quinta-feira, 31 de março de 2011

Azuis



Arraial do Cabo, Janeiro de 2011 por Maurício Dúppré

Um pescador morre e outro está desaparecido após acidente com barco


Um acidente com um barco de pesca por volta das 20h da última quarta-feira (30), na Praia do Pontal, no Recreio dos Bandeirantes, zona oeste do Rio, deixou um homem morto e cinco feridos. Além deles, ainda há um desaparecido. Na manhã desta quinta-feira (31) os bombeiros retomaram as buscas.

Foto: Reprodução de Internet

O homem que morreu foi identificado como Luiz Henrique Nunes, de 50 anos. Os bombeiros que estiveram no local disseram que a embarcação seria uma traineira. Ela foi retirada do mar, na altura do posto 12, por um trator.
http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2011/03/barco-vira-mata-um-pescador-e-deixa-outro-desaparecido-no-rio.html

Fonte: R7, G1

Os caminhos do pescado


O Canal Rural Na Estrada mostra os caminhos e o transporte do pescado no Brasil. A equipe esteve em Minas Gerais, onde peixe chega congelado, acompanhou as indas e vindas do produto pela costa brasileira e os problemas em um dos principais polos de pesca artesanal do país. O programa termina na Bahia, com uma deliciosa moqueca feita com peixe do litoral catarinense.

Clique aqui e confira a galeria de fotos do programa


Minas Gerais

A equipe começa o trabalho na rua Bonfim, em Belo Horizonte (MG). A terra do leite, do queijo e do café também é um dos pontos principais de comércio de peixe no Estado.

Minas Gerais não tem praia, mas mesmo assim se come bastante peixe no Estado. A equipe está em uma das ruas com o maior número de peixarias de Belo Horizonte.

O caminhoneiro Adriano Gonçalves de Oliveira traz o peixe de Santarém, no Pará.

- São dois dias e duas noites de água, descendo pela balsa, de Santarém para Belém do Pará. Aí espera a maré, fico parado 12 horas. Depois são mais três dias e três noites rodando. É uma viagem longa e cansativa. É muito quente, difícil para segurar o frio da carga. O peixe é uma carga muito delicada, muito sensível.

Do outro lado da rua, tem outro caminhão de peixe chegando.

Vamos lá dar uma olhada de onde vem esse outro caminhão que está descarregando na rua Bonfim em Belo Horizonte.

– Estamos vindo de Piçarras,em Santa Catarina. É bem longinho. Viemos até São Paulo, depois Rio de Janeiro e agora aqui – explica o motorista Daniel Pereira.

Na peixaria é confirmado que o produto consumido na capital mineira chega de várias partes do país.

– 90% é congelado e 10%, fresco. Isso é em função da logística. O peixe fresco dura dois dias. Mais que isso ele não aguenta. Ele fica no barco, vai para a Central de Abastecimento (Cease), depois a gente busca lá O peixe fresco atrai mais. É mais bonito. Mas ele não aguenta – explica o dono do estabelecimento, Lúcio Castro Rodrigues.

Em muitos casos, o peixe chega em embalagens maiores. As funcionárias precisam colocar em sacos plásticos, que vão para o freezer, esperar pelo comprador.

– O peixe que vem de Santa Catarina sempre vem congelado, nunca vem inteiro. Ele vem pronto, congelado e empacotado.

Santa Catarina

O peixe encontrado em Belo Horizonte vem de Itajaí (SC), o principal polo de pesca industrial e de beneficiamento de pescado do Brasil. As fábricas desta região processam 220 mil toneladas por ano.

Nesta unidade são 900 toneladas por mês. Os peixes passam por um processo de limpeza, corte e seleção. Eles são preparados para o congelamento. Depois de passar por uma máquina de resfriamento rápido, o produto é colocado em embalagens. Dentro de uma câmara fica estocado o produto pronto, já esperando para ser carregado nos caminhões. A temperatura câmara é de cerca de -20ºC.

No pátio estão os caminhões que levam o peixe para todos os cantos do Brasil.

- As fábricas de processamento estão aqui. Existe este custo enorme de transportar para todo o país. O custo no Brasil hoje é muito alto. Desafio que a gente tem com o governo federal é baixar estes custos, para aumentar o consumo e expandir realmente na aquicultura e piscicultura para a mesa do consumidor – diz o vice-presidente do Sindicato da Indústria de Pesca de Santa Catarina, Giovani Monteiro.

O representante dos donos de embarcações e das indústrias revela que muitas vezes os barcos precisam viajar milhares de quilômetros pela costa para encontrar os melhores cardumes.

- Dependendo da época, a sardinha está em outra parte da costa. Os cardumes estavam no Rio e nossas embarcações foram para lá, ao invés de uma embarcação trazer o pescado para cá. O caminhão é bem mais rápido e mais barato.

Rio de Janeiro

A equipe cruzou a Baia de Guanabara, pela sexta maior ponte do mundo, em direção a Niterói.

No terminal pesqueiro em Niterói, no Rio de Janeiro, um barco de Itajaí (SC) está descarregando peixe. Apesar de o barco ser catarinense, não vale a pena voltar com o produto para o porto de origem. Por isso, os peixes são vendidos aqui mesmo. Quem recebe a equipe é o dono do barco, o catarinense Mailton de Souza.

– Estamos descarregando aqui no Rio devido à distância. A pescaria é próxima e o mercado aqui é melhor que em Santa Catarina.

Faz 27 anos que Mailton de Souza trabalha no mar. Ele e outros três homens da equipe costumam passar muito tempo longe de casa.

– Como estamos fora da nossa região, ficamos de dois a três meses fora. Aí a gente para o barco e segue viagem, para o pessoal ir visitar a família. E no mar a gente fica entre 15 a 18 dias. A família reclama um pouco da saudade – diz um dos pescadores.

A equipe do Canal Rural na Estrada vai conhecer como é a vida dentro de um barco de pesca.

– A gente come pouco peixe durante a viagem. Preferimos comer carne. O pessoal convive tanto com o peixe que não tem vontade de comer – diz um dos pescadores. É ele quem apresenta o barco para a equipe.

- Na parte de baixo do barco, temos espaço para 12 mil litros de óleo. São sete mil litros de água e o resto é onde a gente coloca o gelo e o peixe.

A ponte de comando nunca fica vazia. Os tripulantes se revezam em turnos de quatro horas.

- Na época da pesca, o barco fica funcionando 24 horas. Em todo o momento do dia tem alguém. Temos 27 anos de mar e pelo GPS a gente sabe as posições dos cardumes.

Quem compra o peixe é Paulo Renato Andrade. Além de administrar o ponto de recebimento, ele também é dono de embarcações. Ele faz os cálculos e explica porque às vezes o peixe chega muito caro à mesa do consumidor.

- Com certeza o que encarece o peixe é o óleo diesel. É o vilão de tudo. Você tem que correr atrás do peixe. Você gasta para correr atrás do peixe. Às vezes meus barcos ficam 10 a 15 dias com o motor trabalhando, atrás do peixe – explica.

– Um barco de arrasto desses gasta num mês 15 mil litros de óleo diesel. Aí você junta o gelo, a comida do pescador, toda a parte do INSS. Isso tudo explica o preço do peixe.

Em outro ponto da orla de Niterói encontramos um cais público, onde atracam outros barcos pesqueiros. Aqui a situação é bem mais precária. O assessor técnico do Sindicato de Armadores de Pesca do Rio de Janeiro, Flávio Leme, calcula que a pesca seja responsável por 60 mil empregos diretos no Estado. Mesmo assim, falta infraestrutura logística para o setor.

– Temos uma falta de infraestrutura em termos de descarga e comercialização do pescado. O pescador é obrigado a trazer seu barco aqui, contratar um caminhão para recolher seu peixe e levar para a Ceasa. Isso, além de encarecer, provoca uma perda na qualidade do pescado – explica o comandante Leme, como é conhecido por todos.

A descarga de peixe é pulverizada em vários pontos da costa fluminense, o que prejudica as estatísticas oficiais. Mesmo assim, o comandante Leme estima que o Rio de Janeiro seja o terceiro maior produtor de pescado do país.

– Na costa fluminense, nós não temos terminais legalizados de pesca, que tenham toda a infraestrutura, inclusive com inspeção federal.

– Aquela descarga de gelo que está acontecendo, não é a ideal. O ideal seria haver uma indústria de gelo aqui ao lado de onde ancoram os barcos. Toda infraestrutura que precisamos deve prever o abastecimento da embarcação. Além da descarga, precisaríamos ter uma fábrica de gelo, que é um insumo fundamental para a produção do pescado. Esse sistema além de ser improvisado, encarece. É contratado um caminhão. Isso encarece de 20% a 30% no produto, que poderia ser obtido com uma fábrica de gelo nessa situação – diz Leme.

– Um dos problemas que o pessoal enfrenta por aqui é justamente essa situação, em que a descarga, o transporte, o manuseio do peixe é feito a céu aberto. Para se ter uma ideia, olha só a quantidade de pássaros que são atraídos aqui para o local, justamente porque esse entreposto deveria ficar em um local fechado. Mas as condições não são favoráveis para o transporte e operação do peixe em Niterói.

Depois que o produto sai do barco, uma boa parte dele vai para o mercado de São Pedro, um dos mais tradicionais do Estado do Rio de Janeiro, que fica no centro de Niterói e é especializado na venda de peixe.

Os corredores são movimentados. Com tanta opção para os clientes, os vendedores precisam encontrar um jeito de chamar a atenção.

Na peixaria de Antônio Mannarino, tem peixe da região e de todas as partes do Brasil.

– Congrio, namorado. Tem também curvina, viola, pescado. O peixe do sul vem de caminhão. Os barcos são descarregados em Niterói mesmo. Do Norte e do Nordeste vem o camarão. Mandamos buscar na Bahia, de caminhão. E aí vai R$2,00 ou R$ 3,00 de despesas por cada quilo. Muito pouco que viaja pouco.


BAHIA

A equipe do Canal Rural Na Estrada está agora em Alcobaça, um dos principais polos de pesca artesanal da Bahia. A intenção é mostrar as dificuldades de infraestrutura que o pessoal enfrenta.

