Foi graças ao trabalho de capturar os tubarões que poderiam oferecer risco para surfistas e banhistas, e levá-los de volta para a rota original das espécies, que Pernambuco está há tanto tempo sem ataques. Mas isso não quer dizer que é hora de relaxar, o risco não deixou de existir.
“Esse risco, é importante alertar a população, é particularmente mais alto nos períodos de vento e chuvas mais intensos. E nós tivemos este ano um período de chuvas acima do normal e essas chuvas mais intensas também aumentam os riscos de ataques. Anos em que tivemos chuvas muito intensas foram normalmente quando tivemos incidências elevadas de ataques. Então é preciso redobrar os cuidados nesse período, que vai de maio a setembro, pela intensificação dos ventos e, particularmente esse ano, em função de termos tido um regime de chuva anormalmente alto”, alertou o diretor de Pesca e Agricultura da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Fábio Hazin.
O trabalho dos encarregados do projeto é basicamente o seguinte: cinco dias por semana, eles circulam capturando tubarões nas regiões mais próximas à praia com anzóis que permitem que os animais sobrevivam. No barco, os tubarões recebem duas marcas: uma é um pequeno aparelho que transmite sinais sonoros a 25 receptores que ficam no fundo do mar.
Com este sistema os pesquisadores sabem exatamente por onde circula o tubarão e se ele estiver na área onde houve os ataques, outro equipamento é capaz de monitorar o trajeto do animal depois que ele se afasta. Os estudos revelaram que nenhum dos 20 animais marcados até agora voltou para o Recife. Todos seguiram para o norte, seguindo a corrente marinha.
A pesquisa também descobriu porque os tubarões matavam no litoral pernambucano. A bordo do barco Sinuelo, a pesquisa foi iniciada no ano de 2004. Desde então, 270 tubarões foram capturados, sendo 75 das espécies mais agressivas e a conclusão foi a seguinte: a construção do Porto de Suape foi o que mais contribuiu para atrair os animais para o Litoral do Estado.
“A principal informação é a confirmação da hipótese que nós tínhamos de que esses animais estão se aproximando da área de risco porque eles estão realizando a migração acompanhando as correntes oceânicas, que são predominantemente no sentido de sul pra norte, e em razão do tráfego marítimo intenso no Porto de Suape, eles são atraídos”, explicou Hazin.
Fonte: PE360graus
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