“É importante que todo pescador tenham a informação a respeito desse crédito, que pode contribuir e muito com o crescimento do seu pequeno negócio. Já temos alguns exemplos positivos aqui em Itatiaia, onde temos uma parceria com a prefeitura, a Emater-Rio e o Banco do Brasil”, comenta o presidente da Colônia de Pescadores, Roberto Rodrigues da Rocha.
Segundo Roberto, no passado os pescadores tinham um pouco de dificuldade para ter acesso ao crédito, por conta de um projeto que é desenvolvido pela Emater. “A cidade ficou um bom tempo sem ter uma sede da Emater aqui, e ficava difícil o deslocamento sempre para Quatis, aonde normalmente a gente ia. Mas agora está melhor, a prefeitura trouxe de volta este ano a Emater-Rio, o que está facilitando o acesso ao crédito”, destaca o presidente.
Para quem vive do pescado, o crédito pode ser um grande apoio nos momentos mais complicados dos negócios, que são os primeiros anos. Para Nilzeu Crispim da Silva, pescador há 28 anos, o dinheiro oriundo do Pronaf há três anos vem contribuindo para mudar sua vida. “Quando decidi ser produtor de peixe só recebia minha aposentadoria, e não podia ficar gastando só com isso. Com o dinheiro que recebi desse crédito pude investir mais e melhorar nos meus negócios”, comenta Nilzeu que hoje já tem sete gaiolas para peixes, que deve ter 13 toneladas de tilápias.
Outro que já recebeu o crédito é João José de Paula, pescador há 18 anos, que depois de ver a pesca reduzir muito nos últimos anos também resolveu passar produzir tilápias. “Chegou uma hora na vida que vi que os peixes estavam diminuindo no lago da Represa de Funil, onde pesquei a vida toda, e vi que a única saída que encontrei foi virar produtor, e procurei a Colônia para ver como funcionava o crédito”, conta o pescador que possui cinco gaiolas, com cerca de sete toneladas de tilápia.
Em média, os pescadores gastam R$ 400 com ração para os peixes, e a produção fica pronta para a venda em seis meses. Mas o retorno financeiro pode ser grande, de acordo com Nilzeu e João José. Como produtor de tilápia a renda familiar aumentou em quatro vezes. Na cidade, seis pescadores já estão tendo acesso aos recursos do Pronaf. “Outros já estão em contato com a Colônia para saber como conseguir os recursos necessários para o início ou o melhoramento de sua produção de peixes”, comenta o presidente, Roberto da Rocha.
A prefeitura, através da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, tem colaborado com os pescadores, buscando meios para estimular os negócios e facilitar o acesso ao crédito. Um das conquista do prefeito Luis Carlos Ypê (PP), que já vem contribuindo com o setor pesqueiro da cidade, foi a volta da Emater-Rio. “Temos uma parceria muito boa, e essa volta da Emater vem contribuindo para nossa atividade, até mesmo nesse acesso ao crédito, já que ela tem um papel fundamental em todo o processo”, ressalta Roberto.
CRÉDITO
Para chegar ao crédito, o pescador deve procurar a Colônia Z25RJ para confirmar informações e depois ser encaminhado para a Emater-Rio, que funciona no prédio da prefeitura, onde será feito um projeto com a necessidade do pescador e também pedida uma certidão de aptidão do Ministério do Desenvolvimento Agrário. Após isso, segundo a gerência do Banco do Brasil (BB) em Itatiaia, o pescador pode conquistar crédito que pode chegar a R$ 50 mil, com uma taxa de juros de 1,5 a 4,5 ao ano, para ser investido em custeio ou investimento.
Pronaf Pesca
Pronaf Pesca
O Programa Nacional de Fortalecimento à Agricultura Familiar (Pronaf), criado pelo governo federal em 1996, é uma política pública voltada para os agricultores familiares, pescadores artesanais e aquicultores, bem como suas organizações. Tem como objetivo geral propiciar condições para o aumento da capacidade produtiva, a geração de empregos e a melhoria da renda, contribuindo para melhoria de vida e a ampliação do exercício de cidadania por parte dos agricultores familiares.
O Pronaf financia ações de infraestrutura, produção e capacitação dos pescadores artesanais. Nesse sentido é possível o financiamento de redes e apetrechos, desde que de acordo com a legislação vigente; embarcações; motores; infraestrutura de armazenamento (freezeres, câmaras, camaritas); Infraestruturas de transporte (caminhão, reboque); e infraestruturas de comercialização (balanças, caixas térmicas, bancas para feiras livres).
Fonte: A VOZ DA CIDADE
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