Fonte: Disney - Fantasia 2000
quinta-feira, 30 de setembro de 2010
Baleias animadas (Flight of the Whales)
Gosto muito deste vídeo, ou seria desenho? Clip? Enfim, é muito bonito, as jubartes são as estrelas(quem já as viu dá até pra imaginar estes vôos), e gostaria de compartilhar com vocês!
Fonte: Disney - Fantasia 2000
Fonte: Disney - Fantasia 2000
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
Furg contribui com capítulo de livro para ONU
Um grupo de professores da Universidade Federal do Rio Grande (FURG) escreveu um capítulo de livro para a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), que trata de segurança alimentar e alívio da pobreza. O grupo apresenta propostas concretas para que seja evitada a produção de farinha de pescado a partir de espécies marinhas passíveis de gerarem produtos de alto valor nutricional e economicamente viáveis no Brasil, na Argentina e no Uruguai.
Considerando o crescimento anual da atividade e os níveis de pesca extrativa marinha que serão necessários no futuro para sustentar a aquacultura, a FAO discute as consequências de transformar peixe em farinha para alimentar peixes em vez de alimentar pessoas e as implicações futuras na segurança alimentar, assim como no alívio da pobreza, via geração de empregos. Esses assuntos são abordados em um livro com estudos de caso na Europa, na Ásia e no Oriente Médio.
Nas Américas o estudo tem foco no Chile, no Peru, na Argentina, no Uruguai e no Brasil. Os três últimos países foram analisados por professores e pesquisadores da Furg com a participação de pesquisadores do Uruguai e da Argentina.
Considerando o crescimento anual da atividade e os níveis de pesca extrativa marinha que serão necessários no futuro para sustentar a aquacultura, a FAO discute as consequências de transformar peixe em farinha para alimentar peixes em vez de alimentar pessoas e as implicações futuras na segurança alimentar, assim como no alívio da pobreza, via geração de empregos. Esses assuntos são abordados em um livro com estudos de caso na Europa, na Ásia e no Oriente Médio.
Nas Américas o estudo tem foco no Chile, no Peru, na Argentina, no Uruguai e no Brasil. Os três últimos países foram analisados por professores e pesquisadores da Furg com a participação de pesquisadores do Uruguai e da Argentina.
Fonte: Diário Popular
terça-feira, 28 de setembro de 2010
segunda-feira, 27 de setembro de 2010
Lixo: Fazendo sua parte!
Nos links abaixo interessante relato de limpeza voluntária de uma praia na baía de Guanabara por um grupo de remadores.
Parabéns a todos que se empenharam e fizeram sua parte!
http://trilhasdomar.blogspot.com/2010/09/limpeza-das-praias-clean-up-no-mar.html
http://asbeiradasdorio.blogspot.com/2010/09/dia-nacional-da-limpeza-resultados.html?spref=fb
Parabéns a todos que se empenharam e fizeram sua parte!
http://trilhasdomar.blogspot.com/2010/09/limpeza-das-praias-clean-up-no-mar.html
http://asbeiradasdorio.blogspot.com/2010/09/dia-nacional-da-limpeza-resultados.html?spref=fb
MPA - Prorrogadas as inscrições do Edital de apoio à assistência técnica e extensão pesqueira e aquícola
Entidades públicas de assistência técnica e extensão pesqueira e aquícola (ATEPA) e/ou de assistência técnica e extensão rural (ATER), de todo país têm até o dia 17 de outubro para se inscrever no programa que permite acesso ao crédito para revitalização, modernização ou construção de embarcações. Só por meio do “Revitaliza”, serão mais de 3 milhões que também serão destinados à assistência técnica nos estados do Amazonas, Bahia, Pernambuco, Espírito Santo e Maranhão, regiões consideradas prioritárias para serem atendidas pelo programa.
Diversos relatos têm indicado que os pescadores artesanais apresentam grande dificuldade de acesso ao crédito para investimento ou custeio da atividade, em função da falta de hábito da rede bancária de lidar com este público, do grau de organização dos mesmos e da pouca experiência no encaminhamento dos trâmites exigidos para a liberação do crédito, dentre outras razões.
A assistência técnica, que integra o programa REVITALIZA, é uma ferramenta importante na viabilização do crédito aos pescadores, além de garantir um melhor planejamento do uso dos recursos pleiteados e a possibilidade de acompanhamento na utilização dos mesmos. Quem define é a Diretora do Departamento de Fomento, Erika Galvani Borges.
Segundo Borges a revitalização da frota pesqueira artesanal trará benefícios, entre eles a sustentabilidade ambiental, social e econômica da atividade. “O programa contempla a substituição, modernização e a finalização de obras de construção de embarcações de pesca de pequeno porte, sendo beneficiários os pescadores e aquicultores enquadrados no PRONAF”, explica.
Para atingir os objetivos acima mencionados, o Programa dispõe do PRONAF Mais Alimentos como linha de financiamento aos pescadores profissionais artesanais e prevê um conjunto de ações complementares, visando propiciar melhores condições para o desenvolvimento dos projetos. Entre essas ações, destaca‐se a disponibilização de serviços de assistência técnica e extensão pesqueira e aquícola, assim como a própria capacitação desses pescadores, prevista no edital.
Poderão se inscrever entidades públicas estaduais de assistência técnica e extensão pesqueira e aquícola (ATEPA) e/ou de assistência técnica e extensão rural (ATER), entidades privadas sem fins lucrativos que possuam no mínimo três anos de existência e Consórcios Intermunicipais legalmente instituídos, desde que disponham de capacidade técnica para atender, com qualidade, o público interessado.
Mais informações sobre o Edital “clique aqui”.
A assistência técnica, que integra o programa REVITALIZA, é uma ferramenta importante na viabilização do crédito aos pescadores, além de garantir um melhor planejamento do uso dos recursos pleiteados e a possibilidade de acompanhamento na utilização dos mesmos. Quem define é a Diretora do Departamento de Fomento, Erika Galvani Borges.
Segundo Borges a revitalização da frota pesqueira artesanal trará benefícios, entre eles a sustentabilidade ambiental, social e econômica da atividade. “O programa contempla a substituição, modernização e a finalização de obras de construção de embarcações de pesca de pequeno porte, sendo beneficiários os pescadores e aquicultores enquadrados no PRONAF”, explica.
Para atingir os objetivos acima mencionados, o Programa dispõe do PRONAF Mais Alimentos como linha de financiamento aos pescadores profissionais artesanais e prevê um conjunto de ações complementares, visando propiciar melhores condições para o desenvolvimento dos projetos. Entre essas ações, destaca‐se a disponibilização de serviços de assistência técnica e extensão pesqueira e aquícola, assim como a própria capacitação desses pescadores, prevista no edital.
Poderão se inscrever entidades públicas estaduais de assistência técnica e extensão pesqueira e aquícola (ATEPA) e/ou de assistência técnica e extensão rural (ATER), entidades privadas sem fins lucrativos que possuam no mínimo três anos de existência e Consórcios Intermunicipais legalmente instituídos, desde que disponham de capacidade técnica para atender, com qualidade, o público interessado.
Mais informações sobre o Edital “clique aqui”.
Fonte: MPA
sábado, 25 de setembro de 2010
CE - Lagosta - Pescadores ilegais destroem manzuás
Mais um triste capítulo:
Icapuí. Barcos da pesca predatória avistados no mar de Icapuí, manzuás retirados do mar e destruídos. Este foi o cenário encontrado pelos pescadores artesanais na tarde de ontem. A reação dos lagosteiros ilegais após a operação policial que apreendeu dois barcos abre mais um capítulo na Guerra da Lagosta. Sem as embarcações, utilizadas por conta própria pelos pescadores da Praia da Redonda para a fiscalização do litoral, a pesca predatória retoma ao mar com força.
Icapuí. Barcos da pesca predatória avistados no mar de Icapuí, manzuás retirados do mar e destruídos. Este foi o cenário encontrado pelos pescadores artesanais na tarde de ontem. A reação dos lagosteiros ilegais após a operação policial que apreendeu dois barcos abre mais um capítulo na Guerra da Lagosta. Sem as embarcações, utilizadas por conta própria pelos pescadores da Praia da Redonda para a fiscalização do litoral, a pesca predatória retoma ao mar com força.
Pescadores da praia da Redonda utilizam manzuás para captura da lagosta. Ontem, eles denunciaram que os equipamentos artesanais foram destruídos pela pesca ilegal (Foto e texto: Melquíades Júnior)
Com isso, os pescadores artesanais reforçam a reivindicação para que o Ibama mantenha, diuturnamente, sua equipe de fiscalização em alto mar contra a pesca da lagosta com equipamentos proibidos por lei. Os advogados da Associação Monsenhor Diomedes, que reúne as famílias de pescadores de Redonda, vão pedir a devolução das embarcações apreendidas na operação.
Ontem, alguns pescadores artesanais que voltavam do mar traziam para suas famílias uma péssima notícia: não tem lagosta, e seus manzuás (único equipamento permitido pelo Ibama) foram encontrados destruídos. No episódio anterior da Guerra da Lagosta, a comunidade de Redonda foi surpreendida com uma operação na manhã da última terça-feira envolvendo Polícia Federal, Marinha do Brasil e Polícia Militar. Dezenas de agentes armados chegaram, por terra e mar, à Praia da Redonda e apreenderam os barcos Monsenhor Diomedes e Monsenhor Diomedes II, que os pescadores artesanais utilizavam para apreender os barcos dos "alternativos", como se definem os pescadores que utilizam marambaias (tambores vazios jogados no fundo do mar para atrair lagosta) e pesca com mergulho. As duas práticas proibidas pela legislação e deveriam ser fiscalizadas pelo Ibama.
Acirramento
A operação para apreender os barcos dos redondeiros se deu por determinação do juiz federal Francisco Luis Rios Alves, da 15ª Vara, Subseção Judiciária de Limoeiro do Norte. O mandado de busca e apreensão, ao qual a reportagem teve acesso, datava de 20 de julho de 2010. As embarcações foram levadas para Fortaleza. Na tarde de ontem, cerca de três mil moradores da Redonda e praias vizinhas em Icapuí, que vivem da pesca artesanal, reuniram-se para discutir as providências a tomar. Em Fortaleza, a assessoria jurídica da Associação de Moradores tenta recorrer da decisão, a ser encaminhado à Vara Federal de Limoeiro do Norte.
A reivindicação da comunidade é que o Ibama permaneça na área. Atualmente, o órgão realiza a fiscalização em botes motorizados, com policiais militares, fiscais e mergulhadores do Corpo de Bombeiros. A série de operações, denominada Impacto Profundo, percorre toda a costa cearense para coibir a pesca ilegal. A reportagem do Caderno Regional já acompanhou uma dessas viagens e testemunhou a rotina árdua e perigosa da fiscalização. A região de mar entre Icapuí e Aracati é o maior foco de pesca ilegal e, portanto, de maior atenção das equipes do Ibama.
Mas quando o grupo se afasta da região de Icapuí para fiscalizar outras áreas, entra em cena as batalhas da Guerra da Lagosta, entre pescadores artesanais e "alternativos", ou predadores.
Os moradores da Redonda reclamam que a mesma ação da Polícia Federal para apreender seus barcos deveria repercutir na apreensão dos equipamentos ilegais que são utilizados na pesca predatória, atividade predominante no Município e que gera um lucro imediato bem maior que a pesca artesanal. Enquanto num dia o pescador artesanal traz 20kg de lagosta, o pescador "alternativo" recolhe 350 kg no mesmo período.
O conflito no mar se estende para a terra, com a rivalidade entre as comunidades de pescadores da Redonda e os pescadores ilegais de comunidades como Tremembé e Barrinha.
À exceção da recente intervenção coordenada pela Polícia Federal, há vários anos as autoridades estaduais e municipais se omitem na Guerra. Os pescadores travam lutas com armas de fogo e o Ibama tenta, sem sucesso, coibir a pesca ilegal. Os atravessadores, incluindo grupos empresariais, se beneficiam da lucratividade da pesca ilegal da lagosta, produto que vai ficando cada vez mais escasso no mar e caro na mesa dos restaurantes. No próximo sábado haverá mais uma assembleia entre as comunidades de pescadores artesanais de Icapuí.
Pleito
"A Polícia Federal pegou os barcos, mas devia fazer o mesmo com a pesca ilegal"
Maurício Valente
Da Associação Monsenhor Diomedes
Ontem, alguns pescadores artesanais que voltavam do mar traziam para suas famílias uma péssima notícia: não tem lagosta, e seus manzuás (único equipamento permitido pelo Ibama) foram encontrados destruídos. No episódio anterior da Guerra da Lagosta, a comunidade de Redonda foi surpreendida com uma operação na manhã da última terça-feira envolvendo Polícia Federal, Marinha do Brasil e Polícia Militar. Dezenas de agentes armados chegaram, por terra e mar, à Praia da Redonda e apreenderam os barcos Monsenhor Diomedes e Monsenhor Diomedes II, que os pescadores artesanais utilizavam para apreender os barcos dos "alternativos", como se definem os pescadores que utilizam marambaias (tambores vazios jogados no fundo do mar para atrair lagosta) e pesca com mergulho. As duas práticas proibidas pela legislação e deveriam ser fiscalizadas pelo Ibama.
Acirramento
A operação para apreender os barcos dos redondeiros se deu por determinação do juiz federal Francisco Luis Rios Alves, da 15ª Vara, Subseção Judiciária de Limoeiro do Norte. O mandado de busca e apreensão, ao qual a reportagem teve acesso, datava de 20 de julho de 2010. As embarcações foram levadas para Fortaleza. Na tarde de ontem, cerca de três mil moradores da Redonda e praias vizinhas em Icapuí, que vivem da pesca artesanal, reuniram-se para discutir as providências a tomar. Em Fortaleza, a assessoria jurídica da Associação de Moradores tenta recorrer da decisão, a ser encaminhado à Vara Federal de Limoeiro do Norte.
