Os pesquisadores argumentam que uma melhor supervisão traria enormes benefícios econômicos, além de ajudar a entender o impacto da pesca excessiva ou de mudanças nas monções capazes de provocar fenômenos climáticos extremos, como as inundações de 2010 no Paquistão.
A aliança científica Oceans United pretende formalizar o pedido de criação de um sistema de monitoramento da saúde do planeta para os representantes governamentais que irão se encontrar em Pequim entre os dias 3 e 5 de novembro, com o objetivo de discutir metas traçadas em 2002, na Cúpula da Terra da ONU. "A maioria dos especialistas acredita que os oceanos ficarão mais salgados, mais quentes, mais ácidos e menos diversificados", afirmou à Reuters Jesse Ausubel, um dos fundadores da Parceria para a Observação dos Oceanos Globais (Pogo, na sigla em inglês), que lidera a aliança e representa 38 das principais instituições oceanográficas de 21 países.
Segundo a Pogo, a criação do sistema de monitoramento global dos oceanos custaria de US$ 10 bilhões a US$ 15 bilhões, com US$ 5 bilhões sendo atribuídos a custos operacionais a cada ano. Atualmente, estima-se que sejam gastos entre US$ 1 bilhão e US$ 3 bilhões em monitoramento oceânico, informou Tony Knap, diretor do Instituto Bermuda de Ciências Oceânicas e líder do Pogo.
Knap destacou que a nova cifra pode parecer excessiva em um período de austeridade e de cortes por parte de muitos governos, mas que o investimento impediria prejuízos ainda maiores. As novas quantias investidas ajudariam a ampliar projetos já existentes, como o monitoramento via satélite das temperaturas oceânicas, o uso de dispositivos capazes de rastrear golfinhos, salmões ou baleias e avisos antitsunami na região costeira de diferentes países.
"Os gregos descobriram há 2.500 anos que construir faróis ofereceria grandes benefícios aos marinheiros. Ao longo dos séculos, os governos investem em auxílios para a navegação. Esta seria a versão do século 21 para isso", comparou Jesse Ausubel.
Entre os sinais preocupantes há o fato de que as águas superficiais dos oceanos se tornaram mais ácidas em 30% desde 1800, mudança que é atribuída principalmente ao aumento das concentrações de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera em razão da queima de combustíveis fósseis. Tamanha acidez dificulta que animais como lagostas, caranguejos, moluscos, corais ou plancton construam escudos protetores e pode ter impacto sobre toda a vida marinha.
Fonte: Terra
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