por Charles Napier Hemy (1841-1917)
domingo, 31 de julho de 2011
sábado, 30 de julho de 2011
Campos - Reforma da sede da Colônia Z-19
A
comissão PEA-OGX de Campos dos Goytacazes se reuniu na última quinta-feira, dia
27 de julho, com integrantes da SOMA e da OGX para uma visita à sede da Colônia
Z-19, que está em reforma desde abril de 2011. Segundo Rodolfo José, presidente
da Colônia, o andamento das obras está correspondendo às expectativas da
comissão.
De acordo com representantes da Porto e Rocha, construtora responsável pela reforma da Colônia, o término das obras está previsto para o final do próximo mês. Em breve, daremos notícias sobre a inauguração da nova sede.
Confira a seguir as últimas fotos da Colônia:
http://pesca-artesanal-campos.blogspot.com/2011/07/avancos-na-reforma-da-colonia-z-19.html
Fonte: Blog Pesca Artesanal na Bacia de Campos
De acordo com representantes da Porto e Rocha, construtora responsável pela reforma da Colônia, o término das obras está previsto para o final do próximo mês. Em breve, daremos notícias sobre a inauguração da nova sede.
Confira a seguir as últimas fotos da Colônia:
http://pesca-artesanal-campos.blogspot.com/2011/07/avancos-na-reforma-da-colonia-z-19.html
Fonte: Blog Pesca Artesanal na Bacia de Campos
sexta-feira, 29 de julho de 2011
CE - I Ciclo da Pesca Artesanal e Aquicultura Familiar
A secretaria de Pesca e Aquicultura (SPA) está desenvolvendo nos municípios do Ceará o I Ciclo de Encontros da Pesca Artesanal e Aquicultura Familiar. O objetivo é conhecer, analisar a demanda da categoria e suas necessidades, como também aproximar as entidades do órgão responsável pelo setor no Estado.
As atividades tiveram início no mês de maio e seguirão até o mês de novembro com encerramento no município de Jaguaribara, com data a ser definida. Após a conclusão do Encontro, a Secretaria irá traçar um diagnóstico do setor para atender as necessidades de cada região.
De acordo com secretário Estadual da Pesca, Flávio Bezerra, “estão sendo analisadas as necessidades das colônias, associações, federações, sindicatos e cooperativas que representam os profissionais que trabalham no setor da pesca artesanal, para posteriormente atender a categoria”, explicou.
DATAS E LOCAIS DOS ENCONTROS
DATA DIA LOCAL
02/08/11 Quinta Aracati – Icapuí (Redonda)
03/08/11 Quarta Maranguape – Guaiúba – Pacatuba – Itaitinga – Maracanaú – Acarape – Redenção
04/08/11 Quinta Eusébio – Horizonte – Pacajús – Chorozinho – Barreira – Ocara
17/08/11 Quarta Amontada – Itapipoca – Trairí (Mundaú)
18/08/11 Quinta Paraipaba – Paracurú – São Gonçalo do Amarante
31/08/11 Quarta Quixadá – Itapiúna – Choró – Capistrano – Aracoiaba – Ibicuitinga – Banabuiú
01/09/11 Quinta Quixeramobim – Solonópole – Senador Pompeu – Milhã – Dep. Irapuan Pinheiro – Mombaça – Piquet Carneiro
14/09/11 Quarta Caucaia – Fortaleza – Aquiraz
15/09/11 Quinta Cascavel – Beberibe – Fortim
28/09/11 Quarta Boa Viagem – Tauá – Catarina – Pedra Branca – Madalena
29/09/11 Quinta Novo Oriente – Crateús – Tamboril – Catunda – Nova Russas – Ipueiras – Hidrolândia
14/10/11 Sexta Russas – Palhano – Itaiçaba – Jaguaruana – Quixeré – Limoeiro do Norte – Tabuleiro do Norte – São João do Jaguaribe – Morada Nova
26/10/11 Quarta Umirim – Pentecoste – General Sampaio – Uruburetama – S. L. Curú – Apuiarés – Tejuçuóca – Tururú -Caridade – Canindé
27/10/11 Quinta Granja – Sobral – Massapê – Forquilha – Irauçuba – Miraíma – Coreaú – Frecheirinha – Cariré – Groaíras – Santana do Acaraú – Senador Sá – Santa Quitéria – Varjota
09/11/11 Quarta Cariús – Iguatú – Quixelô – Acopiara - Orós
10/11/11 Quinta Cedro – Várzea Alegre – Lavras da Mangabeira - Umari – Baixio – Ipaumirim – Aurora – Granjeiro - Icó
23/11/11 Quarta Juazeiro do Norte – Crato – Caririaçú – Barro – Barbalha – Missão Velha
24/11/11 Quinta Jaguaribara – Iracema - Jaguaretama – Alto Santo – Jaguaribe – Potiretama
Fonte: Assessoria de Imprensa da SPA
04/08/11 Quinta Eusébio – Horizonte – Pacajús – Chorozinho – Barreira – Ocara
17/08/11 Quarta Amontada – Itapipoca – Trairí (Mundaú)
18/08/11 Quinta Paraipaba – Paracurú – São Gonçalo do Amarante
31/08/11 Quarta Quixadá – Itapiúna – Choró – Capistrano – Aracoiaba – Ibicuitinga – Banabuiú
01/09/11 Quinta Quixeramobim – Solonópole – Senador Pompeu – Milhã – Dep. Irapuan Pinheiro – Mombaça – Piquet Carneiro
14/09/11 Quarta Caucaia – Fortaleza – Aquiraz
15/09/11 Quinta Cascavel – Beberibe – Fortim
28/09/11 Quarta Boa Viagem – Tauá – Catarina – Pedra Branca – Madalena
29/09/11 Quinta Novo Oriente – Crateús – Tamboril – Catunda – Nova Russas – Ipueiras – Hidrolândia
14/10/11 Sexta Russas – Palhano – Itaiçaba – Jaguaruana – Quixeré – Limoeiro do Norte – Tabuleiro do Norte – São João do Jaguaribe – Morada Nova
26/10/11 Quarta Umirim – Pentecoste – General Sampaio – Uruburetama – S. L. Curú – Apuiarés – Tejuçuóca – Tururú -Caridade – Canindé
27/10/11 Quinta Granja – Sobral – Massapê – Forquilha – Irauçuba – Miraíma – Coreaú – Frecheirinha – Cariré – Groaíras – Santana do Acaraú – Senador Sá – Santa Quitéria – Varjota
09/11/11 Quarta Cariús – Iguatú – Quixelô – Acopiara - Orós
10/11/11 Quinta Cedro – Várzea Alegre – Lavras da Mangabeira - Umari – Baixio – Ipaumirim – Aurora – Granjeiro - Icó
23/11/11 Quarta Juazeiro do Norte – Crato – Caririaçú – Barro – Barbalha – Missão Velha
24/11/11 Quinta Jaguaribara – Iracema - Jaguaretama – Alto Santo – Jaguaribe – Potiretama
Fonte: Assessoria de Imprensa da SPA
quinta-feira, 28 de julho de 2011
RJ - Governo promete limpar baía de Guanabara antes da Olimpíada
As obras que faltavam para a despoluição da baía de Guanabara serão concluídas antes da Olimpíada de 2016, quando já começarão a ser sentidos os seus efeitos. A previsão é do coordenador executivo do programa de saneamento da baía, da Secretaria Estadual do Ambiente, Gelson Serva.
O Programa de Saneamento Ambiental dos Municípios do Entorno da Baía de Guanabara (Psam) substituiu o antigo Programa de Despoluição da Baía de Guanabara (PDBG), criado em 1992 e que se estendeu até 2006.
Custódio Coimbra/Divulgação
Praia do Catalão, imagem do livro "Baía de Guanabara - Biografia de uma paisagem", de Eliane Pinheiro
Praia do Catalão, imagem do livro "Baía de Guanabara - Biografia de uma paisagem", de Eliane Pinheiro
Durante esse período, foram investidos no programa cerca de US$ 760,4 milhões, englobando US$ 349,3 milhões do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), US$ 162,8 milhões do Banco de Cooperação Internacional do Japão (Jbic) e US$ 248,3 milhões de contrapartida do governo fluminense.
A partir de 2006, têm sido aplicados no Psam, com recursos do Fundo Estadual de Conservação Ambiental e Desenvolvimento Urbano (Fecam), R$ 100 milhões, em média, por ano, na despoluição da baía de Guanabara, segundo Serva.
"Vamos fazer as obras de direcionamento do esgoto, que hoje vai in natura para a baía, para as estações de tratamento de esgotos que foram construídas pelo PDBG e algumas precisam ser ampliadas. Faltaram alguns troncos [coletores] para fazer as ligações também com as redes dos municípios. Isso nós vamos concluir antes das Olimpíadas. O efeito já vai começar, mas não é completo ainda", disse.
Segundo Serva, o programa atual conta com US$ 640 milhões, sendo US$ 450 milhões do BID e US$ 190 milhões de contrapartida do governo do Estado. Os recursos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) para os projetos na capital fluminense, avaliados em R$ 450 milhões, deverão ser obtidos por meio de financiamento da Caixa Econômica Federal.
De acordo com o coordenador executivo do Psam, o grande problema na baía de Guanabara é o esgotamento, principalmente o domiciliar, uma vez que as indústrias apresentam hoje um bom nível de nível de controle em relação aos efluentes. "Tem é que investir para que a gente não esmoreça".
No caso do esgoto domiciliar, Serva salientou que três projetos estão no pacote de obras a serem realizadas pelo governo estadual com recursos do PAC: a ampliação da estação de tratamento Alegria e a construção de dois troncos coletores (Manguinhos e Faria-Timbó).
Dentro do pacote de financiamento do BID está o projeto de construção do tronco de esgotamento Cidade Nova, que fará ligação também com Alegria, além da troca de boa parte da rede coletora de esgoto da zona norte carioca.
Ana Carolina Fernandes-9.jan.02//Folhapress
Na Baixada Fluminense, serão feitas algumas ligações na estação Sarapuí e complementadas as obras de implantação do sistema Pavuna. "Na Baixada, nós vamos investir o maior recurso do Psam". Os dois projetos envolverão recursos no total de R$ 219 milhões.