A reivindicação da comunidade é que o Ibama permaneça na área. Atualmente, o órgão realiza a fiscalização em botes motorizados, com policiais militares, fiscais e mergulhadores do Corpo de Bombeiros. A série de operações, denominada Impacto Profundo, percorre toda a costa cearense para coibir a pesca ilegal. A reportagem do Caderno Regional já acompanhou uma dessas viagens e testemunhou a rotina árdua e perigosa da fiscalização. A região de mar entre Icapuí e Aracati é o maior foco de pesca ilegal e, portanto, de maior atenção das equipes do Ibama.
Mas quando o grupo se afasta da região de Icapuí para fiscalizar outras áreas, entra em cena as batalhas da Guerra da Lagosta, entre pescadores artesanais e "alternativos", ou predadores.
Os moradores da Redonda reclamam que a mesma ação da Polícia Federal para apreender seus barcos deveria repercutir na apreensão dos equipamentos ilegais que são utilizados na pesca predatória, atividade predominante no Município e que gera um lucro imediato bem maior que a pesca artesanal. Enquanto num dia o pescador artesanal traz 20kg de lagosta, o pescador "alternativo" recolhe 350 kg no mesmo período.
O conflito no mar se estende para a terra, com a rivalidade entre as comunidades de pescadores da Redonda e os pescadores ilegais de comunidades como Tremembé e Barrinha.
À exceção da recente intervenção coordenada pela Polícia Federal, há vários anos as autoridades estaduais e municipais se omitem na Guerra. Os pescadores travam lutas com armas de fogo e o Ibama tenta, sem sucesso, coibir a pesca ilegal. Os atravessadores, incluindo grupos empresariais, se beneficiam da lucratividade da pesca ilegal da lagosta, produto que vai ficando cada vez mais escasso no mar e caro na mesa dos restaurantes. No próximo sábado haverá mais uma assembleia entre as comunidades de pescadores artesanais de Icapuí.
Pleito
"A Polícia Federal pegou os barcos, mas devia fazer o mesmo com a pesca ilegal"
Maurício Valente
Da Associação Monsenhor Diomedes
Fonte: Diário do Nordeste
quinta-feira, 23 de setembro de 2010
CE - Lagosta - PF apreende barcos em Icapuí
Icapuí. Tiros e confusão romperam, mais uma vez, o silêncio no litoral de Icapuí. Em mais um episódio da Guerra da Lagosta, a ação surpresa da Polícia Federal e da Marinha ocorreu no início da manhã de ontem. Quase 100 homens desembarcaram na Praia de Redonda apreenderam os dois barcos que os pescadores artesanais utilizavam, por conta própria, para a fiscalização contra a pesca predatória, predominante na região.
Na praia da redonda, agentes federais realizaram uma verdadeira operação de guerra para combater a fiscalização que era feita por pescadores artesanais na ausência do Ibama.
Houve bate-boca e repressão por parte dos policiais, que jogaram gás lacrimogêneo apesar da presença de mulheres e crianças no grupo. Revoltados, os "redondeiros" da pesca artesanal pedem que a Polícia também "tenha competência" para apreender os equipamentos dos pescadores "ilegais", principal motivo do conflito.
No episódio anterior da Guerra da Lagosta, o Caderno Regional falou sobre a mobilização de comunidades para ajudar Francisco Assis Cruz, o "Assis da Redonda", motorista que teve seu veículo alternativo incendiado por pescadores que defendem a pesca predatória como revide à ação de pescadores da Redonda que haviam apreendido mais um barco ilegal. Não tendo nenhum envolvimento com os dois lados da briga, ser da Redonda foi o pecado a condenar seu Assis.
Ainda era madrugada quando, dezenas de agentes da Marinha e da Polícia Federal, com armas em punho, seguiam na captura das embarcações Monsenhor Diomedes I e II. Os barcos eram a principal "arma" dos redondeiros contra os pescadores ilegais. Era com esses barcos que os pescadores de Redonda faziam a fiscalização contra a pesca ilegal com marambaias e compressores para mergulho. A fiscalização é uma atribuição do Ibama, mas o próprio Instituto reconhece a carência de equipamentos e pessoal para cobrir os mais de 500km de costa.
Ontem era dia de buscar lagosta, e os pescadores artesanais tinham seguido ainda de noite para o mar, antes da operação policial. Com exceção dos poucos pescadores que estavam em terra, a comunidade estava povoada de mulheres e crianças. Quando avistaram as embarcações da Marinha se aproximando, alguns homens tentaram subir nas embarcações Monsenhor Diomedes.
Em terra, dezenas de agentes em cerca de dez carros obrigaram os pescadores a se afastarem do objeto que seria apreendido. Na confusão, houve gritos, e tiros com balas de borracha foram disparados. Para intimidar o início de revolta, os policiais ainda jogaram uma bomba de gás lacrimogêneo, de efeito moral, mesmo num ambiente tomado de esposas e filhos dos pescadores.
Dois dias antes, na madrugada de sábado para domingo, na ausência de fiscalização do Ibama, os pescadores da Redonda, armados e viajando nas embarcações Monsenhor Diomedes I e II, fizeram a apreensão da embarcação Números, que fazia a pesca predatória, utilizando mergulho com compressor, equipamento proibido pelo Ibama. O barco é de propriedade do pescador Sandro José da Silva. Os tripulantes confessaram ter jogado, assim que avistaram os redondeiros, cerca de 200kg de lagosta no mar, capturados com compressor feito com gás de cozinha. O barco juntou-se a outros dez capturados e encalhados na praia, de um total 13 que já se haviam apreendidos desde que os redondeiros decidiram assumir a fiscalização por conta própria. Os pescadores ilegais, para não terem o risco de serem linchados pela população, foram abandonados na Praia de Peroba, de onde tomaram o rumo da comunidade de Quitéria, vizinha a Tremembé, que juntamente com Barrinha constituem os principais pontos de pesca predatória em Icapuí.
"A Polícia Federal pegou os barcos, mas devia fazer o mesmo com a pesca ilegal, porque as embarcações que eles levaram era o meio do redondeiro combater a pesca predatória que o Estado não consegue exterminar", afirma Maurício Valente, da Associação Comunitária Monsenhor Diomedes, na Praia da Redonda.
Ontem à tarde os pescadores artesanais reuniram-se em assembleia para pedir a devolução dos barcos e mais fiscalização da pesca predatória. Durante toda a manhã de ontem, e até o fechamento desta edição, a reportagem tentou contato com a Polícia Federal, em Fortaleza, pelos telefones do Gabinete da Superintendência e da Assessoria de Comunicação, mas não obteve retorno.
Fique por dentro
Guerra da lagosta
É o conflito sangrento que tem preocupado autoridades públicas e, principalmente, as comunidades de Icapuí. A "guerra" é entre pescadores artesanais, que utilizam equipamentos permitidos por lei, e os "alternativos", ou predadores, que usam equipamentos ilegais. Para combater a pesca predatória, os legais fiscalizam por conta própria os ilegais, causando revolta destes, visto essa vigilância ser responsabilidade do Ibama.
Fonte: Diário do Nordeste
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
MPA - Formação a Distância de Técnicos de Pesca e Aquicultura
Um projeto inédito chega a todo o Brasil para formar técnicos em pesca e em aqüicultura. O Ministério da Pesca, o Instituto Técnico Federal do Paraná e o Ministério da Educação passam a realizar a partir deste mês cursos para formação profissional, mas com um diferencial, a formação será à distância, com teleaula em telecentros montados pelo Ministério da Pesca em todo o Brasil. Inicialmente 50 telecentros vão transmitir as aulas a 2.000 alunos, sendo 1.000 de cada especialidade, nos 26 estados brasileiros.O lançamento nacional aconteceu em Curitiba dia 15/09, com a presença do ministro da Pesca, Altemir Gregolin.
Palestrando para todos os pontos do país por teleaula, o ministro da Pesca ressaltou a importância de mais este projeto para a formação dos professores. “Até 2003, os pescadores não se sentiam contemplados, acabavam se desestimulando. Hoje nós projetamos os cursos de acordo com a realidade e aí estamos alfabetizando pescadores e agora formando técnicos”, destacou o ministro ao dizer que em 8 anos, o Ministério da Pesca formou 130 mil pescadores.
No nível técnico eram 5 cursos há oito anos, e hoje são 72, que se somam a este agora por teleaula. “Hoje estamos inaugurando um novo instrumento de educação, o que para a pesca e para a aqüicultura é mais um exemplo da revolução que estamos fazendo na formação deste setor”, enfatizou Gregolin.
O curso terá duração de 2.400 horas e será ministrado durante dois anos, o investimento do Ministério da Pesca será de R$4 milhões. O primeiro passo agora é seleção dos interessados e a formação das turmas. A idéia dos órgãos integrantes é que nos próximos anos as vagas sejam ampliadas em todo o país. A meta é formar profissionais tanto para o mercado de trabalho quanto para qualificar a produção e todos os processos na pesca e na aqüicultura. Os estudantes sairão formados em ensino médio e como técnicos da área. O conhecimento irá desde construções, qualidade da água, legislação, administração e economia, até modalidades de pesca, cartografia, navegação, processamento, controle e qualidade do pescado e contabilidade e marketing.
Palestrando para todos os pontos do país por teleaula, o ministro da Pesca ressaltou a importância de mais este projeto para a formação dos professores. “Até 2003, os pescadores não se sentiam contemplados, acabavam se desestimulando. Hoje nós projetamos os cursos de acordo com a realidade e aí estamos alfabetizando pescadores e agora formando técnicos”, destacou o ministro ao dizer que em 8 anos, o Ministério da Pesca formou 130 mil pescadores.
No nível técnico eram 5 cursos há oito anos, e hoje são 72, que se somam a este agora por teleaula. “Hoje estamos inaugurando um novo instrumento de educação, o que para a pesca e para a aqüicultura é mais um exemplo da revolução que estamos fazendo na formação deste setor”, enfatizou Gregolin.
O curso terá duração de 2.400 horas e será ministrado durante dois anos, o investimento do Ministério da Pesca será de R$4 milhões. O primeiro passo agora é seleção dos interessados e a formação das turmas. A idéia dos órgãos integrantes é que nos próximos anos as vagas sejam ampliadas em todo o país. A meta é formar profissionais tanto para o mercado de trabalho quanto para qualificar a produção e todos os processos na pesca e na aqüicultura. Os estudantes sairão formados em ensino médio e como técnicos da área. O conhecimento irá desde construções, qualidade da água, legislação, administração e economia, até modalidades de pesca, cartografia, navegação, processamento, controle e qualidade do pescado e contabilidade e marketing.
Fonte: MPA
terça-feira, 21 de setembro de 2010
Índios do Xingu recebem apoio da Embrapa
Os índios das 14 etnias que habitam o Parque Indígena do Xingu, situado ao norte de Mato Grosso, vão receber o reforço de técnicos da Embrapa, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e do Ministério da Pesca e Aquicultura para aumentar a quantidade de peixe na região, que está cada vez mais escasso.
Caciques de diferentes tribos visitaram a Embrapa nesta sexta-feira (17) para buscar apoio e ajuda das instituições. “Viemos aqui buscar ajuda para aumentar a quantidade de peixes nos nossos rios. De cinco anos para cá reduziu muito o número de peixes. Sabemos que isso é por causa do aumento da população e da construção de hidrelétricas nas regiões próximas ao Xingu. O rio começou a ficar raso”, explicou o cacique Aritana. Segundo ele, a questão também é cultural, uma vez que os indígenas realizam muitas festas com mais de dois mil índios, em que são oferecidos muitos peixes. Logo, a falta deles está prejudicando a realização das festas.
Para o presidente da Embrapa, Pedro Arraes, é de extrema importância atender ao pedido dos povos indígenas. “O peixe é um dos alimentos tradicionais dos índios, então não vamos medir esforços para ajudá-los e ensiná-los como fazer para aumentar essa quantidade de peixes. E para isso temos o mais recente centro de pesquisa, a Embrapa Pesca e Aquicultura para auxiliá-los no que for possível”, comentou.
Durante a reunião foi formada uma comissão com profissionais da Embrapa, Mapa, Ministério da Pesca e Aquicultura e Funai para atuarem na região. No primeiro momento ficou acertada a ida da comissão até o Parque Indígena Xingu, ainda na segunda semana de outubro, para fazer um diagnóstico de como está a situação. “A ideia é fazer um primeiro levantamento para verificar quais são as espécies que existem lá, os fatores que estão levando a diminuição da quantidade de peixes, para depois levarmos a laboratório e estudarmos a melhor solução para esse problema”, explicou o chefe da Embrapa Pesca e Aquicultura, Carlos Magno.
A expectativa é de que o cronograma de atividades e metas a serem atingidas seja elaborado ainda em setembro.
Fonte: Embrapa
Caciques de diferentes tribos visitaram a Embrapa nesta sexta-feira (17) para buscar apoio e ajuda das instituições. “Viemos aqui buscar ajuda para aumentar a quantidade de peixes nos nossos rios. De cinco anos para cá reduziu muito o número de peixes. Sabemos que isso é por causa do aumento da população e da construção de hidrelétricas nas regiões próximas ao Xingu. O rio começou a ficar raso”, explicou o cacique Aritana. Segundo ele, a questão também é cultural, uma vez que os indígenas realizam muitas festas com mais de dois mil índios, em que são oferecidos muitos peixes. Logo, a falta deles está prejudicando a realização das festas.
Para o presidente da Embrapa, Pedro Arraes, é de extrema importância atender ao pedido dos povos indígenas. “O peixe é um dos alimentos tradicionais dos índios, então não vamos medir esforços para ajudá-los e ensiná-los como fazer para aumentar essa quantidade de peixes. E para isso temos o mais recente centro de pesquisa, a Embrapa Pesca e Aquicultura para auxiliá-los no que for possível”, comentou.
