O Ministério do Meio Ambiente promulgou, em 20 de abril, a Portaria MMA N°161 de 2017 permitindo a captura de 15 espécies de pescado que constam na lista de espécies ameaçadas e que estavam proibidas de captura após a entrada em vigor da Portaria MMM nº 445/2014.
A medida atenua a aflição de algumas comunidades pesqueiras que possuem em seu Meio de Vida estes recursos como importantes fonte de renda e alimento e que estavam proibidas desde Março de 2017.
Estão novamente permitidas, até Abril de 2018, a captura das seguintes espécies:
I - Guaiamum Cardisoma guaiumi
II - Pargo Lutjanus purpureus
III - Gurijuba Sciades parkeri
IV - Bagre Branco Genidens barbus
V - Peixe-papagaio-banana Scarus zelindae
VI - Peixe-papagaio-cinza Sparisoma axillare
VII - Peixe-papagaio-cinza Sparisoma frondosum
VIII - Budião-azul Scarus trispinosus
IX - Acari/ Cascudo/ Onça Leporacanthicus josilimai
X - Acari/ Cascudo/Bola Azul Parancistrus nudiventris
XI - Acari da pedra Scobinancistrus aureatus
XII - Acari da pedra Scobinancistrus pariolispos
XIII - Acari/ Cascudo/Picota ouro Peckoltia compta
XIV - Acari/ Cascudo/Picota ouro Peckoltia snethlageae
XV - Joaninha da pedra Teleocichcla prionogenys
Segundo o presidente da Colonia Z-4 e Superintendente da Pesca de Cabo Frio, Alexandre Cordeiro, a portaria corrige uma grande falha da 445 e permite que se tenha até 12 meses para ouvir o setor e fazer estudos e planos de manejo que comprovam e garantam a abundancia de alguns recursos pesqueiros, como é o caso do Guaiamum, abundante no Município.
Porém a categoria segue na luta para ampliar a postergação da 445 para outros recursos importantes pra a pesca artesanal, , como é o caso do badejo/sirigado, do batata da lama, da perumbeba/miraguaia, garoupas e algumas espécies de cação .
Mais informações:
Ministério do Meio Ambiente
FEPESBA
segunda-feira, 24 de abril de 2017
quarta-feira, 19 de abril de 2017
É hoje: Lançamento do CD “Alma Viva Guarani”
Tekoa Jaexaa Porã “Alma Viva Guarani” será lançado no Folclore em Cena em Ubatuba.
O primeiro CD com cantos sagrados dos corais da comunidade guarani mbyá da aldeia Boa Vista de Ubatuba será lançado hoje, dia 19 de abril de 2017, na Praça de Eventos
Os cantos sagrados para Nhanderú, o grande deus criador de tudo para cultura guarani, dos indígenas da aldeia Boa Vista em Ubatuba foram registrados pela primeira vez. O CD que encanta com as músicas tradicionais desse povo que vive no sertão Prumirim, comunidade localizada na região norte do município foi produzido pela Gopala Filmes e pelo Projeto Garoupa. O evento e o projeto é uma realização do Ministério da Cultura e Associação de Gestão Cultural no Interior Paulista “Prof. Gilberto Morgado” (AGCIP), através da Lei Rouanet, com patrocínio do Açúcar Caravelas – Grupo Colombo e conta com o apoio da Prefeitura Municipal de Ubatuba, da FundArt e da Seth Assessoria
O lançamento integra a programação do Folclore em Cena e da Semana da Tradição Indígena. Os dois corais Xondaro Mirim Mborai e Nhamandu Nhemopuã irão se apresentar a partir das 14h, com a finalidade de mostrar ao público presente a cultura guarani que segue resistindo em meio as lutas pela sobrevivência. Jovens, crianças e adultos fazem parte dos grupos, e após a apresentação haverá também uma roda de conversa e um vivência da cultura indígena guarani mbyá.
“Já algum tempo tínhamos a vontade de buscar parcerias, apoios, amigos que pudessem nos ajudar no registro de um CD com músicas somente dos nossos jovens da aldeia, para contar um pouco da nossa tradição, do nosso dia-a-dia”, pontua Marcos Tupã, uma das lideranças da comunidade, que coordena também a Comissão Guarani Yvyrupá. “Estes são os cânticos sagrados do nosso cotidiano, da nossa casa de reza, cantos que falam sobre a natureza, sobre as divindades, sobre o conceito guarani de busca pela terra sem males, a terra sagrada”, relata o indígena sobre a importância desse trabalho.
Tupã reforça também que o trabalho contribui para que essa música seja levada a outras comunidades da região e de países como Paraguai e Argentina, que também possuem povos da etnia guarani. “Nós estamos muito felizes de fazer uma gravação com essa geração de jovens e crianças, e de ter a participação de dois núcleos da aldeia. Agradeço a todos que colaboraram e estão contribuindo para que termos este material”, finaliza
Confira abaixo a letra e a tradução do canto guarani que dá nome ao projeto do CD
Tekoa Jaexaa Porã
Aldeia Boa Vista (Airton Wera)
Ore Orekuay, Tekoa Porã
Tekoa Djavy’a , Tekoa Jaexaa Porã
Tekoa Pymã, Kyringue’i omônhendu’i
Mborai’i , Mborai’i , Mborai’i
Nhamandu Mirim Oendu Mavy Mboray’i
Ovyaete Odje Povera
Kyryngue’i Tove Katu
Nhanembaraete Mbya Guaxu
Tove Katu Ta Djavy’a, Tove Katu Ta Djavy’a
Nós somos de uma aldeia linda
Aldeia alegre, que se chama Boa Vista
Na aldeia, toda tarde as crianças cantam e dançam
Quando Deus ouve o canto fica alegre e relampeia
Crianças vamos nos fortalecer, com coragem e alegria
Alegria
Orgulho de ser povo guarani”
“Eu acredito que temos que ensaiar muito para mostrar nossa cultura e nossos costumes de dançar e cantar”, pontua Valdecir Vera Mirim Benites, coordenador do Coral Xondaro Mirim Mborai e jovem liderança da comunidade. Segundo ele, os grupos já se apresentaram diversas vezes fora da aldeia, tanto para pessoas não indígenas quanto para outros parentes, como eles denominam os povos de outras aldeias.
Os ensinamentos passados de geração em geração dentro dos povos indígenas auxiliam para que os saberes dos cantos e das danças sagradas não se percam. “Eu aprendi com meu tio, desde criança, a fazer a dança do xondaro e a respeitar a cultura do canto”, conta Vera Mirim. “Sempre pratiquei com meu tio e com meus parentes e agora sou eu que estou ensinando as crianças a dançar e a respeitar as nossas culturas que são muito sagradas. Sempre me ensinaram, falaram, e estou muito feliz de ter recebido esses conhecimentos”, completa.
É muito importante que a gente continue fazendo nosso ritos e costumes. Por isso eu estou ensinando as crianças para que não esqueçam a nossa cultura, nossa língua e os nossos cantos”, conta o jovem sobre a relevância de transmitir os ensinamentos aos pequenos. “Nhanderú que nos deu esses cantos, foi ele que criou essa terra em que estamos, ele que nos deu essa dança e essa religião”, afirma. Ele explica também que para o povo da sua etnia, as danças e os cantos sagrados representam a mata atlântica, bioma que permite a sobrevivência e a existência da comunidade.
Fonte: Projeto Garoupa
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