O atual capítulo da "guerra da lagosta" traz uma pausa nos conflitos sangrentos e abre um parêntese importante: a ciência aliada à pesca. A uma hora de carro até o Município de Icapuí, os professores e estudantes da Ufersa encontraram no litoral cearense um importante campo de estudo para a Engenharia de Pesca. O projeto do estudo prevê a elaboração de um inventário de pesca e o cadastramento dos pescadores de Icapuí.
Haverá ainda coleta de dados sobre as embarcações que são utilizadas e os métodos de pesca praticados no lugar. Os procedimentos com o crustáceo serão acompanhados da captura até o fim do processo de desembarque. As informações são da assessoria de comunicação da Universidade.
"Estamos aqui para ouvir os pescadores e discutir propostas voltadas para o ordenamento da pesca da lagosta", afirma o diretor de Planejamento e Ordenamento da Aquicultura em Estabelecimentos Rurais e Áreas Urbanas, do Ministério da Pesca, Luis Osvaldo de Sousa. A visita foi também acompanhada pelo coordenador da pesquisa, professor da Ufersa, Marcelo Augusto. No estudo, os pesquisadores da Universidade vão verificar a fisiologia do mergulho em função da profundidade e do tempo embaixo da água.
Para Marcelo, a desordem na pesca da lagosta tem causado prejuízos "não apenas para os pescadores, mas para a região". Todos os anos, durante os meses em que é permitida a pesca da lagosta, são registrados violentos conflitos em alto mar envolvendo comunidades de pescadores artesanais e os que utilizam equipamentos "alternativos", proibidos por lei, como o uso de compressor e captura com mergulho, bem como a utilização de tambores-marabaia. Na disputa pelos espaços, a captura desordenada da lagosta tem causado a diminuição desse crustáceo no mar cearense. Um próximo encontro entre os pesquisadores e os pescadores de lagosta de Icapuí ocorrerá no próximo dia 18.
MAIS INFORMAÇÕES:
Departamento de Ciências Animais da Ufersa - Mossoró - Rio Grande do Norte
(84) 3315.1760
Fonte: Diário do Nordeste
Melquíades Júnior (Colaborador)
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