O presidente da Colônia de Pescadores da cidade, Ricarte Medeiros, aponta para os problemas: a riqueza destas águas não se reflete nos equipamentos disponíveis.

– É uma estrutura precária. A dificuldade do pescador em transportar seu peixe, em entregar nos locais, nos frigoríficos. São trapiches mal feitos. O pescador faz o possível para trazer um bom peixe, mas nessa transportação o peixe já perde um pouco do seu valor.

– A importância da pescaria aqui na região é de quase 100%. Quem não tiver o peixe para entregar, não sobrevive. Ou é funcionário público, ou é pescador – diz Medeiros.

A estrutura de comercialização é simples e tem pouca organização. Quem conta é o pescador Máximo Carlos Rosa, conhecido por aqui como Cicinho.

– O peixe chega e já vamos negociar a venda. Negociamos com os frigoríficos aqui da cidade. Aí vai e descarrega. Depois ele vai decidir o destino, para onde vai.

– Temos uma época de maio, junho e julho em que o preço é péssimo. Baixa mesmo, mas as despesas não baixam. A maior despesa é com barcos, em torno de R$ 20 mil. É que tem que levar esse material. Um barco não pode ir com menos de três mil litros de óleo. Tem que levar mantimento, isca, materiais que são caros. Anzol linhas também são caros – diz Cicinho.

Bem perto dali, a equipe flagra os problemas causados pela falta de uma estrutura adequada. Um barco está descarregando peixe. A retirada é manual, com ajuda de cordas. O produto é despejado em uma esteira, no cais. Um peixe da espécie meca, com dezenas de quilos, dá trabalho para os pescadores.

A equipe também foi conhecer um dos pequenos frigoríficos da cidade. São empresas onde o produto passa apenas por um resfriamento e de onde precisa sair em poucas horas, para não perder qualidade.

– O peixe é descarrega, lavado, encaixotado e resfriado. Ele só sai se estiver resfriado. Não temos indústria para fazer o beneficiamento. Nossa região é carente nessa modalidade – explica o proprietário do frigorífico, Bernardo Olívio.

– Mandamos para Vitória, Rio de Janeiro, Salvador e demais cidades da região. Estão faltando investimentos para melhorar a logística do peixe congelado. O fresco tem uma logística muito boa, temos mercados fortes como Vitória e Rio de Janeiro.

A idade da frota de pequenos barcos também preocupa.

– São sucatas. Devido à falta de investimento na pesca, o pescador fica de oito a 10 anos com o barco, sem poder fazer reforma. Quando faz, já muda a estrutura e não é mais a mesma coisa. Tem motores que já foram reformados quatro ou cinco vezes. E velocidade é importante para pescar bem, principalmente o camarão – confirma o presidente da Colônia de Pescadores de Alcobaça, Ricarte Medeiros.

- É preciso que haja uma forma de financiamento que permita ao pescador estar sempre com seu barco em dia, novo, legalizado, para que ele possa trabalhar e produzir melhor, com mais tranquilidade. Se você vai para o mar com a tábua podre, você até vai, mas não vai tranquilo. Pode quebrar e ir para o fundo. E aí tem que sair nadando. Se ele aguentar nadar – completa.

A equipe conseguiu pegar carona em um desses barcos de pesca artesanal, que está chegando do mar, trazendo o peixe.

– Saímos às 4h da manhã para o mar. Daí deu problema e estamos retornando. Às vezes ficamos três ou quatro dias no mar – diz o pescador Arilson Dionísio.

– A gente joga a rede, joga a âncora e fica esperando. Dá o tempo de uma hora e começa a recolher. Recolhendo e jogando. Não tem muito como selecionar o cardume na rede. O que vier, a gente pega. Cada um tem um preço, a gente seleciona.

– O mais comum são os barcos pescarem perto da costa. Até quatro ou cinco milhas distante da praia. A maioria dos barcos são pequenos, de oito a nove metros – explica o mestre do barco, Valmir da Silva.

Ele faz a manobra e se aproxima do cais. Da embarcação já é possível avistar o caminhão do Na Estrada caminhão estacionado. É preciso continuar a viagem!

A equipe está agora em Ilhéus, cidade histórica baiana e com uma localização privilegiada. Ela está bem no meio do litoral brasileiro, na rota de passagem da maioria dos barcos de pesca. Além disso, as formações geológicas permitem uma pescaria abundante a poucos quilômetros da costa.

O presidente da Bahia Pesca, uma empresa pública que trabalha para organizar o setor, Isaac Albagli foi conversar com a equipe:

– A situação da logística do pescado na região é uma logística sem lógica. Hoje nós não temos uma situação que nos dê conforto. O peixe é baiano, mas não tira carteira de identidade na Bahia. Na medida que ele é descarregado no Espírito Santo, no Rio de Janeiro e em Santa Catarina, ele não entra na estatística da Bahia.

– Peixes de qualidade são pescados aqui e vão para o sul do país para serem beneficiados no Espírito Santo e no Rio, às vezes em Santa Catarina, e volta para a Bahia. Tem peixe baiano que vai para outros Estados para ser beneficiado e volta para ser consumido aqui. O principal exemplo é o badejo. É o peixe mais utilizado para a moqueca. Todos sabem que a Bahia tem essa tradição da moqueca. Salvador é o maior município consumidor de pescado e esse peixe vai para os outros Estados e volta para a Bahia.

– É precária também a situação dos pequenos pescadores. Você tem abastecimento de gelo em um local, abastecimento em outra situação, não tem local para conserto. Até a própria descarga é complicada. Um verdadeiro malabarismo.

O pescador Francisco Azevedo Filho é mestre do barco e coordena toda a operação de descarregamento de peixe.

– A estrutura de descarregamento está difícil, a ponte está deteriorada. Nós não temos o diesel no porto, tem que vir nas bombonas. Ou senão o carro trás até aqui e vocês traz no carrinho até a beira do cais. Tudo é muito precário. E essa situação é igual para todos os pescadores da região – diz ele.

Mas já nos próximos meses a situação dos pescadores daqui deve começar a melhorar. No local onde funcionava o primeiro porto de Ilhéus está sendo realizada uma obra que vai mudar a infraestrutura de logística da pesca nesta região. Os engenheiros mostram a planta do novo terminal pesqueiro de Ilhéus. As obras já começaram e devem estar prontas em meados de 2011.

– Tudo que é necessário para um terminal pesqueiro, esse aqui de Ilhéus terá. Além de beneficiamento, teremos fábrica de gelo, abastecimento de combustíveis, conserto de embarcações. Vai mudar toda a logística do pescado da região, com certeza. Agora teremos uma estrutura adequada. Antigamente ia para qualquer canto, sem nenhuma estrutura – explica o presidente da Bahia Pesca, Isaac Albagli.

A próxima parada é em Salvador, cidade de cores e de sabores. E, para falar de peixe, nada melhor do que procurar um bom prato da culinária baiana, feito a base de pescado.

Mesmo a Bahia produzindo 120 mil toneladas de pescado por ano, o consumidor precisa pagar por um produto mais caro, que rodou centenas de quilômetros em outros Estados para depois voltar novamente ao seu Estado de origem.

A busca começa em um dos principais mercados da cidade, o Mercado do Peixe. Não é difícil encontrar peixe que rodou por muitas estradas para chegar até aqui.

– Aqui temos o peixe vermelho, que é de Porto Seguro, o badejo, que é de Santa Catarina, o bejupirá e a pescada amarela, que são de Santa Catarina. Tem o dourado que é do Pará. O peixe vendido aqui em Salvador viaja o Brasil inteiro, por vários cantos do Brasil. O valor lá é menor. Quando chega aqui, chega um pouco mais alto, mas ainda dá para competir com os peixes mais nobres aqui do Nordeste – afirma Gilvan Silva, proprietário de uma das peixarias.

E foi lá no mercado que encontramos dona Alaíde, uma baiana que não abre mão de comer peixe pelo menos uma vez por semana. O peixe escolhido é uma pescada amarela, que veio direto de Santa Catarina. Antes de ir para casa, é preciso comprar mais alguns complementos. O leite de coco não pode faltar.

Já na cozinha de sua residência, dona Alaíde lava os pedaços do peixe com água e limão. Para fazer a típica moqueca baiana, o melhor é usar uma panela de barro. O peixe e os outros ingredientes são colocados em camadas alternadas. Quase no final vai o leite de coco, que foi batido no liquidificador.

– Essa é a receita de uma legítima moqueca baiana. Vai coentro, cebola, tomate, pimentão, leite de coco, azeite de dendê. E o peixe tem que ser bem escolhido, de qualidade – diz ela.

Na mesa tem ainda arroz, farofa e feijão fradinho.

Das águas vem o sustento. Das águas vem o alimento. A natureza dá de presente, mas não é assim tão fácil ir buscar. São barcos apertados, são dias no mar. São ondas e tempestades a atrapalhar. O que parece simples se revela complicado. Tudo tem um preço e nem sempre esse preço é pequeno. No Brasil, a tarefa de pescar e transportar por muito tempo ainda deve ser uma rede emaranhada de longas jornadas e de muito esforço, de gente que tem os pés no chão e o coração no oceano.

Fonte: Canal Rural

quarta-feira, 30 de março de 2011

Cardume: 1 ano e algumas postagens que marcaram.


