sábado, 30 de abril de 2011

Dois Brasileiros no Everglades: Parte 04 - Graveyard Creek x Broad River


Dia 3: http://cardumebrasil.blogspot.com/2011/04/dois-brasileiros-no-everglades-parte-03.html

LEMBRANÇAS DO DIA 04 - 16/02/11 - Graveyard Creek x Broad River

Foto: Graveyard com Ponce de Leon Bay ao fundo.

Não acordamos cedo, meu ombro direito acusou o esforço de ontem e calmamente, enquanto a maré enchia, aprontamos um super café da manhã: salada de frutas com granola e leite, café, milho e batata cozida que restou de ontem. Cansamos de comer e a batata deixamos de presente para nosso amigo "íntimo" o racoon, não se deve alimentar animais selvagens, eu sei, recolha a batata!

Quando enfim deixamos Graveyard, já passava de meio dia e o casal que compartilhou do mesmo Campsite conosco já havia partido 1 hora antes de lancha até Flamingo e com eles nosso lixo. Ufa! 2 kg a menos na canoa!

Quando estávamos de sáida chegou uma lancha dos Guardas do Parque para limpar e trocar o líquido dos 2 banheiros químicos, tarefa que fazem a acada 2 semanas.

Foto: Guardas do parque realizando serviço quinzenal de limpeza dos banheiros químicos.



Pois é, estávamos nom meio do nada mas há banheiros químicos.Nos Campsites anteriores, na praia, não se tinha banheiros, mas deste ponto em diante os banheiros químicos estarão presentes em todos os Campsites.


Começo de remada preguiçosa. Dia nublado, último dia de mar, e o vento, onda e corrente continuam jogando contra, mas com bem menos intensidade do que ontem. Em 40 minutos percorremos de Shark Point até Harney onde cruzamos com uma dupla em caiaques individuais, dois simpáticos coroas (Barry e Steve) que em direção contrária vinham de Everglades a favor da maré (onda e vento) fariam em 6 dias de Everglades a Flamingo.

Foto: Barry and Steve no terceiro dia de sua travessia de 6 dias de caíaque pelo Everglades.

Estávamos em nosso quarto dia e eles no terceiro. No link abaixo o relato da jornada deles:
http://bschwartz.net/ek/styled-3/index.html

Munidos de GPS e Plotter, nos atualizaram da distância que nos faltava: mais 1 hora estávamos na foz do Broad River (Rio Largo), junto com golfinhos que entraram conosco enquanto cercavam peixes na beira do rio, onde pela primeira vez na viagem visualizamos vegetação de mangue.

Foto: Adentrando o Broad River com golfinhos

Na entrada do Rio ficamos meia hora a deriva vendo os golfinhos e lanchando frutas e barra de cereal.


A partir daí, mais 30 minutos de remada contemplativa no novo cenário, mata baixa mais densa nas cabeceiras do rio. Localizada logo após o Nightmare (que iremos fazer um dia!) chegamos ao nosso local de dormida: Broad River Camp Site, um ground, camping no chão de terra, na beira do Rio, com um pier (dock) de chegada e um banheiro químico em cima.

Foto: Broad River Campground

Fomos recepcionados calorasamente pelos mosquitos, que não eram poucos, aliás acho que eram todos da Florida! Em seguida dois abutres vieram nos dar boa tarde, noa dando uma má impressão do local, ainda mais quando ao deixarmos o pier e visitar os locais (3) para se montar a barraca eram todos embaixo de mata densa assim como densa era a concentração de mosquitos. Voltamos imediatamente para o pier onde pelo menos ventava um pouco e assim um pouco menos de mosquito nos atazanavam. pela primeira vez coloquei repelente e foi a mesma coisa que nada.


Apesar disso estávamos animados, chegamos 3 horas antes do pôr-do-sol e a remada do dia não havia exigido muito esforço. Então é esquecer os mosquitos, tomar banho de rio (em cima do pier com auxílio de um galão de água transformado em balde) sentar nas nossas cadeirinhas, na beira do rio, vendo os golfinhos passarem, bebendo vinho e comendo o risoto que sobrou de ontem.

E em cima do pier estava agradável e a vontade de ir até o groud, e seu exército de mosquitos, ia diminuindo. A maré continuava baixando e na beira do rio, que vazava com força, começava a surgir uma borda de lama.

Sabíamos que toda esta água que ia pro mar voltaria com força até meia noite e ficamos imaginando até aonde a água chegaria e se aqui não poderia se tornar um belo local de visita para crocodilos, já que havíamos duas rampas ao lado do pier, sem vegetação que levavam até o local de montar a barraca (em nossas brincadeiras dava até para imaginar um crocodilo, como aqueles carros de corrida que saltam de uma rampa por cima de outros carros, saltando em cima de nossa barraca!).

Ainda no final da tarde vimos ratos rondando nossas coisas que deixamos próximos a uma mesa que estava no ground. Gustavo relatou a ocasião em que um rato furou a barraca por conta de uma maça em seu interior.

Continuavamos no pier e dele vimos um belo pôr-do-sol, momento de paz que precedeu nova legião de mosquitos. Já que o repelente não funciona, hora de colocar capa, gorro, meia, luva, e reduzir os espaços oferecidos aos mosquitos.

Foto: Pôr-do-sol número 4

E fomos ficando no pier, vendo a lua e com sua luz observando quem passasse, golfinhos, aves, Gustavo viu um tubarão descendo o rio, e depois aviões, estrelas, satélites... quando a cerca de 50 metros de nós atravessando o rio, imponente, a luz do luar, deixando pra trás um rastro em v, definitivamente um crocodilo! Combinado, ficamos aqui no pier mesmo! A ideia de ter um crocodilo tão próximo a minha cabeça como o racoon esteve ontem não era nada animadora.

Noite adentro fomos visitados por uma bela coruja em cima de um galho seco e que nem se importava com nossa presença. Provavelmente estava a espreita de pequenas presas, como os ratos que vez ou outra ainda viamos cruzando a área destinada as barracas.

Foto: Coruja e lua cheia

Mas nosso acampamento vai ser no pier mesmo! Amarramos bem a canoa na parte seca (em maré baixa) do pier e trouxemos todas as nossas coisas para cá. A noite foi dura, com muito mosquito e muita umidade e um pouco de equilíbrio para dormir no pier estreito e não cair no rio. No auge da maré cheia a água chegou a menos de 1 palmo do topo do pier...

Foto: Na beira do rio, cada pixel desta foto representa um mosquito. 

Já embalado pra viagem, dentro do saco de dormir, em cima do fino colchão inflável, mas que traz um conforto, e envoltos (como uma versão gigante de um burrito) por lona que mantinha a grande umidade fora. Dormi pouco, mas não passei frio em momento algum, mas acordava toda hora ao barulho de mosquitos, o que até foi bom pois acompanhava a subida do rio na maré cheia e tive o privilégio de ver nitidamente um tubarão com suas duas dorsais bem arredondadas descendo calmamemente o rio, a luz da lua quase cheia, contra a correnteza.

A uma hora do sol nascer a lua se pôs, a noite se tornou bem escura, mas passou enfim!

Dia 5: http://cardumebrasil.blogspot.com/2011/05/dois-brasileiros-no-everglades-parte-05.html





sexta-feira, 29 de abril de 2011

Bijupirá - Fazenda marinha em Pernambuco




O projeto, financiado pelo Ministério da Pesca, foi construído em alto-mar e deve melhorar a vida dos pescadores. O beijupirá, conhecido como cação de escamas, cresce rápido e tem a carne saborosa.