Durante a reunião foi formada uma comissão com profissionais da Embrapa, Mapa, Ministério da Pesca e Aquicultura e Funai para atuarem na região. No primeiro momento ficou acertada a ida da comissão até o Parque Indígena Xingu, ainda na segunda semana de outubro, para fazer um diagnóstico de como está a situação. “A ideia é fazer um primeiro levantamento para verificar quais são as espécies que existem lá, os fatores que estão levando a diminuição da quantidade de peixes, para depois levarmos a laboratório e estudarmos a melhor solução para esse problema”, explicou o chefe da Embrapa Pesca e Aquicultura, Carlos Magno.
A expectativa é de que o cronograma de atividades e metas a serem atingidas seja elaborado ainda em setembro.
Fonte: Embrapa
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
Pesquisa: Esponjas contra o câncer
A diversidade de compostos químicos presente nas esponjas coloca esses animais marinhos entre as mais promissoras fontes para a obtenção de produtos naturais bioativos visando à produção de novas drogas, de acordo com Raymond Andersen, professor do Departamento de Química e Ciências da Terra e do Oceano da Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá.
Andersen, cujo laboratório se dedica à prospecção, isolamento, análise estrutural e síntese de compostos extraídos de organismos marinhos, participou, na quinta-feira (9/9), do Workshop sobre biodiversidade marinha: avanços recentes em bioprospecção, biogeografia e filogeografia, realizado pelo programa Biota-FAPESP.
O cientista apresentou, durante o evento na sede da FAPESP, trabalhos realizados por seu grupo sobre compostos isolados a partir de esponjas coletadas em Papua-Nova Guiné e na costa canadense. Os compostos têm ação antimitótica – ou seja, são capazes de deter o processo de divisão celular, o que permitiria sua utilização no desenvolvimento de drogas contra o câncer, por exemplo.
Segundo Andersen, as esponjas marinhas são especialmente interessantes para a prospecção de compostos bioativos, pois raramente se encontra uma diversidade química tão notável em um só organismo.
“Um dos fatores que explicam essa espantosa diversidade química é que as esponjas não têm defesas físicas, mas têm cores vivas, ficam expostas e não se movem, não podendo fugir de predadores. Por isso, elas têm necessidade de defesas químicas. Acreditamos que, por serem animais muito primitivos, elas sejam capazes de tolerar e produzir compostos químicos especialmente exóticos”, disse à Agência FAPESP.
A necessidade de defesa ligada à evolução, no entanto, não é a única explicação para a variedade de compostos químicos presentes nas esponjas, segundo o pesquisador. Boa parte dessa diversidade pode ser fruto da simbiose – outra característica marcante das esponjas.
“Cada vez mais começamos a acreditar que muitos desses compostos encontrados em esponjas são provenientes de relações simbióticas com microrganismos dos quais elas se alimentam”, disse.
Fotos microscópicas dos tecidos das esponjas mostram a presença – no interior dos próprios tecidos, ou em suas adjacências – de uma quantidade imensa de microrganismos. “Achamos que a alta tolerância das esponjas às relações simbióticas, desenvolvida ao longo da evolução, possa ser uma das explicações para que esses organismos sejam uma fonte tão rica de novos compostos químicos”, disse.
Segundo Andersen, em comparação com outros organismos marinhos, apenas os corais moles – da ordemAlcyonacea, que não possuem esqueleto de carbonato de cálcio – aproximam-se das esponjas com relação à riqueza de compostos químicos e metabólitos secundários.
“Mesmo assim, a química dos corais moles não tem tanta diversidade. O mais notável, no caso das esponjas, é que as classes de compostos são todas provenientes de biossintéticos diferentes. Mais uma vez, acreditamos que essa característica possa ser reflexo do fato de que boa parte desses compostos é feita por meio de simbiose, contando com a imensa diversidade de micróbios que vivem dentro das esponjas e são responsáveis pela incrível diversidade química que encontramos nelas”, explicou.
Dependendo do local onde uma mesma espécie de esponja é coletada, pode-se encontar compostos químicos muito diferentes. Para Andersen, isso é mais uma evidência de que a diversidade química é proveniente da simbiose.
“Provavelmente, as esponjas que vivem em diferentes locais têm simbiose com microrganismos diferentes. De certo modo, trata-se de uma maravilhosa amplificação da biodiversidade. Se a química estivesse ligada apenas às células da esponja, provavelmente a mesma esponja em todos os lugares teria a mesma composição. Mas, como a química está relacionada à simbiose, a mesma espécie de esponja pode ter composições químicas distintas em diferentes partes do mundo, multiplicando as possibilidades de prospecção de produtos bioativos”, afirmou.
O procedimento de prospecção consiste em coletar o maior número possível de esponjas e analisar, em uma fase posterior, o potencial bioativo dos compostos químicos presentes nelas.
“Em geral, já sabemos que as esponjas são uma rica fonte de compostos químicos. Então, não orientamos a busca para compostos específicos. Coletamos muitas esponjas de modo que possamos montar uma grande biblioteca de extratos, com grande diversidade química. Aí, usando ensaios biológicos, procuramos por compostos que tenham tipos específicos de atividade biológica, como a atividade antimitótica, ou a ação em um receptor específico”, explicou.
Gargalo da produção
Depois de coletar esponjas e obter uma grande diversidade biológica, os cientistas sabem que têm à disposição uma grande diversidade química de compostos. “Usamos então testes químicos para descobrir, na nossa imensa coleção de compostos, aqueles dois ou três que realmente queremos e que possuem as atividades biológicas que precisamos”, disse Andersen.
O segredo para uma boa bioprospecção, segundo ele, é possuir uma biblioteca química muito rica e, ao mesmo tempo, ter à disposição ensaios de atividade biológica que sejam muito eficientes e seletivos para os diversos tipos de compostos.
“As moléculas que procuramos devem cumprir os seguintes critérios: ter interesse teórico devido à novidade de sua biogênese – como moléculas que possuem novos esqueletos de carbono –, devem mostrar atividade biológica in vitro, o que faz delas potenciais alvos para o desenvolvimento de agentes farmacêuticos e, por último, devem mostrar atividades biológicas que lhes permitam ter um papel central na biologia do organismo que as produz”, explicou.
Uma vez encontrada a molécula, segundo o professor da Universidade da Colúmbia Britânica, surge o principal gargalo para a produção de novos fármacos: a produção em escala.
“Quando se trata de esponjas, não podemos ir à natureza coletá-las e usá-las como fonte para o desenvolvimento de drogas. Nenhuma indústria farmacêutica investiria em um composto que fosse desenvolvido exclusivamente a partir de um recurso natural desse tipo. É preciso ter uma fonte renovável. Por isso, depois de encontrar um composto que pareça realmente promissor, é preciso sintetizar a molécula e produzi-la em escala. Esse é um ponto crítico do processo, antes de partir para testes clínicos”, afirmou.
Andersen, cujo laboratório se dedica à prospecção, isolamento, análise estrutural e síntese de compostos extraídos de organismos marinhos, participou, na quinta-feira (9/9), do Workshop sobre biodiversidade marinha: avanços recentes em bioprospecção, biogeografia e filogeografia, realizado pelo programa Biota-FAPESP.
O cientista apresentou, durante o evento na sede da FAPESP, trabalhos realizados por seu grupo sobre compostos isolados a partir de esponjas coletadas em Papua-Nova Guiné e na costa canadense. Os compostos têm ação antimitótica – ou seja, são capazes de deter o processo de divisão celular, o que permitiria sua utilização no desenvolvimento de drogas contra o câncer, por exemplo.
Segundo Andersen, as esponjas marinhas são especialmente interessantes para a prospecção de compostos bioativos, pois raramente se encontra uma diversidade química tão notável em um só organismo.
“Um dos fatores que explicam essa espantosa diversidade química é que as esponjas não têm defesas físicas, mas têm cores vivas, ficam expostas e não se movem, não podendo fugir de predadores. Por isso, elas têm necessidade de defesas químicas. Acreditamos que, por serem animais muito primitivos, elas sejam capazes de tolerar e produzir compostos químicos especialmente exóticos”, disse à Agência FAPESP.
A necessidade de defesa ligada à evolução, no entanto, não é a única explicação para a variedade de compostos químicos presentes nas esponjas, segundo o pesquisador. Boa parte dessa diversidade pode ser fruto da simbiose – outra característica marcante das esponjas.
“Cada vez mais começamos a acreditar que muitos desses compostos encontrados em esponjas são provenientes de relações simbióticas com microrganismos dos quais elas se alimentam”, disse.
Fotos microscópicas dos tecidos das esponjas mostram a presença – no interior dos próprios tecidos, ou em suas adjacências – de uma quantidade imensa de microrganismos. “Achamos que a alta tolerância das esponjas às relações simbióticas, desenvolvida ao longo da evolução, possa ser uma das explicações para que esses organismos sejam uma fonte tão rica de novos compostos químicos”, disse.
Segundo Andersen, em comparação com outros organismos marinhos, apenas os corais moles – da ordemAlcyonacea, que não possuem esqueleto de carbonato de cálcio – aproximam-se das esponjas com relação à riqueza de compostos químicos e metabólitos secundários.
“Mesmo assim, a química dos corais moles não tem tanta diversidade. O mais notável, no caso das esponjas, é que as classes de compostos são todas provenientes de biossintéticos diferentes. Mais uma vez, acreditamos que essa característica possa ser reflexo do fato de que boa parte desses compostos é feita por meio de simbiose, contando com a imensa diversidade de micróbios que vivem dentro das esponjas e são responsáveis pela incrível diversidade química que encontramos nelas”, explicou.
Dependendo do local onde uma mesma espécie de esponja é coletada, pode-se encontar compostos químicos muito diferentes. Para Andersen, isso é mais uma evidência de que a diversidade química é proveniente da simbiose.
“Provavelmente, as esponjas que vivem em diferentes locais têm simbiose com microrganismos diferentes. De certo modo, trata-se de uma maravilhosa amplificação da biodiversidade. Se a química estivesse ligada apenas às células da esponja, provavelmente a mesma esponja em todos os lugares teria a mesma composição. Mas, como a química está relacionada à simbiose, a mesma espécie de esponja pode ter composições químicas distintas em diferentes partes do mundo, multiplicando as possibilidades de prospecção de produtos bioativos”, afirmou.
O procedimento de prospecção consiste em coletar o maior número possível de esponjas e analisar, em uma fase posterior, o potencial bioativo dos compostos químicos presentes nelas.
“Em geral, já sabemos que as esponjas são uma rica fonte de compostos químicos. Então, não orientamos a busca para compostos específicos. Coletamos muitas esponjas de modo que possamos montar uma grande biblioteca de extratos, com grande diversidade química. Aí, usando ensaios biológicos, procuramos por compostos que tenham tipos específicos de atividade biológica, como a atividade antimitótica, ou a ação em um receptor específico”, explicou.
Gargalo da produção
Depois de coletar esponjas e obter uma grande diversidade biológica, os cientistas sabem que têm à disposição uma grande diversidade química de compostos. “Usamos então testes químicos para descobrir, na nossa imensa coleção de compostos, aqueles dois ou três que realmente queremos e que possuem as atividades biológicas que precisamos”, disse Andersen.
O segredo para uma boa bioprospecção, segundo ele, é possuir uma biblioteca química muito rica e, ao mesmo tempo, ter à disposição ensaios de atividade biológica que sejam muito eficientes e seletivos para os diversos tipos de compostos.
“As moléculas que procuramos devem cumprir os seguintes critérios: ter interesse teórico devido à novidade de sua biogênese – como moléculas que possuem novos esqueletos de carbono –, devem mostrar atividade biológica in vitro, o que faz delas potenciais alvos para o desenvolvimento de agentes farmacêuticos e, por último, devem mostrar atividades biológicas que lhes permitam ter um papel central na biologia do organismo que as produz”, explicou.
Uma vez encontrada a molécula, segundo o professor da Universidade da Colúmbia Britânica, surge o principal gargalo para a produção de novos fármacos: a produção em escala.
“Quando se trata de esponjas, não podemos ir à natureza coletá-las e usá-las como fonte para o desenvolvimento de drogas. Nenhuma indústria farmacêutica investiria em um composto que fosse desenvolvido exclusivamente a partir de um recurso natural desse tipo. É preciso ter uma fonte renovável. Por isso, depois de encontrar um composto que pareça realmente promissor, é preciso sintetizar a molécula e produzi-la em escala. Esse é um ponto crítico do processo, antes de partir para testes clínicos”, afirmou.
Fonte: Agência FAPESP
domingo, 19 de setembro de 2010
sábado, 18 de setembro de 2010
CEAGESP: Pescados comercializados 1999 - 2009
O Centro de Qualidade da CEAGESP confeccionou uma tabela, com o intuito de organizar uma parte das informações coletadas pelo SIEM - Sistema de Informação e Estatísticas de Mercado, e facilitar a sua utilização. Nela estão todos os peixes comercializados no Entreposto Terminal de São Paulo, a sua descrição, pelo nome popular, variedade, nome e família científico, grupo (ex. couro ou escama) e habitat. É possível também consultar o volume de entrada em kg, o preço em R$/kg de cada peixe e o volume financeiro, mês a mês, durante os anos de 1999 a 2009.
Os dados de volume e preço dessa tabela foram obtidos a partir da nota fiscal de entrada na CEAGESP e não estão atualizados monetariamente. São 108 diferentes tipos de pescado. Eles estão agrupados: concha(3), corpo mole(2), couro(16),escama(78), exoesqueleto(5), placas ósseas(1) e processado (2). São 69 famílias zoológicas, da Albulidae à Xiphiidae. O volume total de pescado caiu de 47 mil toneladas em 1999 para 40 mil toneladas em 2009. O valor comercializado em 2009 foi R$ 186 milhões. O peixe de escama foi responsável por 86% do volume, seguido pelo peixe de couro com 9%, exosesqueleto (3%) e pelos outros grupos em 2009. É possível trabalhar a sazonalidade e a variação do valor com a demanda de cada pescado.