Algumas das postagens mais bacanas publicadas neste 1 ano de blog:

Mar Morto - Jorge Amado:
http://cardumebrasil.blogspot.com/2010/04/livro-mar-morto-1936-jorge-amado.html

Sobre a guaivira:
http://cardumebrasil.blogspot.com/2010/05/guaivira-virou-estrela-de-tv.html

A barqueata no dia de São Pedro e dos pescadores na baía de Guanabara:
http://cardumebrasil.blogspot.com/2010/07/rj-baia-de-guanabara.html

O registro da ocorrência de um tubarão-branco em Macaé - RJ:
http://cardumebrasil.blogspot.com/2010/06/tubarao-branco-920kg-5-metros.html

O Velho e O Mar - Ernest Hemingway:
http://cardumebrasil.blogspot.com/2010/04/livro-o-velho-e-o-mar-1952-ernest.html

A pesca artesanal de cachalote na Indonésia:
http://cardumebrasil.blogspot.com/2010/06/indonesia-pesca-artesanal-de-baleia.html

A Guerra da Lagosta:
http://cardumebrasil.blogspot.com/2010/05/livro-guerra-da-lagosta.html

A guerra cearense da pesca artesanal da lagosta contra os ilegais:
http://cardumebrasil.blogspot.com/search/label/Lagosta

Sobre o maior mercado atacadista de pescado do Brasil em São Paulo:
http://cardumebrasil.blogspot.com/2010/04/semana-santa-geagesp.html

Sobre o Atum Verdadeiro e sua pesca no mediterâneo:
http://cardumebrasil.blogspot.com/2010/04/atum-verdadeiro.html

A pesca industrial de bonito exibida pelo Globo Mar:
http://cardumebrasil.blogspot.com/2010/04/globo-mar-episodio-1.html

O acompanhamento do desastre ambiental no Golfo do México:
http://cardumebrasil.blogspot.com/search/label/EUA

Além das fotos:
http://cardumebrasil.blogspot.com/search/label/Imagens

vídeos:
http://cardumebrasil.blogspot.com/search/label/V%C3%ADdeo

e pinturas postadas nos domingos:
http://cardumebrasil.blogspot.com/search/label/Pinturas


Qual a tua preferida?

sds, MD.



Blog do Cardume - 1 ano!


Queridos amigos,

O tempo passa rápido! 1 ano de blog completados hoje.

Mais de 300 postagens e de 29mil visitas ao Blog do Cardume (de maio/10 pra cá sem contabilizar as minhas)

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Tudo começou com as postagens abaixo:

http://cardumebrasil.blogspot.com/2010/03/manguezal-berco-do-mar.html

http://cardumebrasil.blogspot.com/2010/03/o-que-e-pesca-artesanal.html

A ideia continua, e que o nosso Cardume seja um espaço voltado para a pesca, principalmente a artesanal, e  ao ambiente aquático e todas as suas atividades relacionadas.

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Só tenho a agradecer a todos que por aqui aparecem e conto com vocês para melhorar cada vez mais este espaço.

MUITO OBRIGADO!

VIVA A PESCA ARTESANAL!

Mauricio Düppré


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terça-feira, 29 de março de 2011

Fundo Internacional vai apoiar pesca artesanal em Moçambique


O Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (IFAD, na sigla em inglês) vai conceder um empréstimo de 21,1 milhões de dólares a Moçambique para apoiar a pesca artesanal e o rendimento das famílias nas comunidades pesqueiras, nos termos de um acordo sexta-feira assinado em Roma.

Em comunicado, o IFAD salientou que as águas próximas da costa em muitas zonas de Moçambique estão a ficar sem peixe devido à utilização de técnicas de pesca como grandes redes que conseguem capturar um cardume completo pelo que o pescado está a diminuir bem como o rendimento dos pescadores”.

O objectivo do Projecto de Promoção das Pescas Artesanais é persuadir os pescadores a irem para águas mais fundas e para diversificarem os locais de operação, projecto que, de acordo com o IFAD, irá aumentar o rendimento dos pescadores e fornecer incentivos para que deixem de pescar em águas muito próximas da costa.

O IFAD adiantou que este projecto irá beneficiar directamente 40 mil agregados familiares que dependem da pesca e dos produtos da pesca e outros 40 mil agregados que dependem indirectamente.

Este projecto eleva para 45 milhões de dólares o apoio do IFAD à pesca artesanal em Moçambique, país onde globalmente já aplicou 196,2 milhões de dólares.

Fonte: Macauhub

segunda-feira, 28 de março de 2011

RJ - Autoridades Estaduais da Pesca buscam melhorias para Paraty



Após visitarem a região Costa Verde na semana passada, o secretário de Desenvolvimento Regional, Abastecimento e Pesca do Estado do Rio de Janeiro, Felipe Peixoto, e o presidente da Fundação Instituto de Pesca do Estado do Rio de Janeiro (Fiperj), Marco Botelho, assinaram, neste sábado, em Paraty, um termo de cooperação técnica com o município.

O documento formaliza o apoio da Fiperj para o desenvolvimento de projetos ligados à pesca e aquicultura no município. Como contrapartida, a prefeitura de Paraty disponibilizará estrutura e recursos para a atuação dos técnicos da Fundação.

Ainda em Paraty, Felipe Peixoto visitou o local que a prefeitura municipal deseja construir o Centro Integrado de Pesca Artesanal (CIPAR). Técnicos da Fiperj serão disponibilizados para auxiliar tecnicamente este projeto e farão uma força tarefa junto à prefeitura municipal ainda em abril.

- Vamos colaborar, através da FIPERJ, com o desenvolvimento de projetos e buscar com as outras Secretarias estaduais e com o Ministério da Pesca e Aquicultura, solucionar os entraves para a obtenção das licenças de áreas de aquicultura estimulando a produção pesqueira na cidade, assim como a captação de recursos para o setor - afirmou Felipe Peixoto.

O secretário Felipe ressaltou ainda que a Fiperj está à disposição das cidades para o desenvolvimento de projetos, como os que viabilizaram a licença ambiental permitindo a atividade de maricultura em algumas fazendas marinhas no município de Angra dos Reis, desenvolvido com participação de técnicos da Fiperj.

- A visita à Costa Verde na semana passada foi para avaliar a possibilidade de parcerias no setor da pesca. Daremos o suporte à pesca tradicional, mas o foco principal será a promoção da aquicultura, principalmente no que diz respeito maricultura - garantiu o secretário.

Na Baía de Ilha Grande, Felipe Peixoto e Marco Botelho visitaram o Projeto Experimental de Bijupirá. Esta espécie é um peixe com alto valor comercial no mercado e pode representar uma alternativa econômica importante para o Estado.

Depois de visitarem nos últimos dias o trabalho de produção de sementes de vieiras desenvolvido pelo Instituto Eco-Desenvolvimento da Baía de Ilha Grande (IED-BIG), os representantes do Estado ressaltaram que a região tem muito a oferecer ao setor de Pesca.

- A Costa Verde tem um grande potencial para o desenvolvimento da maricultura. As Baías de Sepetiba e de Ilha Grande oferecem uma proteção natural, proporcionando águas tranquilas para o cultivo de várias espécies, e isso é essencial - destacou o secretário de Desenvolvimento Regional, Felipe.

Fonte: Diário do Vale


sábado, 26 de março de 2011

Pesquisa: Sem balanço no mar


Equipamento desenvolvido na Escola Politécnica da USP reduz em mais de 80% o balanço em pequenas e médias embarcações 

Reduzir o balanço em embarcações de pequeno e médio porte pode ser mais do que uma questão de conforto ou de não sentir enjoo. Para os pescadores, por exemplo, pode salvar vidas.

Atento a um nicho carente de produtos específicos, um grupo de estudantes da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, em conjunto com a empresa Technomar, desenvolveu o Sistema de Estabilização Multi-Ativo (Sema), como trabalho de conclusão de curso.

O projeto do equipamento, que visa a atender barcos de 5 a 12 metros, teve financiamento da FAPESP por meio do Programa FAPESP Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE).

De acordo com o professor Nicola Getschko, do Departamento de Engenharia Mecatrônica e de Sistemas Mecânicos da Poli-USP e coordenador do projeto, uma das vantagens de um estabilizador com sistema totalmente elétrico em embarcações menores é a redução do seu custo.

“Atualmente, a maioria dos sistemas é hidráulico ou eletro-hidráulico, o que os tornam incompatíveis com as pequenas embarcações devido à complexidade desses sistemas, além do alto custo”, disse à Agência FAPESP.

De acordo com o professor, outro ponto positivo do Sema é o acionamento de seu controle e funcionamento, alimentado diretamente por um conjunto de baterias, o que o torna mais eficiente que os convencionais. “O sistema é mais simples e leve. O hidráulico, por exemplo, exige bombas e tubulações, o que aumenta a complexidade do sistema e o peso do barco”, explicou.

O princípio de funcionamento do Sema se baseia em um giroscópio, sensor interno digital cuja principal função é monitorar o movimento da embarcação.

Quando ligado, o giroscópio é programado para acionar o sistema de estabilização assim que o balanço atingir um determinado valor. O sinal é enviado para dois pequenos motores localizados na popa, gerando uma força na água oposta ao movimento do casco. O dispositivo, no entanto, tem efeito apenas quando o barco está parado.

Mar aberto

Durante os testes realizados no Tanque de Provas Numérico (TPN) – o mesmo usado pela Petrobras para testes de plataformas – na USP, a redução do balanço chegou a mais de 80%. “A oscilação é perceptível apenas por meio de um sensor, pois, visivelmente, o barco para de balançar”, disse Getschko.

Animado com os resultados, o professor conta que a próxima etapa é testar o equipamento em um barco em movimento. “Já estamos trabalhando para ver qual a reação do Sema em uma lancha de 8 metros, em condições normais de mar, ou seja, fora do tanque de testes”, disse.

Embora o produto seja promissor, ainda não há previsão para chegada do Sema ao mercado. Antes de firmar parcerias comerciais, os pesquisadores estão avaliando melhor o potencial do sistema, cujo custo final estimado estaria entre R$ 10 mil e 12 mil.

Fonte: Agência FAPESP

sexta-feira, 25 de março de 2011

Tubarão-mangona: 100kg - 2 metros



Pescadores de Mongaguá (litoral de São Paulo) tiveram uma surpresa na manhã desta quarta-feira. Eles saíram para pescar robalo e tainha, mas encontraram um tubarão de mais de dois metros de comprimento, pesando cerca de 100 kg.

O bicho, da espécie conhecida como Mangona (ou touro ou cinza), foi encontrado a cerca de quatro metros de profundidade, na região do mar onde costumam ficar os surfistas, de acordo com Érique Tadeu de Almeida Fortes, 31. Pescador desde criança, esse é seu quarto tubarão.

"Ele ficou na rede, que foi enrolando nele até ficar preso", diz. A rede era de um amigo de Fortes que o chamou para ajudar a puxar o peixe. Foram necessários cinco homens para tirar o tubarão do oceano. Quando conseguiram coloca-lo em cima do barco, Fortes conta que três colegas pularam no mar de medo.

