O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) acaba de concluir a avaliação preliminar dos riscos de extinção de todas as 169 espécies de elasmobrânquios (tubarões e arraias) registradas no Brasil. Foram compiladas informações sobre taxonomia, distribuição, dados populacionais, principais ameaças e ações de conservação, conforme os critérios e categorias da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês).
O trabalho, realizado pela Coordenação de Avaliação do Estado de Conservação da Biodiversidade (Coabio), do ICMBio, subordinada à Coordenação Geral de Espécies Ameaçadas, foi iniciado em 2009 e envolveu mais de 50 especialistas de todo o País, sob a coordenação científica de Ricardo Rosa (UFPB), Rosangela Lessa (UFRPE), Patricia Charvet (Senai-PR), Carolus Vooren (Furg) e Monica Brick Peres (ICMBio), que coordena o processo de avaliação da fauna brasileira.
O estudo foi consolidado em duas oficinas (Brasília, 2010, e João Pessoa, 2011) sob organização de Rosana Subirá, da Coabio, e contou com o apoio da Gerência de Biodiversidade Aquática, da Secretaria de Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente (GBA/SBF/MMA), da Sociedade Brasileira para o Estudos dos Elasmobrânquios (SBEEL) e da IUCN (Escritório Regional da América do Sul e Global Marine Species Assessment Unit).
RESULTADOS – Das 169 espécies, duas estão “Regionalmente Extintas” (RE) e 60 encontram-se em alguma categoria de ameaça, sendo 29 “Criticamente em Perigo” (CR), sete “Em Perigo” (EN) e 20 “Vulnerável” (VU). Apenas 31 foram avaliadas como "Menor Preocupação" (LC) e 16 como "Quase Ameaçada" (NT).
O número de espécies com "Dado Insuficiente" (DD) foi considerado especialmente alto (59), indicando que as incertezas taxonômicas e a falta de informações populacionais são um grande problema de conservação para esse grupo. Uma única espécie foi tida como não elegível para avaliação nacional (NA).
Para o ICMBio, responsável no Brasil pela atualização dos dados da lista de espécies ameaçadas de fauna, esses resultados são considerados preliminares, já que as avaliações passarão ainda por uma etapa de revisão cientifica, chamada “validação”, antes de serem publicadas na revista eletrônica “Biodiversidade Brasileira”.
Essa etapa de validação é extremamente importante já que a clareza da informação e da argumentação serão revisadas por outros especialistas. Eles poderão apontar dúvidas ou inconsistências que serão, então, esclarecidas antes de serem encaminhadas ao Ministério do Meio Ambiente, responsável pela elaboração da Lista Oficial de Espécies Ameaçadas.
PESCA – Os tubarões, arraias e quimeras, também conhecidos como Chondrichthyes, elasmobrânquios ou “peixes-de-couro”, são peixes com esqueleto cartilaginoso. Muitas dessas espécies têm vida longa, fecundidade e mortalidade natural extremamente baixas e, por isso, sua capacidade de reposição populacional é bastante reduzida.
Além disso, muitas espécies formam grandes agregações em épocas e locais definidos para a cópula, parto ou alimentação e têm seus berçários em águas rasas. Segundo Monica Peres da Coabio, "tudo isso torna esse grupo muito vulnerável à pesca".
“As avaliações confirmaram o que já sabíamos", diz Mônica Peres. “A pesca excessiva e não regulamentada foi, e continua sendo, a maior ameaça para esse grupo nas águas brasileiras. Pescarias importantes no passado estão hoje colapsadas, como a pesca de cação-anjo, do cação-bico-doce, entre outras. Apesar de muitas espécies já constarem em listas oficiais de espécies ameaçadas, elas continuam sendo ameaçadas pela captura acidental em diversas pescarias ao longo da costa brasileira.”
Preocupados, os especialistas elaboraram uma carta ao ICMBio, solicitando atenção especial aos tubarões e arraias no ordenamento das pescarias e também proteção das áreas críticas de agregação e berçários das espécies mais vulneráveis.
