quarta-feira, 2 de junho de 2010

A vingança do rio


Estamos na semana do meio ambiente e apresentamos a matéria abaixo, do Jornal Extra (RJ) para nossa reflexão. É triste ler sobre a degradação do ambiente aquático como deste rio, fato que afeta a todos e principalmente quem se sustenta pelo peixe que ali existia e viu aos poucos uma riqueza se esvaindo como a água limpa.

Mais triste é ler a palavra vingança, dura realidade, como se o mais afetado nisso tudo, o pescador, fosse o maior responsável pela poluição das águas, o que não é, mas também tem sua parcela de responsabilidade e muito mais para contribuir e batalhar, com o rio e não contra o rio, por um ambiente saudável o que reflete diretamente em seu modo de vida e de sua comunidade.

Exemplos como este vemos ao longo de todo o país em rios, açudes, lagoas, baías, estuários e beira de mar, oceanos...

O Rio Sarapuí ajudou a promover o progresso de toda a Baixada Fluminense e, em troca, recebeu uma sentença de morte. Ele agora se vinga, devolvendo o veneno que vem recebendo há anos, às 136 mil pessoas que vivem às suas margens.


O que dizer de quem se vinga da sociedade tirando o sustento de famílias, jogando adultos e crianças para a fome? Assim é a revanche indiscriminada e involuntária do Rio Sarapuí, um gigante que nasce na serra de Bangu, corta o Parque Nacional de Gericinó e os municípios de Mesquita, Nilópolis, São João de Meriti, Belford Roxo e Duque de Caxias, onde deságua na Baía de Guanabara. Suas águas já foram uma avenida de riquezas, levando prosperidade à Baixada Fluminense e, por anos, a fonte de sustento de famílias de pescadores e catadores de caranguejo. Hoje, o rio só devolve miséria e doenças às redes lançadas em suas águas.

O pescador Claudio Matias dos Santos, de 33 anos, se rendeu. Ele morava há 20 anos na favela Dique 2, em Duque de Caxias, e atracava seu barco às margens do Sarapuí. Isso foi até o ano passado.

— Ele mudou de área. Não tem mais pescado por aqui — contou Agenor Duarte da Silva, de 76 anos, que ainda garimpa no mangue ao redor de Gramacho alguns caranguejos. — Antes, pescávamos tudo aqui nessa costeira. Agora, acabou, só temos história para contar.

Em fevereiro de 2009, Claudio já estava insatisfeito com o pouco retorno que via de todo o seu esforço na pesca:

— Ainda cheguei a pegar peixe nesse rio. Mas faz tempo que isso acabou. Cada vez temos que ir mais longe da foz para conseguir pescar. Quando chove, desce muito lixo, não consigo pescar nem uns 20 quilos de peixe. Num dia bom de pesca, em local limpo, é possível trazer de 80 a cem quilos de pescado para casa.

O pescador contou que descia, em barco a motor, por cerca de 40 minutos o rio, até chegar a uma parte bem distante da Baía de Guanabara para conseguir levar para casa seu sustento.
— A remo, gasto mais de uma hora nesse trajeto. Na foz, a água é totalmente negra e o cheiro, insuportável. Há pontos por ali que já são só lama — disse Claudio, que hoje navega por outras águas. Perdeu a guerra contra o rio.

Fonte: Extra Online


Um comentário:

  1. O DESPREZO DE NOSSAS AUTORIDADES É TOTAL E O DESMAZELO DE GRANDE PARTE DA POPULAÇÃO DE PORCOS QUE INSISTEM EM JOGAR LIXO NOS RIOS; É LAMENTÁVEL VER UM SER QUE SE DIZ HUMANO JOGAR TUDO DENTRO DE UM RIO E DEPOIS FICAM CULPANDO AS AUTORIDADES; QUE TB NADA FAZ, EU TERIA UM PRAZER DE AJUDAR POIS SOU ARTESÃO E PREZO MUITO A RECICLAGE, SE QUISEREM ME CONTCTEM NO MEU FACE marcelopecly2013@hotmail.com

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