Se ele ficou com medo também? "Como não ficar com medo? Quando ele se batia, fazia muito estrago, porque era muito forte, muito grande, o dente muito afiado. É um tubarão como vemos em filme", diz.

Apesar do sufoco para tira-lo do mar e do medo que causou, o tubarão rendeu um bom dinheiro. Ele foi vendido a R$ 8 o quilo, e pesava 96 kg depois de limpo. "Deu uns R$ 700. A gente fala que ganhou o da semana", afirma Fortes. O pescador explica que o tubarão que encontraram é como um cação, só que maior.

Pescadores encontram tubarão em Mongaguá (SP).jpg
Fonte: Agência de Noticias Jornal Floripa


C. taurus

Mais informações sobre a espécie:



Postagens na Cardume relacionadas:







quinta-feira, 24 de março de 2011

30 anos da Federação das Associações dos Engenheiros de Pesca são retratados em livro



A Federação das Associações dos Engenheiros de Pesca do Brasil lançou nesta quarta-feira (24/03), no plenário do Confea, o livro “FAEP-BR – 30 anos de trajetória”. Segundo o presidente da Federação, Elizeu Augusto de Brito, a obra tem por objetivo contar a história da Federação e divulgar as suas contribuições dentro do sistema profissional.

Elizeu, chamando atenção de que todas as empresas que trabalham hoje no setor pesqueiro têm a responsabilidade de se registrarem no Sistema, afirmou que a Federação, que hoje está descredenciada pelo Colégio de Entidades Nacionais, tem por objetivo integrar novamente o Colegiado ainda nesse ano.

O presidente da FAEP falou ainda sobre o curso de Engenharia de Pesca. Segundo ele, o curso completou, no ano passado, 40 anos. “Existem hoje, no Brasil, 17 cursos e, a partir desse ano, devemos formar, a cada ano, cerca de 150 a 200 novos profissionais”. Segundo ele, hoje, os engenheiros de pesca somam 3.200 profissionais em todo o país.

Fonte: Confea


RS - Proibição da pesca de arrasto na Lagoa dos Patos continua


Após análise de documento, contendo 380 assinaturas de pescadores da Lagoa dos Patos, enviado ao Ministério da Pesca pela Câmara Municipal de São José do Norte, os técnicos do Departamento de Planejamento e Ordenamento da Pesca Artesanal elaboraram o Parecer Técnico 06/2011 - CGPAM/DPOPA/SEPOP/MPA, optando pela manutenção da proibição da pesca de arrasto no estuário da Lagoa dos Patos.

Nas Considerações Gerais, o documento assinala o seguinte: "O presente Parecer Técnico se refere à análise da demanda da Câmara Municipal de São José do Norte/RS, que pleiteia a aprovação da suspensão da pesca de arrasto dentro do estuário da Lagoa dos Patos por um período de 60 dias, prorrogável por igual período. Cabe ressaltar que foi analisada a Nota Técnica nº 003/2011 – ASSE/SE/MPA, anexada ao processo 00350.002189/2011-66 e apensada ao processo em questão por se tratar da mesma demanda.

O Parecer Técnico, com um total de 27 itens, discorre sobre as condições da pesca na Lagoa e do arrazoado dos pescadores. No item 8, como exemplo, a análise salienta que "A Lagoa dos Patos e sua região estuarina (área compreendida entre a confrontação com Arambaré - latitude 30 a 50 Sul, e a Barra do Rio Grande - latitude 32.10 Sul) constituem importantes criadouros e berçários de diversas espécies como, por exemplo, o camarão-rosa, principal recurso pesqueiro da região. Além dessa importância ecológica, essa região possui uma importante função social e econômica para as comunidades que vivem em seus arredores".

No item 9, o documento assinala o seguinte: "No estuário, há uma grande diversidade de organismos adaptados às características físicas do meio. Pesquisadores acreditam que a distribuição espacial e a variação temporal das larvas e juvenis de peixes no estuário são controladas, principalmente, pela competição alimentar dos recursos bentônicos e pelos fatores ambientais como salinidade, temperatura, profundidade e transparência da água e não pela sua predação. Os crustáceos, entre eles, o camarão-rosa, o siri-azul e o caranguejo, utilizam as enseadas como locais de criação no verão e, no outono, com a baixa temperatura, migram para locais mais profundos".

Item 10 - "A reprodução e a desova do camarão-rosa ocorrem no oceano, em profundidades que variam de 40 a 100 metros, resultando ovos demersais dos quais eclodem larvas planctônicas em fase de náuplios. Passam por diversos estágios larvários, completando-se entre 24 e 46 dias, e ao aproximarem-se dos estuários, adquirem vida bentônica e permanecem nessas águas por alguns meses em fase de crescimento, os juvenis utilizam as pradarias submersas de "Ruppia marítima" e reiniciam o ciclo".

Após outros itens, o documento chega ao Parecer e à Conclusão: "Considerando os documentos apresentados no processo 00375.000001/2011-97, entende-se que não há consenso entre os pescadores para a liberação da pesca de arrasto dentro do estuário; considerando que, após todo o discorrido sobre os impactos provocados pela pesca de arrasto, percebe-se que os vereadores de São José do Norte estão equivocados ao considerarem que essa arte de pesca não acarreta danos irreversíveis ao ambiente, mesmo que praticado em curto prazo; considerando que São José do Norte é apenas um dos municípios que faz parte do Fórum da Lagoa dos Patos e que utilizam os recursos pesqueiros do estuário, cabe ressaltar que o Fórum da Lagoa dos Patos é um órgão colegiado de função cooperativa com o setor pesqueiro no âmbito político, econômico e jurídico e é composto por 22 instituições, sendo elas entidades e representantes da sociedade civil organizada do estuário da Lagoa dos Patos; considerando que o abaixo-assinado apresenta aproximadamente 380 assinaturas e que não deixa claro de onde são os pescadores que o assinaram e qual seria a situação emergencial pela qual estão passando, não é possível analisar essa situação emergencial e vale destacar que existem cerca de oito mil pescadores na Lagoa dos Patos; considerando o Decreto nº 6.981/2009, que dispõe sobre a atuação conjunta do MPA e do MMA nos aspectos relacionados ao uso sustentável dos recursos pesqueiros; considerando que o CPG Estuarino e Lagunar SE/S está em processo de implementação e que o Fórum da Lagoa dos Patos é essencial no processo participativo do CPG, somos desfavoráveis à suspensão do inciso III do artigo 3º da INC nº 3/2004, visto que a pesca de arrasto é extremamente prejudicial, acordando com a NT nº 003/2011 - ASSE/SE/MPA.

Somos favoráveis à revisão da referida INC, frente aos outros temas controversos presentes nos processos, tais como o ordenamento do aviãozinho e os períodos de defeso das espécies presentes no estuário da Lagoa dos Patos. Porém, conforme a nova configuração do ordenamento pesqueiro, o tema em questão deve ser discutido no âmbito do CPG Estuarino e Lagunar SE/S para que este possa subsidiar o MPA e o MMA para a tomada de decisão. Em tempo, com a urgência que o caso requer, sugerimos que a demanda seja encaminhada ao MMA para manifestação e que este PT seja encaminhado à Superintendência Federal da Pesca e Aquicultura do Rio Grande do Sul para conhecimento".

Diante da manifestação do Ministério da Pesca, estiveram na Redação do Agora, na tarde da última sexta-feira, o vereador Claudio Costa (PT-Rio Grande), em companhia de Paulo Rene, da Associação dos Pescadores da Ilha da Torotama, e Helmo Franco, da Pastoral dos Pescadores, que se manifestaram favoráveis à proibição da pesca de arrasto, considerando que, além desse estilo de pesca, favorecer a um pequeno grupo de pescadores que tem a Lagoa como local de sobrevivência, os prejuízos futuros seriam muito graves para a pesca artesanal.

Claudio Costa lembrou que, em todo mundo, não existe liberação para pesca de arrasto em águas interiores e que, assim sendo, o Ministério da Pesca está, com sua determinação, buscando proteger o futuro da pesca dentro da Lagoa, considerando que a pesca de arrasto pode trazer problemas para as futuras safras na Lagoa.

"Estamos acompanhando todas as reuniões do Foro da Lagoa, sentindo o trabalho e as conquistas dos pescadores, como calendário de pesca, seguro desemprego, zona de exclusão do entorno da Boca da Barra para a pesca de cerco e, por isso, sentimos uma contradição no pedido da liberação para a pesca do arrasto, disseram os visitantes. A Lagoa conta com 5 a 6 mil pescadores entre os municípios de São José do Norte, Rio Grande e São Lourenço do Sul e muito poucos foram os favoráveis à liberação desse estilo de pesca que, em nosso entender, trará um forte e negativo impacto às condições da própria Lagoa".

Fonte: Jornal Agora

Tainha - limite de 60 embarcações para a frota industrial de cerco


O Ministério Público Federal (MPF) divulgou na segunda-feira, 21, que entrou com representação no Tribunal de Contas da União (TCU) para que seja restabelecida a norma que limita o número de embarcações de cerco, "traineiras", permitidos na pesca da tainha, como nas safras de 2009 e 2010 . A suspensão havia sido autorizada pelo Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) e pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA).

De acordo com o MPF, as ovas da tainha são uma iguaria semelhante ao caviar, valorizada no mercado internacional e que a frota de cerco atua sobre as agregações reprodutivas da espécie, visando a exportação das ovas para a comunidade europeia.

No pedido, o MPF requereu o restabelecimento de limites para a captura da tainha pela frota industrial de cerco; a proibição do desembarque, em todo o território nacional, de ovas de tainha desacompanhadas das respectivas carcaças; bem como a adoção das medidas necessárias à elaboração de plano de gestão para a espécie.

Esclarece a procuradora da República Anelise Becker que, no ano de 2004, a tainha foi classificada pelo MMA como espécie sobreexplotada, ou seja, como uma espécie cujo índice de captura é tão elevado, que reduz a sua população.