Serva afirmou que em São Gonçalo (região metropolitana do Rio) está sendo desenhado um projeto para obtenção de recursos do PAC 2, visando à ampliação da estação de tratamento local. A previsão é que os projetos do centro do Rio e de São Gonçalo sejam concluídos até o final de 2014 e os da Baixada Fluminense, até o início de 2016.
Para o presidente da Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos), Wagner Victer, os efeitos do programa de despoluição da baía de Guanabara já estão sendo sentidos pela população e tendem a melhorar com a proximidade dos Jogos Olímpicos de 2016.
"Eu não tenho a mínima dúvida em relação a isso", disse. Há quatro anos, quando começou a gestão do programa, 2.000 litros por segundo de esgoto passavam por tratamento secundário na baía. "Hoje, já estamos próximos a 5.000 litros. Praticamente, mais do que duplicou em quatro anos."
Isso fez com que algumas praias, como a da Bica, na Ilha do Governador, apresentassem melhorias significativas nas suas condições de balneabilidade, de acordo com o Inea (Instituto Estadual do Ambiente). "Inclusive, as melhores condições dos últimos 20 a 30 anos", disse Victer. Ele aposta que com o conjunto de obras programadas, "bem antes dos Jogos de 2016 nós vamos ter uma posição excepcional na baía de Guanabara para a realização das provas [náuticas]".
A melhoria da poluição no local foi mostrada, segundo Victer, durante os Jogos Mundiais Militares, encerrados no domingo (24). O presidente da Cedae observou, entretanto, que devido à topografia do Rio, a baía não recebe só esgoto.
"Ela recebe a drenagem de chuvas. Então, muitas vezes, por mais que você tire o esgoto, a sujeira e a falta de educação ambiental, com as pessoas jogando lixo nas ruas, acabam indo para a baía de Guanabara", disse.
Fonte: Folha
quarta-feira, 27 de julho de 2011
Cardume 50mil visualizações
Ao voltar de Atafona - RJ e abrir o blog deparei com o número de 50.000 visualizações no Cardume!
Obrigado a todos que visitam e colaboram com o blog!
abs
MD
Rússia - A pesca do salmão bate recorde de produção nesta temporada em Kamchatka
A captura do salmão nas águas da península de Kamchatka ultrapassou a cota de pesca autorizada de 175 mil toneladas, chegando a 190 mil toneladas em toda a temporada. Uma cota adicional de 40 mil toneladas foi então autorizada, e agora, segundo garante o ministro da Pesca do território de Kamchatka, Vladimir Galitsyn, “se os pescadores usarem a cota adicional permitida, a península terá um novo recorde para a coleta desse pescado: 215 mil toneladas”.
O território de Kamchatka abriga provavelmente a maior diversidade de salmonídeos, incluindo as seis espécies de salmão do Pacífico (chinook, chum, coho, seema, rosado e sockeye). Os biólogos estimam que de um sexto a um quarto de todo o salmão do Pacífico tem sua origem em Kamchatka.
A indústria pesqueira é a atividade básica do território, e nas áreas locais as companhias capturam cinco espécies de salmão do Pacífico e mais de 40 outras espécies marinhas. Quase todos os rios da região são importantes para as pesqueiras, e a indústria hoje é capaz de recolher 1,5 milhão de toneladas de peixes e frutos do mar nos rios de Kamchatka e nas áreas adjacentes, incluindo 1,2 milhão de toneladas de peixes do mar, 200 mil toneladas de salmão do Pacífico, 20 mil toneladas de invertebrados, 15 mil toneladas de caranguejos e mais de 30 mil toneladas de algas marinhas.
Fonte: Diário da Russia
terça-feira, 26 de julho de 2011
Galápagos: parado navio com 357 tubarões pescados ilegalmente
Uma lancha de vigilância do Parque de Galápagos, no Equador, interceptou um navio com 357 tubarões em seus depósitos, a maior carga deste tipo confiscada no arquipélago nos últimos anos, disse Mario Villalta, chefe da reserva marinha.
Villalta informou que havia 23 pessoas a bordo, incluindo dois menores de idade. Exceto as crianças, todos se encontram detidos, assinalou.
Na reserva marinha de Galápagos é proibida a captura, comercialização e mobilização de tubarões, enquanto no resto do Equador só se permite a pesca acidental desse peixe durante a busca por outros pescados.
De acordo com o elevado número de tubarões nos depósitos da embarcação "Fer Mer I", fica claro que o objetivo era mesmo o de capturar este tipo de peixe. O capitão do navio disse que não sabia que pescava dentro das águas da reserva marinha de Galápagos, segundo Villalta, que assegurou que "é um argumento que outros já usaram".
Os detidos poderão ser condenados à prisão, multas e confisco do navio e dos equipamentos de pesca.
Fonte: Terra e EFE
segunda-feira, 25 de julho de 2011
SC - Fenaostra 2011 acontece no início de outubro.
Ostra gratinada
|
A próxima edição da Festa Nacional da Ostra e da Cultura Açoriana já tem data definida, e novamente acontecerá no mês de outubro, como parte do calendário de festas de Santa Catarina.
Este ano a Fenaostra acontece entre os dias 07 e 16 de outubro, no Centro de Eventos Centrosul.
Trata-se de um verdadeiro festival realizado no CentroSul, Centro de Convenções de Florianópolis, que mobiliza a cidade durante 9 dias, com uma agenda repleta de atrações gastronômicas, folclóricas e culturais. Paralelamente, a programação também oferece cursos e seminários de aperfeiçoamento técnico voltados à maricultura.
As ostras são alimentos muito saudáveis e têm baixo teor de calorias, se comparado a outras carnes. Também tem grande quantidade de vitaminas, minerais e ômega 3, que previne doenças no coração. Tanto é saudável que a Prefeitura está incluindo o alimento na merenda escolar da rede municipal, combatendo a desnutrição e a obesidade infantil.
Fonte: Portal da Ilha
domingo, 24 de julho de 2011
sábado, 23 de julho de 2011
IX ENCONTRO DE BIOINCRUSTAÇÃO, ECOLOGIA BÊNTICA E BIOCORROSÃO
O INSTITUTO DE ESTUDOS DO MAR ALMIRANTE PAULO MOREIRA- IEAPM promoverá a partir desta segunda o IX ENCONTRO DE BIOINCRUSTAÇÃO, ECOLOGIA BÊNTICA E BIOCORROSÃO que será realizado no Hotel “A Ressurgência”, em Arraial do Cabo, no período de 25 a 29 de julho de 2011.
O objetivo do evento é ampliar e diversificar o intercâmbio científico e tecnológico no País, visando proporcionar aos profissionais envolvidos, o conhecimento do estado da arte na área de bioincrustação, biocorrosão e ecologia bêntica, a fim de estabelecer melhores critérios no emprego de recursos financeiros nas atividades navais e na conservação do meio ambiente.
O tema do Encontro será: “A consolidação de redes de pesquisa em Bioincrustação".
Áreas de interesse:
- Metodologia de estudo em bioincrustação.
- Biofilme e fixação de organismos.
- Recrutamento de invertebrados e de propágulos de algas incrustantes.
- Macroincrustação.
- Sucessão e estabilidade de comunidade bentônicas.
- Interações biológicas (competição, herbivoria e predação).
- Testes de tintas e materiais antiincrustantes.
- Desenvolvimento de tintas à base de produtos naturais e substâncias de baixa toxicidade.
- Corrosão causada pela bioincrustação.
- Ecologia de substratos consolidados e não consolidados, naturais e artificiais.
- Desenho amostral de experimentos.
- Modelagem da Bioincrustação.
- Introdução de espécies.
- Bioincrustação nos recifes artificiais.
Programação: http://www.ieapm.mar.mil.br/bioinc/programacao.htm
Mais informações: http://www.ieapm.mar.mil.br/bioinc/
sexta-feira, 22 de julho de 2011
Campos - Primeira esposa de pescador a ter direito a aposentadoria
O Presidente da Z-19 recebeu a notícia da primeira esposa de pescador associado a Z-19 a se aposentar com muita alegria e o sentimento de que todos os esforços e lutas foram recompensados. “Fico feliz como representante dos pescadores, pelo voto de confiança que nos deram quando nos elegeram, essa é uma grande vitória dos pescadores, ficamos muito satisfeitos de fazermos parte dessa conquista” – diz Rodolfo Ribeiro, presidente da Z-19.
Fonte: Colônia Z-19
Equador - Comunidade tradicional é ameaçada por empresário
A Comuna de El Verdún, localizada no Estuário do Rio Chone, província de Manabí, Equador, vem sofrendo ameaças de deslocamento por parte de um empresário de camarão. Jefferson Loor afirma ter comprado piscinas de criação de camarão em uma área de mangue justamente onde vivem 70 famílias de coletores de concha e caranguejo, pescadores artesanais e pequenos camponeses.
Segundo informações da Coordenadora Nacional para a Defesa do Ecossistema de Mangue (C-Condem), a compra ocorreu mediante processo de licitação ao banco estatal do Pacífico, que está arrematando bens que a antiga Agência de Garantia de Depósitos confiscou a banqueiros falidos entre os anos de 2000 e 2002.
Loor tenta de várias formas desalojar a comunidade, chegando até a intimidar os moradores com a presença de marinheiros e militares. A comunidade está mobilizada e apresentou às autoridades locais demandas pela defesa de seus direitos. Apesar disto, não houve resposta até o momento. A presidenta da comuna, Francisca Alava Loor, vem recebendo ameaças, e, por isso, os moradores exigem das autoridades proteção para a líder.
A C-Condem explica em comunicado que há cerca de trinta anos a aquicultura chegou à comuna por meio de empresários que prometeram emprego e desenvolvimento local. Contudo, o que os moradores “ganharam” foi a perda de autonomia sobre seu território, o que acarretou em deslocamento para um setor apenas, destruição do mangue para construção de piscinas de camarão e, como consequência do desequilíbrio ambiental, perda da fonte de trabalho, pois houve prejuízo da biodiversidade e, a partir de então, séria diminuição da qualidade de vida em El Verdún.
A Coordenadora estranha que, três décadas depois da chegada dos primeiros empresários de camarão à comuna, as piscinas estejam “inexplicavelmente” em posse do Banco do Pacífico, “situação que não poderia se dá, já que as piscinas de camarão não são propriedade privada de investidores, mas são, na maioria dos casos, ocupações ilegais e em outras concessões dadas de maneira ilegítima, pelo que em nenhum caso poderiam ser apreendidas”.
