geração. Ele é vivo e os povos tradicionais e indígenas continuam a produzir novos conhecimentos”, ressaltou.

Entraves para aproximação
De acordo com a pesquisadora, apesar da importância da aproximação da ciência dos conhecimentos tradicionais e locais, o assunto só começou a ganhar relevância a partir da Convenção da Biodiversidade Biológica (CDB), estabelecida em 1992, durante a ECO-92.

A regulamentação do acesso ao conhecimento tradicional, previsto no artigo 8j da CDB, no entanto, ainda é um problema praticamente universal, afirmou a pesquisadora. “Peru e Filipinas já têm suas legislações. Mas ainda são poucos os países que editaram suas leis”, disse.

O Brasil ainda regula o acesso a recursos genéticos e aos conhecimentos tradicionais associados por meio de uma medida provisória e não se chegou ainda a um consenso para uma legislação nacional. “Não se pode ficar somente nessa atitude defensiva e acusar todo mundo de biopirataria, nessa ‘bioparanoia’ no país, que é um grande impedimento que teremos de superar”, avaliou.

É preciso estabelecer relações de confiança, afirmou a antropóloga, algo que só se consegue ao longo dos anos. Uma das formas ideais de se fazer isso, segundo ela, é quando a própria comunidade tradicional tem um problema para o qual está buscando solução e que também interessa aos cientistas.

Um exemplo disso ocorreu recentemente no âmbito do Conselho Ártico – organização intergovernamental que toma decisões estratégicas sobre o Polo Norte, reunindo oito países e 16 populações tradicionais, em sua maioria, pastores de renas.

Em parceria com as comunidades tradicionais transumantes (que deslocam periodicamente seus rebanhos de renas para regiões no Ártico, onde encontram melhores condições durante partes do ano), um grupo de pesquisadores dos países nórdicos, além da Rússia, Canadá e Estados Unidos, estudou os impactos das mudanças climáticas nos ecossistemas, na economia e na sociedade da região.

Feito em colaboração com a Agência Espacial Norte-Americana (Nasa, na sigla em inglês) e com diversas universidades e instituições de pesquisas, o estudo resultou em um relatório decisivo, intitulado Informe de Resiliência do Ártico (ARR, na sigla em inglês), divulgado em 2004.

“Essa talvez tenha sido a experiência mais bem-sucedida até agora de colaboração da ciência e dos conhecimentos tradicionais e locais”, avaliou Carneiro da Cunha. “É importante que os cientistas conheçam o que se faz nas comunidades tradicionais e, por sua vez, os povos tradicionais também conheçam o que se faz nos laboratórios científicos”, disse.


terça-feira, 23 de julho de 2013

BA - Salvador: Pescadores lutam para melhorar as colônias



Simpáticos, conversadores, criativos e exímios contadores de histórias, os cerca de seis mil pescadores das quatro colônias de Salvador enfrentam atualmente uma série de dificuldades cotidianas para continuar a exercer esta antiga e tradicional atividade da cultura baiana.

Estrutura física deficiente, embarcações antigas e precárias, e a poluição marítima são alguns problemas apontados por pescadores, de Itapuã ao subúrbio ferroviário.

A Bahia tem cerca de 126 mil pescadores, que produzem 115 mil toneladas de pescado por ano.

A equipe de reportagem do A TARDE visitou as quatro colônias - Itapuã, Rio Vermelho, subúrbio e Itapagipe - na última semana. Os pescadores contaram que se consideram "desassistidos".

Entre as principais reclamações estão carência de linhas de crédito para adquirir novos equipamentos e reformar embarcações e sedes e a falta de programas de capacitação.

Segundo o ministro interino da Pesca e Aquicultura, Átila Maia, o governo federal criou linhas de crédito para pequenos e grandes produtores.

Como principal exemplo, ele cita o Plano Safra da Pesca, lançado no ano passado, que vai disponibilizar cerca de R$ 4,1 bilhões até 2014 em linhas de créditos, "para atender a todos os segmentos".

Os financiamentos vão de R$ 1 mil até R$ 60 mil, a depender do projeto apresentado pelo pescador.

"Nossa meta é investir nos pequenos e grandes produtores e, a longo prazo, produzir 20 milhões de toneladas de pescado por ano", ressalta Maia. A produção atual do Brasil é de 1,2 milhões de toneladas.

A Prefeitura de Salvador informou que a reforma das sedes das colônias de pescadores, desde as centrais (Itapuã, Rio Vermelho, Plataforma e Paripe) até as demais agremiações (como Boca do Rio e São João do Cabrito), estão inclusas no projeto de requalificação da orla marítima.

A administração municipal comunicou, ainda, que está elaborando um programa para oferecer capacitação a esses profissionais.

Inverno - Além dos problemas estruturais e financeiros enfrentados diariamente, os pescadores sofrem ainda mais no inverno, quando as chuvas e ventos fortes são frequentes.

"Ganhamos, em média, um salário mínimo por mês (R$ 678). No inverno, diminui para cerca de R$ 400", lamenta o diretor da colônia de Itapuã Francisco Brito.