Em razão do potencial de desova e as capturas futuras a níveis inferiores aos de segurança para a sua conservação, a medida é apontada necessária e deve ser objeto de plano de gestão, visando à recuperação de seus estoques e da sustentabilidade da pesca, sem prejuízo do aprimoramento das medidas de ordenamento existentes.

De acordo com a procuradora da República, na tentativa de minimizar os impactos da pesca sobre a tainha, o Ibama, no ano de 2008, editou a Instrução Normativa no 171, limitando em 60 embarcações o máximo esforço de pesca permitido para a frota industrial de cerco. A vigência de tal dispositivo, contudo, vinha sendo adiada, ano após ano, pelo MPA e MMA, de modo que chegaram a ser permissionadas, no ano de 2009, 115 traineiras para a captura de tainha ovada e, no ano de 2010, 82 embarcações daquele tipo.

Observa a procuradora que o grande poder de pesca da frota industrial de traineiras, capturando grandes quantidades de tainha em locais e épocas de desova, pode levar à extinção da espécie.

O fenômeno é conhecido como "depleção serial de estoques", na medida em que a tainha passou a lhes ser permissionada como espécie-alvo, alternativa à captura da sardinha, cujos estoques entraram em colapso no ano 2000.

É relatado que a falta de controle prejudica não apenas o meio ambiente, mas também as comunidades de pescadores artesanais, que dependem da tainha tanto para sua alimentação (subsistência e comercialização), quanto para manifestações culturais que movimentam um importante mercado turístico-gastronômico ao longo de todo o litoral Sudeste e Sul brasileiro.

Acolhendo a Representação do MPF, o TCU determinou ao MPA e ao MMA que definam e quantifiquem parâmetros técnicos e normativos para o ordenamento sustentável das próximas safras da tainha, com base em dados técnicos e científicos existentes e, na sua ausência, que restabeleçam o limite de 60 embarcações para a frota industrial de cerco.

Na mesma decisão, publicada no dia 17, o TCU recomendou ao MPA e MMA que apresentem, no prazo de 120 dias, proposta conjunta de plano de ação, contendo cronograma de medidas necessárias à elaboração e implementação do plano de gestão do uso sustentável da tainha, definindo prazos e responsáveis pela adoção de tais medidas, assim como que proíbam, em todo o território nacional, o desembarque de ovas de tainha desacompanhadas das respectivas carcaças.

Thaise Saeter/ Assessoria MPF
Fonte: Jornal Agora

quarta-feira, 23 de março de 2011

Tsunami - Imagens pelo Japão


Foi criado um Blog que está recolhendo trabalhos artisticos sobre o desastre, como os apresentado abaixo, para posteriormente serem vendidas (as 50 melhores) em um evento no dia 30 de abril.

















O dinheiro arrecadado será enviado a uma entidade de ajuda humanitário no Japão.

Mais imagens: http://cfsl.net/tsunami/

Fonte: O GLOBO



CE - Consulta Pública (PLDM) em Icapuí



Aconteceu segunda (21/3), na comunidade de Redonda, uma consulta pública com os pescadores artesanais, marisqueiras e lideres políticos de Icapuí para tratar da implantação dos Planos Locais de Desenvolvimento da Maricultura - PLDM.

Trata-se de uma iniciativa do Ministério da Pesca e Aquicultura - MPA, do Governo Federal, de promover o desenvolvimento da maricultura (cultivo de ostras, algas e peixes no mar) de forma sustentável e participativa.

O objetivo principal é definir áreas na zona costeira de municípios com potencialidades para esse tipo de cultura, tornando a exploração juridicamente correta e ambiental, social e economicamente sustentável. Inicialmente, faz-se um levantamento de informações dos locais escolhidos para implantação da atividade, analisando aspectos do meio físico e biológico e o uso dessas áreas para pesca, turismo, navegação e lazer. Nessa primeira etapa, os PLDM serão implantados em alguns municípios do Ceará, entre eles Icapuí, e do Rio Grande do Norte. A ideia central desses planos é facilitar o acesso dos pequenos maricultores e pescadores artesanais às águas de propriedade da União, passando para o Estado a responsabilidade de assumir os custos de elaboração dos estudos necessários para a implementação e todos os trâmites para concessão do licenciamento ambiental para exploração comercial dessas áreas

Estavam presentes, além de pescadores artesanais, marisqueiras e moradores da comunidade de Redonda, o Secretário Estadual da Pesca, Flávio Bezerra, o Deputado Estadual Dedé Teixeira (PT), os vereadores icapuienses Lacerda Filho (PSDB), Marcos Nunes (PCdoB), Jerônimo Gomes (PT) e Felipe Maia (PT), técnicos e representantes do Ministério da Pesca e Aquicultura e as entidades que desenvolvem pesquisas científicas na área, para apresentar detalhes técnicos sobre o cultivo de organismos marinhos em nosso litoral. Nos levantamentos feitos, os técnicos avaliaram o trecho compreendido entre as praias de Barreiras de Baixo (ou Barreiras da Sereia) e o Retiro Grande, por terem as condições propícias para essa atividade. Essa área seria loteada e dividida em parques aquíferos, sendo os localizados mais próximos a costa reservados para cultivo de algas, e os mais afastados para a criação de peixes. Segundo os técnicos, o município de Icapuí não possui potencial para cultivo de ostras, ficando de fora do projeto.

Após explanação feita pelos técnicos, que apontaram os detalhes da implantação da maricultura em Icapuí, surgiram muitos questionamentos sobre aspectos diversos, principalmente quanto a viabilidade, a sustentabilidade e o custo-benefício para os pescadores e marisqueiras que participassem do projeto. Um dos pontos questionados refere-se a localização dos lotes destinados à criação de peixes, próximo a 10 milhas de distância do continente. Isso restringiria a atividade pesqueira a barcos de maior porte e equipamentos adequados para grandes profundidades, algo que a maioria das embarcações icapuienses não possuem.

O vereador Lacerda Filho salientou a importância da preservação da tradição da pesca artesanal, principalmente da lagosta. Segundo o vereador, a forma como seria implantado a maricultura, destacando a localização dos lotes que abrange quase exclusivamente a praia de Redonda, poderia agravar os conflitos existentes entre pescadores de outras comunidades, mesmo o projeto de maricultura abrangendo todos os pescadores do município. Essa localização poderia subentender um privilégio para uma comunidade em detrimento de outra. Esses conflitos, causados especialmente pela escassez da lagosta, criou uma rivalidade entre pescadores artesanais (que utilizam o "mansuá") e os pescadores "alternativos" (que praticam a pesca de mergulho com uso de compressor), sendo que esse modelo de cultivo apresentado poderia reacender a querela. O ideal seria intensificar a fiscalização da pesca ilegal e predatória e direcionar essas novas atividades como alternativas aos pescadores que, por circunstâncias diversas, não praticam a pesca legal. Isso refletiria em uma distribuição social igualitária dos benefícios de um projeto desse tipo. O vereador Jerônimo Reis questionou o porque da não inclusão das comunidades situadas no lado leste do município de Icapuí, que também possuem atividade pesqueira relevante. A resposta dos técnicos se baseou nos estudos que apontaram o melhor conjunto de características físicas e biológicas para definir a área de cultivo. Os dois vereadores compartilham da mesma opinião, defendendo a redistribuição das áreas de maricultura, que contemplem as demais comunidades do município.

Outros questionamentos também foram levantados por representantes da comunidade pesqueira, como a preocupação em não repetir as experiências com a carcinicultura, onde a concentração de renda ficou com os grandes empresários e investidores. Em alguns casos, os impactos ambientais causados por esses empreendimentos geraram danos irreversíveis aos ecossistemas. Os loteamentos podem de algum modo seguir este mesmo caminho e serem adquiridos por empresários de fora, limitando o acesso dos pescadores locais a essas áreas que são berçários naturais de lagosta, peixes e outras espécies.

Os Planos Locais de Desenvolvimento da Maricultura - PLDM são uma interessante alternativa para compensar a escassez da produção de lagosta em Icapuí, como ressaltou o deputado estadual Dedé Teixeira. Criar novas oportunidades de negócios, geração de empregos e ocupar os jovens é um dos benefícios proporcionados pela maricultura. A instalação desses cultivos produzirá uma cadeia de outros serviços que precisará de mão-de-obra para executá-los. No entanto, alguns ajustes técnicos precisariam ser feitos para atender as necessidades específicas dos principais envolvidos: pescadores artesanais e marisqueiras que têm o mar como única fonte de sobrevivência. Essas alterações constaram em ata aprovada pela maioria dos presentes e, de acordo com os técnicos, serão incorporadas ao projeto original atendendo às reivindicações propostas.

As informações apresentadas foram bastante esclarecedoras do ponto de vista técnico e científico. A participação dos pescadores poderia ter sido mais efetiva, com exposição de suas vivências de "homens do mar". No entanto, um aparente acanhamento dominava os semblantes de alguns presentes. Poucos se manifestaram, ou por desinteresse ou incompreensão do assunto. Diante de tantas óticas diferentes, devemos considerar que qualquer interferência na cultura, costumes e tradições desses povos devem ser feitas com cautela e respeito a sua condição de nativo e suas relações com um mar que aprenderam a chamar de seu.

Por Claudimar Silva

Compilado do Blog www.acidadeicapui.com.br/


Fonte: Rádio Canoa FM


Informações relacionadas:


http://www.mpa.gov.br/mpa/seap/didaq/htlm2/planos_locais_desenvolvimento_maricultura(PLDM).html

http://www.acidadeicapui.com.br/2011/03/audiencia-publica-do-pldm-acontece-na.html

http://cedap.epagri.sc.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=1148:pldm-na-panorama-da-aquicultura&catid=92:geral&Itemid=171




Japão - Radiação elevada no mar perto de Fukushima


Os efeitos do desastre nuclear em Fukushima não param. Depois dos legumes e do leite contaminado, a ameaça vem agora do Oceano Pacífico. Nas águas perto de Fukushima foram detectados valores de substâncias radioativas, como o iodo e o césio, muito superiores ao normal. No caso do iodo a concentração é 127 vezes superior ao limite permitido.

O governo japonês garante que estes níveis de radiação não ameaçam a saúde humana. Ainda assim, o ministério da Saúde pediu que as províncias a leste de Tóquio reforcem o controlo e inspecção dos produtos pescados na sua costa. Uma situação que é preocupante para os pescadores. O medo das radiações está a afastar os clientes.

