"Vejo isso acontecer há mais de dez anos. Sou ligado a questões ambientais e conheço os pescadores de Búzios, que se sentem muito prejudicados. Os peixes simplesmente somem", conta Galiotto, empresário do ramo imobiliário.
À frente da Colônia de Pescadores de Búzios há seis anos, Amarildo da Silva sente na pele e no bolso as conseqüências do aumento do número de transatlânticos de passagem pelo balneário.
- A bacia onde ficam os navios não tem profundidade o suficiente para comportar quatro transatlânticos. Por causa do peso das embarcações, a âncora se arrasta no fundo do mar, formando valas e afastando os peixes. Quando os navios estão aqui, não podemos pescar. Se tentamos, a rede prende na âncora deles e perdemos dinheiro - diz Amarildo da Silva, que é taxativo: - Transatlântico é mina de dinheiro para muitos, mas uma ameaça para o meio ambiente. Dois navios já estariam de bom tamanho.
Assim como Amarildo, a secretária de Meio Ambiente de Búzios, Adriana Saad, se apoia num parecer que diz ter recebido do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), de 2009, que limita a presença de navios. Frente aos riscos ambientais, o documento teria recomendado apenas dois pontos fixos. O que se vê, no entanto, é o desrespeito dessa norma. Parte da culpa, para Adriana, seria a falta de fiscalização da Capitania dos Portos de Cabo Frio, que atende a região de Búzios.
- Os navios são muito importantes para o município, mas precisamos de ordem. O desrespeito ao parecer é um absurdo. Estamos solicitando ao secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, uma interferência para a resolução desse problema. Quatro navios são insustentáveis para o meio ambiente - diz Adriana Saad.
O capitão-tenente da agência da Capitania dos Portos de Cabo Frio, Bruno dos Santos, diz que existem três paradas fixas de fundeio. Segundo ele, um novo ponto temporário, apenas para a época de verão, foi autorizado pelo representante da autoridade marítima no local, após pedido de uma entidade comercial.
Procurado pelo GLOBO, o Inea respondeu que reconhece apenas um relatório, feito em 2008, a pedido do Ministério Público, no qual não há menções específicas sobre o número de embarcações permitidas. O parecer, elaborado pela analista ambiental do Inea Fátima Soares, atesta o impacto ambiental da presença dos navios na costa de Búzios. O documento fala da distância a ser mantida pelos navios, mas não faz referência ao número de embarcações.
- Os pescadores só estão pegando lixo na praia - diz Amarildo.
Para o pescador, acostumado a comer sardinha fresca saída do mar, a solução é simples: em vez de âncoras que remexem o fundo do mar a afastam os peixes, uma bóia fixa, que ajudaria a manter as embarcações no local correto.Este texto foi escrito com a colaboração de um leitor do Globo.
Fonte: O GLOBO
a coisa e' bem pior que isso!!! na enseada de buzios sempre se arrastou o camarao rosa graudo!! Verdadeiro Grande! VG! e esses transatlanticos destruiram o fundo!! e quando vao embora lancam uma imensa nuvem de sedimentos em direcao a tartaruga e a enseada de manguinhos que e' o bercario da regiao...esses porcalhoes estao comprometendo toda a flora e fauna bentonica da nossa regiao! e' crime ambiental!!! e cade o posto de combustivel do posto veleiro?
ResponderExcluirquem ganhou e ganha deixando os pescadores sem posto de combustivel?