Fonte: Jornal Nacional


Notícias relacionadas: http://cardumebrasil.blogspot.com/2010/06/pe-projeto-cacao-de-escamas.html



quinta-feira, 28 de abril de 2011

Diagnóstico aponta as principais barreiras para a aquicultura


Dificuldade de acesso ao crédito e de obtenção de licenciamentos ambientais, assistência técnica deficiente e baixo estímulo ao consumo. Estes são alguns dos principais problemas enfrentados pela aqüicultura que impedem o crescimento deste setor no País, que estão no Diagnóstico Nacional da Atividade Aqüícola, apresentado nesta terça-feira (26-04), durante a 1ª reunião de 2011 da Comissão Nacional de Aqüicultura da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). “A partir da identificação destes problemas, trabalharemos para eliminar essas barreiras ao desenvolvimento da produção”, afirmou a presidente da comissão, Miyuki Hyashida.

A pesquisa foi encomendada pela Comissão à Universidade de Brasília (UnB), por meio do Grupo de Estudos sobre a Competitividade e Sustentabilidade do Agronegócio (GECOMP) da instituição. O estudo também aponta outros entraves para o crescimento da cultura, como a falta de organização do setor, a existência de poucos cursos de capacitação para o produtor rural, a escassez de mão de obra qualificada na atividade e de pesquisas direcionadas à aqüicultura. As informações se referem principalmente à piscicultura, carcinicultura e maricultura.

O seguro aqüícola foi outro tema tratado no encontro. O vice-presidente da comissão, Eduardo Ono, disse que grandes seguradoras internacionais reconhecem o potencial da aqüicultura brasileira e têm mostrado interesse em atuar na atividade. Desta forma, destacou, os produtores teriam um instrumento para proteger o segmento de eventuais prejuízos, assim como ocorre em outras culturas. “Será mais um instrumento para ajudar na profissionalização do setor”, enfatizou Ono.

Convidado para a reunião, o coordenador-geral do Seguro Rural da Secretaria de Política Agrícola (SPA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Eustáquio Mesquita de Sant´Ana, acrescentou que empresas de seguro de outros países procuraram o órgão para propor modelos de seguros destinados à aqüicultura. “Acredito que ainda este ano teremos um seguro voltado à aqüicultura disponível para comercialização”, afirmou Sant´Ana.

Também participaram da reunião os representantes das Federações da Agricultura e Pecuária dos Estados do Mato Grosso (FAMATO), Goiás (FAEG), Alagoas (FAEAL), Pará (FAEPA), Pernambuco (FAEPE) e da Associação Brasileira de Criadores de Organismos Aquáticos (ABRACOA).

Fonte: Agronoticias

MPA fortalece sustentabilidade ambiental na pesca do atum


Neste mês de abril a pesca de atuns e afins conquistou novos mecanismos para tornar a atividade mais fortalecida e sustentável. As ministras Ideli Salvatti, da Pesca e Aquicultura, e Izabella Teixeira, do Meio Ambiente, assinaram a portaria interministerial Nº 01, datada do último dia 15, que cria o Comitê Permanente de Gestão de Atuns e Afins (CPG) para a promoção de políticas públicas que envolvem a gestão, o ordenamento e o fomento sustentável deste segmento. Os dois ministérios também publicaram recentemente três instruções normativas relacionadas a atuns e afins.

Uma das instruções normativas proíbe a captura, a retenção a bordo, o desembarque, o armazenamento e a comercialização do tubarão raposa (Alopias supeciliosus), capturado de maneira incidental na pesca de atuns. Outra instrução normativa estabelece medidas mitigadoras para diminuir a captura incidental de aves marinhas por embarcações de pesca que utilizam espinhel pelágico. A terceira medida fixa, em linha com as decisões da Comissão Internacional para a Conservação do Atum Atlântico (ICCAT, em inglês), da qual o Brasil é signatário, o limite máximo permitido de capturas do espadarte ou meka (Xiphias gladius), para os exercícios de 2011 e 2012, realizadas por embarcações brasileiras de pesca em águas jurisdicionais brasileiras e águas internacionais.

Nas regiões sul e sudeste, a frota industrial do setor se dedica à captura anual de aproximadamente 25 mil toneladas do peixe bonito listrado (Katsuwonus pelamis), com uso de varas e isca viva, bem como de jatos d’água na borda das embarcações, que simulam cardumes de pequenos peixes. As embarcações se concentram no Rio de Janeiro e em Itajaí, Santa Catarina, onde se encontra o maior porto pesqueiro do País. A atividade fomenta uma indústria de conserva e enlatamento que gera mais cinco mil empregos diretos e indiretos. No Nordeste, as operações são realizadas em Natal, capital do Rio Grande do Norte. Lá o alvo das pescarias é a albacora e o espadarte, com o uso de espinhel pelágico. A pesca do espadarte, da ordem de três mil toneladas anuais, é destinada ao mercado externo. Este peixe migratório é encontrado entre as costas da América do Sul e da África, isto é, no Atlântico Sul.

Atualmente 90 embarcações brasileiras capturam atuns e afins em alto mar e na Zona Econômica Exclusiva brasileira, a chamada Amazônia Azul, de duzentas milhas náuticas, equivalentes a 370 quilômetros de extensão mar adentro.

O setor como um todo emprega mais de 1.500 tripulantes. As embarcações acima de 15 metros de extensão são rastreadas por satélite pelo MPA, para o controle das atividades e a preservação de áreas protegidas. As embarcações arrendadas de países estrangeiros contam ainda com observadores de bordo.

Participação ampla

O Comitê Permanente de Gestão de Atuns e Afins, criado pela portaria interministerial, tem 24 membros, dos quais metade representando o governo federal e metade o setor produtivo. O mercado conta com representantes do setor de captura, de trabalhadores, da indústria de beneficiamento, de pescadores artesanais e da pesca amadora, além de ONGs. O comitê será assessorado por um subcomitê científico, integrado pelos maiores especialistas em atuns e afins do País. O Ministério da Pesca e Aquicultura, por dispositivo legal, coordena o processo de gestão compartilhada do uso sustentável dos recursos pesqueiros.

O CPG discutirá as regras e os critérios para o ordenamento pesqueiro de atuns e afins no Brasil, bem como vai repercutir as recomendações do ICCAT, como as que motivaram a publicação das recentes instruções normativas. Atualmente o ICCAT é presidido por um brasileiro, o professor Fábio Hazin. Para os países membros da organização ainda é possível ampliar a produção, tendo em vista a disponibilidade de se capturar, com o auxílio de embarcações tecnologicamente avançadas, mais 80 mil toneladas anuais de albacoras bandolim, laje e branca no Atlântico Sul.

Entretanto, a oferta do peixe espadarte atualmente é objeto de quotas entre os países, para não comprometer a sobrevivência desta espécie. Uma das recentes instruções normativas do governo federal estabelece a quota máxima de 3.785 toneladas de peso vivo em 2011 e 3.040 mil toneladas em 2012, volumes ligeiramente inferiores ao de 2007.

Para proteger o tubarão raposa, uma espécie comum nas águas tropicais do litoral brasileiro, que é atraído pelas iscas para o atum nos espinhéis, o governo federal proíbe a exploração econômica da espécie. Assim, os exemplares que ainda sobreviverem na pescaria terão a chance de retornar ao mar. O tubarão raposa, que pode medir 5,50 metros de comprimento, tem uma peculiaridade: a sua cauda é do tamanho de seu corpo.

Já a proteção de aves atraídas pelas iscas do espinhel pelágico, e motivo de outra instrução normativa, ocorrerá com a obrigatoriedade das embarcações utilizarem nas operações de pesca a Linha Espanta-Pássaro (Toriline). O diferencial são adereços que acompanharão os espinheis pelágicos, capazes de assustar e espantar as aves. Estes espinhéis compreendem linhas paralelas à superfície da água, sustentadas por bóias, com 70 quilômetros de extensão. Nestas linhas são dispostos 1.500 anzóis com isca morta, que chama a atenção das albacoras.