Os países vizinhos do Japão também estão a levar a sério o perigo das radiações. Em Taiwan, na China e na Coreia do Sul as autoridades desdobram-se na inspecção de alimentos oriundos do Japão. Nos restaurantes há até máquinas para controlar a radioatividade.

A Organização Mundial de Saúde emitiu segunda-feira um alerta que avisa que a ameaça é mais séria do que se julgou no início, quando se pensou que se poderia limitar o problema a um perímetro de 20 ou 30 quilómetros em redor de Fukushima.


Fonte: tvi 24

terça-feira, 22 de março de 2011

Japão - Antes e depois do tsunami


Imagens obtidas por meio de satélites têm sido importantes para fornecer um retrato exato da extensão da destruição causada pelo terremoto seguido por tsunami que atingiu o Japão em 11 de março.



O International Charter Space and Major Disasters, que distribui dados orbitais para auxiliar países afetados por desastres naturais, foi acionado pelo governo japonês no mesmo dia em que o desastre ocorreu. Como resultado, imagens feitas por diversos satélites estão sendo utilizadas para mapear as áreas afetadas.

Em janeiro, após deslizamentos na região serrana do Rio de Janeiro, o International Charter Space and Major Disasters foi acionado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) para fornecer imagens e dados para serem utilizados nos trabalhos de recuperação e prevenção.

Fundada na Europa em 2000, a iniciativa combina dados de satélites de várias agências e operadores espaciais de modo a fornecer informações gratuitas que possam ajudar na coordenação de respostas mais rápidas a grandes desastres naturais, como os esforços de auxílio nas áreas atingidas.

A partir dos dados reunidos, especialistas têm podido avaliar a extensão da devastação causada pelo terremoto e tsunami que até o momento soma mais de 8 mil mortes confirmadas, com outras 12 mil pessoas desaparecidas e 360 mil evacuadas e acomodadas em abrigos temporários.

A comparação de imagens feitas antes e depois do desastre permite verificar onde havia estradas, prédios e outras construções e estimar o que foi destruído.

O trabalho de análise dos dados é coordenado pela Agência de Exploração Aeroespacial do Japão (Jaxa) e pelo Instituto de Tecnologia da Ásia. Entre os satélites utilizados estão o TerraSAR-X, da Alemanha, o SPOT-5, da França, o Envisat, da Agência Espacial Europeia (ESA), e unidades dos Estados Unidos.

Segundo a ESA, a análise dos dados ajudará não apenas no processo de avaliação e reconstrução no Japão, mas no aumento da compreensão de como desastres naturais podem atingir áreas habitadas, conhecimento essencial para o desenvolvimento de melhores sistemas de alerta.

Uma divisão do International Charter Space and Major Disasters está analisando 20 anos de dados de satélites de observação para ajudar a entender melhor o impacto dos riscos geológicos.

Mais informações: www.disasterscharter.org

segunda-feira, 21 de março de 2011

Seminário PEA- OGX


Neste último final de semana tive o privilégio de participar do Seminário do PEA da OGX na Bacia de Campos.

Foi um encontro especial entre entidades de pesca e pescadores voluntários dos 8 municípios da área de infuência das atividades da OGX na Bacia de Campos.

http://pesca-artesanal-campos.blogspot.com/2011/03/o-seminario-pea-ogx-foi-um-sucesso.html

No blog acima é possivel também acompanhar cada um dos 8 projetos que vem sendo realizados com muita dedicação por todos que dele fazem parte.

Fonte: Blog Pesca Artesanal (PEA-OGX)

sexta-feira, 18 de março de 2011

Termo de cooperação técnica MPA x BNDES


O Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) firmaram nesta quinta-feira (17) parceria para ampliar o papel do Brasil como produtor de pescados para os mercados doméstico e mundial.



A ministra do MPA, Ideli Salvati, e o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, assinaram termo de cooperação técnica entre as duas instituições e lançaram uma agenda institucional de desenvolvimento econômico e social da aquicultura e pesca brasileira. O encontro ocorreu na sede do BNDES, no Rio de Janeiro.


Ao assinar o termo de cooperação, o presidente do BNDES destacou a importância da aquicultura de água doce como atividade estrategicamente relevante para a oferta de emprego, renda e de proteína de peixe, de alta qualidade, para o País.


A parceria entre BNDES e MPA vai fazer um levantamento inédito sobre todo o setor pesqueiro e aquícola no Brasil, do ponto de vista estrutural, econômico e social. Para a ministra, a união dos dois órgãos estimulará estados, municípios e a iniciativa privada a priorizarem esse setor. Ou seja, além de informações fundamentadas e validadas junto aos diversos atores, o governo terá capacidade de avaliar e qualificar o segmento, apoiando o desenvolvimento da cadeia produtiva de pescado no País, “a exemplo da infraestrutura necessária, que vai desde equipamentos até a assistência técnica em todas as fases, que fazem com que o alimento pescado ou produzido chegue à mesa da população”, disse Ideli Salvatti.


A produção em cativeiro de peixes (piscicultura), mariscos (mitilicultura), algas (algicultura) ou camarões (carcinicultura) são alguns dos vários exemplos de investimentos que devem receber maior atenção. Estimativas preliminares indicam que a pesca e a aquicultura possuem grande capacidade de geração de emprego e renda, além de oferecer excelente lucratividade aos investidores. A aposta maior é sobre a aquicultura, onde o Brasil pode expandir a produção a ponto de se tornar um dos maiores produtores mundiais de pescado.


Segundo a ministra, a parceria entre o MPA e o BNDES deve ajudar o País a continuar ampliando sua produção de pescados. Nos últimos anos, a produção nacional aumentou de 990 mil toneladas/ano para 1,241 milhão de toneladas, um acréscimo de 25%. Mesmo assim, ainda faltam 16% para atender toda a demanda interna que está sendo puxada pelo aumento do consumo. O brasileiro ingere, em média, 9 kg/hab/ano, ainda abaixo dos 12 kg recomendados pela FAO e OMS.


Fonte: Portal Brasil


quarta-feira, 16 de março de 2011

RS - Conflito entre a Pesca e o Surf


Abaixo informações sobre conflito que ocorre no litoral gaucho entre os pescadoresde rede e os surfistas que alegam o risco de se engancharem nas redes podendo ocorrer até a morte do surfista, como ocorreu em novembro do ano passado, enquanto que os pescadores alegam que a pratica de surf atrapalha a pesca.

Medidas de ordenamento tem sido tomadas sendo que acabou de ser promulgada uma lei a respeito (abaixo).

Redes de pesca
Cabos recolocados no Sul

Por Redação Waves em 16/03/11 11:47 GMT-03:00

Comunidade gaúcha faz alerta para recolocação de cabos de redes de pesca. Foto: Reprodução.

Como acontece em todos os anos, a recolocação de cabos de redes de pesca retirados na época de verão começa nesta quarta-feira no Rio Grande do Sul.

Devido a um acordo entre pescadores e municípios, muitas das áreas que estavam liberadas para surf durante o período de veraneio serão realocadas para a pesca profissional artesanal.

Para a própria segurança, é vital que os surfistas reavaliem as praias antes de entrarem na água,

Fonte Ondas do Sul



Fonte: Federação Gaucha de Surf (FGS)

Corda ultrapassava toda a extensão da plataforma de Atlântida

Na mesma semana em que foi liberado o uso de cabos de rede de pesca na orla das praias gaúchas, uma nova ameaça aos surfistas surgiu no mar de Atlântida, próximo à plataforma.

A presença de uma boia com uma corda que ultrapassava toda a extensão da plataforma causou preocupação entre os praticantes do surfe. Avisado do problema, o presidente da Federação Gaúcha de Surfe, Orlando Carvalho, mobilizou Brigada Militar, Bombeiros e colegas para recolher o cabo.

Cabos de pesca são liberados no litoral

Foram necessários dez homens para retirar a corda do mar. O grupo, formado por cinco surfistas e cinco bombeiros, levou duas horas para concluir a operação. Um jet-ski, cedido por uma empresa que trabalha para a federação gaúcha, facilitou o acesso ao cabo.

— Acredito que a corda tenha vindo de alto-mar. Estava sem a rede de pesca, era apenas a boia e a corda. Provavelmente os pescadores tiraram a rede pois sabiam que a ressaca levaria a corda adiante — disse Carvalho. Segundo ele, são justamente as cordas soltas no mar as causas da maioria das mortes de surfistas no litoral gaúcho:

— Pelo menos 80% das mortes de surfistas são em decorrência de ficarem presos a esses cabos.

Desde terça-feira, pescadores foram autorizados a usar cabos de rede de pesca na orla das praias gaúchas. Proibida em dezembro passado, a restrição fez parte de um conjunto de medidas para solucionar o impasse entre surfistas e pescadores.

Em novembro passado, a morte do estudante Thiago Rufatto, de 18 anos, reativou a polêmica sobre a demarcação de áreas para surfe e para pesca. Preso em um cabo enquanto surfava, em Capão da Canoa, Rufatto permaneceu cerca de 30 minutos submerso. A sinalização com o aviso das demarcações dos locais liberados para surfe e pesca estavam em um depósito da prefeitura do município.

Durante três meses, uma comissão elaborou um estudo estabelecendo as regiões mais adequadas para o surfe e para a pesca. O grupo, formado por representantes das duas categorias, visitou todos os municípios do Litoral Norte para dialogar com as entidades representativas e atender às peculiaridades de cada local.

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Materia da manhã de hoje

Duas bóias com bandeira e resto de redes e cabos foram avistadas em locais diferentes da costa gaúcha justamente no dia da liberação para redes de pesca (dia 15 de Março).

Uma curiosidade é que os dois equipamentos não são do tipo dos que são fixados na praia, e sim de barcos de pesca, as quais foram jogadas para costa após a última ressaca, ou seja este tipo de equipamento pode aparecer em qualquer local, a qualquer hora mesmo sendo um local demarcado para surf ou não.

