segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Instituto faz teste em espuma do mar de Angra dos Reis

Técnicos do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), fazem hoje (2) nova vistoria para descobrir a origem da espuma que se acumula nas praias da região entre Angra dos Reis e Paraty, na costa verde fluminense.

Dessa vez, a análise será feita na captação de água e no descarte de efluentes das usinas nucleares Angra 1 e Angra 2, pertencentes à Eletrobras/Eletronuclear, que ficam próximas aos locais onde a espuma apareceu, há cerca de dois meses.



"Vamos fazer essa análise nas usinas para termos uma comparação entre essas amostras, apenas com o intuito de confirmar os primeiros exames", disse a presidenta do Inea, Marilene Ramos.

Os primeiros testes com amostras da espuma foram feitos na semana passada e os resultados mostraram que a composição é orgânica e não apresenta risco ao meio ambiente.

Segundo o superintendente regional do INEA, Júlio Avelar, a análise não detectou a presença de surfactantes – que são substâncias como detergente e sabão – que poderiam ser provenientes de atividades industriais. A substância encontrada, em sua maior parte, foi de microalgas que, por ação dos ventos e turbulência no mar, causam a espuma.

O presidente da colônia de pescadores de Angra dos Reis, Alexandre de Castro, se queixou que até o momento nenhuma autoridade se reuniu com os pescadores para prestar esclarecimentos sobre o ocorrido.

"A espuma é muito densa, e os peixes não circulam nos locais onde ela está concentrada. A renda dos pescadores aqui da região depende única e exclusivamente da pesca, e nós estamos sendo muito prejudicados. Esperamos uma explicação ou justificativa, para entendermos o que está ocorrendo", contou.

A Eletrobrás/Eletronuclear informou em nota publicada em seu site que o fenômeno não tem qualquer relação com as atividades da empresa e que o mesmo fenômeno ocorreu em Mooloolaba, na Costa Leste da Austrália, e em Aberdeen, no Norte da Escócia.

De acordo com a empresa, os estudos do Inea constataram que "se trata de um feito natural, que ocorre praticamente todos os anos também na costa brasileira e que, neste ano, alcançou grandes proporções devido às condições oceanográficas e meteorológicas".

O superintendente do INEA também tranqüilizou a população em relação a esta mesma espuma, em maior quantidade, saindo na saída de água das usinas nucleares Angra I e II. De acordo com ele, não há a menor relação entre o fenômeno e a atividade nuclear. O que acontece é que a água do mar entra no sistema de refrigeração das turbinas das unidades, e sai em maior quantidade, mas não há poluição.

A espuma amarelada preocupou moradores e turistas de Angra dos Reis e Paraty, principalmente pela cor e espessura. Em consequência, o Inea coletou amostras em 31 de outubro para análise. Apesar de o material não oferecer riscos, o representante do instituto dá um aviso. “O que promove essas florações de algas é a quantidade de nutrientes no ambiente, muito vindo por esgoto doméstico, como nitrogênio, fósforo. Esta contaminação orgânica vai colocando nutrientes na água”, alertou Júlio Avelar, completando que também está relacionado a fatores ambientais, como temperatura e salinidade. O superintendente informou, ainda, que o monitoramento da Baía da Ilha Grande é feito pelo próprio Inea em 22 pontos diferentes. Neste ano, foram realizadas 13 expedições com objetivo de acumular informação sobre a biodiversidade do local.

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