Atualmente a pesca industrial no Brasil, que inclui atuns e afins entre os seus principais segmentos, é responsável pela captura de aproximadamente 250 mil toneladas anuais de pescado por ano. Este volume corresponde a 30% da produção nacional de pesca.

Fonte: MPA

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Informalidade afeta certificação de ostras em SC


por Gustavo Bonfiglioli - O Estado de S. Paulo

Um estudo da ONG Nature Conservancy e da Universidade da Califórnia divulgado em fevereiro alertou que a perda de hábitats e o cultivo excessivo já provocaram o desaparecimento de 85% das ostras do mundo. No Brasil, ao contrário, o mercado do molusco cresceu nos últimos dez anos, principalmente em Santa Catarina, que responde por 95% da produção nacional. Isso não significa que a criação de ostras, opção de emprego e renda para comunidades de pescadores, esteja livre de problemas no País, como a informalidade nas relações de trabalho, a falta de inspeção da produção e fatores naturais, como as marés vermelhas.

O cultivo de ostras no litoral catarinense é relativamente recente. Começou na década de 80, com a introdução da espécie Crassostrea gigas. Nos anos 2000, a produção teve um boom, chegando ao pico de 3.152 toneladas em 2006. Depois de altos e baixos, o último número registrado, do período de março de 2009 a março de 2010, foi de 1,792 toneladas.

“No fim dos anos 90, a produção começou a crescer. A partir da 1.ª Fenaostra, feira anual de varejo realizada em 1999 em Florianópolis, o mercado atingiu escala nacional”, conta Alex Alves dos Santos, engenheiro agrônomo e técnico da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural (Epagri). A empresa é responsável pelo monitoramento da produção, enquanto o Laboratório de Moluscos Marinhos da Universidade Federal de Santa Catarina fornece sementes (embrião de ostra, pouco maior que um grão de areia) para as grandes fazendas e os pequenos produtores.

Toxinas. Após o pico de 2006, a produtividade despencou no ano seguinte. A vilã foi a maré vermelha, hiperconcentração de microalgas que liberam toxinas na água. Em 2008, novo crescimento, seguido de uma queda de 28% no ano seguinte. “As chuvas na época deixaram a salinidade da água em 0,5%; o normal é 30%”, diz Alves.

Apesar dessas variações, o técnico acredita que o maior problema enfrentado pela atividade não vem da natureza, mas de um entrave socioambiental. É a falta de regularização dos maricultores familiares, que afeta cerca de 700 famílias do litoral catarinense.

Burocracia.“O pequeno produtor até pode buscar registro profissional, mas isso não garante inspeção e licença. A burocracia dificulta o acesso do produtor familiar ao mercado”, diz Alves. Sem licença para operar, os produtores ficam sem acesso a créditos como o do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).

O diretor do Departamento de Registros do Ministério da Pesca e Aquicultura, Sebastião Saldanha, afirma que a regularização profissional do criador de ostras é só um dos requisitos legais para a atividade. “Regularizar o profissional não significa fazer o mesmo para o empreendimento”, diz.

Entre outras coisas, o maricultor precisa de licenciamento e concessão para usar águas da União. E isso depende de uma burocracia que envolve Ministério do Planejamento, Marinha e Ministério do Meio Ambiente.

“A profissão era para ter sido legalizada há 15 anos. A burocracia só é possível para grandes empresas”, reclama o maricultor Ademir Dário dos Santos, de 54 anos. Santos lembra quando buscou suas primeiras sementes de ostra, há 18 anos. Morador do sul de Florianópolis, vivia da pesca de subsistência. “Peguei mil sementes e coloquei no bagageiro da bicicleta. Passados oito meses do primeiro cultivo, a vida começou a mudar. Os pescadores não tinham muita alternativa de vida na época; o extrativismo de peixes quase acabou com as espécies”, diz. “Hoje ganho R$ 3 mil por mês, comprei um carro e meu filho está na universidade.”

Fazendas. As grandes empresas citadas por Santos são seis fazendas de cultivo. Elas têm infraestrutura, licenciamento ambiental e inspeção microbiológica. A maior parte da sua produção, examinada pelo Serviço de Inspeção Federal (SIF), é destinada a outros Estados, como São Paulo e Rio. Colhidas às 5 horas, as ostras chegam frescas – e vivas – aos restaurantes das duas metrópoles.

Essas fazendas, porém, não têm capacidade para atender totalmente a demanda no País. Recorrem aos produtores familiares, comprando parte de sua produção não certificada.

“Cerca de 90% das ostras produzidas em Santa Catarina sai do Estado. O resto, sem certificação, fica no mercado local”, diz Alves. “Essas ostras ficam um período nos tanques das fazendas e passam por um processo de beneficiamento, mas não por todo o processo de inspeção.”

Copacabana Palace. A oceanógrafa Flávia Couto, da Fazenda Atlântico Sul, responsável pela produção de 30% das ostras de Santa Catarina, diz seguir normas sanitárias rígidas. “Fornecemos para clientes como o Copacabana Palace. Pegaria mal distribuir produto com risco para rainhas e bandas de rock.”

Apesar de ser beneficiado ao vender a produção para fazendas como a Atlântico Sul, Santos vê descaso do governo quanto aos pequenos produtores. “O cultivo de ostras começou com foco na maricultura familiar.”

Fonte: Estadão

Ministra da Pesca e Aquicultura anuncia novas medidas relacionadas ao Registro Geral de Pescadores


Ministra da Pesca e Aquicultura concede, agora, no auditório Jornalista José Vieira Madeira – Mezanino - Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, coletiva para anunciar novas medidas relativas ao Registro Geral de Pescadores (RGP).

Entre as medidas anunciadas estão a disponibilização, no site do Ministério da Pesca e Aquicultura, da lista com os nomes dos pescadores profissionais ativos no Registro Geral de Pescadores, RGP. Um compromisso firmado pela Ministra Ideli Salvatti em janeiro deste ano quando informou as novas regras para que os pescadores tirassem a carteira de pescador profissional. Na oportunidade também será assinada portaria da Secretaria de Monitoramento e Controle – SEMOC com a suspensão de mais carteiras.

Fonte: MPA


Assim, pelo site do MPA é possível saber o número de pescadores, por município, com RGP, ou seja sabermos o númeor oficial de pescadores:


http://www.mpa.gov.br/#imprensa/2011/ABRIL/nt_ABR_27-04-Ministerio-da-Pesca-e-Aquicultura-disponibiliza-acesso-ao-Registro-Geral-de-Pescadores-e-cancela-mais-de-70-mil-carteiras



RJ - Cultivo Piloto de Kappaphycus em Paraty: 1ª colheita!


CULTIVO PILOTO DA MACROALGA Kappaphycus alvarezii PARA PROPORCIONAR ALTERNATIVA ECONÔMICA A POPULAÇÕES TRADICIONAIS DE PARATY (RJ).


Por: Mauricio Roque da Mata (texto e fotos)
E-mail: mrdamata@gmail.com

Temos o prazer de anunciar a 1º colheita dos produtores capacitados da Associação dos Produtores de Macroalgas de Paraty - APMP, criada através do referido projeto, com um montante de 32 toneladas de macroalgas frescas, frutos desta feliz parceria entre a Universidade Federal Fluminense - PPGBM / UFF, Ministério da Pesca e Aquicultura - MPA e Conselho Nacional de Pesquisa - CNPq.


O referido trabalho esta sendo bastante positivo, pois através do mesmo, conseguimos a inclusão social e geração de renda de familias de comunidades na Enseada da Cajaíba, Ilha do Araújo e Paraty - Mirim na Ilha da Cutia, todas envolvidas com os cultivos de macroalgas.

