Após dois dias de negociações privadas, delegados participantes anunciaram que não foram capazes de chegar a um acordo em relação às questões mais importantes.
O acordo teria colocado atividades baleeiras na Islândia, Japão e Noruega sob supervisão internacional durante dez anos.
As negociações para o "plano de paz" vinham acontecendo há dois anos. Agora, os participantes preveem que haja um período de esfriamento que deve durar um ano.
"Após dois dias de negociações (...) parece que nosso processo chegou a um impasse", disse uma representante dos Estados Unidos, Monica Medina.
Os Estados Unidos estão entre as nações fazendo pressão para que haja um acordo. Segundo Medina, o fracasso das discussões não é culpa de nenhum país em particular.
Responsabilidade
Outros delegados, no entanto, tentaram - ainda que de forma moderada - responsabilizar seus oponentes pelo fracasso do plano.
A representante da Argentina, Susana Ruiz Cerutti, disse que um esboço da proposta que circulava entre governos há dois meses não atendia às necessidades de países latino-americanos.
"Ela legitima a pesca científica no Oceano do Sul (pelo Japão) e não reduz substancialmente os números", disse Cerutti.
A diferença que existe entre esta visão e a posição das nações baleeiras foi exemplificada pela representante do Ministério da Agricultura e Pesca do Japão, Yasue Funayama.
Para Funayama, o objetivo das negociações era "devolver a IWC sua função de organização administradora de recursos".
Nações contrárias à pesca de baleias querem que a IWC se transforme em uma organização voltada à conservação.
A proposta "continha elementos que o Japão teria extrema dificuldade em aceitar", disse Funayama.
Nos bastidores, fontes japonesas disseram que, para elas, o principal problema era a exigência, pela União Europeia e países latino-americanos, de que o programa de pesca na Antártida fosse suspenso dentro de um prazo definido de tempo.
Do ponto de vista do Japão, concordar em reduzir sua cota de 935 baleias caçadas por ano hoje para 200 daqui a dez anos representava um passo significativo, uma oferta que deveria ter sido aceitável para seus oponentes. Mais negociações, possivelmente sobre uma redução gradual até a suspensão total, aconteceriam mais adiante.
Geoffrey Palmer, ex-primeiro-ministro da Nova Zelândia e atual comissário para atividades baleeiras, intimamente envolvido nas "negociações de paz" disse que o "Japão mostrou flexibilidade real e vontade real de chegar a um acordo".
"Mas estamos em uma situação hoje em que as distâncias não podem ser eliminadas".
"E a razão para isso é óbvia - falta vontade política de vencer essas distâncias para que se chegue a uma solução de meio-termo".
Outros delegados, no entanto, tentaram - ainda que de forma moderada - responsabilizar seus oponentes pelo fracasso do plano.
A representante da Argentina, Susana Ruiz Cerutti, disse que um esboço da proposta que circulava entre governos há dois meses não atendia às necessidades de países latino-americanos.
"Ela legitima a pesca científica no Oceano do Sul (pelo Japão) e não reduz substancialmente os números", disse Cerutti.
A diferença que existe entre esta visão e a posição das nações baleeiras foi exemplificada pela representante do Ministério da Agricultura e Pesca do Japão, Yasue Funayama.
Para Funayama, o objetivo das negociações era "devolver a IWC sua função de organização administradora de recursos".
Nações contrárias à pesca de baleias querem que a IWC se transforme em uma organização voltada à conservação.
A proposta "continha elementos que o Japão teria extrema dificuldade em aceitar", disse Funayama.
Nos bastidores, fontes japonesas disseram que, para elas, o principal problema era a exigência, pela União Europeia e países latino-americanos, de que o programa de pesca na Antártida fosse suspenso dentro de um prazo definido de tempo.
Do ponto de vista do Japão, concordar em reduzir sua cota de 935 baleias caçadas por ano hoje para 200 daqui a dez anos representava um passo significativo, uma oferta que deveria ter sido aceitável para seus oponentes. Mais negociações, possivelmente sobre uma redução gradual até a suspensão total, aconteceriam mais adiante.
Geoffrey Palmer, ex-primeiro-ministro da Nova Zelândia e atual comissário para atividades baleeiras, intimamente envolvido nas "negociações de paz" disse que o "Japão mostrou flexibilidade real e vontade real de chegar a um acordo".
"Mas estamos em uma situação hoje em que as distâncias não podem ser eliminadas".
"E a razão para isso é óbvia - falta vontade política de vencer essas distâncias para que se chegue a uma solução de meio-termo".
Incerteza
O caminho agora é incerto. Muitos delegados estão se perguntando qual seria a vantagem de se deixar o assunto em aberto durante mais um ano. Se o acordo é impossível, então talvez seja melhor encarar os fatos agora, argumentam.
Optar por mais tempo "questionaria a credibilidade da comissão", disse Rami Parmentier, consultor político do Pew Environment Group, uma das entidades que vêm apoiando a ideia de uma solução de meio-termo.
Mas talvez haja também uma relutância em abandonar o tom construtivo dos últimos dois anos e arriscar um retorno ao clima de conflito que caracterizou a IWC no passado.
Outros grupos contrários à pesca da baleia, no entanto, ficaram satisfeitos por seus governos não terem aceito a proposta, já que, para eles, ela teria legitimado as atividades baleeiras da Islândia, Japão e Noruega.
"Se esse acordo tivesse vivido, teria vivido na vergonha", disse Patrick Ramage, chefe do programa de baleias do International Fund for Animal Welfare (IFAW).
"Talvez haja um período de resfriamento na IWC, mas nesse período, os baleeiros estarão ocupados, caçando suas presas", afirmou.
O caminho agora é incerto. Muitos delegados estão se perguntando qual seria a vantagem de se deixar o assunto em aberto durante mais um ano. Se o acordo é impossível, então talvez seja melhor encarar os fatos agora, argumentam.
Optar por mais tempo "questionaria a credibilidade da comissão", disse Rami Parmentier, consultor político do Pew Environment Group, uma das entidades que vêm apoiando a ideia de uma solução de meio-termo.
Mas talvez haja também uma relutância em abandonar o tom construtivo dos últimos dois anos e arriscar um retorno ao clima de conflito que caracterizou a IWC no passado.
Outros grupos contrários à pesca da baleia, no entanto, ficaram satisfeitos por seus governos não terem aceito a proposta, já que, para eles, ela teria legitimado as atividades baleeiras da Islândia, Japão e Noruega.
"Se esse acordo tivesse vivido, teria vivido na vergonha", disse Patrick Ramage, chefe do programa de baleias do International Fund for Animal Welfare (IFAW).
"Talvez haja um período de resfriamento na IWC, mas nesse período, os baleeiros estarão ocupados, caçando suas presas", afirmou.
Fonte: UOL / BBC Brasil
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