Os dados estão disponíveis em Excel em: Hortibrasil
Os dados de volume e preço dessa tabela foram obtidos a partir da nota fiscal de entrada na CEAGESP e não estão atualizados monetariamente. São 108 diferentes tipos de pescado. Eles estão agrupados: concha(3), corpo mole(2), couro(16),escama(78), exoesqueleto(5), placas ósseas(1) e processado (2). São 69 famílias zoológicas, da Albulidae à Xiphiidae. O volume total de pescado caiu de 47 mil toneladas em 1999 para 40 mil toneladas em 2009. O valor comercializado em 2009 foi R$ 186 milhões. O peixe de escama foi responsável por 86% do volume, seguido pelo peixe de couro com 9%, exosesqueleto (3%) e pelos outros grupos em 2009. É possível trabalhar a sazonalidade e a variação do valor com a demanda de cada pescado.
Os dados estão disponíveis em Excel em: Hortibrasil
sexta-feira, 17 de setembro de 2010
Evento: Dia Mundial de Limpeza
Já fiz minha parte antecipada hoje, na praia de Guaxindiba - RJ!
Neste sábado, será realizado o Clean Up The World 2010. Pelo oitavo ano consecutivo, estima-se que mais de 8.000 voluntários deverão retirar cerca de 40 toneladas de lixo, que estão contaminando a natureza e matando os animais marinhos.
São mais de 125 países mobilizando 35 milhões de voluntários em todo o globo no dia 18 de setembro, sábado, das 10 às 13:00h, simultaneamente; quando serão distribuídas mais de 25 mil sacolas Oxi-biodegradáveis e luvas - onde o lixo será qualificado e quantificado em uma Ficha de Coleta, possibilitando pesquisas e análises dos resíduos e microlixo encontrados, para futuras Campanhas e Soluções em prol da diminuição dos grandes problemas atuais vigentes: Aquecimento Global; Mudanças Climáticas; demais doenças causadas nos seres vivos, sendo estas uma ameaça ao Planeta, como um todo.
Após a coleta, o material recolhido será destinado à cooperativas e instituições de reciclagem; e ainda, será produzido e enviado um Relatório Final para a ONU, com dados do Evento.
Participe! Por um mundo mais limpo e consciente!
Abaixo alguns locais e pontos de encontro, todos com início às 10 h e término às 13 h.
Rio de Janeiro / RJ
- Praia de Copacabana e Leme:
A) Leme - Próximo à Pedra do Leme
B) Colônia dos Pescadores / Posto 06
C) Rua Rodolfo Dantas
D) Rua Xavier da Silveira
- Praia Vermelha
- Praia de Botafogo:
- Praia de Ipanema:
A) Pedra do Arpoador - Posto 07
B) Em frente ao Hotel Fasano
- Praia do Leblon:
A) Na Ponta da Praia do Leblon
- Praia de São Conrado:
Em frente ao Pouso de Asa Delta
- Praia da Joatinga:
- Praia da Barra da Tijuca:
A) Quebra-mar
B) Em frente ao Hotel Sheraton Barra
- Praia do Recreio:
Encontro no Posto 12, na Praça Tim Maia
- Praia de Grumari:
- Praia de Sepetiba:
Encontro no Coreto
- Ilha de Paquetá:
Encontro na Praia da Moreninha
- Ilha do Governador:
Encontro na Praia do Zumbi (ao lado do Clube Jequiá)
- Praia de Icaraí:
na Portaria do Clube Central / Praia de Icaraí nº 335.
- Praia de Itacoatiara:
Encontro na Praia de Itacoatiara, com surfistas e ambientalistas locais.
Cabo Frio - RJ:
- Praia do Forte
Saquarema - RJ
- Praia de Itaúna
Brasília - DF
Lago Paranoá
Neste sábado, será realizado o Clean Up The World 2010. Pelo oitavo ano consecutivo, estima-se que mais de 8.000 voluntários deverão retirar cerca de 40 toneladas de lixo, que estão contaminando a natureza e matando os animais marinhos.
São mais de 125 países mobilizando 35 milhões de voluntários em todo o globo no dia 18 de setembro, sábado, das 10 às 13:00h, simultaneamente; quando serão distribuídas mais de 25 mil sacolas Oxi-biodegradáveis e luvas - onde o lixo será qualificado e quantificado em uma Ficha de Coleta, possibilitando pesquisas e análises dos resíduos e microlixo encontrados, para futuras Campanhas e Soluções em prol da diminuição dos grandes problemas atuais vigentes: Aquecimento Global; Mudanças Climáticas; demais doenças causadas nos seres vivos, sendo estas uma ameaça ao Planeta, como um todo.
Após a coleta, o material recolhido será destinado à cooperativas e instituições de reciclagem; e ainda, será produzido e enviado um Relatório Final para a ONU, com dados do Evento.
A meta do Clean Up 2010 Brasil é coletar o maior número de materiais plásticos, recicláveis; aumentar o número de voluntários, e conscientizar a população para uma melhor gestão dos resíduos, geração de renda e menor impacto ambiental.
Participe! Por um mundo mais limpo e consciente!
Abaixo alguns locais e pontos de encontro, todos com início às 10 h e término às 13 h.
Rio de Janeiro / RJ
- Praia de Copacabana e Leme:
A) Leme - Próximo à Pedra do Leme
B) Colônia dos Pescadores / Posto 06
C) Rua Rodolfo Dantas
D) Rua Xavier da Silveira
- Praia Vermelha
- Praia de Botafogo:
- Praia de Ipanema:
A) Pedra do Arpoador - Posto 07
B) Em frente ao Hotel Fasano
- Praia do Leblon:
A) Na Ponta da Praia do Leblon
- Praia de São Conrado:
Em frente ao Pouso de Asa Delta
- Praia da Joatinga:
- Praia da Barra da Tijuca:
A) Quebra-mar
B) Em frente ao Hotel Sheraton Barra
- Praia do Recreio:
Encontro no Posto 12, na Praça Tim Maia
- Praia de Grumari:
- Praia de Sepetiba:
Encontro no Coreto
- Ilha de Paquetá:
Encontro na Praia da Moreninha
- Ilha do Governador:
Encontro na Praia do Zumbi (ao lado do Clube Jequiá)
Niterói - RJ:
- Praia de Icaraí:
na Portaria do Clube Central / Praia de Icaraí nº 335.
- Praia de Itacoatiara:
Encontro na Praia de Itacoatiara, com surfistas e ambientalistas locais.
Cabo Frio - RJ:
- Praia do Forte
Saquarema - RJ
- Praia de Itaúna
Brasília - DF
Lago Paranoá
Americana - SP
- Praia dos Namorados
Curitiba - PR
- Praia de Leste.
Serra -ES
- Praia dos Namorados
Curitiba - PR
- Praia de Leste.
Serra -ES
- Praia de Jacaraípe
Fonte: Instituto Aqualung
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
Amazonas - Uma amazônia sem peixe
Abaixo postagem do craque Pedro Martinelli em seu blog.
Quanto mais se sobe o rio Negro no rumo da Colômbia menos peixe. Os índios da Cabeça do Cachorro, que habitam os principais afluentes do Rio Negro como rio Içana e Rio Tiquié fazem malabarismos para conseguir o peixe de cada dia. Comem mais frango do que peixe. Não se sabe extamente o que acontece. Cachoeiras enormes com desníveis imensos impedem a subida para a desova, acidez da água, falta de lagos e, claro, crescimento da população estão entre as principais causas. O caiá da foto acima é uma armadilha feita de esteira de palha que é colocada no pé da queda da cachoeira para aparar as piabinhas que rodam sem controle corredeira abaixo. A coleta é a conta certa para fazer a quinhampira do dia. Um cozido com muita pimenta de diversos tipos engrossado com beiju.
Quanto mais se sobe o rio Negro no rumo da Colômbia menos peixe. Os índios da Cabeça do Cachorro, que habitam os principais afluentes do Rio Negro como rio Içana e Rio Tiquié fazem malabarismos para conseguir o peixe de cada dia. Comem mais frango do que peixe. Não se sabe extamente o que acontece. Cachoeiras enormes com desníveis imensos impedem a subida para a desova, acidez da água, falta de lagos e, claro, crescimento da população estão entre as principais causas. O caiá da foto acima é uma armadilha feita de esteira de palha que é colocada no pé da queda da cachoeira para aparar as piabinhas que rodam sem controle corredeira abaixo. A coleta é a conta certa para fazer a quinhampira do dia. Um cozido com muita pimenta de diversos tipos engrossado com beiju.
quarta-feira, 15 de setembro de 2010
Ceará: Sardinha ganha importância
A criatividade renova o cardápio e a ousadia transforma o rústico em requintado, traz esperança social e ainda destaca o turismo de comidas e paisagens. Em bom cearense, depois de por muito tempo ser o primo pobre dos peixes - uma mera isca - a invenção de pratos saborosos elevou o status e agora é ´chique´ comer sardinha. Comunidades de pescadores fazem a pesca sustentável dessa cultura que faz o cardápio na localidade de Caponga e em praias como Águas Belas, em Cascavel. No III Festival da Sardinha, realizado até ontem (domingo, 12), o protagonista foi o peixe que está gerando renda para pescadores, donos de barracas e pousadas, e atraindo o turismo gastronômico para a região.
Quatro anos atrás não passava pela cabeça do seu Airon Camilo e da dona Patrícia Maria que, em vez de esperar os pescadores voltando do mar com lagosta, era sardinha que esperariam. "Um peixe pequeno, mas muito saboroso", diz Airon, dono da barraca "Oceanus Bezerrinha". Duas semanas atrás inventaram um prato que foi apresentado no festival e tem dado no que falar: o acarajé de sardinha. A reportagem degustou a invenção ainda quentinha e feita pela primeira vez, e ainda beliscou bolinha, filé à milanesa, a base de sardinha. Mas por traz de uma nova receita culinária está uma nova forma de gerar renda e praticar o turismo.
Patrícia e Airon, donos de barraca na Caponga, ampliaram a culinária marinha com o acarajé de sardinha, apresentado durante o festival que reuniu empreendedores e turistas (Melquíades Júnior).
A praia da Caponga é considerada o maior porto pesqueiro de jangadas artesanais do Ceará, com um quilômetro de litoral. Lá se pesca de forma sustentável a lagosta, por meio do equipamento artesanal chamado manzoá, que não agride o meio ambiente. Mas a exploração predatória da lagosta na maior parte da costa cearense, gerando o lucro imediato, tem provocado a escassez do produto no mar e, consequentemente, seu encarecimento no cardápio de barracas e restaurantes. Os pescadores artesanais não ficam a lamentar a volta da pesca da lagosta porque estão trazendo peixes do tipo sardinha em suas redes, um produto que era apenas coadjuvante na pesca da lagosta e em muitos casos chegava a ser jogado no lixo. Hoje são pescados por mês cerca de 20 toneladas de sardinha.
"Hoje é a sardinha que sustenta a Caponga", defende Mamede Rebouças, presidente da Associação dos Empreendedores de Turismo, Artesanato e Cultura de Cascavel (Assetuc) e realizador do festival. A mudança de pensamento sobre o tipo de peixe, hoje configurando produto "ilustre", repercute na gastronomia de diversas barracas espalhadas pelo litoral. Na Delícias da Jangada, pode-se comer sardinha tranqüilo: ela vai ao fogo sem espinhas, técnica dos cozinheiros da pousada Jangadas da Caponga e que deram mais atrativo ao cardápio.
A terceira edição do Festival da Sardinha é turística, mas também social e cultural. A tarde de ontem foi animada com a regata de jangadas, dos pescadores artesanais, mas muito além dos três primeiros lugares premiados, havia uma turma que em terra não se importavam com quem chegava primeiro. Eram crianças e adolescentes das escolas públicas que foram responsáveis pelas ilustrações nas velas de todas as jangadas. Com o tema "o que o povo da Caponga faz", os estudantes foram estimulados a fazer desenhos, um recorte da própria realidade.
Fonte: Diário do Nordeste
Foto e texto: Melquíades Júnior
terça-feira, 14 de setembro de 2010
México: Museu submerso
Museu de esculturas submarinas ajudará a preservar corais no México
O escultor Jason DeCaires Taylor está inaugurando um museu subaquático no fundo do mar em Cancún, no México.
Com cerca de 200 esculturas de cimento prontas para serem submersas nas próximas semanas, DeCaires espera criar um suporte para os corais marinhos da região, ameaçados pelo turismo intensivo.
Ao colocar suas peças no fundo do mar, o escultor perde o controle sobre elas, que passam a ficar à mercê da natureza.
A colonização da vida marinha deve mudar constantemente sua aparência e cores.
Algumas figuras já foram submersas e têm atraído a atenção do público, que mergulha para ver as estátuas.
Filho de pai inglês e mãe guianense, crescido na Ásia e na Europa, DeCaires passou a vida em contato com o mar e chegou a ser instrutor de mergulho.
Formado em artes e especializado em esculturas em pedras, o artista foi o primeiro a fazer instalações submarinas, ganhando fama com o primeiro parque de esculturas submerso do mundo em 2006, em Granada, Caribe.
Com sua obra, ele tenta unir a arte ao meio-ambiente e ressaltar que, apesar de vivermos cercados por edifícios, não podemos negar nossa dependência da natureza.
Até o fim deste ano, DeCaires pretende dar início à última fase do projeto, que consiste em convidar outros artistas plásticos para contribuir para o Museu Subaquático de Arte.
A colonização da vida marinha deve mudar constantemente sua aparência e cores.
Algumas figuras já foram submersas e têm atraído a atenção do público, que mergulha para ver as estátuas.
Filho de pai inglês e mãe guianense, crescido na Ásia e na Europa, DeCaires passou a vida em contato com o mar e chegou a ser instrutor de mergulho.