Nas colônias do subúrbio ferroviário (sede em Paripe) e Itapagipe (sede em Plataforma), os barcos quebrados são um problema apontado pelas lideranças locais.

"O barco fica encostado porque o pescador não tem condição de consertar, aí não pode ir para o mar, fica dependendo do barco de colegas", revela o presidente da colônia de Itapagipe, Carlos Alberto Pereira.

Orla da capital abriga quatro colônias
Itapuã (Z-6) - A jurisdição desta colônia vai da praia do Flamengo até parte da Boca do Rio. Fundada em 31 de março de 1956, reúne 1,2 mil pescadores e 32 barcos grandes (de 7 e 8 metros). A colônia não tem dados sobre barcos menores e se divide em três pontos: uma sede, uma associação e uma peixaria, todas em Itapuã. Entre os problemas apontados está a falta de segurança e a diminuição nas vendas em até 50%

Rio Vermelho (Z-1) - Esta colônia abrange parte da Boca do Rio até a Rampa do Mercado Modelo. Fundada em 21 de março 1972, tem cerca de 2,2 mil pescadores e em torno de 1,5 mil embarcações. A sede, que funciona na Casa Iemanjá, é na Rua Guedes Cabral, Rio Vermelho. Um entre os principais problemas apontados pela direção é a estrutura precária da sede, que está com paredes e teto rachados.

Itapagipe (Z-2) - Com cerca de 400 pescadores, a colônia tem sede em Plataforma e abrange da Rampa do Mercado Modelo até São João do Cabrito. Fundada em 15 de janeiro de 1937, enfrenta atualmente problemas como embarcações defeituosas, falta de equipamentos de pesca e insegurança. Não há informações sobre a quantidade de barcos.

Subúrbio (Z-67) - De São João do Cabrito a São Thomé de Paripe. Tem em torno de 1,3 mil pescadores e cerca de 140 barcos, 36 da colônia e o restante dos pescadores associados. Tem uma sede provisória, que funciona em uma casa alugada na Rua Chile, Paripe. Está sendo construída uma nova sede em local próximo.

Fonte: A TARDE
Imagem: Colônia de Rio Vermelho (Maurício Düppré)


quinta-feira, 4 de julho de 2013

Workshop : Mindfulness - Atenção Plena



Aumente o alcance e o poder da mente, a criatividade e eficiência da sua vida e organização

Treinamento de lideranças e equipes com meditação sem simbologias, aplicado ao desenvolvimento pessoal e organizacional. Benefícios com teoria e prática:

· Aumento da eficiência mental e concentração;

· Mais consciência corporal e diminuição da dor física;

· Relaxamento e redução de stress;

· Equilibrio dos aspectos emocionais e mentais, facilitando criatividade e relacionamentos proativos;

· Lideranças mais resilientes e presentes a suas equipes;

· Mais integração nos relacionamentos e na socialização em geral;

· Aumento da capacidade de lidar com desafios diversos;

Fundamentos:

Com o avanço das ciências em pesquisas e estudos sobre a mente, a neurobiologia, medicina e psicologia apresentam constatações importantes com respeito à plasticidade dependente da experiência das redes neuronais em nossos cérebros. Nossas mentes, para continuar evoluindo, necessitam de exercícios assim como nosso corpo precisa. A meditação tem sido um dos meios mais eficazes de treinamento e expansão da mente para melhorar sua performance e o bem estar geral.

O modelo integral de Ken Wilber de crescimento dos potenciais humanos orienta que, independente do tipo que somos e do nível de aprimoramento pessoal, relacional e profissional em que nos encontramos, é facultado a todos e a todas evoluir com a ampliação das habilidades da nossa mente no espaço do encontro do consciente com o inconsciente.

As repercussões no bem estar físico, emocional e psíquico são comprovadas, as frequências e ritmos do nosso corpo e seus órgãos se equilibram com os corpos sutis que estão associados a nossa existência. (Jon Kabat-Zinn)

Lideranças, técnicos e profissionais de alta performance em geral estão desenvolvendo suas experiências sob muita pressão das adversidades, objeções e dos prazos para alcance de resultados, sem dizer do excessivo impacto das interferências do mundo digital contemporâneo. Os relacionamentos mergulham em conflitos e em crises sem que saibamos exatamente as causas. Os líderes costumam ter apenas uma preparação conceitual para lidar com as variadas situações.

O modelo integral sugere que não há mudança do ambiente que possa gerar bem estar, se não for acompanhada de transformações conscientes internas e vice-versa. Necessitamos desenvolver as habilidades de ativar nossa mente presente, ao mesmo tempo que ficamos relaxados, diante dos fluxos dinâmicos da vida com paz a cada passo.

O estresse precisa ser reduzido a um nível de equilíbrio ideal para que os estímulos de evolução e mudança pessoal e organizacional continuem, ou seja, o estresse não deve causar imobilização, nos deixando comandados por sentimentos tais como o medo, a confusão e raiva. Manter o foco, gerenciar conflitos internos nas equipes, entre as organizações e atores sociais nos exigem repor as forças, acalmar a mente e reequilibrar o corpo, as emoções e o raciocínio.