Para solucionar a situação, a comuna El Verdún demanda reconhecimento de seus direitos, nos marcos da nova Constituição da República do Equador, artigo 57, que toma por base instrumentos internacionais, como convênios e declarações.
No artigo, garante-se às comunidades direitos como conservar a propriedade de suas terras, “inalienáveis, imprescritíveis e indivisíveis”; participar do usufruto, administração e conservação dos recursos naturais renováveis; realização de consultas prévias sobre planos e programas para exploração e comercialização de recursos não renováveis no território e que possam trazer danos ambientais ou culturais; e não ser deslocadas de suas terras ancestrais; além de proteger, desenvolver e preservar o patrimônio cultural e histórico.
Outra importante demanda das famílias assentadas é receber a propriedade comunitária da terra pelo Ministério de Agricultura, Pecuária, Aquicultura e Pesca.
Na esfera ambiental, pedem que o Ministério do Ambiente acelere a extensão da Área Protegida do Refúgio de Vida Silvestre Ilha Coração e Fragata para todo o Estuário do Rio Chone. Essa área deverá ser administrada pelas comunidades e povos que habitam a região. Além disso, as piscinas de camarão devem ser recuperadas com a participação das famílias, o que garantiria a soberania alimentar da comunidade, pois devolveria a fonte de trabalho tradicional.
Fonte: Adital/ Correio do Brasil
quinta-feira, 21 de julho de 2011
EMBRAPA Pesca e Aquicultura
Criada em agosto de 2009, a Embrapa Pesca e Aquicultura atua em âmbito nacional no desenvolvimento de soluções para as cadeias produtivas da pesca e da aquicultura e possui vocação regional visando gerar soluções para sistemas agrícolas.
Sua sede está sendo construída na região norte da cidade de Palmas, capital do Tocantins, por meio de recursos do Programa de Crescimento e Fortalecimento da Embrapa (PAC-Embrapa). As instalações principais ocuparão 4.500 m2 de área construída em meio a um terreno de 990 mil m2 dos quais 49 mil m2 são ocupados por tanques escavados.
Em Buritirana (TO), a 60 km de Palmas, a unidade conta com um campo experimental no qual serão desenvolvidas pesquisas com sistemas integrados de produção agropecuária.
Portal da Embrapa Pesca e Aquicultura: http://cnpasa.sede.embrapa.br/
quarta-feira, 20 de julho de 2011
A nutrição de peixes e a fome mundial
Até o ano de 2050, o mundo passará dos atuais 6,7 bilhões para mais de 9 bilhões de habitantes agravando um problema já existente: a fome mundial. Os dados são da Divisão de Estatísticas das Nações Unidas (Unstat) e foram apresentados pelo professor Daniel Eduardo Lavanholi de Lemos do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (IO-USP) durante o World Aquaculture 2011, realizado de 6 a 10 de junho em Natal (RN).
O crescimento populacional é agravado pela desigualdade, já que o grupo dos mais ricos cresce menos que o grupo dos mais pobres, segundo o pesquisador. No cenário de 2050 delineado pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), as nações da Ásia e da África subsaariana abrigarão 60% da população do planeta.
Diante desse quadro, Lemos acredita que a aquicultura possui um importante papel a cumprir. “O pescado já é segunda maior fonte de proteína animal atrás apenas dos suínos”, assinalou o professor da USP, ressaltando que a aquicultura já divide igualmente com a pesca o fornecimento de pescado mundial.
A diferença é que a produção pesqueira não cresce desde o ano 2000 enquanto que a aquicultura aumenta a cada ano e ainda tem muito potencial para se expandir, segundo o especialista. “Assim como ocorreu com a caça, que não responde mais pelo suprimento de alimentos para o homem, era previsível que o mesmo ocorresse com a pesca”, assinalou Lemos em seu trabalho.
No entanto, para crescer de maneira sustentável, a criação de pescado deve enfrentar vários desafios. Um dos maiores será o de encontrar fontes alternativas de nutrientes para as rações de piscicultura.
Isso ocorre porque ainda se usam recursos marinhos na aquicultura. Boa parte da alimentação dos animais criados em tanques são rações compostas por farinha feita com peixes pescados e a redução dos estoques naturais tem tornado a matéria-prima mais rara e o produto a cada dia mais caro. “A escassez desse insumo levará a buscas mundiais cada vez maiores por fontes de nutrientes-chave”, aventou.
Encontrar soluções sustentáveis para a nutrição na aquicultura é o desafio atual de Lemos que coordena o projeto “Determinação in vitro da digestibilidade da proteína alimentar para peixes em aquicultura” , que tem o apoio FAPESP na modalidade Auxílio a Projeto de Pesquisa – Regular.
Subprodutos da agricultura
Boa parte da resposta para a questão da aquicultura sustentável estaria na agricultura. Com produção mundial crescente, muitos subprodutos agrícolas poderão entrar na composição de rações sem prejuízo para a produção de alimentos, acredita o professor.
“A tendência é usar fontes cada vez mais grosseiras para as rações e deixar as matérias-primas mais nobres para o consumo humano”, afirmou. Segundo ele, o arroz quebrado, por exemplo, é componente de rações no Ocidente, mas a China não se dá mais ao luxo de lançá-lo aos animais, pois prefere destiná-lo à população.
Com um setor agropecuário superavitário, o Brasil desponta como um potencial fornecedor de insumos para a aquicultura, na opinião de Lemos, além de possuir vastas extensões de espelhos d’água a serem exploradas.
E mesmo com os desafios relacionados à nutrição sustentável, a aquicultura ainda apresenta inúmeras vantagens em relação aos outros tipos de criação animal. Lemos lembra que mais de 50% da produção aquícola prescinde de ração como algas, ostras, vieiras e mexilhões ou de peixes que não consomem proteína animal.
Os animais aquáticos também são os que melhor convertem nutrientes em carne, pois não gastam energia para produzir calor como os animais homeotérmicos e sofrem menos a ação da força da gravidade, o que também demanda energia para a manutenção estrutural do corpo.
“Teremos que saber administrar cada vez melhor os nutrientes-chave e saber usar os recursos nutritivos para a aquicultura de modo que ela se torne solução para a falta de alimentos, e não parte desse problema”, concluiu.
Fonte: Agência FAPESP / por Fábio Reynol
Sobre o cultivo de robalo
Apreciado pelos consumidores, o peixe é encontrado em todo o litoral brasileiro e também é opção para ser criado em açudes, lagos e represas de água docepor João Mathias | Consultor Vinicius Ronzani Cerqueira
Pesquisas realizadas ao longo dos últimos anos abriram a possibilidade de criação de robalo em cativeiro. As técnicas de reprodução, larvicultura e engorda estão hoje dominadas e permitem incluir a espécie entre as opções da piscicultura comercial. Resistente ao manejo, o robalo é muito versátil, com boa adaptação na fase da engorda a ambientes de água salobra, salgada ou doce.
Pertencentes ao gênero Centropomus, os robalos são peixes de escamas e de água salgada encontrados no litoral do continente americano. Mas eles também vivem em estuários, manguezais e em rios de água doce até vários quilômetros acima da foz, graças à tolerância a variações de salinidade no ambiente aquático. O robalo gosta de nadar em águas calmas, barrentas e sombreadas e de permanecer na parte mais funda do leito dos rios.
De sabor suave e de ótima qualidade, com bons índices de ácidos graxos ômega 3, a carne do robalo tem alto valor comercial e boa demanda no mercado. Branca e leve, a carne do peixe já fazia parte da dieta dos romanos há muitos séculos.
De corpo alongado e comprimido, conferindo-lhe um nado rápido, o robalo se alimenta de crustáceos, como camarões e caranguejos, e de pequenos peixes. No ambiente natural, vive em grandes cardumes quando jovem, mas torna-se solitário ao atingir a idade adulta, formando grupos apenas no período de reprodução. Predador, ataca as presas com voracidade e, por isso, é apreciado na pesca esportiva.
Em criações cujo objetivo é a engorda de alevinos, a dica é deixar a fase de reprodução aos cuidados de especialistas. O processo é complicado e exige experiência e habilidade para lidar com a indução de hormônios nas matrizes.
Onde adquirir: produtores comerciais – Danúbio Aquacultura Ltda., Balneário de Camboriú, SC,sergio@danubioaqua.com.br; e Maricultura Pandini Ltda., São Mateus, ES, juliopandini@hotmail.com; instituições de pesquisa – Laboratório de Piscicultura Marinha, Departamento de Aquicultura do Centro de Ciências Agrárias (CCA), da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, SC, tel. (48) 3721-5404, cca@cca.ufsc.br; e Centro de Produção e Propagação de Organismos Marinhos, da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (CPPOM-PUCPR), Guaratuba, PR, tel. (41) 3442-1160, ana@baldan.pucpr.br
Mais informações: Cerqueira, V. R. Cultivo do robalo-peva, Centropomus parallelus. In: Baldisserotto, B.; Gomes, L. C. (Org.). Espécies nativas para piscicultura no Brasil. Editora da UFSM, Santa Maria, 2005, v. 1, p. 403-431.www.ufsm.br/editora
MÃOS À OBRA
INÍCIO: Dois tipos de robalo destacam-se aqui: o flecha (Centropomus undecimalis), que atinge no máximo 1,2 metro de comprimento e peso de 25 quilos, com reflexos esverdeados e ventre esbranquiçado; e o robalo-peva (Centropomus paralellus), que chega a 50 centímetros de comprimento e cinco quilos, apresentando o dorso cinza-esverdeado e os flancos prateados. O peva é a espécie sobre a qual há mais conhecimento à disposição para criação e produção de alevinos.
AMBIENTE: Bastante resistente, o robalo tolera grande variação de temperatura, em uma faixa que pode ir de 10 ºC a 35 ºC. Mas, abaixo de 20 ºC, ele come e cresce muito pouco. A água deve ser limpa e de boa qualidade, com pH entre 7 e 9, para ficar próximo ao pH do mar, que é 8. Também deve ser bem oxigenada, com aproximadamente dois a cinco miligramas de oxigênio por litro.
