No recente workshop promovido pela Universidade Federal do Rio Grande, no Campus Carreiros, sobre a pesca artesanal, foram mostrados dados importantes e muito abaixo do esperado, no que diz respeito ao número de pescadores atuantes na Lagoa dos Patos, através dos vários municípios que margeiam o mar de dentro.
O fato chama a atenção posto que, pela até então ausência de um censo nessa área, falava-se em muitos milhares de pescadores e, logicamente, de dependentes no povoamento da lagoa, mas pelos dados agora divulgados e que toma foro oficial, o número de profissionais da pesca, envolvendo os municípios do Rio Grande, São José do Norte, Pelotas, São Lourenço do Sul, Arambaré, Tapes, Camaquã, Tavares e Mostardas não ultrapassa a três mil e quinhentas pessoas, assim como consequentemente, uma redução drástica no que diz respeito aos dependentes.
Acredita-se que os vários fracassos de safras na lagoa, fez com que muita gente migrasse para outras profissões e, paralelamente, uma grande maioria de filhos de pescadores que passaram ou passam pelos bancos escolares (considerando que num passado recente, o pescador artesanal, pela sua humildade acreditava que pescador não precisava estudar, tinha que saber somente tirar do mar o produto para o sustento de sua família) hoje buscam em outras áreas mais rentáveis, o meio de vida e, ainda, que os regulamentos para a profissão de pescador profissional estão mais rígidos no sentido de eliminar do meio aqueles que se aproveitam e se dizem pescadores para o autobenefício do auxílio defeso e outros. No entanto, mesmo assim, os números divulgados surpreenderam.
Quanto ao fato da renda média de salário-mínimo do pescador, entendemos que tudo está na dependência da safra do camarão: safra ruim, salário baixo e, safra excelente, a média ganha números diferentes, embora o pescador da lagoa, geralmente, conte com uma desleal concorrência nos meses destinados a captura do crustáceo, pela presença, na pesca, de pescadores de fora do estado, que invadem a lagoa, assim como de muita gente que exerce outras profissões e que, nesse período vão ao mar para obter lucro extra.
Mesmo assim é interessante os números apontados e que, aos poucos podem garantir o ordenamento de uma profissão que merece maior atenção por parte das autoridades competentes.
Fonte: Jornal Agora
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