Formado em artes e especializado em esculturas em pedras, o artista foi o primeiro a fazer instalações submarinas, ganhando fama com o primeiro parque de esculturas submerso do mundo em 2006, em Granada, Caribe.
Com sua obra, ele tenta unir a arte ao meio-ambiente e ressaltar que, apesar de vivermos cercados por edifícios, não podemos negar nossa dependência da natureza.
Até o fim deste ano, DeCaires pretende dar início à última fase do projeto, que consiste em convidar outros artistas plásticos para contribuir para o Museu Subaquático de Arte.
Fonte: BBC Brasil
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
Pesquisa: Algas marinhas multiuso
O Brasil guarda debaixo d’água um reservatório valioso para o fornecimento de produtos como medicamentos, combustíveis e até mesmo um filtro solar natural de ótimo desempenho.
São as algas marinhas, cujo potencial muito além dos sushis foi destacado pelo professor Pio Colepicolo Neto, do Departamento de Bioquímica do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (IQ-USP), no Workshop sobre biodiversidade marinha: avanços recentes em bioprospecção, biogeografia e filogeografia, realizado pelo Programa Biota-FAPESP e que terminou sexta-feira (10/9), na sede da Fundação.
Colepicolo coordena o Projeto Temático “Estudos de bioprospecção de macroalgas marinhas, uso da biomassa algal como fonte de novos fármacos e bioativos economicamente viáveis e sua aplicação na remediação de áreas impactadas (biodiversidade marinha)”, que também integra o Biota-FAPESP.
“Por estarem expostas a ambientes e situações adversas, as algas desenvolvem, como metabólitos secundários, moléculas químicas extremamente sofisticadas e diferentes das estruturas produzidas por plantas terrestres”, disse à Agência FAPESP.
Segundo o cientista, já se sabe que as algas marinhas desempenham uma função fundamental no ambiente: elas respondem por cerca da metade do oxigênio liberado na atmosfera; delas saem o dimetil sulfeto, principal gás responsável pela formação de nuvens; são biorremediadoras de águas poluídas; e podem ser utilizadas como um biomarcador de poluição. Colepicolo também mostrou que as algas podem ser fornecedoras de compostos únicos e extremamente complexos.
“Essas moléculas encontram vasta aplicação na indústria farmacêutica ao servir de base para a fabricação de antiinflamatórios, antifúngicos, antivirais, bactericidas, antioxidantes e mais uma enorme gama de produtos que podem ser desenvolvidos de forma inovadora, estratégica e economicamente importante para o Brasil”, destacou.
As aplicações dessas substâncias vão além da medicina. Na agricultura, por exemplo, antifúngicos extraídos de macroalgas podem ser aplicados sobre frutas como mamão, morango e figo e, com isso, pode-se aumentar o tempo de vida útil da fruta na prateleira de três a quatro semanas.
“Podemos ganhar até um mês de viabilidade em produtos agrícolas que são exportados”, disse o professor da USP, ressaltando a importância econômica de aplicações como essa.
Outro grande potencial das micro e macroalgas marinhas é fornecer o princípio ativo para protetores solares naturais. Há cinco anos, em um outro projeto apoiado pela FAPESP sob a coordenação de Colepicolo, o grupo de pesquisa isolou de macroalgas da costa brasileira as micosporinas (MAA), substâncias químicas de baixo peso molecular, com alta capacidade de absorver radiação ultravioleta (UV).
Algumas micosporinas são também antioxidantes. Essas substâncias têm a finalidade de protegê-las contra os efeitos danosos de UV, função exercida pelos flavonoides nas plantas terrestres.
Por ficarem mais expostas ao sol, as algas tropicais são as que mais apresentam substâncias resistentes aos raios UV. Esses protetores solares naturais das algas são particularmente importantes para os biomas marinhos, pois também fornecem proteção solar a outros organismos como peixes, moluscos, zooplâncton e corais.
“As algas marinhas produzem essas substâncias e muitos peixes adquirem proteção solar ao se alimentar desses organismos fotossintetizantes”, explicou o pesquisador.
O fenômeno do branqueamento de corais é causado pela ausência desses protetores naturais fornecidos pelas algas. A ausência das algas que vivem em simbiose com os corais os deixam expostos à radiação. Com isso, eles acabam sofrendo a ação direta dos raios UV, perdem coloração e morrem. Ambientalmente, esse efeito é extremamente danoso, pois perdem-se componentes importantes do equilíbrio ecológico marinho.
O desempenho do protetor natural também chamou a atenção dos pesquisadores. Em testes, o absorvedor de UV das algas apresentou um espectro de absorção muito próximo ao mais eficiente produto sintético vendido no mercado.
“A indústria cosmética poderá se beneficiar de dois efeitos do produto – sua ação antioxidante e de proteção contra UV – e, com isso, oferecer produtos com ação sinérgica contra o estresse oxidativo, câncer de pele e envelhecimento precoce”, afirmou.
Colepicolo estima que, além de protetores para a pele, as micosporinas poderão ser usadas na base de tintas e vernizes para proteger materiais que ficam expostos à luz solar, como prédios e barcos.
Biocombustíveis
O pesquisador também abordou no workshop as perspectivas de produção de algas marinhas em regiões próximas à costa brasileira, um subprojeto integrante do Projeto Temático. “As fazendas de cultivo de macroalgas ajudariam a preservar as espécies, uma vez que evitam a extração e eventual predação dessas plantas em seu ambiente natural”, disse.
Em parceria com a professora Eliane Marinho-Soriano, do Departamento de Oceanografia e Limnologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Colepicolo espera desenvolver sustentabilidade em cultivos integrados que envolvam a criação de organismos diferentes.
A primeira experiência é o cultivo de macroalgas e a criação de camarões em um único tanque do tamanho de um campo de futebol, em média, a 1,5 metro de profundidade.
A cada três meses, mesmo tempo de crescimento ideal das macroalgas, os camarões são coletados e as águas eutrofizadas dos tanques são devolvidas aos mangues da região. Com os cultivos integrados, as macroalgas colaboram para a purificação da água absorvendo o excesso de nitrogênio, fosfato e outros resíduos para seu desenvolvimento, servindo assim de biorremediadoras ambientais.
“A parceria com a professora Eliane da UFRN é muito importante. No Rio Grande do Norte há alta incidência de radiação solar, o que aumenta a produtividade das algas”, disse Colepicolo, explicando que a luz solar aumenta a velocidade de desenvolvimento e de reprodução das plantas aquáticas.
Para o professor da USP, as algas podem ainda ser uma boa fonte de biocombustíveis e suprir a demanda por biodiesel que não consegue ser atendida somente pelas fontes animais e vegetais terrestres atuais. Esse também é um dos braços de pesquisa contemplados pelo Projeto Temático.
Para esse objetivo, o pesquisador defende o melhoramento de cultivos e a aplicação de engenharia molecular, além de pesquisas em extração e refino do óleo de alga. Esses esforços poderiam tornar o combustível de alga competitivo em relação ao similar obtido do petróleo.
“A bioenergia de algas tem duas frentes diferentes de pesquisa. Primeiramente, as microalgas, ricas em lipídios, ou gorduras, são ideais para a fabricação de biodiesel”, disse Colepicolo, ressaltando que, diferentemente dos vegetais terrestres, o cultivo de algas não necessita de fertilizantes nem de pesticidas.
“Já as macroalgas possuem um alto teor de açúcar. Algumas espécies apresentam entre 50% e 60% de seu peso seco em polissacarídeos. São açúcares que, ao serem degradados por enzimas específicas, transformam-se em monômeros fermentáveis que dão origem ao etanol”, completou.
As macroalgas podem participar das pesquisas do etanol de terceira geração provenientes de carboidratos. “Trata-se de uma alternativa sustentável e ecologicamente correta, pois só usa água salgada e luz solar para crescer e não é necessária a utilização de agrotóxicos e fertilizantes”, disse.
Mais informações: www2.iq.usp.br/docente/piocolep
São as algas marinhas, cujo potencial muito além dos sushis foi destacado pelo professor Pio Colepicolo Neto, do Departamento de Bioquímica do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (IQ-USP), no Workshop sobre biodiversidade marinha: avanços recentes em bioprospecção, biogeografia e filogeografia, realizado pelo Programa Biota-FAPESP e que terminou sexta-feira (10/9), na sede da Fundação.
Colepicolo coordena o Projeto Temático “Estudos de bioprospecção de macroalgas marinhas, uso da biomassa algal como fonte de novos fármacos e bioativos economicamente viáveis e sua aplicação na remediação de áreas impactadas (biodiversidade marinha)”, que também integra o Biota-FAPESP.
“Por estarem expostas a ambientes e situações adversas, as algas desenvolvem, como metabólitos secundários, moléculas químicas extremamente sofisticadas e diferentes das estruturas produzidas por plantas terrestres”, disse à Agência FAPESP.
Segundo o cientista, já se sabe que as algas marinhas desempenham uma função fundamental no ambiente: elas respondem por cerca da metade do oxigênio liberado na atmosfera; delas saem o dimetil sulfeto, principal gás responsável pela formação de nuvens; são biorremediadoras de águas poluídas; e podem ser utilizadas como um biomarcador de poluição. Colepicolo também mostrou que as algas podem ser fornecedoras de compostos únicos e extremamente complexos.
“Essas moléculas encontram vasta aplicação na indústria farmacêutica ao servir de base para a fabricação de antiinflamatórios, antifúngicos, antivirais, bactericidas, antioxidantes e mais uma enorme gama de produtos que podem ser desenvolvidos de forma inovadora, estratégica e economicamente importante para o Brasil”, destacou.
As aplicações dessas substâncias vão além da medicina. Na agricultura, por exemplo, antifúngicos extraídos de macroalgas podem ser aplicados sobre frutas como mamão, morango e figo e, com isso, pode-se aumentar o tempo de vida útil da fruta na prateleira de três a quatro semanas.
“Podemos ganhar até um mês de viabilidade em produtos agrícolas que são exportados”, disse o professor da USP, ressaltando a importância econômica de aplicações como essa.
Outro grande potencial das micro e macroalgas marinhas é fornecer o princípio ativo para protetores solares naturais. Há cinco anos, em um outro projeto apoiado pela FAPESP sob a coordenação de Colepicolo, o grupo de pesquisa isolou de macroalgas da costa brasileira as micosporinas (MAA), substâncias químicas de baixo peso molecular, com alta capacidade de absorver radiação ultravioleta (UV).
Algumas micosporinas são também antioxidantes. Essas substâncias têm a finalidade de protegê-las contra os efeitos danosos de UV, função exercida pelos flavonoides nas plantas terrestres.
Por ficarem mais expostas ao sol, as algas tropicais são as que mais apresentam substâncias resistentes aos raios UV. Esses protetores solares naturais das algas são particularmente importantes para os biomas marinhos, pois também fornecem proteção solar a outros organismos como peixes, moluscos, zooplâncton e corais.
“As algas marinhas produzem essas substâncias e muitos peixes adquirem proteção solar ao se alimentar desses organismos fotossintetizantes”, explicou o pesquisador.
O fenômeno do branqueamento de corais é causado pela ausência desses protetores naturais fornecidos pelas algas. A ausência das algas que vivem em simbiose com os corais os deixam expostos à radiação. Com isso, eles acabam sofrendo a ação direta dos raios UV, perdem coloração e morrem. Ambientalmente, esse efeito é extremamente danoso, pois perdem-se componentes importantes do equilíbrio ecológico marinho.
O desempenho do protetor natural também chamou a atenção dos pesquisadores. Em testes, o absorvedor de UV das algas apresentou um espectro de absorção muito próximo ao mais eficiente produto sintético vendido no mercado.
“A indústria cosmética poderá se beneficiar de dois efeitos do produto – sua ação antioxidante e de proteção contra UV – e, com isso, oferecer produtos com ação sinérgica contra o estresse oxidativo, câncer de pele e envelhecimento precoce”, afirmou.
Colepicolo estima que, além de protetores para a pele, as micosporinas poderão ser usadas na base de tintas e vernizes para proteger materiais que ficam expostos à luz solar, como prédios e barcos.
Biocombustíveis
O pesquisador também abordou no workshop as perspectivas de produção de algas marinhas em regiões próximas à costa brasileira, um subprojeto integrante do Projeto Temático. “As fazendas de cultivo de macroalgas ajudariam a preservar as espécies, uma vez que evitam a extração e eventual predação dessas plantas em seu ambiente natural”, disse.
Em parceria com a professora Eliane Marinho-Soriano, do Departamento de Oceanografia e Limnologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Colepicolo espera desenvolver sustentabilidade em cultivos integrados que envolvam a criação de organismos diferentes.
A primeira experiência é o cultivo de macroalgas e a criação de camarões em um único tanque do tamanho de um campo de futebol, em média, a 1,5 metro de profundidade.
A cada três meses, mesmo tempo de crescimento ideal das macroalgas, os camarões são coletados e as águas eutrofizadas dos tanques são devolvidas aos mangues da região. Com os cultivos integrados, as macroalgas colaboram para a purificação da água absorvendo o excesso de nitrogênio, fosfato e outros resíduos para seu desenvolvimento, servindo assim de biorremediadoras ambientais.
“A parceria com a professora Eliane da UFRN é muito importante. No Rio Grande do Norte há alta incidência de radiação solar, o que aumenta a produtividade das algas”, disse Colepicolo, explicando que a luz solar aumenta a velocidade de desenvolvimento e de reprodução das plantas aquáticas.
Para o professor da USP, as algas podem ainda ser uma boa fonte de biocombustíveis e suprir a demanda por biodiesel que não consegue ser atendida somente pelas fontes animais e vegetais terrestres atuais. Esse também é um dos braços de pesquisa contemplados pelo Projeto Temático.
Para esse objetivo, o pesquisador defende o melhoramento de cultivos e a aplicação de engenharia molecular, além de pesquisas em extração e refino do óleo de alga. Esses esforços poderiam tornar o combustível de alga competitivo em relação ao similar obtido do petróleo.