Foram capacitadas pessoas através de palestras, oficinas de trabalho na fase terra, pedidos de concessão das áreas da união para fins de aquicultura, na fase mar: fixação das balsas, plantio, manejo e colheita.





Paralelamente foi realizado o monitoramento ambiental de comunidades marinhas associadas, dispersão no ambiente e crescimento da biomassa algal, correlacionada a parâmetros abióticos como suporte a pesquisa.

A atividade dos cultivos foi muito bem recebida pelas comunidades tradicionais da região, inclusive podendo ser desenvolvidos com cultivos consorciados (peixes, camarões, vieiras e mexilhões).

Os produtores estão vendendo toda a produção para uma empresa local em Itaguaí a R$ 0,30 / kg alga fresca, com a aquisição de estufas e outros, os mesmos poderão secar esta biomassa e vender com valor agregado de R$ 3,00 / kg alga seca, podendo inclusive conseguir melhores preços, uma vez que a biomassa seca pode ser guardada por maiores períodos.





Para melhorar a infra estrutura da Associação dos Produtores de Macroalgas de Paraty - APMP, bem como incentivar a entrada de novos grupos e manter o monitoramento ambiental da macroalga Kappaphycus alvarezii, a UFF através do Instituto de Biologia Marinha, está procurando renovar o referido projeto através de novas parcerias para 2012 e desta forma apoiar o potencial natural para a aquicultura do Estado do Rio de Janeiro.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Pantanal - Rios podem ganhar 62 novas hidrelétricas


Queimadas, exploração agropecuária desordenada, pesca predatória - essas ameaças ao ecossistema do Pantanal são conhecidas. Hoje, no entanto, ambientalistas apontam para um problema novo: a construção de hidrelétricas na região.

As usinas tiram proveito da queda natural entre o Planalto Central do Brasil e a planície onde fica o Pantanal. Hoje já existem 37 barragens em rios que alimentam a região e mais 62 hidrelétricas estão em construção ou em estudos. Quase todas são pequenas centrais que produzem pouca energia.

O pesquisador Paulo Petry, de uma entidade internacional de proteção do meio ambiente, diz que as usinas alteram o regime anual de cheias e secas que é responsável pela biodiversidade do Pantanal. Ele compara os barramentos a coágulos na circulação sanguínea de uma pessoa.

Pesca afetada

O município de Barão do Melgaço já foi um dos maiores produtores de peixe de água doce do Pantanal. Os pescadores das margens do Rio Cuiabá tiravam os pintados, os pacus, que eram vendidos em vários estados do brasil. Já não é assim. Muita coisa mudou por aqui.

Os pescadores são unânimes: a construção de uma barragem rio acima provocou uma queda drástica na quantidade de peixes.

Eles não estão conseguindo mais chegar aonde eles chegavam antes e a água não tem mais as mesmas características quando eles sobem os rios. isso dificulta o processo de reprodução deles.

As secretarias de Meio Ambiente de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, responsáveis pela aprovação de quase todas as usinas da região, negam a existência de um grande impacto ambiental. E não pretendem barrar o plano de expansão das hidrelétricas.

“Nós precisamos de estudos cientificos, de algo concreto a fim de que possamos mudar procedimento, mudar os nossos roteiros e acompanhar como esta se desenvolvendo toda utilizaçao desta regiao do pantanal”, diz o secretário de Meio Ambiente de Mato Grosso, Alexander Maia.

“Até o momento, não existe nenhum estudo que indique enfim alguma coisa de alto risco, ou coisa que o valha”, afirma o secretário de Meio Ambiente de Mato grossso do Sul, Carlos Alberto Said Menezes.

Cachoeira

As usinas também são acusadas de destruir belezas naturais.

A cachoeira Sumidouro do Rio Correntes já foi a maior atração turística da cidade de Sonora. Mas a barragem Ponte de Pedra desviou 70% do volume de água para as comportas. Com apenas 30%, o lugar ainda é bonito, mas perdeu a antiga força natural que maravilhava os turistas que vinham de longe para conhecer este lugar.

“Foi discutido na época do projeto, todos sabiam que ia perder essa beleza natural, infelizmente é o preço que temos que pagar. Você nao consegue gerar energia eletrica se não aproveitar essa queda natural que existe”, diz o gerente de Meio Ambiente da usina, José Lourival Magri.

Fonte: Correio do Estado

Ibama multa embarcação com 120 tubarões


O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) apreendeu nesta sexta-feira (cerca de 120 tubarões pescados ilegalmente na costa do Pará. Segundo a instituição, o barco pesqueiro que capturou os animais tinha autorização para pesca de diversos peixes com o uso de redes, no entanto, pescava apenas os tubarões utilizando espinhel.

Além de ter a embarcação e a carga apreendidas, o proprietário do barco foi multado em R$ 110 mil pela pesca irregular. A carne dos tubarões foi doada à população e as barbatanas, enterradas com cal.

A forte demanda pelas barbatanas tem causado impactos nas populações de tubarões. A prática do finning, quando o pescador retira apenas a barbatana e descarta a carcaça do animal no mar, tem sido combatida pelo Ibama no Estado.

"Este tipo de crime ambiental ocorre porque as barbatanas têm alto valor no mercado internacional (R$ 80 o kg), principalmente, na China, onde são usadas em sopas", explicou o chefe da Divisão de Fauna e Pesca do Ibama, Leandro Aranha. Segundo crenças populares, as barbatanas teriam propriedades terapêuticas.

Fonte: Terra

sábado, 23 de abril de 2011

Dois Brasileiros no Everglades: Parte 03 - North West Cape x Graveyard Creek



Dia 2: http://cardumebrasil.blogspot.com/2011/04/dois-brasileiros-no-everglades-parte-02.html


LEMBRANÇAS DO DIA 03 - 15/02/11 - NW Cape x Graveyard Creek


Nos arrumamos mais rápido (2h), preparamos um super café da manhã com auxílio da fogueira (Café, Pão de Alho) e uma salada de frutas com granola e leite e fomos logo para a canoa buscando aproveitar a aparente calmaria. Grande ilusão!

Foto: Calmaria só até a curva


A remada já começo com vento contra, além da corrente e ondulação contrários a nosso time. Se poder parar para não ir para trás, levamos 40 minutos com o remo pesado até Little Sable Creek, onde a única parada foi para recolher o peixe fisgado, mas que se soltou a isca artificial, que estamos pela primeira vez corricando, antes de ser embarcado.


Foto: Pela primeira vez colocamos a linha de corso na água.


Deste ponto até Big Sable Creek, mais um hora de remada dura, mas bem acompanhados por uma dupla de golfinhos. Neste trecho conseguimos embarcar um "Jack" (Xaréu, Caranx hippos).


A fome e a vontade de descansar já vinha para bordo, mas as condições e a tripulação decidiu em não pararmos pois seríamos arrastados de volta a NW Cape e na costa não tínhamos onde aportar pois a boreste (à nossa esquerda) a costa era um mar sem fim de madeiras caídas numa floresta incrível desenhada pela temporada de furacões que não consigo nem imaginar como deve ficar este mar, que para uma canoa com dois e um monte de bagagem, como 70kg de água potável, estaas ondinhas de meio metro e este vento insistente já atrapalham, quiça um furacão...


Bom, estamos em fevereiro, faltam mais de 6 meses para os furacões chegarem voltemos a nossa realidade pois até Shark River Island ainda são 1 hora e 10 minutos o que totalizou 2 horas e cinquenta de uma remada forte e sem escalas, apenas para capturar e devolver ao mar  uma pequena cavala (Scomberomorus spp). 


Foto: Shark River Island a vista!