ESTRUTURA: A criação pode ser manejada em tanques escavados, açudes e represas. Ainda podem ser usados tanques de concreto, lona e fibra de vidro. Em locais com boa profundidade, uma opção são os tanques-redes, com pelo menos três metros, e o tanque-berçário, com um metro. É importante certificar-se de que o tamanho da malha não deixará o peixe preso, pois o robalo tem a cabeça em ponta, enroscando-se com facilidade na rede. Se a área for muito grande, é melhor manter os peixes concentrados em um cercado por um a três meses, fornecendo alimentação, para que se acostumem ao ambiente. Ao liberá-los, não deve haver predadores maiores que o robalo no local.
ALIMENTAÇÃO: Camarões e pequenos peixes são os alimentos preferidos do robalo, que é um predador voraz. À medida que cresce, a tendência é o robalo se tornar mais piscívoro, comendo mais peixes. No mar, ele se alimenta de sardinha, tainha, peixe-rei, entre outros. Em água doce, prefere lambaris, barrigudinhos e até girinos. Em criação intensiva, são usadas rações formuladas para carnívoros, como truta ou beijupirá.
REPRODUÇÃO: O robalo macho atinge a maturidade sexual aos 2 anos de idade, e as fêmeas aos três anos. A desova ocorre exclusivamente no verão, em regiões mais frias, e durante quase todo o ano em locais mais quentes. O processo de reprodução é feito pela indução com hormônios. Em laboratórios, onde se faz um rígido controle ambiental, é possível produzir juvenis na maior parte do ano.
RAIO X
CRIAÇÃO MÍNIMA: uma centena de peixes para sistema extensivo em açude e alguns milhares para cultivo em tanques-redes
CUSTO: de R$ 1 mil a R$ 2 mil o milheiro
RETORNO: a partir de um ano e meio
REPRODUÇÃO: nos meses mais quentes na maior parte do país
Fonte: Globo Rural
terça-feira, 19 de julho de 2011
Sobre cultivo de ostra
O extenso litoral brasileiro oferece alto potencial para o cultivo do molusco, que cresce bem em áreas de mangues ou em baías
Atividade produtiva, mas pouco explorada no Brasil, a criação de ostras pode ser rentável para produtores do litoral que pretendem se dedicar ao manejo do molusco. O material é de fácil obtenção, as instalações podem ter custo baixo, quando bem pesquisadas antes da aquisição, e há sementes de ostras baratas disponíveis em institutos de pesquisa e ensino, como ocorre com a Universidade Federal de Santa Catarina. O cultivo do molusco é uma alternativa à pesca artesanal, com oportunidades para atingir escala industrial.
Com 8,4 mil quilômetros de costa marítima, o litoral brasileiro oferece grande potencial para o desenvolvimento de ostras em cativeiro. Mas o método de criação e as espécies cultivadas apresentam diferenças entre as regiões, sendo o estado de Santa Catarina o responsável por cerca de 90% da produção nacional de moluscos (o que inclui ostras, mexilhões e vieiras).
Protegida por uma concha que se abre em duas partes, a ostra pertence à família Ostreidae. Habitante de águas marinhas costeiras e rasas, ou relativamente salgadas, tem alto valor nutritivo, por conter fósforo, cálcio, ferro, iodo, glicogênio e vitaminas A, B1, B2, C e D. A ostra ainda conta com alta concentração de proteínas, contribuindo para manter os sentidos aguçados, e tem bom teor de zinco, substância importante na produção de sêmen nos homens. Daí a fama de estimulante sexual da iguaria.
Com 8,4 mil quilômetros de costa marítima, o litoral brasileiro oferece grande potencial para o desenvolvimento de ostras em cativeiro. Mas o método de criação e as espécies cultivadas apresentam diferenças entre as regiões, sendo o estado de Santa Catarina o responsável por cerca de 90% da produção nacional de moluscos (o que inclui ostras, mexilhões e vieiras).
Protegida por uma concha que se abre em duas partes, a ostra pertence à família Ostreidae. Habitante de águas marinhas costeiras e rasas, ou relativamente salgadas, tem alto valor nutritivo, por conter fósforo, cálcio, ferro, iodo, glicogênio e vitaminas A, B1, B2, C e D. A ostra ainda conta com alta concentração de proteínas, contribuindo para manter os sentidos aguçados, e tem bom teor de zinco, substância importante na produção de sêmen nos homens. Daí a fama de estimulante sexual da iguaria.
A espécie japonesa prefere temperaturas de até 24ºC, embora possa ser mantida a até 28ºC. Já a nativa gosta de clima quente
Com baixo nível de gordura, as ostras conquistaram espaço na gastronomia mundial oferecendo sabores de acordo com o local de desenvolvimento. São suaves e levemente doces quando coletadas do fundo de manguezais e de gosto mais acentuado aquelas oriundas do mar, por causa da salinidade. O consumo de ostra também é estimulado para combater anemias e para a recomposição nutricional em casos de tuberculose, osteoporose e inapetência. No varejo, são encontradas ostras refrigeradas, congeladas, defumadas ou em pratos prontos.
Embora seja conhecida desde o Império Romano, a ostreicultura, ou ostricultura, chegou ao Brasil somente no século XX. Há registros da atividade aqui a partir de 1934, porém, a comercialização de ostras ganhou força apenas no início dos anos 1970, sobretudo nas regiões Sudeste e Sul. Em Santa Catarina, o cultivo comercial começou em 1988. Com estudos realizados nas últimas décadas, foram desenvolvidas técnicas de manejo adequadas para cada região.
Onde adquirir: sementes de ostra-japonesa podem ser obtidas na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), tel. (48) 3721-9000; e na Universidade do Vale do Itajaí (Univali), tel. 0800-7231300, falecom@univali.br. Ambas as instituições também fornecem ostra nativa a partir de reprodução em laboratório
Mais informações: www.cedap.epagri.sc.gov.br; Melhoras Práticas para Produção de Ostras de Florianópolis, Programa de Certificação da Qualidade das Ostras da Grande Florianópolis; Rede de Tecnologia do Rio de Janeiro (Redetec), Cecília Chicoski da Silva e Jefferson Chicoski da Silva
MÃOS À OBRA
INÍCIO: O cultivo exige autorização, por ser realizado em águas do governo federal. Também é necessário obter licenciamento ambiental. O Ministério da Pesca e Aquicultura ou o órgão de extensão rural local fornecem informações sobre a documentação necessária. A escolha da espécie para iniciar a atividade depende da localização da criação. Para a Região Sul, a ostra-japonesa (Crassostrea gigas) é a mais indicada, pois necessita de temperaturas baixas, ao contrário da ostra nativa (Crassostrea rhizophorae), que encontra no Norte e Nordeste ambiente adequado para o crescimento.
Com baixo nível de gordura, as ostras conquistaram espaço na gastronomia mundial oferecendo sabores de acordo com o local de desenvolvimento. São suaves e levemente doces quando coletadas do fundo de manguezais e de gosto mais acentuado aquelas oriundas do mar, por causa da salinidade. O consumo de ostra também é estimulado para combater anemias e para a recomposição nutricional em casos de tuberculose, osteoporose e inapetência. No varejo, são encontradas ostras refrigeradas, congeladas, defumadas ou em pratos prontos.
Embora seja conhecida desde o Império Romano, a ostreicultura, ou ostricultura, chegou ao Brasil somente no século XX. Há registros da atividade aqui a partir de 1934, porém, a comercialização de ostras ganhou força apenas no início dos anos 1970, sobretudo nas regiões Sudeste e Sul. Em Santa Catarina, o cultivo comercial começou em 1988. Com estudos realizados nas últimas décadas, foram desenvolvidas técnicas de manejo adequadas para cada região.
Onde adquirir: sementes de ostra-japonesa podem ser obtidas na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), tel. (48) 3721-9000; e na Universidade do Vale do Itajaí (Univali), tel. 0800-7231300, falecom@univali.br. Ambas as instituições também fornecem ostra nativa a partir de reprodução em laboratório
Mais informações: www.cedap.epagri.sc.gov.br; Melhoras Práticas para Produção de Ostras de Florianópolis, Programa de Certificação da Qualidade das Ostras da Grande Florianópolis; Rede de Tecnologia do Rio de Janeiro (Redetec), Cecília Chicoski da Silva e Jefferson Chicoski da Silva
MÃOS À OBRA
INÍCIO: O cultivo exige autorização, por ser realizado em águas do governo federal. Também é necessário obter licenciamento ambiental. O Ministério da Pesca e Aquicultura ou o órgão de extensão rural local fornecem informações sobre a documentação necessária. A escolha da espécie para iniciar a atividade depende da localização da criação. Para a Região Sul, a ostra-japonesa (Crassostrea gigas) é a mais indicada, pois necessita de temperaturas baixas, ao contrário da ostra nativa (Crassostrea rhizophorae), que encontra no Norte e Nordeste ambiente adequado para o crescimento.
SEMENTES: São ostras jovens, de no máximo três centímetros, que podem ser conseguidas em universidades que pesquisam as espécies ou diretamente na natureza, utilizando-se coletores artificiais, como telhas ou garrafas PET de dois litros e sem fundo.
LONG-LINES: A ostra-japonesa é criada em estruturas fixas em baías, as long-lines (longas linhas), cujas dimensões variam de acordo com o ambiente. Pode ser constituído de um cabo-mestre de 25 milímetros de diâmetro e comprimento médio de 100 metros ancorado com poitas (estacas) de dois metros enterradas no fundo. A sustentação do cabo se dá com o auxílio de flutuadores amarrados.
TRAVESSEIROS: O sistema de travesseiros – espécie de saco feito de malha grossa, onde são acondicionadas as ostras jovens – é recomendado para a criação da espécie nativa em regiões de mangue, mas também é usado para manejo da japonesa no mar. Mesas feitas por três vergalhões de aço de construção de 16 milímetros (sem galvanização), com 3 metros x 85 centímetros x 50 centímetros de largura, acomodam sete travesseiros ou 1,4 mil ostras. Devem ser mantidas em profundidade na qual permaneçam submersas e só fiquem fora d’água durante as marés grandes ou de lua, quando é feito o manejo.