Estas bandeira com bóias são presas as pontas das grandes redes jogadas pelos barcos de pesca em alto mar e servem para facilitar a localização das extremidades da mesma afim de facilitar o recolhimento.

Cabe novamente lembrar que mesmo com a proibição da pesca em locais demarcados para surf não estamos livres de nos deparar com uma rede destas durante o surf.

A rede da Barrinha de Tramandaí, conforme foto anexo a matéria, sumiu, provavelmente foi levada para dentro do rio Tramandaí, mas a da plataforma de Atlântida ainda encotra-se lá.

A FGS ja esta sabendo desta rede e deverá tomar providencias ainda hoje.


A polêmica entre surfistas e pescadores no Rio Grande do Sul
Por João Paulo Lucena | 06/03/2011 - Atualizada às 07:15

Procurando regular um antigo conflito entre surfistas e pescadores nas praias do Rio Grande do Sul, no início deste ano, o Governo do Estado sancionou uma lei que estende de 400 metros para 2,1 quilômetros as áreas de surfe no litoral gaúcho e determina a adoção de equipamento de segurança pelos surfistas. Nas praias gaúchas, este é um problema gravíssimo e 49 praticantes deste esporte já morreram presos em redes de pesca desde 1978, sendo o último em novembro do ano passado

A lei, que se originou do Projeto de Lei nº 113/2010, do Deputado Estadual Fernando Záchia, não se limita ao surfe, mas determina a obrigatoriedade da demarcação das áreas de pesca, lazer ou recreação nos municípios com orla marítima, lacustre ou fluvial. Apesar de recém publicada, já está causando diversas polêmicas.

Atendendo a uma antiga reivindicação dos surfistas, o projeto repercutiu negativamente entre pescadores e o Ministério da Pesca, uma vez que, para os primeiros, a nova regulamentação inviabilizará a pesca familiar e gerará desemprego. Mas quem tem razão? Será que não há espaço para todos?

O certo é que os pescadores continuarão a pescar e os surfistas a surfar e temos aí a necessidade de ponderação entre dois valores ligados à vida: de um lado a proteção aos surfistas que exercitam o seu direito de acesso ao mar para prática de esporte, lazer e até profissão; do outro os pescadores profissionais que tiram do mesmo mar a sua subsistência.

Como as áreas de surfe devem ser demarcadas em zonas urbanas, os pescadores afirmam que é justamente nelas que historicamente criaram raízes e que é do mar que retiram a sua subsistência e de suas famílias. A primeira polêmica é sobre como vai ser feita a demarcação, se uma por município ou se uma por cada zona urbana, o que multiplicaria em muito o número de zonas restritas ao surfe.

Simulações e exemplos - O litoral do Rio Grande do Sul possui 622 quilômetros de extensão, o que , hipoteticamente, seria suficiente para criar 296 áreas contínuas para prática de surfe. Já o chamado litoral norte do Estado possui 112 quilômetros, possibilitando 53 zonas exclusivas de surfe lado a lado.

Por sua vez, na extensão de litoral total do Rio Grande do Sul, há apenas 17 municípios (Torres, Arroio do Sal, Terra de Areia, Capão da Canoa, Xangri-lá, Osório, Imbé, Tramandaí, Cidreira, Balneário Pinhal, Palmares do Sul, Mostardas, Tavares, São José do Norte, Rio Grande, Santa Vitória do Palmar e Chuí) o que contabilizaria apenas 35,7 quilômetros de litoral bloqueados para a pesca.

Ainda, considerando que nos 112 quilômetros do litoral norte do Estado onde se concentram a maioria dos surfistas são apenas 10 municípios, calculando uma zona de surfe por cada um teríamos 21 quilômetros para os esportistas e 91 para os pescadores.

O que causa dúvida é que nestes municípios existem outras zonas urbanas que consistem em praias e balneários e que somam várias centenas por todo litoral. Todavia a lei refere que as prefeituras é que deverão criar estas zonas de exclusão para pesca, não deixando claro se será uma para cada município ou uma para cada zona urbana, praia ou balneário. Qual a diferença que isto faz? Bom, somente o município de Arroio do Sal conta com 48 balneários.

O segundo ponto polêmico é que, assim como a nova lei estabeleceu restrições para os pescadores a fim de prevenir novos acidentes por afogamento, a mesma também estabeleceu responsabilidades para os surfistas, tornando obrigatória a utilização de equipamentos de segurança, mas sem especificar o tipo a ser adotado.


 

terça-feira, 15 de março de 2011

Novo coletor solar beneficiará 150 pescadores de Itaguaí


Mais de 150 pescadores de Itaguaí poderão melhorar a qualidade do seu pescado e, assim, aumentar o valor de venda dos peixes no mercado. A partir de abril, o município ganhará um novo coletor solar. O equipamento capta e processa energia solar e eólica, que é usada na câmara de secagem para conservação de peixes. A iniciativa é resultado de uma parceria entre a Prefeitura de Itaguaí, a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

O projeto tem o objetivo de melhorar a renda dos pescadores ao valorizar espécies de peixes mais baratas, como o bagre amarelo, que depois de passar por um processo de secagem e salga passam a custar sete vezes mais. Segundo Priscila Massi, diretora de pesca do município, a espécie de menor valor comercial, depois de salgada, passa a se chamar mulato velho, cujo preço pode chegar a R$15.

Para que os pescadores aprendam a operar o equipamento a Secretaria está oferecendo um curso de capacitação, com aulas voltadas para os pescadores que atuam no Canal do Trapiche, Ilha dos Martins, Ilha da Madeira, Ponte Preta e Rio da Guarda. Além de aprenderem sobre a câmera de secagem, os alunos também têm aulas de como fazer produtos usando como matéria-prima o pescado: linguiça, hambúrguer e outros derivados.

Fonte: O GLOBO/ Razão Social



segunda-feira, 14 de março de 2011

Decisão negativa na ação civil pública envolvendo os pescadores de Magé

Abaixo notícia veiculada no site do Centro de Assessoria Popular Mariana Criola sobre o andamento do conflito entre os pescadores artesanais e a Petrobras e suas empresas terceirizadas em Magé, no fundo da baía de Guanabara.

Magé - Na última quarta-feira, 02/03, na secção da Justiça Federal de Magé estava marcada audiência de instrução e julgamento da ação civil pública n. 2009.51.14.000500-7 movida pelo Ministério Públicos Federal contra os danos ambientais e os impactos negativos à pesca artesanal provocados pelo empreendimento da Petrobrás em Magé.

Os 96 pescadores impactados diretamente pelos empreendimentos estiveram presentes. Nesta audiência seriam ouvidas as testemunhas das partes envolvidas no processo, entretanto, a mesma não ocorreu. O juiz titular aceitando os argumentos da Petrobrás se julgou incompetente para apreciar o caso e declinou a competência para a justiça estadual. O juiz não apreciou o pedido de assistência da Ahomar presentes no processo. Agora, cabe ao MPF recorrer desta decisão ao Tribunal Regional Federal da 2a Região, buscando garantir a permanência do processo na justiça federal. Esta decisão acarretará mais demora no julgamento do processo.

É sempre importante lembrar que essa ação é produto da mobilização que os pescadores artesanais fizeram em 2009 que deram visibilidade às suas denúncias da prática predatória dos empreendimentos da Petrobrás e dos consórcios responsáveis pela obra. Os pescadores denunciaram as irregularidades do rima que possibilitou o licenciamento das obras e em razão das muitas denuncias, graves conflitos ocorreram, com o assassinato de um dos integrantes da associação homens do mar e os frequentes processos de criminalizaçãram vividos pelo atual presidente. No entanto, apesar da situação de conflito que impediu que muitos pescadores artesanais pudessem garantir sua sobrevivência, a ação civil pública vem reconhecer que os pescadores estavam certos desde o inicio, não se trata apenas de resguardar essa categoria social de pesca artesanal, mas a se manter a atual projeção da Petrobrás com todos os empreendimento que pretende ainda efetuar ameaçada está a Baia de Guanabara como um todo.

Ilhabela - Prefeitura destina área do Entreposto de Pesca para instalação de fábrica de gelo

Ilhabela - Prefeitura destina área do Entreposto de Pesca para instalação de fábrica de gelo

sábado, 12 de março de 2011

Tsunami no Japão

Abaixo imagens do tsunami que atingiu a costa nordeste do Japão ontem, depois do terremoto que atingiu 8,8 graus na escala Richter.



A força da água parece com que tudo fique menor do que realmemente é, ou pelo emnos que achavamos que fosse e arrasta tudo que encontra pela frente, carros, barcos, casas ...



Imagens: NHK TV


O Tsunami deixou em alerta todo o cinturão de fogo do pacífico. Abaixo imagem de satélite indicando pelas cores a magnitude das ondas. Quanto mais escuro maior o tamanho das ondas, observe que na costa nordeste do Japão onde vimos os vídeos acima, a cor é preta.


Imagem: ScienceShot

Abaixo matéria do O GLOBO um tanto quanto sensacionalista em seu título, que remete a algo catastrófico por aqui também o que não procede. Mas me lembro em 2004 de uma maré inesperada no meio da noite horas após o Tsunami da Indonésia.


Tsunami deve chegar ao Brasil na madrugada de sábado

O tsunami gerado pelo terremoto que atingiu a costa nordeste do Japão na madrugada desta sexta-feira também deverá chegar ao Brasil, a exemplo do que aconteceu com a onda criada pelo tremor que abalou a costa da Ilha de Sumatra, na Indonésia, em dezembro de 2004. Mas, como a distância é muito maior e há mais obstáculos no caminho, o fenômeno deverá ser quase imperceptível. Até o início da noite de hoje, nenhum marégrafo da Marinha havia registrado alterações no nível do mar e a expectativa era de que sinais dele só seriam vistos pelo menos 26 horas depois do tremor, isto é, na madrugada deste sábado.

"O fenômeno está atualmente afetando diretamente apenas o Oceano Pacífico, incluindo a margem oeste do continente americano. Por esse motivo, não se espera haver riscos à navegação na costa brasileira, embora exista a possibilidade de que a onda se propague através da comunicação entre os oceanos Pacífico e Atlântico, pelo Canal de Drake. Neste caso, a previsão de chegada dos sinais de presença do tsunami seria após 26 horas da ocorrência registrada no Japão e provavelmente de forma bastante atenuada", informou a Marinha.