Em Shark River Island havia, enfim, uma sombra de vento e ondulação e aqui paramos para almoçar e descansar um pouco pois ainda faltava o último trecho do dia: A baía de Ponce de
Leon, baía que nos surpreendeu pelo seu tamanho (no mapa que temos há em cima da ba;ia um quadro e avisos que escondeu a baía de nós até chegarmos a este ponto e a baía é tão grande que a sua boca é 4 vezes mais larga que a boca da baía de Guanabara). 



Foto: Descansa canoa, Ponce de Leon vem aí.


Somado a isso, o vento, corrente e ondulação não teremos como cruzar direto, teremos que adentrar a baía, junto com o vento e as ondas até um ponto em que pudessemos cruzá-la em segurança, desenhando um "V" imaginário em nossa rota.


http://cardumebrasil.blogspot.com/2011/04/dois-brasileiros-no-everglades-dia-3.html


Em Shark Island comemos Tortilha com atum e vegetais e na sequencia uma merecida siesta no lugar mais perfeito encontrado. Renovando as energias para o desafio que teríamos a frente.


Foto: Siesta


Depois de 1 hora e meia na ilha dos tubarões, com aves, ostras e troncos caídos fomos encarar nosso último desafio do dia.


Em Ponce de Leon Bay foram 1:50 de remada contínua tentando não se distanciar muito da costa nem deixar as ondas de meio metro de través, o que parecia ser pouco mas com a nossa canoa, larga, baixa e cheia de mantimentos, não nos deixou muito seguros e temerosos de uma virada de canoa onde o resgatre poderia demorar alguns dias, e era final de tarde!





Foi assim, uma remada firme e atenta que nos fez chegar cansados mas proporcionalmente felizes,  tendo nas costas 4 horas e 4 minutos de remada dura entre NW Cape e Graveyard Creek no maior desafio que tivemos até agora.




Em Graveyard, a maré estava baixa e fomos ajudados pelo Michael  que junto a sua esposa Penny lá estavam acampados e nos mostraram o canal até chegarmos em segurança a nosso terceiro local de dormida.


Foto: Graveyard


Assim que desembarcamos fomos logo recepcionados por um racoon que não fez cerimonia e vasculhou todos os nossos pertences levando um zip lock usado com restos do pão de alho do dia anterior. Não satisfeito, o oportunista retornou e desta vez levou um zip lock abarrotado de chocolates e outras laricas.


Foto: Confere do racoon


Depois de mais um inesquecível por do sol, e uma recepção do Michael e Penny nos oferecendo uma cerveja gelada, arrumamos nosso acampamento e preparamos um risoto com beringela, linguiça da brasa de ontem, cebola, tomate, pimentão, cenoura e ervilhas!


Foto: Depois de 3 dias remando ser recepcionado com uma cerveja gelada


Jantamos na mesma e única mesa do local com nosso casal anfitrião e trocamos comidas, eles nos oferecendo o tradicional prato americano Mac and Cheese, Pulled Pork e uma salada de repolho, tudo devidamente industrializado e prático. O nosso, além do risoto feito na hora e no escuro, que eles adoraram oferecemos o nosso  xaréu frito com alho e cebola e caldo de azeite e limão, tirando do casal a má impressão, pois por aqui o "jack" e sua carne escura não são apreciados pelos pescadores locais e normalmente são devolvidos a água quando capturados.


Foto: Sunset number 3


Bom jantar, corpo exausto, fomos dormir cedo. Na madrugada fui acordado por uma cafungada do racoon em minha cara! Cada qual em seu lado da lona da barraca. Realmente não foi uma forma agradavel de despertar, mas valeu por com isso ter visto a lua se pondo mais uma vez no outro lado da baía de Ponce de Leon.


Foto: Lua se pondo em Ponce de Leon Bay


http://cardumebrasil.blogspot.com/2011/04/dois-brasileiros-no-everglades-parte-04.html

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Zaire: Navios de arrasto prejudicam pescadores artesanais


Mbanza Kongo - Os navios de arrasto que pescam na costa marítima do município do Nzeto, província do Zaire, estão a prejudicar os pescadores artesanais da localidade.

De acordo com o pescador Luís Carlos Simão, os navios, de origem desconhecida, reapareceram na costa local em princípios deste mês, após longo período de ausência, provocando danos consideráveis ao material de pesca dos munícipes, para além de escassearem o pescado na zona.

" Os barcos arrastam tudo, incluindo as crias, provocando a diminuição dos índices de captura de pescado na vila," disse.

Domingos Laurindo, também pescador, disse que a sua embarcação foi arrastada, há dias, por um navio de grande porte, tendo perdido 25 panos de redes de pesca que estavam no seu interior.

O responsável da Delegação Marítima do Nzeto, Mbongo João Amador, afirmou que a instituição tem recebido várias reclamações de pescadores locais, desde princípios de Abril corrente.

Segundo informou, os navios de arrasto realizam as suas actividades fora da área recomendada, o que provoca danos materiais aos pescadores artesanais e a diminuição do pescado na costa marítima.

Revelou que a Delegação Marítima do Zaire carece de meios para actividades de fiscalização porque a única embarcação que possuía se encontra avariada.

Fonte: Angola Press


quinta-feira, 21 de abril de 2011

Estudo econômico compara sistemas de cultivo integral e de engorda da ostra-do-mangue


A ostra-do-mangue foi o principal produto da pesca artesanal do estuário de Cananéia, em termos de volume desembarcado, nos anos de 1999 e 2000, passando para o segundo e terceiro lugar, respectivamente, nos dois biênios subsequentes, segundo MENDONÇA e MACHADO (2010).

Os trabalhos de WAKAMATSU (1973), AKABOSHI e PEREIRA (1981), PEREIRA e CHAGAS-SOARES (1996), PEREIRA et al. (2001 e 2003) demonstram o estuário de Cananéia com condições favoráveis para o desenvolvimento de bancos naturais da ostra-do-mangue, tornando a região a principal produtora desse recurso no estado de São Paulo, de acordo com PEREIRA et al. (2003).

Diante do exposto, foi proposto o desenvolvimento do estudo: “Análise econômica comparativa dos sistemas de cultivo integral e de ‘engorda’ da ostra-do-mangue, Crassostrea spp, no estuário de Cananéia, São Paulo, Brasil”, de autoria de Marcelo Barbosa Henriques,henriquesmb@pesca.sp.gov.br, Ingrid Cabral Machado e Lúcio Fagundes, pesquisadores científicos do Instituto de Pesca. Este instituto vincula-se à APTA (Agência Paulista de Tecnologia dos Agros-negócios) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do estado de São Paulo.

SANTOS (2008), estudando a etno-ecologia dos extrativistas de ostras de Cananéia, relata que esse molusco é explorado na região desde a década de 1940, época em que a extração tinha apenas caráter de subsistência. Nas décadas de 1950 e 1960, a atividade começou a atender a um comércio incipiente, consolidando-se na década de 1970 como uma alternativa comercial importante para o setor pesqueiro artesanal na região.

A partir da década de 1970, com a firmação do interesse comercial e o aumento da oferta da ostra, surgiu a preocupação com a manutenção de seus estoques, que poderiam estar sobrexplotados. Diante desses fatos, pesquisadores do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (IO/USP) e do Instituto de Pesca estabeleceram um protocolo para o cultivo da espécie, registram WAKAMATSU (1973) e AKABOSHI e PEREIRA (1981), que consistia de três etapas:

1- captação de sementes de ostra em ambiente natural, por meio de coletores artificiais dispostos no fundo dos canais, em pequenas baías ou remansos dentro do estuário;
2 - seleção de sementes através do “castigo” (exposição ao ar e ao sol, para separação dos indivíduos com boa resistência e potencial de crescimento); e
3 - fase de terminação do cultivo em viveiros tipo “tabuleiro”, implantados na zona entre - marés.