CUIDADOS: É importante contar com proteção de ventos fortes e de ondas no local da criação. Porém, as correntes e o fluxo das marés devem ser suficientes para a renovação da água, como também a salinidade e a temperatura em condições adequadas para o crescimento das ostras. Observe se há boa disponibilidade de nutrientes na água para a produção de plâncton, para alimentação das larvas e ostras, e mantenha a criação longe de fontes poluidoras, pois os organismos são filtradores de água marinha.
REPRODUÇÃO: Embora sejam organismos com sexo distinto em cada indivíduo, as ostras podem ter mudança de sexo em algumas condições. Na água do mar, os espermatozoides liberados pelos machos fecundam os ovócitos expelidos pelas fêmeas. Após formarem células-ovo, iniciam o processo de evolução para larvas, que depois de algum tempo buscarão um substrato para se fixar.
RAIO X
CUSTO: o milheiro das sementes de ostra-japonesa e nativa provenientes de projetos da Universidade Federal de Santa Catarina custa cerca de R$ 11
RAIO X
CUSTO: o milheiro das sementes de ostra-japonesa e nativa provenientes de projetos da Universidade Federal de Santa Catarina custa cerca de R$ 11
CRIAÇÃO MÍNIMA: com manejo adequado, um hectare de área útil gera bom rendimento
RETORNO: de sete a oito meses após a introdução das sementes no mar, podem ser obtidas ostras-japonesas de 8,5 a 9,5 centímetros em Santa Catarina
REPRODUÇÃO: fecundação externa com auxílio do ambiente aquático
Fonte: Globo Rural
RJ - Plano de Zoneamento da Maricultura em Arraial do Cabo
O processo de zoneamento de áreas de produção e serviços da RESEXMAR/ACvêm sendo elaborados através da cooperação técnica entre as associações que compõem a AREMAC e a UFRJmar, como o Plano de Manejo das Àrea de Mergulho,apresentado no CBO 2010, Congresso Brasileiro de Oceanografia realizado em Rio Grande-RS e mais recente no processo de levantamento das áreas propícias para maricultura.
O acordo de cooperação técnica foi assinado pelo Sr. Eraldo Teixeira da Cunha,presidente da AREMAC, e o prof. Fernando Amorim, diretor do UFRJmar, que indicaram o prof. Paulo Hargreaves para elaboração e execução dos programas e projetos.
Os resultados dos trabalhos de inspeção incluíram levantamento fotográfico de verificação das conduções de produção e produtividade das lanternas de cultivo de Vieiras (Fotos do prof. Paulo Hargreaves em anexo). Esse extenso trabalho de pesquisa está sendo realizado por professores e alunos do curso técnico do Instituto Politécnico da UFRJ de Cabo Frio e maricultores, liderados pelo Sr. Antonio Carlos Pereira Dias, o “Pingo”.
A relação de propostas de cooperação técnica entre o Núcleo Interdisiplinar UFRJmar e a AREMAC foram estabelecidos em janeiro de 2011, com tópicos de ensino e pesquisa, importantes para o gerenciamento e manejo das áreas de maricultura na RESEXMAR/AC:
1. Plano de levantamento e manejo das áreas existentes de maricultura e possíveis de expansão;
2. Demarcação da zona de cultivo da AREMAC e áreas adjacentes de influência e impacto na produção;
3. Determinação das áreas de cultivo específico, por tipo de cultivo, de manejo de usuários da pesca extrativista e sob controle direto, na zona de gerenciamento da AREMAC;
4. Plano gerencial de desenvolvimento e controle da produção marinha, processamento e comercialização, visando melhores condições de venda e valor agregado;
5. Início dos trabalhos de pesquisa relacionados ao programa de ensino, levantamento, demarcação de áreas e manejo do cultivo, visando a elaboração e propostas e projetos com dados reais;
6. Programa de SMS com guarda noturna instalada na infraestrutura flutuante da AREMAC, buscando enquadramento e conformidade de órgãos e instituições, incluindo ensino e pesquisa;
7. Levantamento detalhado do solo submarino em continuação as pesquisas da UFRJ, que identificaram desconformidades e formas de impacto que precisam de equacionamento;
8. Plano de manejo e uso em produção do solo submarino e espaço marinho em meios de produção, maricultura e geração de recursos, com plataforma equipada no flutuante da AREMAC.
Após o cumprimento dessas etapas, teve início o projeto de demarcação da área jurídica da RESEXMAR/AC, para verificação da extensão do espaço de gerenciamento costeiro no âmbito da AREMAC. A eficiência dos processos e métodos de zoneamento e demarcação das áreas de mergulho (link) e de possibilidades de cultivo (link mapa), foram determinantes para continuidade do trabalho de zoneamento de toda reserva.
Dentro desse projeto, será feito também um vídeo sobre a pesca artesanal, com a cooperação técnica do UFRJmar e a Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, através da Associação de Pescadores de Arraial do Cabo (APAC) no contexto do termo do cooperação técnica assinado pela AREMAC.
Essas propostas irão trazer muitos benefícios para os alunos, professores do curso técnico na experiência prática de questões que precisam ser equacionadas e resolvidas com a participação de pescadores e usuários do espaço marítimo de turismo e lazer de Arraial do Cabo, considerando o amplo campo de trabalho interdisciplinar. Viabiliza um conhecimento teórico e prático em processo de produção ativo, contribuindo com aprendizado e propostas novas tecnologias de manejo, produção e serviços, gerando emprego e renda de forma sustentável.
Fonte: arraial1
domingo, 17 de julho de 2011
Marco Polo at Store Bay, Tobago (1852)
por Jackson Ehrlich
Este navio, construído em Saint John, New Brunswick, Canadá, circunnavigou a terra mais rápido do que qualquer navio até 1852, completando a viagem em cinco meses, 21 dias. Ela foi declarado "o navio mais veloz do mundo." Aqui ela faz uma pausa para o abastecimento em Tobago antes de começar a costa leste da América do Sul.
quinta-feira, 14 de julho de 2011
RJ - Mortandade Peixes Complexo Lagunar de Jacarepaguá
As lagoas de Jacarepaguá e da Tijuca estão sendo afetadas, desde segunda-feira, por uma nova mortandade de peixes. No início do mês passado, o problema já havia ocorrido na região.
Na terça-feira, o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) informou que conversou recentemente com pescadores da região das lagoas de Jacarepaguá e da Tijuca, que não comentaram sobre mortandade de peixes. O órgão ficou de enviar técnicos ao local para verificar o problema e constatar se a espécie afetada é mesmo tilápia.
O secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, disse na terça-feira que em quatro anos já foram investidos R$ 550 milhões no sistema lagunar, que permitiram o tratamento de 85% de todo o esgoto da Barra, de 65% do Recreio e de 15% de Jacarepaguá.
- Implantamos a Unidade de Tratamento de Rios do Arroio Fundo, o emissário da Barra e três elevatórias na região, tudo com recursos do Fecam (Fundo Estadual de Conservação Ambiental e Desenvolvimento Urbano). Agora temos aprovados mais R$ 700 milhões do fundo para investir em obras, pois ainda falta conectar 85% da rede de esgoto de Jacarepaguá, 35% no Recreio e 15% na Barra - disse o secretário.
.Segundo Minc, o governo do estado já enviou uma carta à União pedindo a incorporação de mais R$ 500 milhões ao orçamento de 2012, que serão usados ao longo de dois anos em obras de drenagem e no prolongamento do quebramar da Barra:
- O quebra-mar é curto. A força da onda leva muita areia e entope as saídas de água. Se alongar, vai entrar e sair mais água, melhorando a oxigenação das lagoas. O projeto executivo da obra já está sendo feito. Temos um compromisso olímpico, até lá tudo tem que estar um brinco.
Fonte: O Globo
quarta-feira, 13 de julho de 2011
Artigo: O aumento do preço dos alimentos
O índice de preço dos alimentos da FAO (Food and Agriculture Organization) tem apresentado uma tendência de aumento desde o quinquênio 1999-2003, quando apresentou os níveis mais baixos de todo o século anterior.
Realmente é surpreendente que o índice de preço dos alimentos, em nível mundial, tenha caído mesmo com o aumento da população mundial (que cresceu 4 vezes no século XX) e o crescimento da economia mundial (PIB) que cresceu cerca de 18 vezes no século XX. Ou seja, a despeito de um crescimento de 4,5 vezes no poder de consumo per capita da população mundial, o preço dos alimentos apresentou uma tendência de queda. É mesmo surpreendente, pois é sabido que existe muito desperdício e muita especulação na produção e no consumo de alimentos e mesmo assim os preços reais caíram durante décadas.
Desta forma, embora a demanda tenha crescido o índice de preço mundial dos alimentos caiu e se manteve em nível baixo até o ano de 2003. Durante o século XX, o preço dos alimentos aumentou durante as duas Guerras Mundiais e entre o período 1974 e 1981, quando os preços do petróleo atingiram níveis muito altos, devido à instabilidade no Oriente Médio. Com o fim da União Soviética (e da Guerra Fria) os preços do petróleo atingiram os seus níveis mais baixos no final dos anos 1990, o que contribuiu para abaixar também o preço dos alimentos até 2003.
O gráfico abaixo mostra o índice real de crescimento anual do PIB, da população, dos preço dos alimentos e do preço do petróleo, no mundo, entre 1990 e 2011. Entre 1990 e 2003 o preço dos alimentos e do petróleo cresceram menos que o aumento da população e da economia (PIB). Porém, a partir de 2004 o preço do petróleo disparou e, em seguida, o preço dos alimentos também subiu, mas em ritmo um pouco menor do que o preço do petróleo. Em 2008 os preços do petróleo e dos alimentos chegaram a um pico elevado, caíram em 2009 devido à crise financeira internacional, voltaram a crescer em 2010 e atingiram um dos índices mais elevados em maio de 2011.
Entre 1990 e 2011 a população mundial cresceu 32%, o PIB mundial cresceu 102%, o preço dos alimentos cresceu 95% e o preço do petróleo cresceu 366% até maio de 2011. Até o ano de 2006 o preço dos alimentos tinha crescido em ritmo menor do que o da população mundial. Mas o preço dos alimentos já vinha crescendo em ritmo mais acelerado do que o da população, o que fica mais evidente a partir de 2007. Se esta tendência dos preços dos alimentos continuar, haverá grande pressão os padrões nutricionais da população.