“A bioenergia de algas tem duas frentes diferentes de pesquisa. Primeiramente, as microalgas, ricas em lipídios, ou gorduras, são ideais para a fabricação de biodiesel”, disse Colepicolo, ressaltando que, diferentemente dos vegetais terrestres, o cultivo de algas não necessita de fertilizantes nem de pesticidas.
“Já as macroalgas possuem um alto teor de açúcar. Algumas espécies apresentam entre 50% e 60% de seu peso seco em polissacarídeos. São açúcares que, ao serem degradados por enzimas específicas, transformam-se em monômeros fermentáveis que dão origem ao etanol”, completou.
As macroalgas podem participar das pesquisas do etanol de terceira geração provenientes de carboidratos. “Trata-se de uma alternativa sustentável e ecologicamente correta, pois só usa água salgada e luz solar para crescer e não é necessária a utilização de agrotóxicos e fertilizantes”, disse.
Mais informações: www2.iq.usp.br/docente/piocolep
domingo, 12 de setembro de 2010
"Brothers" por Alano Edzerza
As Orcas costumam viajar e também caçar em grupo, como os lobos, sendo também por isso chamados pelos povos nativos como "lobos do mar".
As Orcas são as mais admiradas de todos as baleias e é usado como um poderoso escudo por muitos clãs.
Há uma lenda que diz que uma Orca quando ferida por caçadores de baleia retorna em algum ponto mais tarde no tempo para virar o baleeiro.
Em outra lenda, a baleia poderia capturar seu atacante e arrasta-lo, juntamente com o seu barco e seus tripulantes até a Vila (subaquática) das Baleias. Os tripulantes e o baleeiro, então, se transformariam em baleias.
sábado, 11 de setembro de 2010
SP - Evento: Oceanos e Sociedade
Instituto Oceanográfico (IO) promove evento comemorativo dos:
120 anos de nascimento do Prof. Wladimir Besnard;
60 anos da 1ª Expedição Oceanográfica Brasileira;
60 anos do Brazilian Journal of Oceanography;
50 anos da criação da Comissão Oceanográfica Intergovernamental, COI-UNESCO.
Essa iniciativa tem como motivador a necessidade de uma reflexão a respeito da relação entre os oceanos e a sociedade, bem como do papel da pesquisa oceanográfica na elaboração de políticas públicas e no entendimento dos processos que afetam a sustentabilidade desse ambiente e o bem estar daqueles que dele dependem.
Para tanto, representantes de vários segmentos da sociedade, como governo, iniciativa privada, ONGs e instituições de pesquisa e fomento, apresentarão suas ações dentro desse contexto e mapearão as lacunas e ou dificuldades de atuação.
O evento fará, também, o lançamento do livro “Prof. Wladimir Besnard”.
As inscrições (gratuitas) estarão limitadas a 300 participantes.
O evento “A atuação da Comissão Oceanográfica Intergovernamental e a relação entre pesquisa oceanográfica e políticas públicas no Brasil” será realizado no próximo dia 18 de novembro de 2010, das 8h30 às 19h00, no auditório Prof. Dr. Plínio Soares Moreira do IO/USP (Praça do Oceanográfico, 191, Cidade Universitária, Butantã, São Paulo).
A motivação para a realização desse evento é a necessidade de uma reflexão a respeito da relação entre os oceanos e a sociedade. Pretende-se discutir a relação entre pesquisa oceanográfica e as políticas públicas para a zona costeira e oceânica no Brasil, tendo por base a estratégia de atuação da COI no mundo. É premente promover e incrementar o diálogo entre os atores envolvidos com as ciências marinhas – sociedade civil, instituições de ensino e pesquisa, governos em todas as esferas, órgãos de fomento à pesquisa.
Programação:
08h30 abertura
09h00 Conferência: A Política de Fomento à Pesquisa Oceanográfica da FAPESP
Carlos Henrique de Brito Cruz, Diretor Científico da FAPESP
10h00 Mesa Redonda Pesquisa Oceanográfica e Políticas Públicas no Brasil: Lacunas e Potencialidades
Contextualização do tema dentro do marco teórico do Manejo Costeiro Integrado
Moderador: Frederico Brandini, IO/USP
Relator: Alexander Turra, IO/USP
Debatedores:
Poder Executivo Federal
· Ministério do Meio Ambiente, Programa Nacional de Gerenciamento Costeiro – MMA/GERCO
· Ministério da Ciência e Tecnologia
· Centro de Estudos Estratégicos – CGEE
Poder Legislativo
Terceiro Setor
· Greenpeace
13h00 almoço
14h30 Conferência A Comissão Oceanográfica Intergovernamental e suas Linhas de Atuação
Representante do COI
15h30 Mesa Redonda Pesquisa Oceanográfica e Políticas Públicas no Brasil: Políticas de Fomento
Contextualização do tema enfatizando que o fomento para políticas públicas tem caráter diferenciado do fomento à pesquisa tradicional
Moderadora: Ilana Wainer, IO/USP
Relator: Alexander Turra, IO/USP
Debatedores:
· FAPESP
· CNPq
· Petrobras
· Pró-Reitoria de Pesquisa da USP
· Comissão Interministerial para os Recursos do Mar - CIRM
18h00 Lançamento do livro “Professor Wladimir Besnard”
18h30 Coquetel de Confraternização
60 anos da 1ª Expedição Oceanográfica Brasileira;
60 anos do Brazilian Journal of Oceanography;
50 anos da criação da Comissão Oceanográfica Intergovernamental, COI-UNESCO.
Essa iniciativa tem como motivador a necessidade de uma reflexão a respeito da relação entre os oceanos e a sociedade, bem como do papel da pesquisa oceanográfica na elaboração de políticas públicas e no entendimento dos processos que afetam a sustentabilidade desse ambiente e o bem estar daqueles que dele dependem.
Para tanto, representantes de vários segmentos da sociedade, como governo, iniciativa privada, ONGs e instituições de pesquisa e fomento, apresentarão suas ações dentro desse contexto e mapearão as lacunas e ou dificuldades de atuação.
O evento fará, também, o lançamento do livro “Prof. Wladimir Besnard”.
As inscrições (gratuitas) estarão limitadas a 300 participantes.
As inscrições para o evento serão realizadas exclusivamente pela internet em http://www.oceanosesociedade.io.usp.br
O evento “A atuação da Comissão Oceanográfica Intergovernamental e a relação entre pesquisa oceanográfica e políticas públicas no Brasil” será realizado no próximo dia 18 de novembro de 2010, das 8h30 às 19h00, no auditório Prof. Dr. Plínio Soares Moreira do IO/USP (Praça do Oceanográfico, 191, Cidade Universitária, Butantã, São Paulo).
A motivação para a realização desse evento é a necessidade de uma reflexão a respeito da relação entre os oceanos e a sociedade. Pretende-se discutir a relação entre pesquisa oceanográfica e as políticas públicas para a zona costeira e oceânica no Brasil, tendo por base a estratégia de atuação da COI no mundo. É premente promover e incrementar o diálogo entre os atores envolvidos com as ciências marinhas – sociedade civil, instituições de ensino e pesquisa, governos em todas as esferas, órgãos de fomento à pesquisa.
Programação:
08h30 abertura
09h00 Conferência: A Política de Fomento à Pesquisa Oceanográfica da FAPESP
Carlos Henrique de Brito Cruz, Diretor Científico da FAPESP
10h00 Mesa Redonda Pesquisa Oceanográfica e Políticas Públicas no Brasil: Lacunas e Potencialidades
Contextualização do tema dentro do marco teórico do Manejo Costeiro Integrado
Moderador: Frederico Brandini, IO/USP
Relator: Alexander Turra, IO/USP
Debatedores:
Poder Executivo Federal
· Ministério do Meio Ambiente, Programa Nacional de Gerenciamento Costeiro – MMA/GERCO
· Ministério da Ciência e Tecnologia
· Centro de Estudos Estratégicos – CGEE
Poder Legislativo
Terceiro Setor
· Greenpeace
13h00 almoço
14h30 Conferência A Comissão Oceanográfica Intergovernamental e suas Linhas de Atuação
Representante do COI
15h30 Mesa Redonda Pesquisa Oceanográfica e Políticas Públicas no Brasil: Políticas de Fomento
Contextualização do tema enfatizando que o fomento para políticas públicas tem caráter diferenciado do fomento à pesquisa tradicional
Moderadora: Ilana Wainer, IO/USP
Relator: Alexander Turra, IO/USP
Debatedores:
· FAPESP
· CNPq
· Petrobras
· Pró-Reitoria de Pesquisa da USP
· Comissão Interministerial para os Recursos do Mar - CIRM
18h00 Lançamento do livro “Professor Wladimir Besnard”
18h30 Coquetel de Confraternização
Fonte: Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo
sexta-feira, 10 de setembro de 2010
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
MPA - O Brasil está comendo mais pescado
Pesquisa revela que consumo de pescado cresceu 40% de 2003 a 2009
O Ministério da Pesca e Aquicultura divulgou nesta quarta-feira (08/09) os resultados do estudo que revela um aumento no consumo de pescado por pessoa no país. Houve um crescimento de 6,46 kg para 9,03 kg por habitante/ano entre 2003 e 2009, o que representou um aumento de 39,78% nos últimos sete anos. O novo dado se aproxima do patamar considerado ideal pela Organização Mundial de Saúde 12 kg por habitante/ano.
O Ministro Gregolin atribuiu esse resultado às políticas adotadas pelo Ministério para o desenvolvimento da pesca e aquicultura, principalmente com relação ao cultivo de peixes em cativeiro que vem crescendo de forma significativa nos últimos anos. Ele ressaltou ainda que o aumento da renda média do brasileiro colaborou para esse aumento.
No estudo “Consumo Per Capita Aparente de Pescado no Brasil” foi verificado um crescimento médio anual no consumo de pescado em torno de 6% no período analisado. Somente entre 2008 e 2009, esse aumento chegou a 8% com um volume total consumido pela população brasileira saindo de 1,5 milhão de toneladas para 1,7 milhão de toneladas. O levantamento buscou também mapear os hábitos de consumo de pescado da população brasileira e revelou que do total consumido no Brasil, 69,4% é produzido aqui e 30,6% vêm de países como Chile, Noruega e Argentina.
A pesquisa mostrou ainda que 96% da produção nacional em 2009 foi comercializada no mercado interno e consumida pelos brasileiros e apenas 4% dos produtos foram destinados à exportação. Os países que mais importaram pescado brasileiro foram Estados Unidos, França, Espanha, Japão e Reino Unido. A queda nas exportações se deveu em grande parte à retração do mercado internacional, justificada pela crise financeira mundial, que teve fortes conseqüências em países como Estados Unidos e o Bloco Comum Europeu.
Nos últimos três anos, entre 2006 e 2009, observa-se uma estabilidade na proporção entre o consumo de produtos nacionais e importados, com 70% para produtos nacionais e 30% importados. O percentual revela que a produção nacional é crescente e tem conseguido manter a proporção na participação do consumo no país.
Fonte: MPA
quarta-feira, 8 de setembro de 2010
São Francisco: pesca fraca e suas alternativas
Abaixo duas materias do Jornal A Tarde quefalam da queda na pesca no Rio São Francisco, atribui aos reservatórios e usinas hidrelétricas ali instalados (que quebraram o ciclo de reprodução d emuitos peixes do "Velho Chico") e mostra também alternativas economicas de quem não se sustenta apenas pela pesca e busca no turismo e na aquicultura novas frentes de renda e trabalho.
Pesca fica mais escassa no Sertão do São Francisco
A represa do rio São Francisco em Sobradinho criou o segundo maior lago artificial do mundo. Mas o impacto da obra vai muito além disso: algumas cidades foram submersas, outras nasceram.
Vinte anos depois, meio milhão de pessoas vive sob a influência daquelas águas verde-escuras. De lá para cá, o Sertão do São Francisco se tornou um importante polo agrícola, com uma produção diversificada de frutas. A pesca, por outro lado, é cada vez mais escassa. A cidade que chegou a ter 30 mil habitantes, hoje tem 23 mil.
O território Sertão do São Francisco é responsável por 98% da produção de uvas da Bahia, 80% de melão, 58% de manga, 25% de goiabas e 76% de cebolas. Nenhum dos 10 municípios é plenamente atendido com serviço de saneamento básico.
“O uso da água é a principal vertente econômica da região”, acredita o prefeito de Sobradinho, Genilson Silva. A cidade nasceu a partir dos 10 mil homens de todo o Nordeste que se dirigiram para lá durante a construção da barragem a 48 km de Juazeiro.
Além das atividades já conhecidas, há grande interesse em usar a água do rio como atrativo para o turismo nas margens do Velho Chico.
O local precisa de investimentos na área de saneamento, pavimentação de ruas e melhorias dos acessos. A orla da cidade, conhecida como Chico Periquito, está em fase de urbanização e deverá oferecer mais conforto ao lazer da população e dos visitantes. O fluxo hoje é considerado muito abaixo do potencial.
“Ninguém olha para uma cidade feia. O empresário não vai querer investir em um local sem bons serviços públicos”, reconhece o prefeito.
Há 48 km de Juazeiro e Petrolina, a ideia é aproveitar os ventos favoráveis das grandes cidades e ir à reboque.
Acredita-se que Sobradinho pode ser a área de lazer da região.
O pescador Pedro Bezerra de Freitas, 47 anos, vive mais do turismo que da pesca.
Montou um restaurante no Chico Periquito e pesca apenas para atender pedidos dos clientes. “Tinha muitos peixes antes e não tinha esse monte de barragens no rio”, lembra. Ele chegou à Bahia em 1980, vindo do Ceará, atrás das boas pescarias. “Só consigo viver atualmente porque pego e vendo para meus clientes aqui”, comenta.
Dois filhos seguiram a profissão do pai e hoje ganham a vida graças ao restaurante também.
