terça-feira, 4 de maio de 2010
BRASIL - Aprendendo com o desastre ambiental de lá
Olhando para a experiência do Golfo do México de agora e até no ocorrido em 2000 na baía de Guanabara, em ambos os desastres ambientais a empresa de petróleo responsável convocou através de pagamento de diária os pescadores locais para auxiliar no combate e recolhimento do óleo derramado.
Será que não seria interessante, pela experiência do passado, envolver os núcleos de pesca, digo as colônias e associações da Bacia de Campos nos planos de contigenciamento desde já?
Ou seja, ter um contrato de gaveta com cada uma destas entidades de classe, treinar grupo de pescadores para o combate ao derramamento de óleo, estruturar e equipar as entidades com materiais e ferramentas úteis para o trabalho de conter e recolher o óleo e inserí-los numa rede de comunicação eficiente?
Os olhos do pescador são geralmente os primeiros a verem este tipo de ocorrido no mar e mais do que todos, a eles muito interessa um ambiente saudável e seguro, economica e ambientalmente falando, para exercer sua profissão de pescador com dignidade.
Vejam só a notícia abaixo e reflitam se não seria importante envolver os pescadores no plano de contigenciamento futuro deixando-os preparados para o combate.
INEA, Rio de Janeiro - A proporção a que chegou o vazamento no Golfo do México provocou o governo do Rio de Janeiro e o Ministério do Meio Ambiente a formarem um grupo de trabalho para prevenção e mapeamento de riscos em plataformas de petróleo no Brasil. O grupo vai procurar saber da companhia de petróleo qual é o plano de ação no caso de um acidente como o dos Estados Unidos. A comissão é formada por integrantes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, da Petrobras e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
"A missão do grupo será apresentar ao Estado do Rio de Janeiro uma análise do que aconteceu lá (no Golfo do México), saber em que circunstâncias nós operamos aqui e como está o nosso plano de contingência comparativamente ao que foi adotado nos Estados Unidos em termos de medidas e metas para evitar danos", afirmou a secretária de estado de Meio Ambiente, Marilene Ramos.
A coleta de informações será dividida em três partes: como evitar o acidente, o que fazer para conter a mancha, caso ocorra o vazamento, e posteriormente, como minimizar os danos à costa. "Os Estados Unidos, com o poderio econômico e tecnológico que têm, vão lançar mão do que há de melhor para essas três etapas. Precisamos conhecer essas tecnologias para que possamos melhorar e fazer um upgrade nos planos de contingência", explicou a secretária.
Um dos temores do governo do Estado é que, no caso de um vazamento, o óleo chegue à costa atingindo ecossistemas e a indústria do turismo. "Além de todo o impacto ambiental de atingir ecossistemas importantíssimos que temos na costa, como manguezais e restingas, temos a indústria turística na costa, que é importantíssima, e poderia estar ameaçada numa situação como esta. Precisamos investir mais em planos de contingência."
A primeira reunião do grupo será nesta sexta-feira. A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, também participará. Num primeiro momento, segundo a secretária, somente o Estado do Rio participará das reuniões. "O Rio concentra 80% da exploração, mas dependendo dos resultados, convidaremos outros Estados importantes em petróleo, como Espírito Santo e São Paulo".
Passado
Em 2000 e 2001, acidentes no Rio e no Paraná atingiram áreas de preservação ambiental e provocaram críticas sobre o tempo de reação da Petrobras para conter o óleo. Após os acidentes, a Petrobras alterou sua política de meio ambiente e segurança, criando novos centros de controle de vazamento em oito Estados. O investimento, de R$ 164 milhões, teve como objetivo ampliar o número de equipamentos e reduzir o tempo de resposta na contenção de vazamentos.
Fonte: INEA e O Estado de São Paulo
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