Porém, o que os dados do gráfico sugerem é que o preço dos alimentos segue mais o preço do petróleo do que diretamente o crescimento da população e da economia. De fato o preço do petróleo influi no preço dos fertilizantes, dos diversos defensivos químicos e nos custos dos transportes. A energia é fundamental para a produção agropecuária. Portanto, se o preço do petróleo continuar crescendo o preço dos alimentos também deve crescer.
O petróleo, segundo diversos estudos, parece ter atingido o “Peak Oil”, em 2008, e a oferta mundial deverá se estabilizar e ficar atrás da demanda nos próximos anos, enquanto a procura mundial deve continuar aumentando. Um acontecimento novo do século XXI é que as economias emergentes (e mais populosas) estão crescendo em velocidade muito superior às economia avançadas. Este processo tende a aumentar muito a demanda de petróleo e alimentos. Se estas tendências continuarem, o mundo terá um grande desafio nas próximas décadas que é lidar com o aumento do preço das diversas commodities, a despeito dos esforços recentes do G-20 contra a volatilidade dos preços.
Como o petróleo é uma fonte não renovável de energia e a oferta vai ter dificuldade de acompanhar a demanda, somente o desenvolvimento de outras fontes de energia (como a energia solar, eólica, das ondas, etc.) poderá aliviar as tendências de alta do preço dos alimentos. O aumento da produção de biocombustíveis pode, por um lado, aliviar o aumento do preço do petróleo, mas, por outro, tende a competir com a produção de meios de subsistência e pode ser um fator a mais de pressão sobre o preço dos alimentos.
No final do mês de junho de 2011 o preço do petróleo teve uma redução, especialmente depois que os Estados Unidos e a Agência Internacional de Energia (AIE) liberaram parte das reservas estratégicas de petróleo, devido à crise na Líbia. Isto deve dar um alívio temporário nos preços e na pressão inflacionária que tem se espalhado por quase todos os países do mundo. Porém, se a economia internacional mantiver o ritmo acelerado de crescimento econômico, os preços das commodities devem voltar a subir. Também o aquecimento global, a degradação das terras agricultáveis e a acidez das águas dos rios e dos oceanos devem afetar a oferta dos produtos de subsistência. A combinação do aumento dos custos de produção dos alimentos com a perda de fertilidade das terras e das águas pode trazer sérias consequências para as condições de sobrevivência dos habitantes do Planeta.
A FAO calcula que até 2050 a produção de alimentos terá de crescer 70% para alimentar os estimados 9 bilhões de habitantes do planeta. Seria necessário uma reforma do sistema agrícola global para aumentar a oferta de comida. Mas em qualquer cenário, o mundo vai ter que enfrentar o aumento do custo da produção, devido ao aumento do preço da energia e devido à combinação de perda de fertilidade das terras e águas, em um quadro de mudanças climáticas.
Assim, se, no longo prazo, os preços dos alimentos mantiverem a tendência da última década, uma parcela expressiva da população mundial vai ter dificuldades para garantir o direito à segurança alimentar. A combinação de escassez do petróleo com degradação ambiental pode indicar um cenário de continuidade do aumento do preço dos alimentos, prejudicando especialmente as parcelas pobres das populações dos países que não possuem autossuficiência alimentar. Em síntese, a fome no mundo pode aumentar. Este vai ser o grande desafio, para os próximos anos, do brasileiro José Graziano, novo diretor-geral da FAO.
por José Eustáquio Diniz Alves
José Eustáquio Diniz Alves, articulista do EcoDebate, é Doutor em demografia e professor titular do mestrado em Estudos Populacionais e Pesquisas Sociais da Escola Nacional de Ciências Estatísticas – ENCE/IBGE; Apresenta seus pontos de vista em caráter pessoal.
Referências:
Helbling, Thomas & Roache, Shaun. Rising Prices on the Menu and, FMI, F & D, v. 48, março de 2011
http://www.imf.org/external/pubs/ft/fandd/2011/03/helbling.htm
FMI: http://www.imf.org/external/datamapper/index.php
UN/ESA: http://esa.un.org/unpd/wpp/unpp/panel_population.htm
FAO: http://www.fao.org/worldfoodsituation/wfs-home/foodpricesindex/en/
Index mundi: http://www.indexmundi.com/commodities/?commodity=crude-oil-brent&months=300
Fonte: ECODEBATE
Helbling, Thomas & Roache, Shaun. Rising Prices on the Menu and, FMI, F & D, v. 48, março de 2011
http://www.imf.org/external/pubs/ft/fandd/2011/03/helbling.htm
FMI: http://www.imf.org/external/datamapper/index.php
UN/ESA: http://esa.un.org/unpd/wpp/unpp/panel_population.htm
FAO: http://www.fao.org/worldfoodsituation/wfs-home/foodpricesindex/en/
Index mundi: http://www.indexmundi.com/commodities/?commodity=crude-oil-brent&months=300
Fonte: ECODEBATE
terça-feira, 12 de julho de 2011
Angola - A formação no rendimento do pescador artesanal
A aposta na formação dos pescadores é o melhor caminho para a redução da pobreza, porque transmite técnicas operacionais que estimulam a adesão dos jovens ao processo produtivo nas comunidades piscatórias. O sector da pesca artesanal, em função do seu potencial, oferece perspectivas excelentes caso seja aumentado o aumento de capturas. E oferece muitas oportunidades de emprego, se houver uma aposta na formação, na educação ambiental, nos cuidados primários de saúde e actividades económicas conexas.
Os pescadores são profissionais fortemente dependentes do mar e podem viver sobre vulnerabilidade social nos períodos de defeso ou de baixa captura. A falta de participação activa do pescador nas associações e cooperativas também influi nos seus rendimentos. Sem motivação não é possível planificar ou avaliar os resultados e desempenho de cada membro. É difícil distribuir tarefas e estruturar programas operacionais de frota e captura, introduzir métodos de gestão actualizados.
Apesar da existência de legislação sobre a constituição de cooperativas ainda não foram criadas condições para que os homens do mar adiram a essa forma de organização.
por Joaquim Xanana|
Fonte: Jornal de Angola
segunda-feira, 11 de julho de 2011
MPA - Ministro defende tecnologia para o aumento da produção de pescado
O ministro Luiz Sérgio visitou, nesta sexta-feira, a base da indústria de pescados Atlântico Tuna, em Natal, no Rio Grande do Norte, onde acompanhou de perto o desembarque de 800 toneladas de atum. Os peixes foram capturados pela empresa brasileira com a ajuda de tecnologia e embarcações japonesas. A parceria pode garantir ao Brasil um aumento significativo na sua produção de atum. Também estiveram presentes ao evento a governadora Rosalba Ciarlini, o ministro Garibaldi Alves, da Previdência, e os deputados federais Henrique Eduardo Alves, líder do PMDB na Câmara, e Fátima Bezerra (PT-RN), o secretário estadual de Agricultura e Pesca, Betinho Rosado, e presidente do Sindicato das Indústrias de Pesca do Rio Grande do Norte, Jorge Bastos.
“O que está acontecendo em relação à pesca do atum aqui no Rio Grande do Norte é importante não apenas para o estado, mas para todo o país. O peixe pode ter uma importância comercial para o Brasil tão grande quanto a carne bovina e para isso o caminho é investir em tecnologia”, disse o ministro Luiz Sérgio, que estava acompanhado do secretário de Planejamento e Ordenamento da Pesca do MPA, Eloy Araújo.
O ministro e a governadora participaram ainda do ato de assinatura de um Acordo de Cooperação Técnica entre o governo do estado e o Senai para a capacitação de 400 pescadores brasileiros para a pesca em alto mar. “A operação desses barcos exige uma formação específica de nossos trabalhadores e essa iniciativa é muito importante. Se quisermos aumentar nossa capacidade de produção pesqueira precisamos investirsiden em tecnologia, na renovação de nossa frota e na formação de nossos pescadores. O Rio Grande do Norte está de parabéns porque está dando um passo importante nessa direção. Iniciativas como essa sempre terão o apoio do Governo Federal”, disse o ministro.
A unidade de referência para a pesca do atum funcionará na cidade de Santa Cruz (RN) e o ciclo de formação dos pescadores brasileiros, que terão aulas com profissionais japoneses, será de dois anos. Os alunos terão a oportunidade de aprender as técnicas de pesca utilizando um simulador de barcos de ponta cedido pelo governo japonês.
Fonte: MPA
domingo, 10 de julho de 2011
sábado, 9 de julho de 2011
SP - Festival da Tainha de Caraguatatuba
Festival da Tainha tem cultura e gastronomia caiçara
Veja fotos: Apresentação dos pratos: Tainha 2011
Música, artesanato e culinária tradicional à base de tainha, esses são os principais ingredientes da 8ª edição do Festival da Tainha. Os festejos começam no dia 14 de julho de 2011, às 19h30, no entreposto de pesca do Porto Novo, nas margens do rio Juqueriquerê.
Ao longo dos quatro dias de festa, turistas e moradores poderão apreciar as delícias da culinária caiçara e assistir apresentações musicais no palco do evento. Além disso, quem saborear os pratos do festival ganhará convites para passear de barco pelo Rio Juqueriquerê. Ao todo, serão quatro embarcações fazendo o trajeto.
O presidente da Associação de Pescadores da Zona Sul de Caraguá, Ronan Carvalho da Silva Júnior, afirma que o festival cresce a cada ano e a expectativa é muito boa para a 8ª edição da festa. “As pessoas estão se familiarizando com o festival. Muitos me ligam para saber mais informações. Isso é bom para todos. A cidade ganha, os pescadores, moradores e turistas também. É uma opção de diversão para eles e um lucro a mais para nós”.
Júnior ainda lembra que todos os responsáveis por barracas de alimentos receberam uma capacitação sobre higiene e manipulação de comida. Ao longo do festival serão feitas seis fiscalizações diárias em cada barraca. “Esse processo dá ainda mais credibilidade ao evento e faz com que as pessoas fiquem mais a vontade para consumir na festa. Dá mais credibilidade”, afirma.
Além de experimentar o prato principal da festa, a tainha assada, os visitantes ainda podem experimentar outras variedades de pratos com o peixe, como a tainha recheada, escabeche de tainha e lasanha de tainha.
O evento ainda terá exposição de artesanato caiçara, além de “causos” de Caraguá narrados por contadores de histórias da cidade. As crianças têm espaço garantido nas oficinas de artesanato voltadas especialmente para elas.
