Quem já comeu marisco já teve a impressão que está comendo um pouco arreia e para a mudar a realidade, as marisqueira em Luís Correia colocam o marisco numa rede dentro de um balde para que a arreia seja levada para o fundo do recipiente e eles fiquem limpos.
“Antes, a gente colocava eles de molho de um dia para o outro e achávamos que a arreia saía, mas não sai. Então fizemos o pulsar, colocamos meio tambor de água e colocamos o marisco de molho por cerca de 24 horas. No dia seguinte, o marisco está todo sem areia, que ficou no fundo”, explicou a Fátima Paiva, presidente da associação das marisqueiras de Luís Correia.
Depois de lavado e cozinhado, o marisco vai para essa sala de seleção. O trabalho é cuidadoso, as mãos são habilidosas. As marisqueiras precisam ficar atentas para separar os moluscos bons para o consumo humano e àqueles que morreram antes de irem para panela.
Depois deste processo, as conchas eram descartadas indevidamente no meio ambiente. Hoje, as marisqueiras ganharam uma forrageira da Companhia de desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).
Na máquina, elas trituram o material que se transforma em pó. Cerca de 95% desse produto é composto de carbonato de cálcio, substância essencial na correção de solos com acidez. Estudos já foram iniciados para comprovar a utilidade deste pó para a agricultura.
“O pó é usado basicamente para fazer a correção do solo que seria o processo da calagem, que é quando o PH do solo está ácido, nós tentamos elevá-lo colocando o pó. Estamos iniciando este experimento dentro de duas comunidades que a gente trabalha e produz que é coentro e couve”, afirmou Rafson Varela, chefe do escritório de Parnaíba da Codevasf.
Rafson Varela comentou que tem relatos de que o pó do marisco é utilizado na produção de massa de porcelanato, na indústria é usado para tintas, tijolos e cerâmicas. Segundo ele, é uma imensidão de ações que podem ser feitas a partir do marisco.
As novidades que deixaram o seu Raimundo Lopes feliz. Ele é o tesoureiro da associação e já está otimista com a nova renda que se aproxima com a utilização do pó da casca do marisco.
“Nós não tínhamos noção de o quanto esta casca pode ser aproveitada. Nós doávamos para fazer artesanato para pessoas que trabalhavam na praia e o restante jogávamos fora. As pessoas já estavam reclamando, mas agora nós temos uma noção do que podemos fazer”, comemorou.
Fonte: G1
Imagem: Museu Nacional
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