Baseado em tradições de mais de 2.500 anos, a prática da Atenção Plena (Mindfulness), ensinada sem simbologias e apoiada na ciência, tem ajudado muito na recuperação do foco e no fortalecimento do bem estar geral e da saúde integral.

Usando-se de aulas curtas e de exercícios de respiração, meditação, caminhadas (slow walking) na natureza e relaxamentos, sem afiliação religiosa, tem sido possível apoiar uma reconexão imprescindível ao bem estar, a paz interior e a alegria. Não precisa ter experiência de práticas de meditação e começa funcionar rapidamente.

Conteudo:

1) Introdutório à Atenção Plena – Mindfulness e ao modelo integral da mente

2) O Corpo como lar e meio de autoconhecimento 1 – Respiração

3) O Corpo como lar e meio de autoconhecimento 2 – Respirando e caminhando com os cinco sentidos. Modelo integral e liderança.

4) Consciência do Presente 1 – Respirando com emergir de pensamentos e emoções – As vozes internas e o espaço e movimento por trás delas.

5) Consciência do Presente 2 – Mente, respirando com o sexto sentido

6) Interconexão e interdependência – Macro e Microcosmo – práticas e relaxamentos

7) Auto-liberação e concentração – Fluidez mantendo-se focado

8) Revisão dos benefícios e consolidação das práticas

Professor:

Marcos Affonso Ortiz Gomes – Consultor sênior que pratica mindfulness desde 2007 e tem formação como educador/facilitador Mindfulness.

· Criador de métodos de aprendizagem de adultos e facilitador para criação de Organizações de Centro Vazio e conversão.
Apóia ações socioambientais, de desenvolvimento humano e de sustentabilidade em organizações e projetos de diversos fins. Facilitador de diálogo e gestão de conflitos.
Doutor em sociologia pela Universidade de Münster/RFA (93).

O salmão natural


O salmão é um peixe mediano da família Salmonidae, naturalmente encontrados nos oceanos Atlântico e Pacífico, eles retornam à água doce na época da procriação, quase sempre escolhendo o mesmo rio em que nasceu.

A cor vermelha da carne é gerada pelo pigmento Astaxantina, que o peixe absorve ao se alimentar de camarões. Mas como a dieta do salmão é variada, também variam as cores de sua carne - desde branco ou rosa suave, até um vermelho vivo. O salmão permanece na água doce nos dois ou três primeiros anos de vida antes de ir para o mar, suportando temperaturas baixas em água doce ou salgada.

Por todos esses hábitos o salmão é um poderoso antioxidante que ajuda a prevenir doenças cardiovasculares, inflamatórias, e atua no sistema imune. É fonte de Triptofano, Vitamina D, Ácidos Graxos, Selênio, Proteína, Vitamina B3, Vitamina B12, Vitamina B6, Fósforo e Magnésio. É excelente fonte de Ômega 3, substância que reduz em até 81% a chance de ataque cardíaco, segundo estudos recentes.

O salmão de cativeiro

Não haveria razão para polêmica se fosse esse o salmão que consumimos. O problema é que somente 5% de todo o salmão vendido nos Estados Unidos é natural, e a quantidade que chega ao Brasil é irrisória. Mais da metade do consumo mundial atualmente tem como origem viveiros do Chile, Canadá, Estados Unidos e norte da Europa, que reduzem imensamente suas importantes qualidades nutricionais.

Esses criadores abarrotam tanques com peixes, em condições de higiene muitas vezes duvidosas, e os alimentam com farinha e corantes para tentar obter a cor rosada do salmão natural. Pior: utilizam grande quantidade de gordura e altas doses de antibióticos para crescerem rápido, gerando mais lucro.

Em cativeiro, as Astaxantinas que tingem a carne do salmão são substâncias sintéticas derivadas do Petróleo, que, em grandes quantidades, podem causar problemas de visão e alergias e, segundo estudos recentes, podem ser tóxicas e carcinogênicas. A título de comparação, 100g de salmão com corante tem as mesmas toxinas que um ano consumindo enlatados.

Como identificar

Se você deseja os benefícios do salmão verdadeiro, primeiro certifique-se de que da procedência. Infelizmente, não há uma exigência da Anvisa que os rótulos identifiquem se o peixe foi criado em cativeiro ou ao natural, mas muitas embalagens trazem o país de origem. Os melhores são provenientes do Alasca e da Rússia. Se for do Chile, evite, pois metade do salmão consumido no mundo vem de cativeiros chilenos.

O preço também é uma boa referência e, infelizmente, o salmão natural é caro. Um salmão que custe menos de R$ 40 o quilo provavelmente é de cativeiro. Outra dica importante é que o peixe de criadouro não resiste bem quando enlatado, logo, o salmão em lata provavelmente é verdadeiro.

Por conta do preço, os restaurantes costuma utilizar o salmão de cativeiro. Cobram caro e, na maioria das vezes, oferecem um peixe com valor nutricional baixo e elevada gordura ruim, que contém corantes, antibióticos e demais substâncias indesejáveis. Para comer o verdadeiro salmão, o ideal é comprá-lo em peixarias que possam informar a procedência, e prepará-lo em casa.

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