O festival é uma realização do Governo Municipal, por meio da secretaria municipal de Turismo, em parceria com a Associação dos Pescadores da Zona Sul de Caraguatatuba (Assopazca) e patrocinado pela Petrobras.
Ao longo dos quatro dias de festa, turistas e moradores poderão apreciar as delícias da culinária caiçara e assistir apresentações musicais no palco do evento. Além disso, quem saborear os pratos do festival ganhará convites para passear de barco pelo Rio Juqueriquerê. Ao todo, serão quatro embarcações fazendo o trajeto.
O presidente da Associação de Pescadores da Zona Sul de Caraguá, Ronan Carvalho da Silva Júnior, afirma que o festival cresce a cada ano e a expectativa é muito boa para a 8ª edição da festa. “As pessoas estão se familiarizando com o festival. Muitos me ligam para saber mais informações. Isso é bom para todos. A cidade ganha, os pescadores, moradores e turistas também. É uma opção de diversão para eles e um lucro a mais para nós”.
Júnior ainda lembra que todos os responsáveis por barracas de alimentos receberam uma capacitação sobre higiene e manipulação de comida. Ao longo do festival serão feitas seis fiscalizações diárias em cada barraca. “Esse processo dá ainda mais credibilidade ao evento e faz com que as pessoas fiquem mais a vontade para consumir na festa. Dá mais credibilidade”, afirma.
Além de experimentar o prato principal da festa, a tainha assada, os visitantes ainda podem experimentar outras variedades de pratos com o peixe, como a tainha recheada, escabeche de tainha e lasanha de tainha.
O evento ainda terá exposição de artesanato caiçara, além de “causos” de Caraguá narrados por contadores de histórias da cidade. As crianças têm espaço garantido nas oficinas de artesanato voltadas especialmente para elas.
O festival é uma realização do Governo Municipal, por meio da secretaria municipal de Turismo, em parceria com a Associação dos Pescadores da Zona Sul de Caraguatatuba (Assopazca) e patrocinado pela Petrobras.
Fonte: Caraguatur / Agora Vale / Diário de Taubaté
sexta-feira, 8 de julho de 2011
Macáe - Mais fotos Procissão de São Pedro (2011)
Atendendo ao pedido do meu camarada Marcelo Bolinha, posto mais fotos da Procissão.
Parabéns a Colônia e aos pescadores de Macaé pela bela festa!
http://cardumebrasil.blogspot.com/2011/07/sao-pedro-procissao-2011-em-macae.html
Imagens: Maurício Düppré
quinta-feira, 7 de julho de 2011
Bahamas proíbe totalmente pesca e venda de tubarões em seu território
Ponto para o meio ambiente: na última terça-feira, as Bahamas proibiram a pesca de tubarão nas suas águas, bem como a venda, importação e exportação de produtos de tubarão.
O arquipélago inclui Honduras, Ilhas Maldivas e Palau. A nova lei transformará todos os 630.000 quilômetros quadrados das águas territoriais do país em um santuário de tubarões.
O governo também aumentou a multa para pesca de tubarão de 4.640 para 7.730 reais.
Os tubarões são considerados em risco devido à demanda por suas barbatanas na culinária oriental (veja shark finning e assine a petição para o Brasil). Cerca de 73 milhões desses expecionais predadores do mar são mortos a cada ano.
Em 1993, as Bahamas proibiram alguns tipos e limitou a pesca de tubarão, protegendo 40 espécies de tubarões que habitam suas águas.
Mas a pesca de tubarão não era totalmente proibida. Assim, ano passado, quando uma empresa de marisco local anunciou que planejava exportar carne de tubarão e barbatanas para Hong Kong, os ativistas pediram uma nova lei.
As autoridades das Bahamas disseram que não acham que a proibição iria afetar as relações do país com a China, que aumentou o comércio com as Bahamas nos últimos anos. Segundo eles, isso está de acordo com o compromisso do governo de prosseguir políticas de conservação e estratégias a fim de salvaguardar o ambiente marinho e terrestre.
Os ambientalistas elogiaram a nova proibição e dizem que os tubarões desempenham um papel extremamente importante no equilíbrio do ecossistema. Eles precisam desesperadamente de proteção se não quisermos levá-los à extinção.
O turismo é uma indústria importante nas Bahamas, e mergulhos para ver os tubarões somam aos cofres do país cerca de 123 milhões de reais por ano. A ilha principal da região é o lar de uma praia onde um dos filmes “Tubarão” foi filmado. No ano passado, os restos de um barqueiro que tinha desaparecido ao largo da praia foram encontrados no estômago de um tubarão tigre capturado.
Por: Natasha Romanzoti (http://hypescience.com)
Fonte: [BBC]
quarta-feira, 6 de julho de 2011
CE - Pescadores participam de regata
Disputa na Praia do Arpoador envolveu 250 pescadores (GABRIEL GONÇALVES)
Pescadores das praias do litoral Oeste de Fortaleza participaram domingo da II Regata Vila do Mar, na praia do Arpoador, no bairro Cristo Redentor. A competição promovida pela Prefeitura de Fortaleza foi parte das comemorações do dia de São Pedro, padroeiro dos pescadores, celebrado dia 29 passado, e do Dia Nacional da Pesca Artesanal. O evento realizado em duas baterias, envolveu 250 pescadores que concorreram distribuídos em 80 embarcações, entre jangadas e paquetes (botes).
Os primeiros concorrentes foram para o mar com suas jangadas por volta das 10 horas. Eram 36 as embarcações do tipo. Às 11 horas foi a vez da largada dos 44 paquetes que competiram. Diretor da Colônia de Pescadores Z-8, Francisco dos Santos Bezerra explicou que em ambas as baterias as embarcações deveriam seguir dois quilômetros e meio descendo para o lado oeste e logo após entrar três quilômetros mar a dentro para completar o percurso, que estava marcado por boias. Todos tinham como guia um bote do Iate Clube, um dos apoiadores do evento.
Enquanto no mar a disputa estava acirrada, quem ficou na praia pode se divertir com o forró do Trio Xodó. Mulheres empreendedoras expuseram produtos que confeccionam à venda. Os três primeiros competidores colocados em cada uma das categorias foram agraciados com troféus. Eles e todos os demais participantes receberem medalhas, e cesta básica. O vencedor da categoria-foi a Jangada Amigo de Elias do Nascimento, de paquetes (botes) Paquete Roberta - Francisco Cristiano Sousa
Fonte: O Povo
terça-feira, 5 de julho de 2011
São Pedro - Procissão em Macaé (2011)
A Colônia de Pescadores Z-03 organizou neste domingo (03 de julho) a procissão de São Pedro, em Macaé, litoral Norte do Estado do Rio de Janeiro, em reverência ao padroeiro dos pescadores.
A procissão saiu às 14:30 do Mercado do Peixe e foi em cortejo com todas as embarcações enfileiradas cerca de 20 barcos ornamentados com faixas, fitas e bandeiras além da animação dos tripulantes (homens do mar e seus familiares) seguindo a embarcação que levava o santo. Aprocissão passou pela praia de Imbetiba retornou pela Barra de Macaé, adentrou o rio Macaé e voltou ao mercado desembarcando o santo de volta a sede da colônia.
Houve queima de fogos e premiação dos barcos mais enfeitados, sendo o ganhadores as embarcações de pesca:
1º. Giraya (prêmio de R$ 1mil)
2º Twister (R$ 700,00)
3º Beatriz (R$500,00)
A Colônia Z-03 ainda sorteou 1 microondas e 6 bicicletas entre as demais embarcações de pesca que participaram do cortejo.
Mais fotos: http://cardumebrasil.blogspot.com/2011/07/macae-mais-fotos-procissao-de-sao-pedro.html
Mais informações: Colônia dos Pescadores Z-03
Imagens: Maurício Düppré
segunda-feira, 4 de julho de 2011
Pesca de pequena-escala açoriana mais rentável, empregadora e ecológica
O estudo publicado por dois docentes do Departamento de Oceanografia e Pescas, da Universidade dos Açores, e um da Escola de Ambiente, Recursos Naturais e Geografia, da universidade britânica de Bangor, na revista científica internacional Fisheries Research prova que a pesca artesanal é mais rentável, mais empregadora e amiga do ecossistema, por comparação com a pesca de larga escala. Neste estudo são analisados 10 anos de actividade pesqueira.
“Defining scale in fisheries: Small versus large-scale fishing operations in the Azores”, “Definindo a escala na pesca: as operações de pesca de pequena versus grande escala nos Açores” é o título do estudo publicado recentemente numa conceituada revista científica internacional, a Fisheries Research, pelos investigadores do Departamento de Oceanografia e Pecas (DOP) da Universidade dos Açores (UAç) Natacha Carvalho e Eduardo Isidro e por Gareth Edwards-Jonesb, da Escola de Ambiente, Recursos Naturais e Geografia da Bangor University, do Reino Unido.
Na investigação, onde são analisados dados de 10 anos de actividade pesqueira (entre 1995 e 2005), os autores constatam que a pesca de pequena escala, dita artesanal, nas ilhas tem aumentado de importância ao longo dos anos, tanto em termos de volume desembarcado, como no seu valor.
“A pequena pesca (embarcações até 12 metros) emprega mais pessoas, descarrega mais pescado que atinge maior valor por tonelada do que o da pesca de maior escala. A pesca de pequena escala também consume menos combustível e tem menos impacto nos mananciais e nos habitats”.
Neste artigo científico constata-se que “a pesca de pequena escala parece mais socialmente, economicamente e ambientalmente justa”.
Paradigma de desenvolvimento
“A frota de pesca açoriana, como a maioria das pescas a nível mundial, é caracterizada por um dualismo na forma de coexistência das operações de pequena e de grande escala competindo pelos mesmos recursos limitados, zonas de pesca e mercados”, denotam os investigadores que caracterizando a actividade artesanal com embarcações até 12 metros de comprimento, referem que a mesma é “dominada por pequenas, antigas, barcos de madeira de baixa potência, similar a embarcações do Mediterrâneo ou a frotas de pesca europeias menos desenvolvidas, tal como na Grécia, Estónia e na Córsega”.
