Abaixo duas materias do Jornal A Tarde quefalam da queda na pesca no Rio São Francisco, atribui aos reservatórios e usinas hidrelétricas ali instalados (que quebraram o ciclo de reprodução d emuitos peixes do "Velho Chico") e mostra também alternativas economicas de quem não se sustenta apenas pela pesca e busca no turismo e na aquicultura novas frentes de renda e trabalho.
Pesca fica mais escassa no Sertão do São Francisco
A represa do rio São Francisco em Sobradinho criou o segundo maior lago artificial do mundo. Mas o impacto da obra vai muito além disso: algumas cidades foram submersas, outras nasceram.
Vinte anos depois, meio milhão de pessoas vive sob a influência daquelas águas verde-escuras. De lá para cá, o Sertão do São Francisco se tornou um importante polo agrícola, com uma produção diversificada de frutas. A pesca, por outro lado, é cada vez mais escassa. A cidade que chegou a ter 30 mil habitantes, hoje tem 23 mil.
O território Sertão do São Francisco é responsável por 98% da produção de uvas da Bahia, 80% de melão, 58% de manga, 25% de goiabas e 76% de cebolas. Nenhum dos 10 municípios é plenamente atendido com serviço de saneamento básico.
“O uso da água é a principal vertente econômica da região”, acredita o prefeito de Sobradinho, Genilson Silva. A cidade nasceu a partir dos 10 mil homens de todo o Nordeste que se dirigiram para lá durante a construção da barragem a 48 km de Juazeiro.
Além das atividades já conhecidas, há grande interesse em usar a água do rio como atrativo para o turismo nas margens do Velho Chico.
O local precisa de investimentos na área de saneamento, pavimentação de ruas e melhorias dos acessos. A orla da cidade, conhecida como Chico Periquito, está em fase de urbanização e deverá oferecer mais conforto ao lazer da população e dos visitantes. O fluxo hoje é considerado muito abaixo do potencial.
“Ninguém olha para uma cidade feia. O empresário não vai querer investir em um local sem bons serviços públicos”, reconhece o prefeito.
Há 48 km de Juazeiro e Petrolina, a ideia é aproveitar os ventos favoráveis das grandes cidades e ir à reboque.
Acredita-se que Sobradinho pode ser a área de lazer da região.
O pescador Pedro Bezerra de Freitas, 47 anos, vive mais do turismo que da pesca.
Montou um restaurante no Chico Periquito e pesca apenas para atender pedidos dos clientes. “Tinha muitos peixes antes e não tinha esse monte de barragens no rio”, lembra. Ele chegou à Bahia em 1980, vindo do Ceará, atrás das boas pescarias. “Só consigo viver atualmente porque pego e vendo para meus clientes aqui”, comenta.
Dois filhos seguiram a profissão do pai e hoje ganham a vida graças ao restaurante também.
Pescador busca o sustento com o cultivo das tilápias
Não fosse o cultivo de tilápias em tanques-rede, o pescador Francinaldo Batista da Silva, 48 anos, teria dificuldades para garantir o sustento da família. Em um sábado de julho ele retirou do lago uma rede de 250 metros de linha.
Em 1979 quando Naldo conheceu o rio, o Velho Chico teria dado a ele 20 km de peixes.
irava surubim, curumatá, dourado, todos peixes comerciais”, lembra. Desta vez, foram sete peixinhos magrinhos que serviram de tira-gosto para ele, mulher e cinco filhos. “Se for vender não paga o combustível”.
Há quatro anos ele resolveu apostar na piscicultura e tem colhidos bons resultados.
Estima-se a existência de 850 gaiolas na região. Destas, 70 são de Naldo. “Vendo 90% de peixes criados e apenas 10% de pescados”, diz. São quatro toneladas por mês, mas há mercado para muito mais, acredita.
Fonte: A Tarde
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