Paulo Rosman, professor de engenharia costeira e oceânica da Coppe/UFRJ, explica que tsunamis só são gerados quando há deslocamento vertical do solo do oceano devido ao terremoto, o que aconteceu no caso do tremor no Japão. No epicentro a onda atinge sua maior altura, que cai a medida que ela vai se irradiando. Como a densidade de energia da onda é proporcional ao quadrado de sua altura, ela perde força rapidamente.

- Mas a grande diferença de um tsunami para uma onda comum não é a altura, e sim o comprimento - diz. - É a diferença de ser atropelado por uma bicicleta e por uma locomotiva. Enquanto uma onda na praia tem comprimento de algumas dezenas de metros, a do tsunami tem dezenas de quilômetros. A massa de água em movimento é muito maior, então uma onda de 20 quilômetros que entra dois quilômetros para o interior não é nada, é só uma lambida, mas que carrega tudo que está pela frente como se fossem folhas boiando.

Segundo Rosman, como o Japão está no meridiano oposto do Brasil e no Oceano Pacífico, o efeito do tsunami no país deve ser ínfimo. No caso do terremoto na Indonésia, a costa atlântica brasileira estava mais próxima e o espaço para a onda passar entre a África e a Antártica era mais aberto.

- Assim, o tsunami deve chegar ao Brasil com uma altura muito menor, provavelmente com apenas um centímetro, e ninguém vai notar - estima.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Grande pescaria em defesa do rio Xingu, contra Belo Monte

Na próxima segunda-feira (14) acontecerá uma grande pescaria em defesa do rio Xingu e contra a construção da hidrelétrica de Belo Monte. O ato, que será realizado em Altamira (PA), é promovido pelos pescadores e pescadoras da região, que retiram do rio a sobrevivência de suas famílias.

O evento terá início às 9 horas, quando os participantes estarão concentrados no Cais de Altamira, em frente ao prédio da Eletronorte. De lá o grupo segue para a pescaria, momento em tecerão uma grande rede de pesca representando a união dos povos do Xingu contra Belo Monte. O retorno ao cais está previsto para às 16 horas, quando haverá uma coletiva de imprensa e a doação do pescado aos moradores da região.

A pescaria tem por objetivo denunciar as ameaças que pensam sobre os povos do Xingu com a construção de Belo Monte, bem como tornar público o desrespeito às leis e aos direitos humanos. As populações de Altamira que precisam diretamente do rio para garantir o sustento de suas famílias – indígenas, pescadores, ribeirinhos, têm sido vitimas constantes de ameaças e investidas de empresas que serão beneficiadas diretamente pela obra.

As reivindicações são para que não haja alterações no percurso natural do rio Xingu, preservando assim as diversas espécies vivas que habitam e dependem do rio. Os pescadores e pescadoras pedem ainda a imediata paralisação da obra e o respeito ao direito das populações que sobrevivem dos frutos retirados do rio. Eles solicitam ainda a criação de um fundo protetor que possibilite a existência natural do rio e ampare as populações que vivem em suas margens.

O evento conta com o apoio do Movimento Xingu Vivo para Sempre, Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Movimento de Atingidos por Barragens (MAB), Prelazia do Xingu, Movimento de Pequenos Agricultores (MPA), Terra de Direitos, Fundo Dema, Consulta Popular e Comissão Pastoral da Terra (CPT), entre outros.


Evento:Grande pescaria em defesa do rio Xingu, contra Belo Monte
Quando: 14 de março, a partir das 9 horas
Onde: Cais de Altamira, em frente ao prédio da Eletronorte
Informações: Ana Laíde – MPA (91) 8179-1446/Fábio Torres – CPT (93) 9146-6932 e Luiz Claudio – Cimi (91) 8298-5716.

Fonte: CIMI - EcoAgência

sexta-feira, 4 de março de 2011

MPA quer empresas de óleo e gás compensando a atividade pesqueira

A ministra da Pesca e Aquicultura, Ideli Salvatti, disse (28/02) que vai conversar com a indústria do petróleo e gás para que pescadores sejam compensados por empreendimentos do setor, como já ocorre nas usinas hidrelétricas. A ministra disse que terá uma reunião com a Petrobras no dia 17 de março para tentar um acordo com a estatal, a fim de que novos empreendimentos como terminais e plataformas petrolíferas tenham propostas de compensação para pessoas que vivem da pesca no país.

Ideli Salvatti disse que a atividade tem grande impacto na atividade pesqueira e citou como exemplo a região norte fluminense, onde há muitas plataformas petrolíferas. Segundo a ministra, os trabalhadores são proibidos de pescar próximo às plataformas, por questões de segurança. E, como as plataformas acabam atraindo os peixes, por funcionarem como recifes artificiais, as zonas livres para a pesca ficam sem o pescado.

“Hoje no licenciamento de qualquer usina de geração de energia, os pescadores são considerados atingidos pela barragem e, portanto, as medidas compensatórias aos pescadores da região já entram no licenciamento, assim como os investimentos para substituição da atividade produtiva. Queremos aproveitar o modelo bem-sucedido do setor elétrico para fazer o mesmo na questão do petróleo e gás”, disse Ideli Salvatti.

A ministra explicou que medidas têm que ser tomadas para minimizar os danos, compensar e indenizar os pescadores. Segundo ela, a presidenta da República, Dilma Rousseff, disse que, se não houver acordo, a própria Presidência decidirá sobre o assunto.

“A presidenta disse que se não houvesse acordo, que levasse o assunto para a mesa presidencial, para a gente poder definir. Tenho certeza absoluta de que, assim que gente conseguir construir a proposta, a presidenta assinará o decreto, da mesma forma como o presidente Lula o fez [em relação à compensação para pescadores no caso das hidrelétricas]”, afirmou.

A ministra reuniu-se hoje com vários representantes de pescadores do Rio de Janeiro e ouviu muitas reclamações sobre impactos negativos que algumas atividades industriais estão tendo sobre a pesca no estado.

Entre as reclamações feitas pelos pescadores estão a dragagem de rios e lagoas da Baixada Campista, no norte do estado, a construção do Porto do Açu, na mesma região, e a operação da Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), na zona oeste da cidade do Rio. Ideli Salvatti, que se reúne na tarde de hoje com o governador fluminense, Sérgio Cabral, disse que tentará marcar uma nova reunião com ele no dia 17 de março, para tratar especificamente desse assunto.

Na reunião de hoje com o governador, a ministra deve conversar sobre a instalação do Terminal Pesqueiro Público do Rio de Janeiro, na Ilha do Governador. O terminal ainda não pôde ser instalado por conta de atrasos em licenças locais.

Fonte: AMAMBAI Notícias

quinta-feira, 3 de março de 2011

Livro: Nos Limites da Amazônia Azul

Lançado esta semana, o livro "Nos limites da Amazônia Azul", com fotografias de Simone Marinho e textos de Roberta Jansen e Antônio Marinho é a primeira obra a reunir os dados históricos do Arquipélago de São Pedro e São Paulo e da Ilha de Trindade.

Os dois conjuntos de ilhas oceânicas garantem a soberania nacional a mais de mil quilômetros do continente com uma posição estratégica em meio ao Atlântico: nos limites da Amazônia Azul, uma área marítima de cerca de 3,6 milhões de quilômetros - quase tão grande quanto à da Floresta Amazônica e rica em biodiversidade e recursos naturais, muitos ainda não identificados.Veja a galeria de fotos das ilhas

As datas de descoberta são incertas, mas acredita-se que Trindade tenha sido abordada pela primeira vez em 1501 e São Pedro e São Paulo em 1511, ambas por navegadores portugueses. As ilhas são recheadas de histórias de naufrágios e lendas de tesouros, que até hoje enchem a cabeça de quem passa por lá.

A ocupação permanente desses territórios - o acesso à ilha é restrito a militares e cientistas - é estratégica, principalmente em tempos de pré-sal, porque amplia a área de exploração de petróleo, gás, minérios, biodiversidade e pesca.

- Além de garantir essa gigantesca Zona Econômica Exclusiva (ZEE), a habitação permanente dá à comunidade científica brasileira a oportunidade de desenvolver pesquisas na região que, em função de suas características ímpares, é um pólo para estudos em várias áreas. Atualmente são desenvolvidos 24 projetos de pesquisa lá - diz o capitão-tenente Marco Antônio Carvalho de Souza, encarregado da Divisão de Apoio ao Proarquipélago.

Fonte: O GLOBO


Nos limites da Amazônia Azul
As ilhas de São Pedro e São Paulo + Trindade
Simone Marinho, Roberta Jansen, Antonio Marinho

Muito além dos limites da costa, ainda existe um Brasil que pouquíssimos brasileiros conhecem, mas que remonta à época do descobrimento. Como sentinelas em alto mar, o Arquipélago de São Pedro e São Paulo, no Nordeste, e a Ilha de Trindade, no Sudeste, garantem a soberania nacional a mais de mil quilômetros do continente. A ocupação desses pequeninos territórios é bastante antiga justamente por sua posição estratégica em meio ao Atlântico. As datas de descoberta são incertas, mas acredita-se que Trindade tenha sido abordada pela primeira vez em 1501 e São Pedro e São Paulo em 1511, ambas por navegadores portugueses. Ambas foram disputadas por portugueses e ingleses interessados em estender seu território sobretudo numa época em que boa parte dos deslocamentos era feita por mar. Naturalistas e exploradores estiveram em Sâo Pedro e São Paulo (Darwin passou por lá) e Trindade (como Halley e James Cook) ao longo dos séculos, bem como piratas, prisioneiros e aventureiros de todos os tipos. As ilhas são recheadas de histórias de naufrágios e lendas de tesouros, que até hoje enchem a cabeça de quem passa por lá. Apesar de ricas em histórias que fazem parte da formação do próprio Brasil, há pouquíssimo material histórico sobre as ilhas, ocupadas hoje por cientistas e militares. Nos limites da Amazônia Azul é a primeira obra a reunir os dados históricos disponíveis.

Editora Casa da Palavra, 160 páginas, R$ 100,00

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