Se o paradigma de desenvolvimento durante as décadas de 50 a 70 foi o de que “a progressão natural da pesca do mundo seria necessariamente encaminhada para o modo industrial”, em que o sector da pesca de pequena escala foi considerado ineficiente e em grande parte ignorado (…). No entanto, as operações de pesca artesanal sobreviveram e até prosperaram apesar da marginalização de longa duração”.
Pesca artesanal na agenda política
“Após mais de meio século de um forte imperativo de modernização económica que colocou a economia e a eficiência na agenda política para as pescas, a arena política está finalmente se tornando mais conducente para a manutenção da pesca artesanal. A noção de que a pequena pesca é provavelmente a nossa melhor opção para uma utilização sustentável dos recursos sustentáveis, juntando a maioria dos critérios necessários para uma política de pesca esclarecida em termos de emprego, distribuição de rendimento, consumo de energia e qualidade do produto, ganhou importância, com muitos estudos enfatizando o significado social, a diversidade cultural e a importância económica de sustentar este subsector”.
Bancos de pesca “limitados”
A Zona económica exclusiva (ZEE) dos Açores possui cerca de um milhão de km2 (948.439 km2) , com uma profundidade média de cerca de 3000 metros “mas apenas cerca de 7 por cento dessa área é inferior a 1500m de profundidade”, assim, denotam: “os potenciais bancos de pesca são limitados e essencialmente restritos às estreitas faixas de águas rasas ao redor das ilhas e nas proximidades de bancos e montes submarinos”.
“A pesca dos Açores têm sido tradicionalmente caracterizada como sendo artesanal (o uso das tradicionais, artes de pesca passivas e métodos de trabalho intensivo) e em pequena escala (tamanho da embarcação reduzida com área limitada de operação) e considerada como sustentável (proibição de engrenagens destrutivas, como redes de arrasto e redes de emalhar de fundo). Mais recentemente, a situação mudou com a exploração artesanal tendo sido sucessivamente substituídos por pesca comercial. Muitas das áreas de pesca estão sendo intensamente pescadas e várias populações de peixes demersais, como o goraz, parecem ser muito exploradas, em especial em montes submarinos nos Açores”.
Pesca captura 50 a 60 espécies
A actual pesca nos Açores, referem os investigadores, captura “entre 50 a 60 espécies das 500 existentes no ecossistema açoriano”.
Na revista “Fisheries Research” a faina artesanal açoriana que assenta “viagens de curta duração” resulta no fornecimento de “produtos frescos, que, em geral, obtêm preços mais elevados”.
Outra vantagem é o facto de “as quantidades relativamente baixas de peixe desembarcado nas operações de pequena escala também permitem que a tripulação dedique mais tempo à limpeza e preparação do pescado para uma apresentação mais favorável, buscando preços mais elevados”.
O estudo reconhece que embora na pesca de grande escala, os pescadores “parecem ganhar um pouco mais do que os de pequena escala, auferindo cerca de 700 euros por mês enquanto que na pequena escala pode-se ganhar cerca de 550 euros”, na pesca artesanal a mão de obra tem uma “oportunidade de um subsistência mais diversificada, com fontes adicionais de renda”, uma vez que é muito mais condicionada pelas condições climáticas que fazem-nos gastar menos dias no mar.
Gastos de combustível
Em termos de consumo total de combustível, o sector da pesca de pequena escala “aparece ser menos intensivo (137 litros por tonelada), consumindo quase metade do combustível por tonelada de pescado desembarcado pela pesca de grande escala (239 litros por tonelada).
Em suma; destaca o artigo científico: “o sector da pequena pesca açoriana também parece ser mais capaz de satisfazer vários dos objectivos da política formulada por vários países, tais como, a captura de peixes para consumo humano directo, proporcionar emprego e obter um maior valor económico de cada tonelada de pescado desembarcado”.
“O sector da pesca de pequena escala nos Açores, ao contrário de outros estudos obtêm mais capturas do que a pesca de larga escala, respondendo por 52 por cento do total de desembarques na região. Isto pode ser devido à natureza extensa do sector da pesca de pequena escala, que reúne 90 por cento da frota regional, sendo responsável por aproximadamente o mesmo valor no número de desembarques”.
Fonte: a União
“Defining scale in fisheries: Small versus large-scale fishing operations in the Azores”, “Definindo a escala na pesca: as operações de pesca de pequena versus grande escala nos Açores” é o título do estudo publicado recentemente numa conceituada revista científica internacional, a Fisheries Research, pelos investigadores do Departamento de Oceanografia e Pecas (DOP) da Universidade dos Açores (UAç) Natacha Carvalho e Eduardo Isidro e por Gareth Edwards-Jonesb, da Escola de Ambiente, Recursos Naturais e Geografia da Bangor University, do Reino Unido.
Na investigação, onde são analisados dados de 10 anos de actividade pesqueira (entre 1995 e 2005), os autores constatam que a pesca de pequena escala, dita artesanal, nas ilhas tem aumentado de importância ao longo dos anos, tanto em termos de volume desembarcado, como no seu valor.
“A pequena pesca (embarcações até 12 metros) emprega mais pessoas, descarrega mais pescado que atinge maior valor por tonelada do que o da pesca de maior escala. A pesca de pequena escala também consume menos combustível e tem menos impacto nos mananciais e nos habitats”.
Neste artigo científico constata-se que “a pesca de pequena escala parece mais socialmente, economicamente e ambientalmente justa”.
Paradigma de desenvolvimento
“A frota de pesca açoriana, como a maioria das pescas a nível mundial, é caracterizada por um dualismo na forma de coexistência das operações de pequena e de grande escala competindo pelos mesmos recursos limitados, zonas de pesca e mercados”, denotam os investigadores que caracterizando a actividade artesanal com embarcações até 12 metros de comprimento, referem que a mesma é “dominada por pequenas, antigas, barcos de madeira de baixa potência, similar a embarcações do Mediterrâneo ou a frotas de pesca europeias menos desenvolvidas, tal como na Grécia, Estónia e na Córsega”.
Se o paradigma de desenvolvimento durante as décadas de 50 a 70 foi o de que “a progressão natural da pesca do mundo seria necessariamente encaminhada para o modo industrial”, em que o sector da pesca de pequena escala foi considerado ineficiente e em grande parte ignorado (…). No entanto, as operações de pesca artesanal sobreviveram e até prosperaram apesar da marginalização de longa duração”.
Pesca artesanal na agenda política
“Após mais de meio século de um forte imperativo de modernização económica que colocou a economia e a eficiência na agenda política para as pescas, a arena política está finalmente se tornando mais conducente para a manutenção da pesca artesanal. A noção de que a pequena pesca é provavelmente a nossa melhor opção para uma utilização sustentável dos recursos sustentáveis, juntando a maioria dos critérios necessários para uma política de pesca esclarecida em termos de emprego, distribuição de rendimento, consumo de energia e qualidade do produto, ganhou importância, com muitos estudos enfatizando o significado social, a diversidade cultural e a importância económica de sustentar este subsector”.
Bancos de pesca “limitados”
A Zona económica exclusiva (ZEE) dos Açores possui cerca de um milhão de km2 (948.439 km2) , com uma profundidade média de cerca de 3000 metros “mas apenas cerca de 7 por cento dessa área é inferior a 1500m de profundidade”, assim, denotam: “os potenciais bancos de pesca são limitados e essencialmente restritos às estreitas faixas de águas rasas ao redor das ilhas e nas proximidades de bancos e montes submarinos”.
“A pesca dos Açores têm sido tradicionalmente caracterizada como sendo artesanal (o uso das tradicionais, artes de pesca passivas e métodos de trabalho intensivo) e em pequena escala (tamanho da embarcação reduzida com área limitada de operação) e considerada como sustentável (proibição de engrenagens destrutivas, como redes de arrasto e redes de emalhar de fundo). Mais recentemente, a situação mudou com a exploração artesanal tendo sido sucessivamente substituídos por pesca comercial. Muitas das áreas de pesca estão sendo intensamente pescadas e várias populações de peixes demersais, como o goraz, parecem ser muito exploradas, em especial em montes submarinos nos Açores”.
Pesca captura 50 a 60 espécies
A actual pesca nos Açores, referem os investigadores, captura “entre 50 a 60 espécies das 500 existentes no ecossistema açoriano”.
Na revista “Fisheries Research” a faina artesanal açoriana que assenta “viagens de curta duração” resulta no fornecimento de “produtos frescos, que, em geral, obtêm preços mais elevados”.
Outra vantagem é o facto de “as quantidades relativamente baixas de peixe desembarcado nas operações de pequena escala também permitem que a tripulação dedique mais tempo à limpeza e preparação do pescado para uma apresentação mais favorável, buscando preços mais elevados”.
O estudo reconhece que embora na pesca de grande escala, os pescadores “parecem ganhar um pouco mais do que os de pequena escala, auferindo cerca de 700 euros por mês enquanto que na pequena escala pode-se ganhar cerca de 550 euros”, na pesca artesanal a mão de obra tem uma “oportunidade de um subsistência mais diversificada, com fontes adicionais de renda”, uma vez que é muito mais condicionada pelas condições climáticas que fazem-nos gastar menos dias no mar.
Gastos de combustível
Em termos de consumo total de combustível, o sector da pesca de pequena escala “aparece ser menos intensivo (137 litros por tonelada), consumindo quase metade do combustível por tonelada de pescado desembarcado pela pesca de grande escala (239 litros por tonelada).
Em suma; destaca o artigo científico: “o sector da pequena pesca açoriana também parece ser mais capaz de satisfazer vários dos objectivos da política formulada por vários países, tais como, a captura de peixes para consumo humano directo, proporcionar emprego e obter um maior valor económico de cada tonelada de pescado desembarcado”.
“O sector da pesca de pequena escala nos Açores, ao contrário de outros estudos obtêm mais capturas do que a pesca de larga escala, respondendo por 52 por cento do total de desembarques na região. Isto pode ser devido à natureza extensa do sector da pesca de pequena escala, que reúne 90 por cento da frota regional, sendo responsável por aproximadamente o mesmo valor no número de desembarques”.
Fonte: a União
Humberta Augusto - haugusto@auniao.com
Publicado na Sábado, dia 02 de Julho de 2011, em Actualidade
Publicado na Sábado, dia 02 de Julho de 2011, em Actualidade
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