Pescador busca o sustento com o cultivo das tilápias
Não fosse o cultivo de tilápias em tanques-rede, o pescador Francinaldo Batista da Silva, 48 anos, teria dificuldades para garantir o sustento da família. Em um sábado de julho ele retirou do lago uma rede de 250 metros de linha.
Em 1979 quando Naldo conheceu o rio, o Velho Chico teria dado a ele 20 km de peixes.
irava surubim, curumatá, dourado, todos peixes comerciais”, lembra. Desta vez, foram sete peixinhos magrinhos que serviram de tira-gosto para ele, mulher e cinco filhos. “Se for vender não paga o combustível”.
Há quatro anos ele resolveu apostar na piscicultura e tem colhidos bons resultados.
Estima-se a existência de 850 gaiolas na região. Destas, 70 são de Naldo. “Vendo 90% de peixes criados e apenas 10% de pescados”, diz. São quatro toneladas por mês, mas há mercado para muito mais, acredita.
Fonte: A Tarde
terça-feira, 7 de setembro de 2010
Persistência
Praia do Pontal, Arraial do Cabo, agosto de 2010.
por Maurício Düppré
Coincidentemente nesta mesma área, 1 dia antes (7 de agosto), havia aparecido uma mancha de óleo, provavelmente vinda de limpeza ilegal de tanque de navio em alto-mar.
http://cardumebrasil.blogspot.com/2010/08/borras-de-oleo-em-praias-de-arraial-do.html
Mesmo assim, e apesar de casos de poluição, indicativos de sobrepesca, turismo desordenado que atrapalha a prática de pesca principalmente no verão, o arrastão de praia, atividade de pesca das mais tradicionais e símbolo do município ainda persiste em Arraial do Cabo.
Muito pela enorme força de vontade dos pescadores, pois já não se encontra nas redes a abundância de décadas atrás.
Esta atividade de pesca, das mais tradicionais, é cada vez mais escassa em muitas beiras de praia do país.
segunda-feira, 6 de setembro de 2010
RS - Caracterização dos Pescadores
Equipes do Nema (Núcleo de Educação e Monitoramento Ambiental) estão realizando um trabalho de levantamento socioeconômico de pescadores em Rio Grande. Esse projeto, que tem por nome “Pescadores por natureza: caracterização, monitoramento e qualificação das pescarias de arrasto no Rio Grande do Sul”, que é financiado pelo Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA). O projeto visa a obter o panorama atual das frotas industriais de arrasto que atuam no Rio Grande do Sul e também da pesca artesanal de arrasto para camarão-rosa, àqueles pescadores que atuam na Laguna dos Patos considerando que, até o momento, o novo Ministério da Pesca ainda não tem conhecimento de quantos pescadores atuam na laguna e na costa gaúcha.
Para o estabelecimento de uma política abrangente, que permita um trabalho visando à manutenção de um estoque pesqueiro que possibilite uma exploração rentável, é necessário que aquele órgão federal tenha um gráfico perfeito em suas mãos para, então, dar início ao seu programa de planejamento e execução da política que poderá ser adotada nesse setor.
Deve existir uma consciência por parte do Ministério da Pesca de que não mais é possível o estabelecimento de uma linha única de trabalho para a pesca nacional. Cada região tem peculiaridades próprias e necessidades especiais, como acontece nesta região por exemplo, onde a pesca artesanal da laguna depende muito da atividade racional dos barcos pesqueiros na costa oceânica, permitindo que os cardumes de matrizes entrem na lagoa, mas, para que essas necessidades sejam observadas e atendidas, é preciso também que exista conhecimento por parte das autoridades pesqueiras.
Deve existir uma consciência por parte do Ministério da Pesca de que não mais é possível o estabelecimento de uma linha única de trabalho para a pesca nacional. Cada região tem peculiaridades próprias e necessidades especiais, como acontece nesta região por exemplo, onde a pesca artesanal da laguna depende muito da atividade racional dos barcos pesqueiros na costa oceânica, permitindo que os cardumes de matrizes entrem na lagoa, mas, para que essas necessidades sejam observadas e atendidas, é preciso também que exista conhecimento por parte das autoridades pesqueiras.
Para atingir esses objetivos, estão programadas 26 atividades, entre as quais embarques de observadores de bordo em barcos pesqueiros; preenchimento de cadernos de bordo pelos pescadores com informações das viagens de pesca; monitoramento dos desembarques das espécies capturadas; palestras nas escolas e para pescadores no porto, mais saída de monitoramento de praia mensal - do Molhe Oeste, localizado no Cassino, até a Lagoa do Peixe, e do Cassino até o Chuí.
Fonte: Jornal Agora
sábado, 4 de setembro de 2010
Recife Artificial: A experiência portuguesa
Muito se fala dos recifes artificiais como solução pra coibir a pesca de grande escala, e a utilização de apetrechos mais predatórios em benefício da pesca artesanal de pequena escala e mais seletiva (linha de mão), de áreas para turismo de mergulho, para agregar cardumes, ou até aumento de produtividade, etc.
Abaixo, disponibilizamos, para reflexão, artigo de um pesquisador contando sobre a experiência da implantação de Recifes Artificiais na região de Algarves em Portugal, trabalho que foi sendo desenvolvido desde 1990.
No início ele conta também um pouco da história desta instrumento que vem a contribuir em muitos casos com a gestão ambiental, o ordenamento do espaço marítimo e a sustentabilidade, principalmente da pesca artesanal.
RECIFES ARTIFICIAIS: ASPECTOS GERAIS E A EXPERIÊNCIA PORTUGUESA
Os Recifes Artificiais (RAs) tal como vêm sendo desenvolvidos nas décadas recentes, contribuem para a resolução destes problemas, apresentando-se como um instrumento de gestão integrada dos ecossistemas marinhos e das atividades relacionadas com a exploração dos recursos pesqueiros e energéticos. Mas afinal o que é um recife artificial? Embora não existe uma definição universalmente aceite acerca do que é um recife artificial, na Europa foi possível encontrar um consenso entre aqueles que se dedicam ao estudo destes habitats artificiais (European Artificial Reef Research Network,1998), que define um recife artificial como "uma estrutura deliberadamente colocada no fundo do mar, totalmente submersa, que procura imitar algumas das características dos recifes naturais". Podem, pois, considerar-se recife artificiais, estruturas tão diversas como: módulos de concreto ou aço; desperdícios industriais (ex. antigos navios, plataformas de extração de petróleo e carcaças de automóveis, aviões e outros meios de transporte; e materiais de oportunidade de baixo custo, como ramos de árvore, bambu, pedra, etc).
Aspectos históricos e princípios de funcionamento
Mas como surgiram e como funcionam os recifes artificiais? O primeiro recife artificial pode ter surgido em qualquer local com tradição pesqueira, pois a capacidade de uma estrutura submersa atrair diferentes formas de vida é bem conhecida de qualquer pescador. Porém, o primeiro registo provem do Japão, onde segundo Ino (1974), no sexto ano da Era Kansei (1789-1801) um pescador da aldeia de Manzai (Província de Awaji, Ilha de Awaji, Sul de Kobe), quando pescava com um gochi-ami (pequena rede de cerco) capturou por acaso milhares de pargos junto aos destroços de um navio afundado. Alguns anos mais tarde, quando os destroços desapareceram, os peixes deixaram de formar cardumes nesse local. Foi então que as comunidades pesqueiras decidiram afundar grandes estruturas de madeira e bambu amarradas a sacos de areia. Poucos meses mais tarde voltaram os cardumes e as capturas passaram a ser superiores aquelas que antes ocorriam junto do navio afundado.
A popularidade dos recifes artificiais resulta em grande medida dos princípios básicos do seu funcionamento, pois quaisquer estruturas colocadas no fundo do mar provocam ligeiras alterações nas correntes que estão na origem de ruídos. Estes sons são detectados pelos peixes, que por simples curiosidade são atraídos até aos recifes. Por outro lado, a maioria dos materiais utilizados na construção dos RAs constitui um substrato de fixação para uma grande diversidade de invertebrados marinhos. Estão assim reunidas as condições básicas para criação de cadeias alimentares, que serão tanto mais complexas quanto mais heterogénea for a estrutura do recife.
Ultrapassada, em grande medida, a sua inicial e exclusiva utilização como estruturas de agregação de peixes - com o único objetivo de aumentar o rendimento da pesca - os RAs, têm vindo a alargar o seu leque de aplicações, nomeadamente no plano ecológico, contribuindo para o incremento da produção biológica, promoção da biodiversidade marinha, protecção de juvenis e de revitalização dos ecossistemas, etc. Outra área de utilização dos RAs em grande expansão, está relacionada com as atividades de lazer, como o mergulho, a pesca desportiva e mesmo o surf. Contudo, qualquer recife artificial, independentemente do propósito subjacente à sua criação, deve reunir um conjunto de características que garantam ser: "amigo" do ambiente, isto é, não causar impactos negativos do ponto de vista ambiental (ex. poluição causada por libertação de materiais tóxicos); estruturalmente estável, por forma a evitar a sua deslocação ou desmembramento sobre condições adversas; local de fixação e agregação da vida marinha, sem alterar os equilíbrios naturais da zona onde for implantado; e, por fim, ter dimensão suficiente para atingir os objectivos a que se destina.
O Japão foi o país pioneiro e é líder mundial na utilização deste tipo de estruturas. É, pois, natural que seja na Ásia que se vêm desenvolvendo os grandes projectos de RAs. Na Europa, para além de Portugal, Itália e Espanha são os países que mais têm investido nesta tecnologia, embora outros como a Reino Unido, França, Grécia, Turquia, Noruega, Suécia e Polónia comecem a dar passos importantes nesse sentido. Porém, nem só de grandes projetos é feita a história dos recifes artificiais, já que um pouco por todo o Mundo eles vêm sendo utilizados, sobretudo visando o incremento dos rendimentos da pesca. Baseados em iniciativas de pequenos grupos de pescadores, que fazem maioritariamente uso de materiais de oportunidade de baixo custo na sua construção, são bastante populares em muitos países dos Oceanos Índico e Pacífico (ex. Filipinas, Tailândia, Índia, Malásia e algumas ilhas da Polinésia) e nas zonas inter-tropicais do Atlântico, quer na costa de África (ex. Senegal e Costa do Marfim), quer da América (ex. México e Caribe). O sucesso deste tipo de projectos é muitas vezes posto em causa, pois contrariamente aos grandes projectos, não são objeto de planeamento nem de estudos prévios, tendo por isso uma longevidade relativamente curta e uma fraca estabilidade estrutural, por vezes causadora de efeitos indesejáveis.
Um dos usos mais recentes dos RAs decorre do seu aproveitamento com fins de recuperação ambiental, quer como dispositivos dissuasores de modalidades de pesca causadoras de grande impacto (ex. arrasto em zonas costeiras), quer recuperando fundos marinhos destruídos por diversos tipos de actividades humanas. Porém, um dos usos mais comuns dos RAs está relacionado com as actividades lúdicas, como a pesca e o mergulho. Estas iniciativas são particularmente populares nos Estados Unidos e Austrália, onde algumas delas alcançaram grande sucesso, gerando milhões de dólares num curto espaço de tempo.
Os recifes artificiais da costa algarvia
A implantação de Recifes Artificiais nas águas costeiras portuguesas é relativamente recente. Apenas em 1990 e beneficiando de apoio financeiro do Plano Integrado de Desenvolvimento Regional se inicia no litoral algarvio, um projecto-piloto seguindo a filosofia japonesa, com o objectivo de avaliar no contexto local, os efeitos destas estruturas ao nível ecológico e pesqueiro.
A escolha da costa algarvia deveu-se sobretudo ao facto de ali estar reunido um conjunto de condições que a experiência internacional reconhece como essenciais para a desenvolvimento e sucesso de projectos deste tipo, designadamente:
Na sequência deste projecto-piloto, o IPIMAR desenvolveu entre 1998 e 2008, no âmbito do IFOP, um programa que teve como primeiro objectivo a criação de um complexo recifal na costa algarvia constituído por sete sistemas recifais (vidémapa anexo), cuja instalação foi concluída em Junho 2003. Este complexo recifal, cujo custo ascendeu a 7,5 milhões de euros (co-financiados em 75% por fundos europeus), é hoje o maior deste tipo na Europa e um dos maiores em todo o Mundo. Estendendo-se por mais de 43km2 (área equivalente a 4.300 campos de futebol), estima-se que a sua área de influência seja de cerca de 67km2. Para tal, faz uso de dois tipos de módulos de concreto (vide figura), com um volume de 2,7 e 174m3e peso unitário de 3 e 40 toneladas, respectivamente. Constituído por cerca de 20.000 módulos (com um volume superior a 100.000m3), está organizado em conjuntos e grupos recifais (vide infografia), de forma a maximizar a sua área de influência e permitir o exercício da pesca.
Tendo como principal efeito esperado a sustentabilidade da pesca artesanal na região, este programa demonstrou já os seus impactos a diferentes níveis:
Quase 20 anos após os primeiros trabalhos, este Programa do IPIMAR é considerado pela comunidade científica internacional um caso exemplar no domínio da utilização dos recifes artificiais. Por este motivo, tornou-se sobretudo conhecido a nível internacional, sendo os seus responsáveis convidados regularmente a apresentarem os resultados alcançados a profissionais e gestores do sector pesqueiro, mas também a responsáveis por políticas de gestão integrada do litoral um pouco por todo o mundo. Contudo, esta iniciativa também não passou despercebida no nosso país, tendo o IPIMAR recebido recentemente diversos pedidos de apoio técnico, designadamente de autarquias interessadas em desenvolver projectos semelhantes nos seus Concelhos ao longo da costa ocidental de Portugal continental.
Fonte: Revista Marinha
Abaixo, disponibilizamos, para reflexão, artigo de um pesquisador contando sobre a experiência da implantação de Recifes Artificiais na região de Algarves em Portugal, trabalho que foi sendo desenvolvido desde 1990.