Fonte: ICMBio
Mais informações sobre o estudo:
Mônica Peres (61) 3341-9060
O trabalho, realizado pela Coordenação de Avaliação do Estado de Conservação da Biodiversidade (Coabio), do ICMBio, subordinada à Coordenação Geral de Espécies Ameaçadas, foi iniciado em 2009 e envolveu mais de 50 especialistas de todo o País, sob a coordenação científica de Ricardo Rosa (UFPB), Rosangela Lessa (UFRPE), Patricia Charvet (Senai-PR), Carolus Vooren (Furg) e Monica Brick Peres (ICMBio), que coordena o processo de avaliação da fauna brasileira.
O estudo foi consolidado em duas oficinas (Brasília, 2010, e João Pessoa, 2011) sob organização de Rosana Subirá, da Coabio, e contou com o apoio da Gerência de Biodiversidade Aquática, da Secretaria de Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente (GBA/SBF/MMA), da Sociedade Brasileira para o Estudos dos Elasmobrânquios (SBEEL) e da IUCN (Escritório Regional da América do Sul e Global Marine Species Assessment Unit).
RESULTADOS – Das 169 espécies, duas estão “Regionalmente Extintas” (RE) e 60 encontram-se em alguma categoria de ameaça, sendo 29 “Criticamente em Perigo” (CR), sete “Em Perigo” (EN) e 20 “Vulnerável” (VU). Apenas 31 foram avaliadas como "Menor Preocupação" (LC) e 16 como "Quase Ameaçada" (NT).
O número de espécies com "Dado Insuficiente" (DD) foi considerado especialmente alto (59), indicando que as incertezas taxonômicas e a falta de informações populacionais são um grande problema de conservação para esse grupo. Uma única espécie foi tida como não elegível para avaliação nacional (NA).
Para o ICMBio, responsável no Brasil pela atualização dos dados da lista de espécies ameaçadas de fauna, esses resultados são considerados preliminares, já que as avaliações passarão ainda por uma etapa de revisão cientifica, chamada “validação”, antes de serem publicadas na revista eletrônica “Biodiversidade Brasileira”.
Essa etapa de validação é extremamente importante já que a clareza da informação e da argumentação serão revisadas por outros especialistas. Eles poderão apontar dúvidas ou inconsistências que serão, então, esclarecidas antes de serem encaminhadas ao Ministério do Meio Ambiente, responsável pela elaboração da Lista Oficial de Espécies Ameaçadas.
PESCA – Os tubarões, arraias e quimeras, também conhecidos como Chondrichthyes, elasmobrânquios ou “peixes-de-couro”, são peixes com esqueleto cartilaginoso. Muitas dessas espécies têm vida longa, fecundidade e mortalidade natural extremamente baixas e, por isso, sua capacidade de reposição populacional é bastante reduzida.
Além disso, muitas espécies formam grandes agregações em épocas e locais definidos para a cópula, parto ou alimentação e têm seus berçários em águas rasas. Segundo Monica Peres da Coabio, "tudo isso torna esse grupo muito vulnerável à pesca".
“As avaliações confirmaram o que já sabíamos", diz Mônica Peres. “A pesca excessiva e não regulamentada foi, e continua sendo, a maior ameaça para esse grupo nas águas brasileiras. Pescarias importantes no passado estão hoje colapsadas, como a pesca de cação-anjo, do cação-bico-doce, entre outras. Apesar de muitas espécies já constarem em listas oficiais de espécies ameaçadas, elas continuam sendo ameaçadas pela captura acidental em diversas pescarias ao longo da costa brasileira.”
Preocupados, os especialistas elaboraram uma carta ao ICMBio, solicitando atenção especial aos tubarões e arraias no ordenamento das pescarias e também proteção das áreas críticas de agregação e berçários das espécies mais vulneráveis.
Fonte: ICMBio
Mais informações sobre o estudo:
Mônica Peres (61) 3341-9060
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