quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Protesto fecha sedes da Petrobras e do BNDES no centro do Rio


As sedes da Petrobras e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), na Avenida Chile, Centro do Rio, tiveram seus portões fechados na tarde desta quarta-feira, 1, por causa de protesto contra os impactos socioambientais causados pelo Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj) e pela Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA). Os manifestantes criticaram os prejuízos à pesca artesanal nas baías de Guanabara e de Sepetiba, no entorno das quais, respectivamente, situam-se os empreendimentos.
Representantes de pescadores artesanais e de movimentos sociais, além de militantes políticos, participaram do protesto. Segundo organizadores da manifestação, o Comperj diminuirá ainda mais a quantidade de peixes na já poluída Baía de Guanabara. O empreendimento está previsto para começar a operar em abril de 2015, em Itaboraí, região metropolitana do Rio, com investimento estimado extraoficialmente em US$ 20 bilhões.
"A redução (de peixes) já vem acontecendo, mas será ainda maior com a implantação do Comperj", afirmou ao Estado o presidente da Associação Homens e Mulheres do Mar (Ahomar), Alexandre Anderson.

O ato se seguiu a uma audiência pública na Câmara dos Vereadores do Rio, na Cinelândia, perto da Avenida Chile. O protesto também serviu de desagravo ao assassinato de representantes de pescadores ligados a Ahomar. Manifestantes e líderes dos pescadores responsabilizaram pelas mortes empresas ligadas a obras da Petrobrás para construir o Comperj.
"Estamos com medo que ocorram mais mortes", confirmou Anderson ao Estado, reclamando do ritmo das investigações por parte da Polícia Civil.

O presidente da Ahomar classificou a audiência pública como histórica, mas reclamou da falta de representantes do governo do Estado do Rio, da Petrobrás e do BNDES. Manifestantes também reclamaram do processo de pagamento de indenizações, por parte da Petrobrás, pelo vazamento de óleo na Baía de Guanabara, em 2000.

O BNDES não comentou especificamente o financiamento ao Comperj e os impactos socioambientais do empreendimento, mas esclareceu, em nota, "que as aprovações para financiamento a projetos de investimentos só são realizadas mediante a apresentação de todas as licenças ambientais".

Fonte: MSN / Estadão

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