No início ele conta também um pouco da história desta instrumento que vem a contribuir em muitos casos com a gestão ambiental, o ordenamento do espaço marítimo e a sustentabilidade, principalmente da pesca artesanal.
RECIFES ARTIFICIAIS: ASPECTOS GERAIS E A EXPERIÊNCIA PORTUGUESA
por Miguel Neves dos Santos
(Pesquisador IPIMAR - Coordenador Científico do Projeto de Implantação de Recifes Artificiais na Costa Algarvia).
A grande disponibilidade e acessibilidade de recursos pesqueiros na faixa costeira, faz com que estas tenham sido, desde sempre, alvo de uma forte atividade pesqueira, que está na origem de desequilíbrios mais ou menos significativos nestes ecossistemas, com consequências que se estendem para além das espécies exploradas. Verifica-se, também, que os instrumentos tradicionais de regulação pesqueira (ex. tamanhos mínimos, restrições de esforço de pesca, dimensão mínima da malhagem das redes, etc) se mostram muitas vezes insuficientes ou mesmo ineficazes para garantirem a sustentabilidade da pesca e do ambiente. Por outro lado, vimos assistindo a uma crescente diversificação dos usos da faixa costeira, com a expansão do eco-turismo (ex. mergulho e pesca desportiva), extração de petróleo e gás natural, bem como das novas atividades em mar-aberto (off-shore) - aquicultura e produção de energia a partir do vento e das ondas. É neste quadro de referência que se considera imperativo encontrar instrumentos alternativos que ajudem a inverter (ou pelo menos a estabilizar) a tendência atual de degradação ambiental desta faixa (ex. decréscimo da biodiversidade marinha e dos recursos pesqueiros), bem como a promover o ordenamento das atividades que ali se exercem, por forma a garantir a exploração sustentada dos recursos e o equilíbrio ambiental.
(Pesquisador IPIMAR - Coordenador Científico do Projeto de Implantação de Recifes Artificiais na Costa Algarvia).
A grande disponibilidade e acessibilidade de recursos pesqueiros na faixa costeira, faz com que estas tenham sido, desde sempre, alvo de uma forte atividade pesqueira, que está na origem de desequilíbrios mais ou menos significativos nestes ecossistemas, com consequências que se estendem para além das espécies exploradas. Verifica-se, também, que os instrumentos tradicionais de regulação pesqueira (ex. tamanhos mínimos, restrições de esforço de pesca, dimensão mínima da malhagem das redes, etc) se mostram muitas vezes insuficientes ou mesmo ineficazes para garantirem a sustentabilidade da pesca e do ambiente. Por outro lado, vimos assistindo a uma crescente diversificação dos usos da faixa costeira, com a expansão do eco-turismo (ex. mergulho e pesca desportiva), extração de petróleo e gás natural, bem como das novas atividades em mar-aberto (off-shore) - aquicultura e produção de energia a partir do vento e das ondas. É neste quadro de referência que se considera imperativo encontrar instrumentos alternativos que ajudem a inverter (ou pelo menos a estabilizar) a tendência atual de degradação ambiental desta faixa (ex. decréscimo da biodiversidade marinha e dos recursos pesqueiros), bem como a promover o ordenamento das atividades que ali se exercem, por forma a garantir a exploração sustentada dos recursos e o equilíbrio ambiental.
Os Recifes Artificiais (RAs) tal como vêm sendo desenvolvidos nas décadas recentes, contribuem para a resolução destes problemas, apresentando-se como um instrumento de gestão integrada dos ecossistemas marinhos e das atividades relacionadas com a exploração dos recursos pesqueiros e energéticos. Mas afinal o que é um recife artificial? Embora não existe uma definição universalmente aceite acerca do que é um recife artificial, na Europa foi possível encontrar um consenso entre aqueles que se dedicam ao estudo destes habitats artificiais (European Artificial Reef Research Network,1998), que define um recife artificial como "uma estrutura deliberadamente colocada no fundo do mar, totalmente submersa, que procura imitar algumas das características dos recifes naturais". Podem, pois, considerar-se recife artificiais, estruturas tão diversas como: módulos de concreto ou aço; desperdícios industriais (ex. antigos navios, plataformas de extração de petróleo e carcaças de automóveis, aviões e outros meios de transporte; e materiais de oportunidade de baixo custo, como ramos de árvore, bambu, pedra, etc).
A popularidade dos recifes artificiais resulta em grande medida dos princípios básicos do seu funcionamento, pois quaisquer estruturas colocadas no fundo do mar provocam ligeiras alterações nas correntes que estão na origem de ruídos. Estes sons são detectados pelos peixes, que por simples curiosidade são atraídos até aos recifes. Por outro lado, a maioria dos materiais utilizados na construção dos RAs constitui um substrato de fixação para uma grande diversidade de invertebrados marinhos. Estão assim reunidas as condições básicas para criação de cadeias alimentares, que serão tanto mais complexas quanto mais heterogénea for a estrutura do recife.
Aplicações dos recifes artificiais
Ultrapassada, em grande medida, a sua inicial e exclusiva utilização como estruturas de agregação de peixes - com o único objetivo de aumentar o rendimento da pesca - os RAs, têm vindo a alargar o seu leque de aplicações, nomeadamente no plano ecológico, contribuindo para o incremento da produção biológica, promoção da biodiversidade marinha, protecção de juvenis e de revitalização dos ecossistemas, etc. Outra área de utilização dos RAs em grande expansão, está relacionada com as atividades de lazer, como o mergulho, a pesca desportiva e mesmo o surf. Contudo, qualquer recife artificial, independentemente do propósito subjacente à sua criação, deve reunir um conjunto de características que garantam ser: "amigo" do ambiente, isto é, não causar impactos negativos do ponto de vista ambiental (ex. poluição causada por libertação de materiais tóxicos); estruturalmente estável, por forma a evitar a sua deslocação ou desmembramento sobre condições adversas; local de fixação e agregação da vida marinha, sem alterar os equilíbrios naturais da zona onde for implantado; e, por fim, ter dimensão suficiente para atingir os objectivos a que se destina.
O Japão foi o país pioneiro e é líder mundial na utilização deste tipo de estruturas. É, pois, natural que seja na Ásia que se vêm desenvolvendo os grandes projectos de RAs. Na Europa, para além de Portugal, Itália e Espanha são os países que mais têm investido nesta tecnologia, embora outros como a Reino Unido, França, Grécia, Turquia, Noruega, Suécia e Polónia comecem a dar passos importantes nesse sentido. Porém, nem só de grandes projetos é feita a história dos recifes artificiais, já que um pouco por todo o Mundo eles vêm sendo utilizados, sobretudo visando o incremento dos rendimentos da pesca. Baseados em iniciativas de pequenos grupos de pescadores, que fazem maioritariamente uso de materiais de oportunidade de baixo custo na sua construção, são bastante populares em muitos países dos Oceanos Índico e Pacífico (ex. Filipinas, Tailândia, Índia, Malásia e algumas ilhas da Polinésia) e nas zonas inter-tropicais do Atlântico, quer na costa de África (ex. Senegal e Costa do Marfim), quer da América (ex. México e Caribe). O sucesso deste tipo de projectos é muitas vezes posto em causa, pois contrariamente aos grandes projectos, não são objeto de planeamento nem de estudos prévios, tendo por isso uma longevidade relativamente curta e uma fraca estabilidade estrutural, por vezes causadora de efeitos indesejáveis.
Um dos usos mais recentes dos RAs decorre do seu aproveitamento com fins de recuperação ambiental, quer como dispositivos dissuasores de modalidades de pesca causadoras de grande impacto (ex. arrasto em zonas costeiras), quer recuperando fundos marinhos destruídos por diversos tipos de actividades humanas. Porém, um dos usos mais comuns dos RAs está relacionado com as actividades lúdicas, como a pesca e o mergulho. Estas iniciativas são particularmente populares nos Estados Unidos e Austrália, onde algumas delas alcançaram grande sucesso, gerando milhões de dólares num curto espaço de tempo.
Os recifes artificiais da costa algarvia
A escolha da costa algarvia deveu-se sobretudo ao facto de ali estar reunido um conjunto de condições que a experiência internacional reconhece como essenciais para a desenvolvimento e sucesso de projectos deste tipo, designadamente:
- existência de acidentes naturais costeiros que proporcionam uma grande disponibilidade de juvenis de populações de peixe de grande interesse comercial;
- condições de mar (ondulação e correntes) moderadas, quando comparadas com a costa ocidental, fundamentais à estabilidade e funcionamento dos recifes;
- escassez de formações rochosas submarinas, particularmente no sotavento algarvio;
- intensa exploração dos recursos pesqueiros litorais, incidindo com alguma frequência sobre populações juvenis;
- grande número de embarcações e de pescadores operando na faixa costeira cuja atividade é altamente dependente dos recursos locais.
- Bio-ecológico - através do (i) desenvolvimento de novos "habitats", valorizando a zona costeira numa extensão relativamente alargada, do (ii) aumento significativo da capacidade de acolhimento e proteção de juvenis do litoral algarvio, (iii) e da contribuição para a recuperação dos recursos pesqueiros litorais, sobretudo aqueles que se encontram submetidos a uma mais intensa exploração.
- Gestão dos recursos pesqueiros - através do (i) aumento da disponibilidade e diversidade dos recursos para a atividade da pesca, da (ii) criação de novas zonas de pesca condicionada, (utilizando artes mais selectivas e/ou menos lesivas para o ambiente), e do (iii) aumento da rentabilidade da pesca.
- Ordenamento das pescarias e das atividades aquícolas litorais - pondo em prática formas alternativas de gestão de recursos pesqueiros, com carácter inovador e integrado, combinadas com outras atividades, designadamente a aquicultura "off-shore" e o eco-turismo.
- Socioeconômico - como consequência dos efeitos supra mencionados.
Quase 20 anos após os primeiros trabalhos, este Programa do IPIMAR é considerado pela comunidade científica internacional um caso exemplar no domínio da utilização dos recifes artificiais. Por este motivo, tornou-se sobretudo conhecido a nível internacional, sendo os seus responsáveis convidados regularmente a apresentarem os resultados alcançados a profissionais e gestores do sector pesqueiro, mas também a responsáveis por políticas de gestão integrada do litoral um pouco por todo o mundo. Contudo, esta iniciativa também não passou despercebida no nosso país, tendo o IPIMAR recebido recentemente diversos pedidos de apoio técnico, designadamente de autarquias interessadas em desenvolver projectos semelhantes nos seus Concelhos ao longo da costa ocidental de Portugal continental.
Fonte: Revista Marinha
sexta-feira, 3 de setembro de 2010
Pesca Esportiva: Recorde de 1000 espécies capturadas
O Californiano Steve Worziniak foi o primeiro homem que se tem notícia a pescar esportivamente 1000 espécies de peixes.
Steve, 47 anos de idade, gerente de uma empresa de software, (mas não deve ser confundido com o co-fundador da Apple), freqüentemente viaja ao redor do mundo por seu trabalho e se aproveitou disso para pescar sempre que podia..
Em 2006, ele levou um ano fora do trabalho para se concentrar em pesca e conseguiu 180 espécies só naquele ano, levando o total para 676.
Nos últimos três anos, os números aumentaram gradualmente por uma média de mais de 100 por ano.
Steve devolveu vivo para a água (segundo ele) 90% dos peixes capturados... essa pode entra no concurso do melhor causo!
Fonte: Mail Online
Steve, 47 anos de idade, gerente de uma empresa de software, (mas não deve ser confundido com o co-fundador da Apple), freqüentemente viaja ao redor do mundo por seu trabalho e se aproveitou disso para pescar sempre que podia..
Em 2006, ele levou um ano fora do trabalho para se concentrar em pesca e conseguiu 180 espécies só naquele ano, levando o total para 676.
Nos últimos três anos, os números aumentaram gradualmente por uma média de mais de 100 por ano.
Steve devolveu vivo para a água (segundo ele) 90% dos peixes capturados... essa pode entra no concurso do melhor causo!
Fonte: Mail Online
quinta-feira, 2 de setembro de 2010
Pesca Esportiva: Concurso Nacional de Causo de Pescador
Está rolando no mundo da pesca esportiva o 2º Concurso Nacional de Causos de Pescador, a inscrição pode ser feita até 15 de setembro, é R$ 20,00.
Vale também pra pesca artesanal.
Abaixo os prêmios para a mais incrível verdade contada:
1º LUGAR
Temporada Barco-Hotel Kalua (viagem de ida e volta não inclusa)
Temporada completa na Pousada Xingu Lodge
01 Super Vara Artesanal da Rodbuilder Art
Assinatura Semestral da Revista Pesca Esportiva
Exemplar da Bíblia do Pescador 2010
Assinatura Anual Revista Virtual Pescarte
Escultura de Tucunaré – Grande – por Marcos Antonio de Souza
Camiseta e Boné Pescarte
Publicação do Causo na Revista Pesca Esportiva
10 CDs do 2º Concurso para distribuição pessoal
05 CDs do 1º concurso
CASO ou CAUSO é uma narrativa de acontecimento inusitado (incomum, insólito, estranho; inabitual) ocorrido com uma pessoa, que pode ser o próprio narrador. O acontecimento pode também ter sido presenciado ou recontado a ele. O texto (oral ou escrito) vem enfeitado pela fantasia do narrador, chegando, por vezes, às raias do absurdo, inclusive com a intervenção de entidades sobrenaturais.
Os pescadores, viajantes por natureza, são famosos por produzir causos incríveis. Isto porque as pescarias geram fatos inesperados, podendo alimentar a imaginação e a fantasia do narrador, ou seja, o pescador ou alguém que contou o causo para ele.
Não raro, as narrativas de causos misturam elementos míticos, lendários, religiosos e/ou até de acontecimentos de outros contos provenientes da tradição folclórica brasileira.
Maiores informações: http://www.kaluapesca.com.br/pescarte/ccauso2/abre.htm
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