A aplicação desse protocolo resulta num ciclo produtivo de aproximadamente 22 meses, envolvendo atividades complexas, alheias ao universo das comunidades locais de pescadores. Entretanto, uma empresa particular buscou a assessoria técnica do Instituto de Pesca para essa tecnologia de cultivo e a utilizou durante vários anos, explica o pesquisador Marcelo Henriques.

APOIO A COMUNIDADES LITORÂNEAS

Em 1994, profissionais do Instituto de Pesca, da Secretaria do Meio Ambiente (SMA/SP) e do Núcleo de Apoio à Pesquisa sobre Populações Humanas em Áreas Úmidas Brasileiras da Universidade de São Paulo (NUPAUB–USP) realizaram um estudo para diagnosticar as possibilidades de aproveitamento da tecnologia da ostreicultura pelas comunidades extrativistas do município de Cananéia. Eles interpretaram que tais comunidades, embora arraigadas culturalmente no extrativismo de ostras, poderiam ser motivadas para atuar na ostreicultura. Em razão das barreiras culturais identificadas, associadas principalmente ao longo ciclo do cultivo, os estudiosos propuseram o desenvolvimento de uma tecnologia intermediária entre o extrativismo e o cultivo integral, a qual foi denominada ´engorda` (termo regional que caracteriza a fase de terminação), a ser introduzida como uma etapa estratégica preliminar à adoção da ostreicultura pelas comunidades.

Em 1995, um projeto interinstitucional introduziu a ´engorda` de ostras junto às comunidades extrativistas de Cananéia, conforme citado por MALDONADO (1999), PEREIRA et al. (2001); MEDEIROS (2004) e GARCIA (2005). Essa atividade, derivada da tecnologia de cultivo integral, consiste na “semeadura” de ostras adultas e sua posterior extração ao atingirem o tamanho apropriado para comercialização, descreve PEREIRA et al. (2001).

Nos anos subsequentes, a prática da ´engorda` de ostras expandiu-se entre as comunidades extrativistas locais, ocorrendo conjuntamente com o extrativismo e as reduzidas experiências de cultivo integral a partir de captação de sementes em ambiente natural, explica Marcelo.

Embora a ´engorda` seja apenas uma etapa do processo de cultivo de ostras, representa um ganho ambiental, pelo incremento da atividade reprodutiva das ostras nos viveiros durante o tempo que permanecem na água, pois exemplares a partir de 20 mm já são sexualmente maduros, registra GALVÃO et al. (2000). Além disso, proporciona agregação de valor ao produto, melhorando sua remuneração, conforme GARCIA (2005).

O estudo comprova que mais da metade da produção total de ostras de Cananéia ainda é proveniente do extrativismo, porém cerca de 40% já é oriunda de viveiros de ´engorda`. Neste sentido, o objetivo da pesquisa foi comparar, zootécnica e economicamente, os sistemas de cultivo integral e de ´engorda` da ostra-do-mangue, praticados na região de Cananéia, a fim de demonstrar qual o método mais rentável.

O cultivo integral, como proposto, não demonstrou viabilidade econômica frente aos preços de venda praticados no mercado local de Cananéia, citam os autores. Por outro lado, o cultivo de ´engorda`, que é o mais praticado pelos maricultores, mostrou-se altamente viável, de acordo com os indicadores econômicos utilizados, e atrativo, pela rapidez de retorno do capital investido.

Os autores ressaltam que a ´engorda`, além de se apresentar rentável, promove uma mudança de comportamento nos extrativistas de ostra, pois, embora as ostras cultivadas também provenham da natureza, seu aproveitamento utiliza plenamente o potencial de crescimento e reprodução. Desse modo, apesar de extrativo na fase inicial, o sistema apresenta-se sustentável no final do ciclo de produção, promovendo oportunidade de melhor negociação e disponibilidade de oferta conforme a demanda, garantindo o atendimento do mercado consumidor com um produto padronizado e não sazonal.


quarta-feira, 20 de abril de 2011

Cabo Frio



Canal do Itajuru, por MD

Cabo Frio, Fevereiro de 2010


RS - Lagoa dos Patos e os números do Censo


No recente workshop promovido pela Universidade Federal do Rio Grande, no Campus Carreiros, sobre a pesca artesanal, foram mostrados dados importantes e muito abaixo do esperado, no que diz respeito ao número de pescadores atuantes na Lagoa dos Patos, através dos vários municípios que margeiam o mar de dentro.

O fato chama a atenção posto que, pela até então ausência de um censo nessa área, falava-se em muitos milhares de pescadores e, logicamente, de dependentes no povoamento da lagoa, mas pelos dados agora divulgados e que toma foro oficial, o número de profissionais da pesca, envolvendo os municípios do Rio Grande, São José do Norte, Pelotas, São Lourenço do Sul, Arambaré, Tapes, Camaquã, Tavares e Mostardas não ultrapassa a três mil e quinhentas pessoas, assim como consequentemente, uma redução drástica no que diz respeito aos dependentes.

Acredita-se que os vários fracassos de safras na lagoa, fez com que muita gente migrasse para outras profissões e, paralelamente, uma grande maioria de filhos de pescadores que passaram ou passam pelos bancos escolares (considerando que num passado recente, o pescador artesanal, pela sua humildade acreditava que pescador não precisava estudar, tinha que saber somente tirar do mar o produto para o sustento de sua família) hoje buscam em outras áreas mais rentáveis, o meio de vida e, ainda, que os regulamentos para a profissão de pescador profissional estão mais rígidos no sentido de eliminar do meio aqueles que se aproveitam e se dizem pescadores para o autobenefício do auxílio defeso e outros. No entanto, mesmo assim, os números divulgados surpreenderam.

Quanto ao fato da renda média de salário-mínimo do pescador, entendemos que tudo está na dependência da safra do camarão: safra ruim, salário baixo e, safra excelente, a média ganha números diferentes, embora o pescador da lagoa, geralmente, conte com uma desleal concorrência nos meses destinados a captura do crustáceo, pela presença, na pesca, de pescadores de fora do estado, que invadem a lagoa, assim como de muita gente que exerce outras profissões e que, nesse período vão ao mar para obter lucro extra.

Mesmo assim é interessante os números apontados e que, aos poucos podem garantir o ordenamento de uma profissão que merece maior atenção por parte das autoridades competentes.

Fonte: Jornal Agora

terça-feira, 19 de abril de 2011

CEAGESP: Feira do Peixe 2011




Para o consumidor garantir o peixe para a Semana Santa, a Ceagesp promove a partir de hoje (19) até o dia 21, das 15h às 21h, a 6ª Santa Feira do Peixe, no Pátio do Pescado do Entreposto Terminal São Paulo, na Vila Leopoldina. A entrada é pelo portão 13, localizado na avenida das Nações Unidas. O estacionamento para a Santa Feira do Peixe é gratuito.

O evento já é tradicional na cidade e atrai, todos os anos, milhares de pessoas da Grande São Paulo, que aproveitam a oferta de pescado de qualidade durante a Semana Santa. Exclusivamente nesse período, os Permissionários do setor de Pescado da Ceagesp vendem no varejo uma grande variedade de peixes frescos, além de bacalhaus, legumes e temperos em geral.

Representação de Classe e Previdência Social



Postado no Blog da Pesca Artesanal (http://pesca-artesanal-campos.blogspot.com/). 

Em Cabo Frio estava sendo ventilado entre os pescadores que quem assumisse a direção da colônia perderia os direitos de segurado especial O que é desmentido pelas informações abaixo:

Participantes de classe associativa não perdem a qualidade de Segurado Especial

Segundo a Lei Federal 8.213, de 24 de julho de 1991, sobre Planos de Benefícios da Previdência Social, participantes de entidade de classe associativa não perdem a qualidade de Segurado Especial. No caso da pesca artesanal, presidentes de Colônias de Pescadores e membros da diretoria não perdem seu direito à obtenção do benefício, garantindo assim o direito à aposentadoria dos representantes de classe. Os Pescadores só perdem o benefício de Segurado Especial, mediante vínculo empregatício em outra categoria profissional.

