quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Pescadores iniciam pesca de pirarucu manejado na Reserva Amanã


Pescadores que integram o Acordo de Pesca do Pantaleão, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã, município de Maraã (AM), iniciaram a pesca de pirarucu manejado de 2011, na última semana. A atividade é gerida por pescadores urbanos das Colônias Z-4, de Tefé, e Z-23, de Alvarães, e pelos moradores das comunidades do entorno, que integram o Setor São José. Cerca de 300 pessoas se revezam nas atividades de manejo e estas devem pescar 800 pirarucus, que corresponde à cota autorizada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), até o início de novembro.

De acordo com Natazildo de Almeida, presidente da Colônia de Pescadores de Tefé, a produção já está toda comercializada e foi vendida ao preço de 5 reais o quilo do peixe in natura, inteiro eviscerado. O comprador disponibilizou um barco que fica junto a base de processamento armazenando o peixe. Também haverá uma Feira de Pirarucu, entre os dias 14 e 15 de outubro, no município de Tefé para venda direta ao consumidor final.

O Instituto Mamirauá, por meio de seu Programa de Manejo de Pesca, assessora seis sistemas de manejo de pirarucu. Esses sistemas são regidos por meio de gestão participativa. Segundo a coordenadora do programa, a bióloga Ellen Amaral, que acompanhou o início da pesca no Pantaleão, a co-gestão consiste em uma série de normas criadas pelos usuários e reconhecidas pelos órgãos de fiscalização, para a promoção da exploração sustentável.

Nós alcançamos sucesso nos desafios iniciais que era recuperar os estoques da espécie e trazer os pescadores que pescavam de forma ilegal para a regularidade. Agora, o desafio é desenvolver esse produto e conseguir que o mercado pague um preço justo por ele, que é ambientalmente sustentável, socialmente justo e tem que ser economicamente viável, disse Amaral ao avaliar o cenário atual do manejo de pesca de pirarucu.

Em 2010, a pesca de pirarucu manejado beneficiou 922 pescadores de 20 comunidades ribeirinhas e de três Colônias de Pescadores. Foram capturados 4.653 pirarucus e comercializadas mais de 220 toneladas. Esta cota pescada representa cerca de 20 a 30% dos estoques de adultos contados nos lagos, regra básica para assegurar a reprodução e a continuidade da população.

A média do peso dos pirarucus pescados foi de 47kg e a média dos comprimentos de 174 centímetros. O tamanho permitido para a pesca deve ser superior a 150 centímetros. O faturamento total bruto da venda do pescado em 2010 foi de R$ 962.367,80. Os rendimentos são distribuídos entre os pescadores por meio de suas associações ou colônias.

Perfil-O pirarucu (Arapaima gigas) é um dos maiores peixes de água doce fluviais e lacustres do Brasil. Pode atingir três metros e seu peso pode ir até 200 Kg. É encontrado geralmente na bacia Amazônica, mais especificamente nas áreas de várzea, onde as águas são mais calmas. Costuma viver em lagos e rios de águas claras e ligeiramente alcalinas com temperaturas que variam de 24° a 37 °C, não sendo encontrado em zona de fortes correntezas e águas ricas em sedimentos. Este peixe é um dos maiores de água doce do mundo, e conhecido também como o bacalhau da Amazônia. Seu nome vem de dois termos indígenas: pira, peixe, e urucum, vermelho, devido a cor de sua cauda.

Fonte: Revista Fator (Wikipédia / www.mamiraua.org.br).

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