Confira abaixo, uma compilação do art.11, da Lei 8.213, que especifica a situação do dirigente sindical perante a Previdência Social. Quando a lei fala trabalhador rural, aplica-se também ao pescador artesanal:

Art. 11. (...)
§ 4º O dirigente sindical mantém, durante o exercício do mandato
eletivo, o mesmo enquadramento no Regime Geral de Previdência
Social-RGPS de antes da investidura. (Incluído pela Lei nº 9.528, de 1997)
§ 8o Não descaracteriza a condição de segurado especial: (Incluído
pela Lei nº 11.718, de 2008)
VI – a associação em cooperativa agropecuária.
§ 9o Não é segurado especial o membro de grupo familiar que possuir
outra fonte de rendimento, exceto se decorrente de:
IV – exercício de mandato eletivo de dirigente sindical de organização
da categoria de trabalhadores rurais;
V – exercício de mandato de vere ador do Município em que desenvolve a
atividade rural ou de dirigente de cooperativa rural constituída,
exclusivamente, por segurados especiais, observado o disposto no § 13 do
art. 12 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991; (Incluído pela Lei nº
11.718, de 2008)

Confira abaixo a compilação da Lei 8.213, do site da Presidência da República:
http://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/L8213compilado.htm



Dia do Índio: Previdência mantém benefícios para tribos que atuam na pesca



O índio brasileiro que exerce a agricultura familiar ou a pesca artesanal tem direito aos benefícios e serviços oferecidos pela Previdência Social. Para isso, basta se inscrever no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), na categoria de segurado especial. Estão incluídos também nesta categoria os seus cônjuges, companheiros e filhos maiores de 16 anos, contanto que produzam em regime de economia familiar.

Inscrição para receber benefícios
O segurado especial tem direito a benefícios como auxílio-doença, aposentadoria por invalidez ou por idade, auxílio-acidente e salário-maternidade, além de auxílio-reclusão e pensão por morte para os seus dependentes.

A inscrição junto à Previdência Social pode ser feita por meio do portal, pela Central de atendimento 135 – a ligação é gratuita a partir de telefones fixos ou públicos e tem custo de chamada local, quando feita de celular – ou em uma Agência da Previdência Social (APS).

Para facilitar a inscrição do indígena como segurado especial, o INSS aceita certidão expedida pela Fundação Nacional do Índio (Funai) atestando que ele exerce atividade rural ou pesca artesanal. A certidão é então homologada pelo INSS, em qualquer Agência da Previdência Social.

Fonte: Portal Brasil

segunda-feira, 18 de abril de 2011

PE - Escola Mangue


Fiquei curioso e achei bacana a proposta.
Mais informações e contatos no site http://www.escolamangue.org/

O passeio será realizado em baiteras guiadas por pescadores da região

O Centro Escola Mangue realiza um passeio pelas águas do Rio Capibaribe neste domingo (17) de lua cheia. A "Trilha dos Namorados" terá saída prevista para as 16h30, de Brasília Teimosa.

O passeio será realizado em baiteras - pequenas embarcações - guiadas por pescadores da região. A ação fortelece o ecoturismo de base comunitária e a troca de saberes, envolvendo o diálogo com os pescadores sobre preservação ambiental e cultura da pesca artesanal.

A renda do passeio será destinada para ajudar os pescadores no período de defeso de algumas espécies e para manter as atividades de educação ambiental e cultural que o centro desenvolve com crianças, jovens, adolescentes e mulheres do bairro de Brasília Teimosa.

Fonte: NE10


RJ - XIII Festival da Lula em Arraial do Cabo


LULA2011.jpg

A 13ª Edição do Festival da Lula em Arraial do Cabo é uma realização da APAC (Associação de Pescadores de Arraial do Cabo) e da Prefeitura Municipal com apoio e organização da Secretaria de Turismo, vai acontecer entre os dias 20 e 24, nas areias da Praia Grande.

As barracas para degustação dos pratos estarão abertas de 12h às 14h, e à noite, a partir das 19h. Durante o Festival, visitantes e moradores poderão degustar os mais variados pratos feitos à base de lula, como por exemplo, estrogonofe, risoto, crepes, lula à doré e a vinagrete. Os preços são populares.

Em uma área de 1.500 metros quadrados, a Secretaria de Turismo, montou uma mega-estrutura e uma programação especial. Vão ser mais de 20 atrações musicais, com 2 tendas de artesanatos, 30 barracas para comercialização de alimentos e bebidas, com palco para shows, e com recepcionista bilíngue no local.

Lançado em 1998 com o objetivo de divulgar o município como um importante centro pesqueiro do molusco, o Festival da Lula foi criado como uma forma de atrair os visitantes e ainda mostrar as delícias que podem ser feitas com a lula e as riquezas da culinária Cabista.


sábado, 16 de abril de 2011

Dois Brasileiros no Everglades: Dia 3 - Shark Island


Depois de 3 horas remando sem parar, paradinha em Shark Island River pra almoçar e um breve descanso antes de encarar mais 2 horas na baía de Ponce de Leon.




sexta-feira, 15 de abril de 2011

CE - Construtor de jangadas


GLOBO MAR - O repórter Ernesto Paglia foi até a casa e oficina de José Martins Soares, que hoje é o único construtor de jangadas da Praia do Morro Branco. Aos 85 anos, ele ainda atua no oficio que pratica há 45 anos.

O senhor José revelou que começou a trabalhar na pesca ainda criança, levado pelo pai, e que largou o mar porque sofria muito embarcado, que já passou fome e cedo dentro do barco. Apesar de ter nove filhos e 14 netos, nenhum parente quis seguir a profissão do construtor de jangadas. “Eles não querem porque é muito pesado o serviço e de muita responsabilidade”, afirma. “É uma profissão que ninguém quer. Dessa rapaziada daqui, eu não conheço um que queira trabalhar com esse setor”.


O Ceará tem 600 jangadas, cerca de 1.400 jangadeiros. Quantos construtores de jangadas?

RS - Censo aponta menor número de pescadores artesanais do que o estimado


Pescadores artesanais da região do Estuário da Lagoa dos Patos e representantes das principais entidades envolvidas com a atividade discutiram durante a quarta-feira, 13, os resultados do censo da pesca, apresentados em workshop promovido pela Universidade Federal do Rio Grande (Furg), no Cidec-Sul, Campus Carreiros.

O censo foi uma das atividades do Projeto "Estudo Técnico-Econômico da Pesca Artesanal no Estuário da Lagoa dos Patos", realizado a partir de convênio entre a Furg e a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO). O projeto envolve os Institutos de Oceanografia (IO) e de Ciências Humanas e da Informação (ICHI) da Furg, com a coordenação dos professores doutores Daniela Kalikoski e Marcelo Vasconcelos.

Os dados apresentados, inéditos no País, representam o conhecimento aprofundado sobre a realidade da atividade nos municípios do Rio Grande, São José do Norte, Pelotas, São Lourenço do Sul, Camaquã, Arambaré, Tapes, Tavares e Mostardas e poderão subsidiar ações para a sustentabilidade da pesca artesanal. Pelo convênio com a FAO, os resultados integrarão levantamento mundial sobre a pesca artesanal.

Entre os principais dados discutidos no workshop está o número de pescadores artesanais levantados pelo censo da pesca nos nove municípios que margeiam o estuário da Lagoa dos Patos: 3.325. “Abaixo das informações que existiam, porém, já esperávamos algo nessa magnitude”, afirma a professora Daniela. Antes do censo, as informações que circulavam na Região Sul do Estado apontavam até 15 mil pescadores artesanais.

Outra controvérsia está no total de dependentes da pesca levantados pelo censo, 3.974, que ultrapassa em pouco o número de pescadores. Essa pequena diferença “foi muito surpreendente, pois indica que provavelmente os filhos desses pescadores não estão indo para a pesca”, diz.

Renda

A renda obtida pelos pescadores é outro dado que chama a atenção, na opinião do professor Marcelo Vasconcelos. Para 50% dos pescadores a renda média está na faixa do salário-mínimo. Número que chega a 90% quando a safra é ruim. Para os pesquisadores, a condição sócio-econômica é resultado da redução dos estoques pesqueiros e da concorrência com pescadores ocasionais, fatores que reduzem a produtividade.

Diante da baixa renda, o censo revela a importância dos benefícios recebidos pelos pescadores, como o Bolsa Família e o seguro defeso, na manutenção dos lares. “São chaves para não migrarem para a área de pobreza”, afirma Daniela. Os benefícios, porém, segundo a pesquisadora, expõem outro problema enfrentado pela categoria: dos que se declaram pescadores, apenas para acessar os recursos repassados pelo governo.

Sobre a produtividade, o censo aponta uma diferença bastante significativa entre o declarado pelos pescadores na pesca de espécies como camarão, corvina e tainha, e o registrado pelos órgãos governamentais. No caso da tainha, os números oficiais chegam a ser quatro vezes menores do que os levantados pelo censo. “Isso demonstra o quanto são subestimados os dados oficiais”, afirma Daniela. 

Fonte: Jornal Agora

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Globo Mar - Jangadeiros


Nesta quinta-feira (11) por volta das 23:30, o programa Globo Mar vai mostrar o dia a dia dos jangadeiros do litoral do Ceará. As jangadas antigas, feitas de tronco, não existem mais. Hoje, só tem isopor do lado de dentro e madeira por fora. São pescadores que passam, muitas vezes, mais de três dias navegando para conseguir sustentar suas famílias...

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Moçambique - Governo lança projecto de apoio à indústria da pesca



O Ministério das Pescas vai lançar este ano um projecto de pescas denominado PROPESCA destinado a apoiar a comercialização do pescado, na colocação geradores de energia destinados a permitir a conservação do pescado e na promoção da pesca artesanal de modo a tornar-se possível actuar longe da costa, segundo escreve o jornal Notícias.
O projecto PROPESCA, que vai cobrir toda a costa moçambicana, representa um investimento de 45 milhões de dólares ao longo de sete anos.
De acordo com o director das Pescas em Sofala, João Saíze Duarte, o projecto vai concentrar esforços nalguns pontos chamados pólos de desenvolvimento ao longo da costa que ao nível da sua área de jurisdição contemplam as zonas de Chiloane, no distrito de Machanga, Nova-Sofala, no Búzi, Casa-Partida, nos arredores da cidade da Beira, e Sambazhó, em Muanza.
O PROPESCA conta com um investimento do Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (FIDA) e do Estado moçambicano.

Fonte: Macauhub

Angola: Pesca em lagoas melhora a dieta


A pesca artesanal com o uso de redes mosquiteiros e outros meios aumentou nos últimos tempos na cidade de Ondjiva e noutros pontos da província do Cunene, devido à abundância da água das chuvas que se abatem sobre a região.

Às primeiras horas do dia, é notória a movimentação de populares, entre crianças e adultos que praticam a pesca artesanal em vários riachos, chanas, lagoas e até mesmo nas passagens hidráulicas na cidade de Ondgiva, como constatou o Jornal de Angola.
Os pescadores artesanais disseram ao Jornal de Angola que a captura é maior ao amanhecer e ao fim da tarde. "O resto do dia serve para a venda do peixe no mercado", disse Caetano Ndemupanda, que se juntou a dois amigos para esta actividade circunstancial que está a ser favorecida pelas intensas chuvas.
Caetano explicou que grande parte do pescado capturado é levada para o mercado, onde é vendido. "Nós aqui, às vezes, conseguimos muito peixe e levamos para a praça. Com o dinheiro, adquirimos outros bens para o sustento da família", adiantou Caetano Ndemupanda.
Disse que utiliza um tipo de rede que permite a captura de peixe grande, que é o mais procurado pelos clientes. Filomena, outra pescadora, vê na pesca uma actividade de "bom negócio", pois para além do lucro, "ajuda bastante na alimentação dos filhos em casa". Referiu que o preço do peixe varia entre 50 kwanzas por cada caneca da "cambuenha" – peixe pequeno, típico de águas das cheias – a 500 o bagre. "Muita gente vem aqui, mesmo aqui onde pescamos, porque esse peixe tem mesmo ajudado muita gente na sua alimentação diária", frisou. Ao contrário de Caetanto, que utiliza a rede de pesca convencional, Dona Filomena e muitas outras senhoras que encontrámos a pescar nos riachos e passagens hidráulicas, usa mosquiteiros, muitas vezes impregnado, mesmo sabendo do perigo que tal representa para a saúde dos consumidores. Questionada sobre os riscos do uso de mosquiteiro para a pesca, Filomena afirma não ter capacidade financeira para adquirir uma rede de pesca convencional. "Estamos a conseguir fazer alguma coisa para a nossa família. A pessoa já sai daqui com alguma coisa para levar para casa", defendeu-se.

Fonte: Jornal de Angola

terça-feira, 12 de abril de 2011

RS - Workshop apresenta resultados de estudo da pesca artesanal no estuário


Amanhã quarta, dia 13, o Cidec-Sul, localizado no Campus Carreiros da Furg, irá sediar o workshop "Estado atual e perspectivas para a pesca artesanal no estuário da Lagoa dos Patos: Resultados do Censo da Pesca Artesanal".

O evento ocorrerá no Auditório 2, das 9h às 17h30min. A proposta do workshop é apresentar os resultados do Projeto "Estudo técnico-econômico da pesca artesanal no estuário da Lagoa dos Patos, fruto de convênio entre a Universidade Federal do Rio Grande (Furg) e a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO).

Conforme a professora Daniela Kalikoski, do Instituto de Ciências Humanas e da Informação (ICHI) da Furg, um dos principais produtos do projeto foi a realização de um censo da pesca artesanal que levantou, durante os anos de 2009 e 2010, diversas informações sobre as condições técnicas, socioeconômicas e ambientais da pesca artesanal nos nove municípios que margeiam o estuário da Lagoa dos Patos. Esses municípios são Rio Grande, São José do Norte, Pelotas, São Lourenço do Sul, Camaquã, Arambaré, Tapes, Tavares e Mostardas.

O evento contará com a participação de pescadores, representantes das principais entidades envolvidas com a pesca artesanal na região. A professora diz que durante a reunião serão discutidos os resultados obtidos no projeto e formuladas recomendações sobre os principais problemas diagnosticados que afetam a sustentabilidade da pesca e manutenção dos meios de vida dos pescadores artesanais.

 Programação
9h Abertura do workshop
9h15min – 10h Estado atual da pesca artesanal no estuário da Lagoa dos Patos: aspectos técnicos
10h – 10h30min Discussão plenária
10h30min – 11h Café
11h – 11h30min Estado atual da pesca artesanal no estuário da Lagoa dos Patos: aspectos socioeconômicos
11h30min – 12h Discussão plenária
12h – 13h30min Almoço
13h30min – 14h Estado atual da pesca artesanal no estuário da Lagoa dos Patos: aspectos ambientais
14h – 14h30min Discussão plenária
14h30min – 15h Estado atual da pesca artesanal no estuário da Lagoa dos Patos: governança
15h – 15h30min Discussão plenária
15h30min – 16h Café
16h – 17h Discussão e elaboração de recomendações
17h – 17h30min Fechamento do workshop

Fonte: Jornal Agora


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